12 de junho de 1943...

Cicatrizes, nunca somem, são marcas
do destino que moram em nosso corpo...

(E o alvoroço começa...)

— O que aconteceu? — era a mesma pergunta que rodava na boca de todos os alunos no salão.

Segundos depois voltou um Hagrid apressado e atrapalhado se desculpando por algo que ainda não tinha nos contado.

— Hagrid! — exclamei alto, chamando a atenção de todos para mim. — Abre logo a porra da boca e nos conta o que houve!

Ele olhou chocado para mim, acho que exagerei um pouco nas palavras, mas enfim, que se dane. Sim, a essa altura eu já estava irritada.

— Não deveria falar assim comigo Srta. Buttler! — ele disse firme, mas ao mesmo tempo nervoso.

— Não tenho culpa se você é um bunda mole. — dei de ombros. Ele arregalou os olhos e apontou seu dedo indicador para mim. Quase senti medo dos seus olhos negros e ferozes, mas não deixei transparecer o meu semblante. Os alunos da Grifinória e da Lufa-Lufa olhavam atentos para qualquer movimento meu ou do Hagrid.

— Escuta aqui mocinha... — ele me fuzilou com os olhos, mas depois relaxou. — Desculpa-me desculpa perdi totalmente o controle. — seus olhos passaram de raivosos para tristes. É definitivamente todo mundo estava louco.

— E então? Vai nos contar ou não? — perguntei impaciente.

— É que, eu não tenho permissão para falar senhorita... Eu não quero assustar vocês.

— Assustar? Você só pode estar de sacanagem comigo não é? — ele revirou os olhos e suspirou lentamente, agora ele ia falar.

— A câmara secreta foi aberta. — Hagrid soltou com um ar preocupado, mas não disse mais nada. Simplesmente abaixou a cabeça e saiu do refeitório.

***

Emily andava de um lado pro outro no quarto, estava curiosa demais para saber o que era a câmara secreta e o que tinha acontecido para deixar todo mundo assim.

— Emily para! Assim você vai acabar cavando um buraco no chão, vamos dormir, por favor. — implorei.

— Claro que não a gente precisa saber o que aconteceu Hay. — bufei, ela com certeza não iria me deixar dormir essa noite.

Do nada entrou uma garota no dormitório, seus olhos eram negros assim como seus cabelos que estava penteado separado de dois lados como uma “maria chiquinha”, sua pele era incrivelmente branco assim com seus dentes, que deu para ver quando ela sorriu abertamente e sem motivos para nós. Ela era quase perfeita, talvez porque os óculos escondiam um pouco a sua beleza.

— Oi. Meu nome é Elizabeth, qual o de vocês? — Ergui a sobrancelha, quem era ela e o que ela queria.

— Eu sou a Emily. E essa é a minha amiga Hayley, prazer te conhecer Elizabeth. — Emily foi mais rápida do que eu para responder.

— O prazer é todo meu. — ela sorriu de orelha a orelha. — Vocês já sabem o que houve realmente?

— Sobre a câmara secreta? — Emily exclamou, e Elizabeth assentiu. — Não ainda não sabemos de nada. Você sabe alguma coisa?

— Sei sim, mas não é muita coisa, e nem tão importante assim, preciso descobrir mais.

— Tudo bem, fala logo o que você sabe — falei entrando na conversa, da onde eu tinha sido esquecida.

— Então, eu ouvi uma garota da Sonserina falando com uns amigos que parece que o diretor da casa delas está chamando um por um para conversar. Acho que ele acha que algum aluno pode ter a ver com essa história da câmara secreta ter aberto assim do nada. Até porque vocês sabem, são da Sonserina, e a casa não é tão bem falada por bruxos e bruxas de Hogwarts. — admito que por uns 15 segundos quis dar um tapa na cara dela por falar que Sonserina não era confiável, até porque Tyler é de lá, mas eu nem confio nele então dá no mesmo.

— Mas o que tem dentro da câmara? — Emily perguntou atenta.

— Eu não tenho tantas informações, mas eu sei que guarda algo grande, perigoso e mortal.

***

13 de junho de 1943...

Depois de inúmeros boatos que rodavam no castelo, finalmente a diretora da nossa casa Rowena Ravenclaw nos explicou tudo que precisávamos saber.

