Beauty Queen escrita por Rocker


Capítulo 15
Capítulo 14




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Capítulo 14

Pedro, Edmundo e Selene treinavam luta de espadas com seus cavalos pelo campos próximos ao acampamento de Aslam. Não era fácil para Selene ensiná-los a duelar de uma hora para outra, mas ela vira que tinha uma vantagem nisso. Conseguia dar boas gargalhadas ao ver o quanto os dois eram desajeitados.

– Mantenham o pulso firme. - instruiu Selene, observando um pouco mais afastada, enquanto os irmãos duelavam.

– É difícil com ele atacando forte assim! - disse Edmundo.

– Ora, vamos Ed! - provocou Pedro. - Não me diga que está com medo!

– Não mesmo! - respondeu Edmundo, atacando a espada de Pedro, perto do punho. Esperava desarmá-lo, mas sua espada também voou.

– Credo, vocês são muito desajeitados! - exclamou Selene, rindo, enquanto recuperavam as espadas e voltavam aos cavalos.

– Você não é tão boa assim! - acusou Edmundo, emburrado, mesmo sabendo que era mentira.

– Ah, não?! - desafiou Selene sarcasticamente, arqueando uma sobrancelha.

Edmundo tinha que admitir que aquilo a deixava bem sexy.

– Não! - provocou Edmundo, sorrindo maliciosamente.

Pedro apenas observou a química que havia entre eles, sorrindo feliz pelo irmão ter conhecido alguém. E também não queria se intrometer; ele sabia que se Selene quisesse, poderia transformá-lo em pedra.

– Ótimo. - disse Selene, decidida. - Me ataquem.

– O quê?! - perguntou Pedro, surpreso.

– Me ataquem. - repetiu ela. - Se acham que podem tanto assim, me ataquem!

Edmundo e Pedro se entreolharam, perguntando-se se era boa ideia. Pedro deu de ombros e, junto com Edmundo, avançaram em direção à garota. Selene defendia-se a cada ataque com graciosidade e leveza. Os irmãos ficaram impressionados com a facilidade que ela levava com a espada própria que tinha em mãos. Ela atacava usando as melhores oportunidades e brechas que tinha e eles mal conseguiam se defender de um e já eram atacados com outro. Até que ela conseguiu desarmar os dois e com sua própria espada e a de Pedro, apontou para o coração de ambos.

– Eu. Não. Acredito! - resmungou Edmundo, enquanto Selene devolvia suas espadas, rindo.

O castor se aproximou deles. - Pedro! Edmundo! Selene!

O cavalo de relinchou sobre duas patas.

– Oh, cavalinho! - disse Edmundo.

– Meu nome é Felipe. - disse o cavalo em uma voz firme e Selene riu da expressão surpresa do moreno.

Os três se aproximaram do castor, que de repente pareceu ainda menor do que já era.

– A Feiticeira exigiu um encontro com Aslam. - anunciou o bom castor. - Está vindo para cá.

Selene engoliu em seco. Ela conhecia a Magia Profunda que rege Nárnia como ninguém, talvez tanto quanto o próprio Aslam, que vagava desde os primórdios dos tempos. Ela sabia exatamente o que sua irmã pretendia. Apenas não gostava nada da ideia, mas tinha certeza do que deveria fazer. E ela o faria.

Os três pularam de seus cavalos, e correram com o castor para o centro da multidão que já se reunia para observar. Antes disso, porém, Edmundo conseguiu se aproximar de Selene e segurar sua mão.

– O que ela quer? - perguntou Edmundo, mais para si mesmo do que para Selene.

– Você não irá querer saber, vai por mim. - respondeu Selene, acotovelando os narnianos para conseguir se aproximar com Edmundo.

– Você sabe? - perguntou Edmundo, mas nem um pouco surpreso. Selene era irmã da Feiticeira, devia saber como aquela mente cruel funciona.

– Eu sei. - admitiu Selene, no momento em que chegaram à frente da multidão que se dividira em duas e viam a Feiticeira se aproximando numa cadeira carregada por seus súditos. Selene engoliu em seco e apertou a mão de Edmundo entrelaçada à sua, observando a pose arrogante, mas decidida, de sua irmã mais velha. - E eu tenho razão quando digo que você não vai querer saber.

– Jadis, a Rainha de Nárnia! – gritava o anão, que ia à frente anunciando a chegada da Feiticeira. – Imperatriz das Ilhas Desertas!

Edmundo apertou a mão de Selene quando viu a Feiticeira passando em cima de um trono que era carregado por ciclopes, cercados por minotauros. Selene apertou novamente a mão dele e o abraçou de lado, pela cintura, tentando transmitir-lhe a força que ambos precisariam no momento. Murmúrios percorriam toda a multidão do exército de Aslam, enquanto este esperava a Feiticeira à frente de todos. Todos se calaram quando os ciclopes a desceram do trono e ela foi à frente de Aslam, encarando Edmundo e Selene de cima a baixo.

