Beauty Queen escrita por Rocker


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Último capitulo, gente!! Até o bônus ;)



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Capítulo 19 - Caçada ao veado branco

15 anos depois...

Selene acordou com uma batida na porta de seu quarto. Ela abriu os olhos aos poucos, acostumando-se com a claridade sempre presente ali. Um quarto grande, bastante espaçoso. Uma cama de casal com lençóis brancos, um guarda-roupa branco, uma cômoda e um espelho. Com isso sobrava sempre espaço para a neve que se acumulava no chão. Isso mesmo, neve. Afinal ela era a Feiticeira da Neve, e precisava sobreviver com suas artimanhas durante as outras estações do ano. Por isso permitiram que ela tivesse um quarto só seu, o mais distante do corredor. Ela adorava o inverno, mas ninguém precisava passar frio sempre que passasse em frente à sua porta. E tinha também o gelo espalhado pelas paredes.

Selene foi acordada de seus pensamentos quando ouve uma segunda batida na porta e se sentou rapidamente na cama - apenas para descobrir que estava apenas de roupas íntimas e um lençol fino cobrindo seu corpo de vinte e oito anos. Cumprira com sua palavra a Edmundo, acompanhando seu envelhecimento ao longo dos anos. Mas quando chegara aos vinte e oito, resolvera parar por aí. Era uma adulta linda, com um corpo escultural e um rosto que condizia com sua situação de princesa, mas ninguém precisava vê-la chegar aos trinta, e Edmundo concordara, dizendo que vinte e oito fora a melhor fase dela.

– Entra! - ela gritou, se jogando novamente sobre o monte de travesseiros de pena e cobrindo-se com o lençol até o pescoço, com medo de alguém vê-la naquele estado.

Edmundo entrou pela porta. Com seus trinta anos, tinha ganhado uma exuberância inexplicável. Selene amava o homem que ele tinha se tornado. Bonito e confiante, havia se tornado tão bom rei quanto Pedro.

– Ah, é só você... - disse ela, sorrindo, enquanto relaxava e descobria um pouco seu pescoço.

– É só eu sim. - respondeu Edmundo em sua atual voz grave e se aproximou sorrindo e atravessando aquela neve para chegar à cama. - E é por isso que você não tem que ficar com essa vergonha toda.

Selene corou, cobrindo o lençol até suas bochechas. Edmundo se deitou ao seu lado, rindo, e passou um braço sobre sua cintura.

– Você não ficou com essa vergonha toda ontem à noite. - provocou ele, ainda rindo, e beijando a pele alva do pescoço dela.

– De uns anos pra cá você veio ficando muito safado, isso sim. - disse ela, rindo também, e puxando-o para um beijo.

Um beijo delicado que se tornou intenso e ardente. Edmundo posicionou-se sobre o corpo moldado de Selene e a beijou apaixonadamente, apertando fortemente a coxa desnuda dela contra seu corpo. Ele com certeza avançaria, se não fosse por algo frio e macio caindo e se acumulando em suas costas.

Neve.

– Selene! - reclamou ele, levantando-se para sacudir a roupa, enquanto a menina ria sem parar. - Você tem que parar de soltar essa neve nessas horas!

– Desculpa - disse ela, ainda rindo, e puxando-o para se deitar ao lado dela. -, mas você sabe que justamente nessas horas que não dá pra controlar. - completou, corando novamente.

– Pelo menos serve pra apagar esse fogo todo. - disse Edmundo, rindo quando ela enterrou o rosto no peito de sua veste, envergonhada.

Foi então que ela reparou nas roupas dele. Não eras roupas invernais, que ele usava para superar o frio toda vez que eles estavam no quarto dela. Eram roupas de caça.

– Vai caçar? - perguntou Selene, engolindo em seco seu desespero.

Era o dia, ela sabia.

– Vou, te prometi aquele veado branco. - respondeu ele e então percebeu o brilho nos olhos dela sumindo gradativamente. - O que foi?

