Corações e Incertezas escrita por girlwednesday


Capítulo 14
Capítulo 12 - último.


Notas iniciais do capítulo

E aqui estou eu... Um mês depois.
Primeiramente, gostaria de me desculpar (de novo) pela demora. Dessa vez ultrapassou todas as minhas expectativas. Bom, se você faz faculdade, deve me entender. Final de bimestre é muuito corrido. Bom, por favor, não me matem pela demora.

Segundo, mas não menos importante, gostaria de agradecer a TODOS VOCÊS. Todos vocês que acompanharam essa história do começo ao fim. Todos que ficaram me mandando mensagens e não me deixando desistir da história, todos que postaram comentários fofos que me fizeram chorar (Cassi, to falando de você :p)
Bom, eu me diverti muito escrevendo, e eu realmente espero voltar aqui quando tiver um tempo.
Muuuuito obrigada a TODOS!
Boa leitura! Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/457868/chapter/14

Quando entrei silenciosamente naquele estranho local abandonado, pude ouvir o grito dela. A parte racional do meu cérebro dizia que era para eu continuar andando devagar para surpreender o filho da puta que a havia levado, mas a parte emocional, por outro lado, dizia que eu tinha que correr o mais rápido possível para impedir que algo ruim acontecesse a ela. Nem se isso provocasse uma longa briga, pelo menos eu tentaria impedir que Felicity se machucasse ainda mais.

Minhas pernas se aceleraram na medida em que mais barulhos chegavam aos meus ouvidos, eu só pensava o pior.

Quando eu finalmente cessei minha corrida, eu a vi. Ao mesmo tempo em que a calma por vê-la me envolvia, a raiva por observá-la dentro daquela jaula impedia que meus instintos agissem de forma humanamente agradável.

– Deixe-a em paz – gritei com fúria.

O sujeito segurava-a pelos cabelos por de trás das grades da jaula, e se preparava para injetar uma seringa em seu braço. As lágrimas de Felicity quase me fraquejaram. Eu precisava tira-la dali o mais rápido possível.

– Sabe, eu sempre tive curiosidade de conhecê-lo. – disse-me o homem sem demostrar nenhum tipo de emoção em sua fala, ou em seu olhar. Foi assim que soube a identidade dele: Colin, parceiro de Nolan.

– O bravo homem que arrisca a sua vida para salvar as pessoas. De certa forma, somos parecidos, sabia?

– Eu não machuco pessoas inocentes. – eu estava tentando me controlar. O que quer que aquele imbecil fazia não era nada parecido com meu trabalho.

– Não? O que você acha que isso aqui é? – fiquei aliviado quando ele afastou a seringa de Felicity. – Isso ajuda as pessoas, elas não sentem mais a dor de uma perda, de mortes, de um relacionamento, e qualquer coisa que deixa um ser humano fraco. E para confessar, minha nova fórmula deixa as coisas mais interessantes... De certo já ouviu falar do mirakuru.

A flecha deixou o arco muito antes de eu perceber. Mas como ele se escondia por de trás das grades, e de Felicity, eu não pude machucá-lo. Porém a raiva estava claramente estampada em cada um dos meus movimentos.

– Quer saber mais uma das vantagens do muuntaja? – o olhar dele me ameaçava. – Eu não tenho medo de você.

Em um movimento brusco, Colin abaixou o braço e injetou a seringa na nuca de Felicity. Ao mesmo tempo que, minhas pernas corriam em direção a jaula, os gritos dela cortavam o ar em um som agonizante. EU PRECISAVA FAZER AQUILO PARAR.

Colin saiu pela direita e se escondeu atrás de caixas. Minhas flechas, por mais rápida que fossem lançadas, não conseguiam atingi-lo.

Olhei para ela ao meu lado. Seus olhos marejados procuravam os meus à procura de ajuda. Será que aquela seria a última vez que eu a veria daquela forma? Que eu a veria demonstrar emoções com seu olhar? Eu não queria imaginar Felicity sem seus constantes momentos de vergonha e sem suas preocupações. Eu precisava dela ao meu lado do jeito que ela sempre esteve.

Não sei exatamente o que se passou pela minha cabeça naquele instante, só sei que se fosse preciso dar a minha vida para que ela vivesse, assim eu faria.

Aproximei-me da grade e parti o cadeado ao meio. Minhas mãos acolheram seu rosto e eu pude sentir as lágrimas rolarem sobre elas.

– Oliver, vá. – ela se esforçou para dizer.

– Vou tirá-la daqui primeiro. – meus lábios se encostaram sobre a testa dela enquanto eu a puxava para mais perto de mim. Seu corpo se encaixava perfeitamente em meus braços.

– Eu... eu... – Felicity gaguejava baixinho em meus ouvidos. – Eu mudei o muuntaja.

– Você fez o que?

– Eu modifiquei a droga. Oliver, eu não sei o que vai acontecer comigo. – seu olhar profundo exibia emoções e sentimentos que eu não era capaz de decifrar, não seria possível que tanta ternura desaparecesse.

