Corações e Incertezas escrita por girlwednesday


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que estão acompanhando e comentando. Obrigada por serem sinceros! Muitos não gostaram do Oliver não ter "salvado a Felicity" no capítulo anterior hahaha. Eu escrevi assim porque queria que a cena depois disso fosse especial, e espero compensar vocês com esse capítulo! Obrigada novamente! ♥ ♥



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POV - Ponto de Vista: Oliver.

Depois de percorrer praticamente todo o Glades e não encontrar nada, eu desisti de procurar. Foi loucura minha sair apressado apenas para satisfazer a minha raiva. Arrependi-me de não ter ido ao encontro de Felicity, e verificar como seu estado. Mas agora, a melhor solução era esperar o dia seguinte, eu conversaria com ela e obteria novas informações. Sozinho eu não conseguiria fazer nada, mas junto com ela, não restava dúvidas de que pegaríamos os bandidos.

Dirigi de volta para casa inundado por pensamentos de culpa. Eu tinha que de deixar Felicity sozinha com Nolan justo naquela noite? Que ideia brilhante Oliver. Às vezes eu realmente conseguia ser inteligente, me surpreendia com as rápidas decisões que eu tomava nas horas de perigo. Mas desta vez, minha ignorância e meus instintos colocaram uma amiga em perigo. Bom, se ela também não fosse tão teimosa e... “Não Oliver, a culpa é sua. Só sua.” Pensava eu aflito quando entrei no meu quarto.

Ao me deparar com o relógio, percebi que não era tão tarde como eu imaginara. O suposto encontro de Felicity e Nolan acontecera logo no fim da tarde, e apesar de eu ter demorado ao seguir as pistas falsas, ainda eram dez e meia da noite.

Tomei um banho rápido e decidi ir a casa dela. Eu não conseguiria dormir tão cedo, muito menos preocupado. Eu pediria desculpas a ela pessoalmente.

No caminho, liguei para Diggle. Ele havia cuidado dos ferimentos de Felicity e a deixado em segurança em seu apartamento, mas se recusou a contar mais detalhes. Agora era definitivamente impossível voltar para casa.

Estacionei a moto alguns metros de distância da entrada do edifício. Um casal que estava saindo para um passeio noturno a pé, me deixou entrar. Aparentemente, ser um bilionário famoso cuja mãe quase destruiu a cidade inteira, servia para passar pela portaria sem dar satisfações.

Bati a porta de Felicity e esperei uma resposta. Lembrei-me de que eu nunca havia entrado em seu apartamento, senti-me apreensivo.

– Quem é? – ela perguntou em um tom baixo. A voz que eu ouvi não pertencia a uma pessoa emocionalmente equilibrada.

– Sou eu.

Felicity demorou um tempo para abrir a porta, mas assim que me deparei com ela, soube que Diggle não deveria tê-la deixado sozinha.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou ela chocada. Felicity vestia um roupão e seu cabelo ainda estava um pouco molhado por causa do banho. Notei um curativo a cima de sua testa, o que me fez sentir ainda mais culpado. Observei também um pouco de inchaço ao redor de seus olhos, assim como as bochechas coradas e molhadas. Ela deveria estar chorando quando eu cheguei. – Oliver, eu sei que você quer muito pegar esses caras, mas não sei se posso ajudar com nenhuma informação hoje, além do mais eu...

– Não vim aqui para pedir a sua ajuda. – falei calmamente. – Posso entrar?

Felicity deu um passo para o lado e abriu a porta. Logo que entrei, observei a grande prateleira de livros que se estendia a minha frente. Ao contrário do que eu imaginava, a sala de estar continha apenas um laptop sobre a mesa, e não uma mesa repleta de máquinas e monitores de última geração. Os sofás cor de creme estavam no centro do cômodo, de frente para uma televisão de quarenta polegadas. As cortinas combinavam com as almofadas azuis.

– Se não veio por isso, por que está aqui? – Felicity levou uma mão ao rosto, deduzi que estava enxugando mais uma lágrima.

– Para me desculpar. – disse eu quando seus olhos rapidamente miraram nos meus, assustados. Aproveitei a situação para me aproximar dela. – Nada disso teria acontecido se eu não tivesse insistido que você saísse com ele.

– Não foi totalmente sua culpa – gaguejou ela. - Quero dizer, eu saí com ele primeiro para início de conversa...

– Felicity, eu não fui sincero com você esta tarde. – ela cruzou os braços. – Eu queria seguir Nolan, queria provar a você que ele não é uma boa pessoa, acabei indo longe demais.

– Eu meio que desconfiei disso para falar a verdade. – suspirou ela. - Eu sabia que você tinha colocado um rastreador em Nolan, mas... – Felicity desviou o seu olhar do meu para a minha frustração.

– Mas? – perguntei aflito.