– Não é nada. - respondeu ela, tentando manter a voz firme.

– Bem... - disse Edmundo, levantando-se da cama e ajeitando a roupa amarrotada. - Eles já estão me esperando, vim aqui só para me despedir.

Ele deu um beijo na testa de Selene e estava quase chegando à porta quando ela o chamou. Selene, sem se importar de estar apenas com suas roupas íntimas, levantou-se da cama e se jogou nos braços dele, abraçando-o fortemente e o beijando com paixão e saudade. Mesmo com o choque que levara, Edmundo retribuiu com fervor o beijo; um beijo de despedida que nunca tiveram antes.

– Eu te amo, Eddie. - disse Selene, assim que se separaram, sem fôlego e com os lábios inchados. - Não se esqueça disso.

– Eu também te amo, Selene. - disse Edmundo, sorrindo, como todas as não tão frequentes vezes que ela dizia isso.

E Edmundo saiu daquele quarto de inverno, pensando em como Selene o beijara como não fossem se ver nunca mais.

E Selene sabia que realmente não iriam.

~*~

Os quatro cavalgavam pelos Bosques Orientais, caçando um veado branco. Humanos, feiticeira e narnianos conviveram perfeitamente durante os anos que se seguiram desde a guerra contra a Feiticeira Branca. Os quatro Pevensie ainda estavam em forma. Cavalgavam velozmente pelo bosque, buscando o animal que foram designados a caçar. Avistaram o veado branco ao longe, mas acabaram perdendo-o de vista. Edmundo parou, esperando o cavalo recuperar o fôlego.

– Está bem, Filipe?

– Não sou tão jovem quanto já fui. – disse o cavalo.

Os outros três, que já estavam bem na frente, voltaram para onde o moreno parara.

– Vamos, Ed. – disse Susana.

– Estou recuperando fôlego.

– É tudo o que vai recuperar neste passo. – disse a morena.

– O que ele disse mesmo, Susana?! – perguntou Lúcia.

– “Meninas, esperem no castelo que eu pego o alce para a Selene sozinho.” – disse Susana, caçoando dele.

Elas riram, deixando Edmundo sem graça e Pedro bufando. Foi então que Pedro percebeu algo diferente ali na pequena clareira. Um lampião aceso.

– O que é isso? - perguntou Pedro, descendo do cavalo.

Os outros também desceram dos cavalos, observando o lampião.

– Parece familiar. - continuou o loiro.

– Feito um sonho... – murmurou Lúcia.

– Ou o sonho de um sonho. – disse Susana.

– “Salavazia”. – murmurou Lúcia.

Lúcia começou a olhar em volta, correu na direção onde lembrava que iria achar as respostas.

– Lúcia! – chamou Pedro.

– De novo não! – exclamou Susana, enquanto a seguiam.

– Lu? – chamou Edmundo.

– Venham! – a menina respondeu.

Começaram a passar por entre os galhos, cada vez mais apertados contra os outros.

– Não são galhos. – disse Pedro, ao sentir um tecido macio contra sua pele.

– São casacos. – exclamou Susana.

– Susana, pisou no meu pé! – reclamou Edmundo.

Quando chegaram ao final, caíram um sobre o outro na madeira, ao passar pela porta de um guarda-roupa, em uma sala vazia. Todos olharam em volta, lembrando-se de como tudo aquilo começou. Lembando-se que não eram realmente de Nárnia. A porta da sala se abriu e o professor Kirke entrou segurando uma bola de beisebol. Mas ele parou ao ver os quatro adolescentes, de volta à idade da Terra, sentados no chão olhando pasmos para tudo ali.

– Ah, estão aí! – exclamou o professor. – O que estavam fazendo no guarda-roupa?

Os quatro se entreolharam.

– Se nós contássemos não acreditaria. – disse Pedro, sorrindo.

O professor Kirke lançou a bola para ele e voltou a olhá-los, com um sábio, mas ao mesmo tempo de expectativa.

– Experimentem.

FIM


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