Enquanto eu e Emily andávamos pelos corredores da escola, eu me perguntava onde estaria Tyler naquele momento, eu não tinha visto-o desde ontem na hora do almoço. Talvez aquilo fosse bom, mas incrivelmente eu estava sentindo falta daquele imbecil.

— Hayley vamos a Hogsmead hoje? — Emily me perguntou animada.

— Não sei, faz tanto tempo que eu não saio de Hogwarts... A não ser nas férias que eu volto para casa, mas fora isso...

— Então, mais um motivo para irmos hoje, vamos Hayley, você precisa se distrair um pouco — é, acho que precisava mesmo — Além disso, que preciso comprar uma varinha nova e quero companhia.

—Porque precisa de uma varinha nova? — perguntei erguendo as sobrancelhas.

— Porque aquele nerd idiota do Dereck quebrou a minha na aula de poções.

— Hey! Não fale assim dele. Ele pode até ser nerd, atrapalhado e um pouco desajeitado, — fiz careta. — Mas ele se esforça para ser legal. — ela revirou os olhos.

— Enfim, vai ou não? — ela fez biquinho. Bufei, que escolha eu tinha?

— Certo Emm eu vou. — ela sorriu abertamente para mim e ficou pulando ao meu redor. Revirei os olhos, mas ri um pouquinho.

— Ótimo. Obrigada. vamos logo! — ela segurou minha mão e me puxou escadaria abaixo.

Enquanto caminhávamos em direção a saída, vimos uns garotos da Grifinória caçoando a Elizabeth por conta de seus óculos. Aproximei-me deles levando Emily junto. Um dos garotos eu reconheci era o Cody Smith apanhador do quadribol.

— Quem diria... Cody Smith, o grande viado da Grifinória assustando garotinhas indefesas. — fiz um gesto com as mãos provocando-o. Seu amigo avançou para cima de mim, mas foi barrado por ele.

— Não dê ouvidos a tudo o que as pessoas dizem Edgar. Grifinória não se mistura com lixo — ele disse como o ar de repulsa.

— Eu ainda não consigo acreditar que você é da Grifinória, gente como você não merece uma casa tão boa como aquela. — ele me fuzilou com os olhos e deu dois passos á frente na minha direção.

— Como ousa falar assim comigo, quem você pensa que é?

— Hayley Louise Buttler, prazer. — estendi a mão para ele sarcástica. Ele grunhiu e saiu dali, sendo seguido pelo seu amigo, o tal de Edgar, deixando uma Elizabeth tremendo e chorando no chão.

— Você está bem? — perguntei agachando-me perto dela. — Alias não responda é lógico que você não está. Quer ajuda? — ela balançou a cabeça.

— Não. Obrigada. — falou e sorriu ligeiramente para mim em forma de agradecimento. Retribui o sorriso e assim ela se levantou e saiu em direção ao banheiro feminino, não antes de ser zoada novamente pelos garotos.

— Covardes! — exclamei. Emily segurou o meu braço me fazendo olhar para ela.

— Obrigada por esquecer-se de mim esse tempo todo. Agora vamos! — e enfim saímos do castelo rumo a Hogsmead.

Enquanto isso em Hogwarts na sala dos professores...

(...)

— Mais Minerva não podemos simplesmente fechar a escola para sempre. Aqui é o único lugar para bruxos e bruxas adolescentes permanecerem seguros. — disse preocupado Godric Gryffindor.

— Era seguro você quis dizer. Não estou falando em fechar para sempre. Mas só até acharmos o autor disso tudo. Não podemos pôr nossos alunos em riscos. — Minerva suspirou cabisbaixa. Todos os professores começaram a dar suas opiniões.

— Então está decidido. — Dumbledore soltou com um ar sério. — Nós só decidiremos o que fazer, quando acharmos o autor disso, isso se acharmos... — ele ponderou por um instante mas nada disse.

— Bem, acho que já falamos tudo o que tinhamos para falar, então a reunião acaba por...— Minerva mal terminou de falar, e ouviu um grito fino e afeminado vindo do banheiro feminino. — Ouviram isso? — todos assentiram.

— Acho que reconheço esse grito, é uma das alunas da Corvinal — todos olharam para Rowena Ravenclaw. — Seu nome é Elizabeth Sullivan. — ela disse com o semblante preocupado, então levantou-se sendo seguida pelos professores.

It's a kind of magic

One shaft of light that shows the way

No mortal man can win this day

It's a kind of magic

The bell that rings inside your mind

Is challenging the doors of time