– Onde você estava Oliver? – seus olhos se focaram em mim novamente e pude observar uma lágrima escorrer lentamente pelo seu rosto. – Eu fiquei esperando você. Eu nem estava assustada no começo, porque eu tinha certeza que você viria, e quando mais eu esperava, mais esperançosa eu ficava. – algo dentro de mim se contorceu ao ouvi-la soluçar. – Eu fiquei sozinha lá, estava tão frio, tão escuro...

– Hey... – eu disse tocando seus ombros.

– Alguns homens passaram por mim e graças a Deus não me viram, mas eu não consigo parar de pensar no que poderia ter acontecido se Diggle não tivesse me encontrado e... – Felicity soltou-se do meu toque e deu as costas para mim, dando alguns passos pela sua sala de estar. – Eu não consigo fechar meus olhos. Eu não consigo dormir sem que uma imagem atormentadora inunde meus pensamentos.

Não esperei nem mais um segundo para puxá-la para perto de mim e envolver meus braços ao redor dela. Seu rosto se encaixou perfeitamente em meu peito enquanto eu acariciava sua cabeça e a ouvia chorar.

– Me desculpe. – sussurrei em seu ouvido. – Eu estou aqui com você.

Não sei ao certo quando tempo ficamos ali, mas por alguma razão, quando ela se afastou eu desejei que ela se aproximasse novamente.

– Me desculpe. – ela disse dando alguns passos para trás. – Isso é meio embaraçoso... Meu chefe vindo até a minha casa para ouvir meus desabafos e me ver chorar... É, isso é uma novidade para hoje.

– Não se esqueça de que foi seu, hum, “chefe”, que te deixou sozinha hoje. – eu falei com um pequeno sorriso nos lábios ao ver a mudança de suas expressões. Sempre soube que Felicity era uma mulher forte, mas presenciar aquilo gerou um sentimento de orgulho enorme dentro de mim. O trabalho que nós tínhamos, não era pra qualquer pessoa. Eu tinha sorte de tê-la ao meu lado todos os dias.

– Não era sua obrigação me proteger Oliver. – disse ela parecendo insegura.

– Era sim. – eu disse tentando me aproximar dela. – Porque eu não quero que me veja como seu chefe Felicity, eu também sou seu amigo.

Ela piscou lentamente os olhos e sorriu de forma angelical. Seus lábios se abriram para dizer alguma coisa quando ouvimos o toque de seu celular. Felicity o apanhou sobre a mesa de centro e arregalou os olhos.

– É o Nolan. – disse-me ela perdendo o brilho excitante em seu olhar.

Antes que eu pudesse dar um passo à frente, Felicity atendeu a ligação.

– Eu estou bem. – disse ela depois de eu ouvir a voz desesperada de Nolan do outro lado da linha. – Estou em casa, está tudo bem... Sim, eu estou bem, não se preocupe... Um amigo me encontrou... Você não conhece... Tudo bem... Não, não precisa... Não se atreva a vir aqui! – a voz de Felicity ganhou diversos tons a mais ao dizer a última frase. – Amanhã de manhã? – continuou ela confusa. – Tudo bem... Sim, tenho certeza... Até mais. - Felicity desligou o celular e o jogou novamente sobre mesa antes de se sentar no sofá.

– Você estava certo Oliver. – disse ela curvando-se para frente e levando as mãos a cabeça. – Nolan não é quem eu achava que fosse.

Respirei fundo e fui me sentar ao lado dela. Sem explicações lógicas, minha mão achou uma forma de tocá-la de novo.

– Você não precisa falar disso agora.

– Sim, eu preciso. – ela levantou a cabeça e direcionou seu olhar para frente. – Não posso me dar ao luxo de preocupar apenas comigo quando a cidade pode estar em perigo.

Abri a boca para dar bons argumentos ao dizer que ela estava errada. Mas quem era eu para julgá-la? Esse pensamento não era estranho para mim.

– As análises terminaram? – perguntou ela.

– Sim. E as substâncias alucinógenas indicam que é uma droga, mas não precisa saber disso agora...

– Oliver, eu acho que Nolan está envolvido com isso.

Eu já sabia daquilo.

– Você não parece surpreso. – disse ela seriamente.

– O sangue da análise era dele. – falei sem ter coragem de olhar para ela.

Felicity fechou os lábios e suspirou.

– Continuando... Nolan estava sendo ameaçado pelos caras que nos prenderam e que aproposito, não foram nenhum pouco educados. Eles o ameaçaram porque o sócio dele não fez uma entrega, Nolan e ele estão fabricando alguma coisa, e pelo que Nolan disse, ainda está em fases de testes. – Felicity falava muito rápido e eu demorei alguns segundos para raciocinar. – Ele não queria entregar a encomenda.