– Você tem um traidor entre os seus, Aslam. – anunciou a Feiticeira, provando mais murmúrios. Claro; Selene sabia que ela não queria atingi-la desse modo. Apenas a Edmundo. Selene sabia que para ela era reservado algo muito pior.

Edmundo abaixou a cabeça e Selene depositou um beijo em sua bochecha. Ele sorriu tristemente e a abraçou forte.

– A ofensa dele não foi contra você. – disse Aslam.

– Vejo que se esqueceu das leis sobre as quais Nárnia foi construída.

Aslam rugiu.

– Não cite a Magia Profunda para mim, Feiticeira. Eu estava lá quando foi escrita.

– Então se lembra bem que todo traidor pertence a mim. O sangue dele é minha propriedade.

Selene se apertou mais contra Edmundo e Pedro desembainhou a espada, postando-se entre os dois e a Feiticeira. Os minotauros retiraram as armas.

– Acredita mesmo que a força bruta vai tirar o meu direito... Reizinho? Aslam sabe que a menos que eu tenha o sangue dele como manda a lei... – ela então se virou para todos na multidão. – toda a Nárnia será subvertida e perecerá em fogo e água. Esse menino... – ela apontou para Edmundo e Selene sentiu todo o seu corpo se retesar contra o dele, receosa. – morrerá na Mesa de Pedra... Como diz a tradição.

Virou-se para Aslam e disse: - Não ouse recusar.

– Sabe que a Magia Profunda é muito mais que isso. - disse Selene, dando um passo à frente e recebendo a atenção de todos ali.

– Você não é digna de tal conhecimento. - retrucou a Feiticeira, torcendo o nariz. Era irônico como ela acusava a irmã de sua própria condição.

– Basta. – disse ele. – Quero falar com vocês a sós.

Aslam se virou para a tenda e entrou, sendo seguido da Feiticeira. Edmundo olhou preocupado para Selene. Ela apertou sua mão levemente e abriu um sorriso reconfortante antes de seguir para a barraca, sob o olhar de todos. Na tenda, havia um estranho clima de poderes conciliados, mas opostos. Duas neves, e um sol.

– Virou então uma reunião de velhos amigos? - perguntou a Feiticeira sarcasticamente.

Era verdade que Selene era tão antiga quanto Jadis e Aslam.

– Não estou aqui para ouvir bobagens vindas de você. - disse Selene com amargura. - Eu me ofereço para morrer no lugar dele.

– Não pode fazer isso! - disse a Feiticeira com convicção, e Selene abriu um sorriso sádico. Por mais cruel que ela fosse, às vezes era fácil enganá-la. - Ela pode? - perguntou a Aslam.

– De acordo com a Magia Profunda, se alguém, livre de traição e com o coração puro, se voluntariar, você deve aceitá-lo. - disse o leão, e o sorriso de Selene aumentou. Ela podia conseguir salvar Edmundo; era tudo o que queria.

– Você é tão traidora quando aquele garoto impertinente. - disse a Feiticeira para a irmã.

Selene engoliu em seco e deu um passo atrás, atordoada.

Mas então ela se lembrou de que não seria traição se ela seguisse seu próprio destino e seus próprios ideais. Traição era desonrar a confiança obtida por uma pessoa. A Feiticeira julgava como traição, mas nunca confiara nela. Selene era livre de traição. Mas será que ela tinha realmente o coração puro?

– Não sou, e você sabe. - disse à Feiticeira, cruzando os braços. - Me voluntario, e você deve aceitar.

A Feiticeira estava prestes a negar novamente, quando Aslam a interrompeu.

– Basta! - ele rugiu e ambas se calaram. - Eu vou no lugar de Edmundo Pevensie e de Selene.

– M-mas... - Selene tentou intervir. Não poderia deixá-lo morrer, mesmo sabendo que a Magia Profunda regia realmente mais que isso.

– Não ofendi a ninguém e meu coração é puro. - disse o leão à Feiticeira. - Deve aceitar minha oferta como manda a lei.

Selene engoliu em seco quando sua irmã assentiu. Ela respirou fundo, repetindo para si mesma que tudo ia dar certo. Aslam sabe o que fazia. Ela também sabia, mas não podia deixar de se preocupar. E então ela e sua irmã saíram da tenda, e a multidão de narnianos e os servos da Feiticeira se levantaram, ansiosos e atentos pelas notícias. A Feiticeira olhou friamente para Edmundo e então desceu até o trono que veio. Aslam logo saiu da tenda.

– Ela renunciou ao direito do sangue do Filho de Adão. – anunciou ele.

Edmundo, feliz com isso, sorriu para Selene e foi abraçar o irmão. Ela queria ser sincera com ele, mas ele não precisava saber o quanto custou sua liberdade.

– Como vou saber que manterá a promessa? – perguntou a Feiticeira.

Aslam rugiu para a Feiticeira, fazendo calar-se e todos os narnianos comemorarem ainda mais.


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