Beauty Queen escrita por Rocker


Capítulo 12
Capítulo 11




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Capítulo 11

Selene se jogou para longe, para a neve na margem do rio, enquanto Pedro fincava a espada no gelo e os outros se seguravam nele. Quando a grossa camada de gelo que cobria a cachoeira de rompeu, a água desabou sobre o rio e os empurrou. Pedro e as meninas se salvaram, pois estavam em um pedaço isolado de gelo, presos pela espada. A Sra. Castor pulou no rio, enquanto via lobos afundarem. Foram submersos por uma onda, mas ainda sim estavam seguros no pedaço de gelo. Foram submersos mais algumas vezes, mas conseguiram seguir a corrente até uma das margens do rio. Subiram para a margem e tossiram, tentando tirar a água dos pulmões.

– Estão todos bem? - perguntou Selene, se aproximando. - Não pensei que seria tão forte assim.

Susana se virou para Pedro, procurando por Lúcia, mas ele apenas levantou o casaco da menina.

Lúcia sumira.

– O que você fez? – gritou Susana. Virou-se para um lado e gritou. – Lúcia! Lúcia!

Olhou para a água, mas não havia nada, apenas o gelo seguindo a corrente.

– Alguém viu meu casaco? – ouviram a voz menina perguntar atrás deles.

Viraram-se e viram-na tremendo, apenas com o vestido que tinha por baixo do casaco.

– Graças a Aslam! - disse Selene, aliviada, e abraçou Lúcia.

– Foi você, não foi? - perguntou Susana, amargurada e acusadora.

– Que o quê? - perguntou Pedro, confuso.

– Eu vi as flechas. - disse Susana e Selene engoliu em seco. - Ninguém mais teria feito flechas de gelo e teria derrubado aquele gelo.

– Foi eu sim. - admitiu Selene.

– Você quase nos matou! - acusou Susana, prestes a partir pra cima dela.

– Eu salvei vocês! - defendeu-se Selene. - Teriam sido devorados se eu não tivesse feito nada!

– Ela tem razão, Su. - disse Pedro, preparando-se para apartar uma briga se preciso.

– Ela quase matou a Lúcia! - gritou Susana para Pedro, indignada por ele a estar defendendo.

– Mas eu estou bem, Susana! - garantiu Lúcia.

– Não se preocupe, querida. – disse o castor. – Seu irmão vai cuidar muito bem de você.

Pedro se aproximou da menina, colocando o casaco sobre seu ombro.

– E acho que não vão mais precisar de casacos. – disse a Sra. Castor, apontando para as árvores, onde a neve já descia e pequenos brotos de flores nasciam em galhos.

E eles voltaram a caminhar

– Pode ao menos nos dizer por quê fugiu ontem à noite? - perguntou Susana, depois de vários minutos de silêncio.

– Eu não fugi. - disse Selene simplesmente.

– Ora, então por quê sumiu?

Selene a olhou friamente. - Porque eu fui até o castelo da minha irmã e tentei resgatar Edmundo por mim mesma. Acontece que eu estava já quase quebrando as grades da cela dele quando ela apareceu. Eu teria ficado e enfrentado ela, mas Edmundo pediu para eu fugir antes que ela me visse, pois sabíamos que ela me mataria sem hesitar.

Susana ficou calada. Não havia confiado o suficiente em Selene, pensando que ela estava infiltrada por ordens da Feiticeira Branca, mas saber que ela correra até riscos de vida para salvar seu irmão fez seu coração finalmente amolecer. Mas não que ela diria algo como um pedido de desculpas. Ainda era orgulhosa demais para isso.

– E Edmundo? - perguntou Lúcia, preocupada. - Como ele está?

– Ele já está na carruagem da Feiticeira, mas foi tudo o que vi antes de Maugrin me achar.

– Será que podemos ver a atual situação dele? - perguntou o castor e Selene sorriu.

– Claro! - ela disse, pegando o vidro de gelo de seu vestido branco já mais curto e os outros se juntaram ao seu redor enquanto ela sussurrava o feitiço de reflexo.

A Feiticeira observava tudo abaixo com grande desprazer. Edmundo e o anão estavam ao seu lado, vendo a corrente da água passar a metros abaixo de si e a neve se desprender das árvores ao redor.

– Tão... Quentinho aqui. – disse o anão, abaixando o casaco levemente atrás do ombro. Edmundo o olhou divertidamente, enquanto a Feiticeira lhe lançou um olhar venenoso. – Eu vou ver o trenó.

Ele disse, voltando o casaco sobre os ombros e dando meia volta.

– Majestade. – ouviram a voz de Maugrin, o lobo chefe, vindo de detrás de si e viraram-se. – Achamos o traidor visitando seus inimigos no meio dos Bosques Tremeluzentes.

Era a raposa.

O lobo que a carregava nos dentes a largou sobre os pés da Feiticeira.

– Ah, que bom que apareceu. – disse a Feiticeira, se aproximando. – Foi tão útil aos meus lobos ontem à noite. Talvez possa me ajudar agora.

– Perdoe-me, Majestade. – disse a raposa, abaixando a cabeça em sinal de respeito.

– Não gaste meu tempo com bajulações.

– Sem querer ser rude, mas não estava falando com a senhora. – respondeu a raposa e virou seu olhar para Edmundo, que arregalou os olhos.

A Feiticeira foi à frente e apontou seu cajado para a raposa.

– Aonde os humanos foram? – perguntou rispidamente.

Quando a raposa ficou calada, a Feiticeira foi à frente e levantou o cajado, mas Edmundo se pôs entre eles, tentando salvar a criatura.

– Espere! Não! – gritou. – Não. O castor me falou de uma Mesa de Pedra. Que Aslam tinha um exército lá.

– Um exército? – perguntou a Feiticeira.

Ela olhou para a raposa. Quando Edmundo a olhou também, a raposa abaixou a cabeça decepcionada.

– Obrigada, Edmundo. – disse a Feiticeira. – Foi bom esta criatura ter visto um pouco de honestidade... Antes de morrer!

E a transformou em pedra, enquanto Edmundo gritava um belo e sonoro “não”. A Feiticeira se virou para Edmundo e deu um tapa em sua cara. Logo depois ela colocou a mão no ombro dele.

– Decida logo de que lado está, Edmundo. Do meu... – segurou o rosto do menino, vendo os olhos dele marejados, e o obrigou a olhar para o animal petrificado. – ou do deles.

– Droga, ele não devia ter falado! - exclamou Pedro, irritado, assim que o feitiço foi desfeito.

– Ei, calma. - instruiu Selene. - Ele teria dito de qualquer maneira, o único jeito de não ser morto era soltar algumas informações.

– Como sabe? - perguntou Susana.

– Acho que se esqueceu que sou irmã dessa cobra. - respondeu Selene, com um sorriso sarcástico. - Aliás, ela saberia mais cedo ou mais tarde. A guerra será inevitável.

– Então o que faremos? - perguntou Lúcia.

– Continuamos. - disse Selene. - Pois ela já está perto.


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