– Você vai ficar bem ok? Não se preocupe! – eu dizia para ela manter a calma, mas na verdade, era eu que quem estava precisando se acalmar.

Saí da jaula o mais rápido possível carregando-a em meus braços. Não vi nenhum sinal de Colin até que um tiro passasse de raspão em minha perna.

– Oliver... – gaguejou ela

– Eu estou bem.

Não sei se ela conseguiu ouvir minha resposta, pois no momento em que eu abri minha boca, mais tiros foram disparados. Segui meus instintos e corri para um local seguro para servir de barreira.

– Pense bem arqueiro! Você poderia se tornar muito mais forte, ágil... não é essa a tarefa de um herói? – gritou Colin.

Ao ouvir a voz dele, pude perceber de onde ela vinha. Ele havia denunciado seu esconderijo.

– Você está errado de novo! – gritei de volta enquanto deixava Felicity em um canto seguro e me levantava para revidar o ataque. – A função de um herói é nunca desistir. E eu não vou desistir de proteger as pessoas que eu amo.

No momento em que meus joelhos se afirmaram, eu joguei a flecha. Observei o vulto escuro correr para se desviar do meu ataque e soube exatamente o que fazer. Em alta velocidade, fui em direção contrária. Lancei uma flecha especial e subi pelos tubos de ventilação de ar.

Mais tiros vieram em minha direção enquanto eu corria e me esforçava para não escorregar. No instante em que eu parei para jogar outra flecha especial e ir pra cima de Colin, meu coração parou por alguns segundos quando meus olhos encontraram o motivo de eu estar ali: Felicity. Ela estava se contorcendo no chão.

Felizmente, sua reação estranha não chamou apenas a minha atenção. Colin também se virou para olhá-la. Percebi, mesmo por sua expressão sem emoções, que aquilo não era para acontecer.

“O que você fez Felicity?” perguntei a mim mesmo recusando-me a acreditar que algo ruim fosse acontecer a ela.

Eu não perderia Felicity. Eu a salvaria de alguma maneira.

Fiz o que deveria ter feito antes e me lancei para baixo em direção a Colin. Quando ele percebeu onde eu estava, já era tarde de mais. Minhas pernas o empurraram para chão em um estrondo. Ele mal havia caído quando minha mão socou seu maxilar e repetiu o movimento incontáveis vezes.

Só parei de feri-lo quando a poça de sangue em volta dele começou a sujar minhas vestes.

Meu próximo passo foi correr até Felicity e chamar Diggle pelo comunicador.

– Felicity – sussurrei acariciando seu rosto. – Por favor, fique bem.

Por causa de meus olhos marejados, demorei para perceber que ela não era a única que estava tremendo... minhas mãos que tentavam de alguma forma, aliviar a dor que eu sabia que estava dentro dela, tremiam involuntariamente.

– Oliver. – sussurrou ela – Eu sempre amei você.

O gritou atingiu minhas cordas vocais muito antes de eu perceber, a dor em minha garganta não se comparava ao que eu senti ao vê-la fechar os olhos e parar de respirar.

– Oliver! – Diggle estava atrás de mim. – Não!

Eu não estava enxergando Diggle, mas sabia que ele chorava. Na verdade, eu não enxergava nada, não com minhas lágrimas que não paravam de se formar. Eu segurava seu corpo sem vida como se fosse o tesouro mais precioso do mundo, acariciava seus cabelos e sussurrava em seus ouvidos. Eu não poderia deixa-la partir...

Foi quando senti um toque pressionando meu antebraço e ouvi uma respiração sufocada. Felicity abrira os olhos. E eles demonstravam tudo, menos a falta de emoções.

Meus braços se apertaram ao redor dela e eu senti seu coração acelerado.

Eu não consegui dizer nada naquele momento. Porque ela estava bem, e era tudo o que eu precisava.

* * *

Felicity fazia uma careta e fechava os olhos com força.

– Cinquenta e oito, cinquenta e nove, sessenta. – disse eu olhando para o cronômetro em minhas mãos.

Ela abriu primeiro o olho esquerdo e observou tudo ao seu redor, certificando-se de que estava tudo bem.

– Você está bem. – falei pela milésima vez.

Depois que a levei para fora do laboratório, Felicity não desgrudou de mim. Ela literalmente agarrou meu pescoço e não me deixou dar um passo para longe dela. O que me incomodou, não foi a proximidade, logicamente, mas sim, ela ficar repetindo que nas próximas três horas ela poderia morrer.

Segundo a pesquisa rápida que ela fizera no laboratório, os experimentos de Colin fizeram com que 70% das pessoas morressem em três horas. “Eu nunca fui uma garota de sorte, por que logo agora eu estaria nos 30%” ? dizia ela de forma neurótica. “Porque você é a pessoa mais linda e inteligente que eu conheço e tenho certeza que o que você modificou, foi capaz de mantê-la viva”. Mas depois de um tempo, eu simplesmente a deixei falando apressadamente e me aproveitei para ficar abraçado a ela.