– Juntando isso, com a análise do sangue, temos quase certeza que ele está envolvido com a droga. – analisei obtendo um aceno positivo de Felicity. – Mas Nolan concordou em entregar?

–Eles me ameaçaram. – disse ela erguendo a manga comprida de seu roupão e mostrando os pontos que provavelmente, Diggle dera. Contorci-me ao ver o ferimento. – Daí ele concordou.

– Tudo isso foi minha culpa, eu...

– Oliver, por favor. Pare de se culpar. – pediu ela com um meio sorriso. – Eu estou bem, e apesar das nossas conclusões, não podemos fazer nada hoje.

Ela estava certa.

– Amanhã de manhã me encontrarei com Nolan - disse Felicity com determinação. - Ele me deve explicações e eu não vou deixa-lo tomar as decisões erradas. Nós temos que impedir que essa droga se espalhe. Se quiser ir comigo, eu...

– É claro que eu vou. – disse eu feliz pela maneira que ela disse "nós". Não havia dúvidas de que éramos uma equipe. – Não vou te deixar sozinha com ele novamente.

– Obrigada. – disse ela depois de um tempo, provavelmente tentando encontrar outra resposta que debatesse contra o meu argumento de deixa-la sozinha com Nolan. – Eu estou bem agora, e está ficando tarde. Se quiser ir, eu garanto que vou ficar bem.

Felicity havia demostrado uma melhora muito rápida, não parecia mais tão vulnerável aos meus olhos. Mas mesmo assim, eu não podia ir embora. Não conseguiria deixa-la ali e ir para casa.

– Acho que eu vou ficar. – comentei percebendo a sua surpresa.

– Oliver, você realmente não precisa se preocupar comigo, eu estou bem.

– Felicity esse é o lance da amizade que torna a vida mais interessante: nós nos preocupamos com os nossos amigos.

Observei um sorriso que fez meu coração palpitar. Eu definitivamente não iria embora para que ela voltasse a chorar. Felicity era linda sorrindo, e eu, mais do que qualquer um, queria que ela continuasse daquela maneira. Se eu permiti, de alguma forma, metê-la em problemas e a deixar triste, pelo menos esperava que fosse eu que pudesse deixa-la feliz novamente.

– Acho que você não comeu nada. Que tal uma pizza? – sugeri depois de observar sua cozinha impecável sem nenhum rastro de sujeira.

E foi assim que eu tive um dos momentos mais descontraídos e legais de minha vida. Felicity e eu pedimos uma pizza, sentamos e comemos no sofá assistindo TV.

– Eu nunca assisti a esse filme. – comentei concentrado na televisão.

– Como assim? Passa direto nesse canal! – ela pareceu indignada por alguns minutos. – Desculpe, não é como se tivéssemos muito tempo livre ultimamente...

– Não é isso. – falei desviando o meu olhar para ela. – É que na ilha não tinha energia elétrica, nem aparelhos tecnológicos...

– Céus! Eu não sobreviveria assim! – confessou ela de forma engraçada.

Conforme os minutos se passavam, Felicity se esquecia dos acontecimentos daquela noite, e eu, me divertia ao ver minha amiga de uma maneira mais casual e fora do trabalho. Conversamos sobre filmes, música, e até mesmo animais de estimação. Felicity não tinha nenhum por causa de seu pouco tempo livre, mas sempre quisera ter um cachorro. A conversa se desenrolou da forma mais natural possível.

Eu costumava fazer esse tipo de programa sempre com a Laurel. Estávamos afastados agora, mas isso não me impediria de desfrutar esses momentos com meus outros amigos. Como Felicity, que sempre me ajudara e estava ao meu lado. Sim, ela era uma excelente companhia e uma amiga que eu sei que eu poderia confiar.

Antes de o filme acabar, observei ela fechando os olhos e repousando a cabeça do encosto do sofá. Ela parecia tão pequena e frágil, que a imagem de alguém fazendo mal a ela me fez sentir raiva novamente. “O que está acontecendo comigo hoje?” pensei confuso.

Levei um pequeno susto quando ela tombou um pouco para o lado e acabou encostando a cabeça em meu ombro. Temi acordá-la se eu me movesse bruscamente, por isso, tirei os meus sapatos com meus próprios pés e deitei no extenso sofá bege, acomodando Felicity ao meu lado sem tirar sua cabeça de meu ombro.

Ocupei quase todo o sofá com o meu tamanho, mas ela parecia bem aconchegada ao meu lado. Estava mais confortável do que eu imaginara.

Aos poucos eu fui pegando no sono. Meu último pensamento antes de fechar os olhos foi em como as pernas de Felicity pareciam sexy entrelaçadas nas minhas.


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Notas finais do capítulo

Compensei a decepção do último capítulo? haha Espero que sim.
Deixem um comentário :D
Obrigada por estarem acompanhando! ♥
bjs.