– Eu realmente consegui! – disse ela eufórica!

– Eu nunca duvidei disso. – falei com um sorriso de orgulho nos lábios.

– Você não ficou com medo de eu, do nada, morrer? – perguntou ela parecendo chateada.

– Felicity, você parou de respirar nos meus braços hoje. Não quero me lembrar desse momento, só te digo uma coisa: você não poderia me matar do coração duas vezes no mesmo dia.

Inclinei-me para lhe dar um beijo quando o médico passou pela porta.

– Com licença Srta. Smoak. – disse ele com um sorriso amigável. – Sus exames não deram nenhum resultado diferente, você está completamente bem.

– Posso ir pra casa?

– É claro que sim, não vejo motivo para permanecer aqui.

Sorri para ela e lancei uma piscada.

– O oficial Lance pediu para lembra-la que precisará ir à delegacia amanhã de manhã.

– Sem problemas. – disse ela com uma alegria contagiante.

Quando o médico saiu ela pulou da cama e me abraçou novamente.

– Obrigada Oliver. Por tudo.

–Eu não sei o que eu faria sem você – sussurrei acariciando seus cabelos – Vou leva-la para casa.

* * *

Eu nem precisei me preocupar com Diggle. Quando eu avisei que levaria Felicity para casa, ele me lançou um olhar malicioso e foi embora.

Eu a acompanhei até o apartamento e ela me convidou para entrar. Não seria uma má ideia se certificar que ela tomaria os analgéticos no horário certo e descansasse.

– Você está com fome? - ela me perguntou com os olhos brilhantes. – Porque eu estou faminta!

Como eu poderia estar tão preocupado com ela, e ao mesmo tempo, me esquecer de que ela não havia comido nada o dia inteiro?

– Eu absolutamente estou faminto também! Pizza?

– Pizza! - sorriu ela. – Eu vou tomar um banho, eu ainda estou sentindo o cheiro de mofo daquele lugar horrível no meu cabelo...

A cara de nojo dela me fez sorrir. Na verdade, acho que qualquer coisa que Felicity fosse fazer daquele dia em diante, me faria sorrir. Ela estava viva.

Enquanto eu ouvia o barulho do chuveiro ao fundo do corredor, aproveitei para arrumar a mesa. Eu sei que é meio clichê, mas eu realmente comecei a procurar por velas para formar um clima romântico.

“Droga Oliver, ela está cansada, precisa descansar... vocês terão tempo para isso depois.”

Mas o barulho da água caindo parou mais cedo do que eu imaginava e logo uma Felicity vestida informal, com roupão e cabelos molhados, apareceu na sala.

– Você sabe arrumar uma mesa! UAL! Estou surpresa.

Ela sentou-se no sofá e eu me juntei a ela.

– Nossa, eu realmente não gosto de números pares. – disse ela olhando para o horizonte.

– O que você quer dizer? – perguntei curioso.

– Dois dias, dois beijos, dois encontros, dois sequestros... o dois nunca foi meu número da sorte.

Não pensei DUAS vezes antes de puxá-la para meus braços e lançar meus lábios sobre os dela.

– Três beijos. – sussurrei em seu ouvindo sentindo o corpo dela se arrepiar.

– Talvez eu não me importe com o número 4...

Dessa vez, o beijo foi mais intenso. Ela acariciava meu cabelo de uma forma que me deixava louco, e quando meu corpo se curvou para ficar sobre ela, percebi meu erro.

– Me desculpe – disse eu me afastando.

– Por que você parou? – perguntou ela constrangida.

– Isso não precisa ir rápido demais. – comentei olhando em seus olhos.

Ela pareceu chateada, como se eu não quisesse aquilo... Qual era o problema dela?

– Hey, escute. – falei segurando seu queixo e fazendo-a olhar para mim. – É que... Na minha vida, eu nunca tive muita certeza de nada. E essas incertezas me fizeram quebrar muitos corações, de muitas namoradas e eu... Só não quero fazer o mesmo com você porque... Bem, você é a única coisa que eu tenho certeza na minha vida. Eu tenho certeza que quero fazer você feliz. Eu quero que seja perfeito, não quero que acabe...

– Oliver Queen – disse ela com as palmas das mãos em meu rosto. – Já está perfeito assim.

Ela começou a beijar docemente minha boca e logo a paixão tomou conta de nós. Minhas mãos escorregavam de sua cintura para suas pernas. Todo o meu corpo queimava de emoção.

A mulher que eu amava estava ali, bem diante de mim. E o mais surpreendente? Ela me amava apesar de todos os meus defeitos.

– Vamos para meu quarto... – sussurrou ela. Dessa vez foi o meu corpo que arrepiou com seu tom de voz.

– Felicity Smoak, eu não conhecia esse seu lado. – sorri mordendo seus lábios.

– Oliver Queen, há muitas coisas que você ainda precisa descobrir sobre mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?
Até mais pessoal! beijo pra vocês!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Corações e Incertezas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.