Um Amor de Vampiro escrita por AnyRocha


Capítulo 3
Semente




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CAPÍTULO TRÊS: SEMENTE

PDV Bella

- Não é ninguém importante Ed, só um amigo! 
 
Segurei no seu braço tentando passar segurança. Ele me olhou nos olhos e quando eu pensei que havia conseguido, Jake parou na nossa frente. 
 
- Ei Bells, trouxe a família toda hoje? 
 
Ele disse de forma superior, me fazendo estranhar seu tom de voz. Antes que me virasse para encará-lo, Edward me puxou para trás, se posicionando em defesa, o que foi seguido por tio Emm e Jazz. 
 
Rosnados fortes surgiram  e nesta hora temi, havia fúria e ódio na expressão de todos eles, inclusive de Jacob. 
 
Na verdade, ele é o que aparentava ter mais ódio, me inclinei um pouco e percebi que Jake não estava mais sozinho, tinha se juntado a ele, Sam, Embry, Seth e sua irmã 'VacaLeah'. Todos com a mesma expressão. 
 
-Vamos Bells, não seja tão má educada, nos apresente. Estava ansioso para conhecer sua família. 
 
Eu estava surpresa com a forma desdenhosa que Jake falava, algo como uma provocação. 
 
- Para você, é Isabella, cachorro! 
 
- Edward, ele é meu amigo! 
 
Foi como se não tivesse dito nada, Edward não me olhou, concentrado nos passos que Jake deu em nossa direção. 
 
- Amigo Bells? Estou pensando em mudar isso na próxima festa! 
 
Ele terminou a frase passando um dedo sobre minha mão. E foi tudo muito rápido, Edward empurrou Jacob que voou para trás, e logo foi segurado por Emm e Jazz. Jake se levantou e voltou em nossa direção. 
 
- A garota é minha, seu sanguessuga nojento. 
 
- NÃO. A. TOQUE. DE. NOVO. 
 
- Não quer perder sua boneca de porcelana? 
 
- Toque, e será um cachorro morto. 
 
A voz de Edward era mortal. Conseguia sentir a veracidade de cada palavra pronunciada. O ódio estampado no seu semblante. 
 
- Encontramos o ponto fraco dos sugadores, Jake. 
 
A 'VacaLeah' disse rindo, enquanto Jake apenas confirmava com a cabeça. 
 
- É uma pena, que não pude nem brincar direito. 
 
Encarei incrédula o imbecil, que eu pensei estar apaixonada. Ele riu da minha expressão e balançou a cabeça. 
 
- Não acredito que pensou que seríamos um casal de namorados bonitinhos Bells. Isso é patético. Se bem que, eu até queria tirar umas casquinhas antes. 
 
Edward rosnou alto, e Jake, para minha total surpresa pulou em nossa direção, explodindo-se em um enorme lobo. Edward que já sabia de suas intenções, pulou juntamente. Os dois se chocaram no ar, caindo logo em seguida. Edward havia derrubado Jacob. No mesmo instante, outras explosões aconteceram, e haviam muitos lobos. Alice veio correndo em nossa direção e gritou: 
 
- James o escudo, AGORA! 
 
Um rapaz alto e loiro levantou os braços e fez um circulo com eles, estendendo algo totalmente invisível aos meus olhos. Fui brutalmente empurrada contra uma parede, e quando vi, era Alice que se mantinha à minha frente, em posição clara de defesa. Era impressionante a cena que se passava diante dos meus olhos, era como um filme de terror. Lobos do tamanho de cavalos, pulavam sobre vampiros, que os lançavam longe. Quando me foquei em quem era, vi o lobo, que sabia ser Jake, morder Edward. 
 
- EDWARD, NÃO!! ME SOLTE ALICE, EU PRECISO AJUDÁ-LO! 
 
- Você não pode fazer nada Bella. Por favor, me obedeça. Fique aqui. 
 
Eu não queria chorar, mas lágrimas escorriam pela minha face sem permissão. Uma dor e ódio percorriam meu corpo. Eu queria acabar com aquilo! Era minha culpa! Burra! Idiota. Imbecil. Meus soluços começaram a ficar altos, e Alice se virou para trás me abraçando. 
 
- Se acalme Bella,tudo vai ficar bem. Somos maioria, olhe, temos além dos seus três tios, Rosalie e James. E somos mais fortes. 
 
- Não Alice, é minha culpa... minha culpa... Eu fui tão burra. 
 
E foi nesta hora que ouvi um uivo agudo, ensurdecedor, meus olhos percorreram todo o lugar e me dei conta que os lobos não estavam mais ali, todos voltaram à forma humana, todos nus. Me foquei em Edward que estava sobre Jake, também nu. Seus lábios estavam cobertos de sangue e sua expressão dura. 
 
Jake estava morto? 
 
Coloquei as mãos sobre o rosto, tentando assimilar tudo que acontecera. Aquele Jake carinhoso, que tinha palavras doces e que havia me convencido que gostava de mim, era um lobo? E o pior, que odiava minha família vampira? Usava-me. Mas para que? Que mal os Cullens fizeram a eles? 
Eu estava com milhões de perguntas em mente, e minha vontade era de correr sem rumo, sem ninguém a minha volta. 
 
- Bella? 
 
- Oh, Edward! 
 
Corri e o abracei, me sentindo em casa em seus braços gélidos e duros como mármore. Lágrimas voltaram a preencher meu rosto, tão intensas quanto as outras. 
 
- Eu sinto muito minha menina, muito mesmo. 
 
- Me perdoe Ed, eu... não... sabia! 
 
Ele segurou meu rosto entre suas mãos e olhou fundo em meus olhos. 
 
- Você não é culpada Bella. Não é. 
 
Voltei a abraçá-lo forte, e por cima do seu ombro, meus olhos se voltaram à figura de Jake, ainda no chão. 
 
- Ele... Está morto? 
 
- Não, mesmo sendo essa minha vontade. Mas não quero começar uma guerra com os Quileutes, não quando a tem como alvo. 
 
Edward me beijou na testa e ainda com seus braços me envolvendo, se virou para Alice. 
 
- Seus pensamentos estão confusos, Alice. Por favor, explique sobre o escudo. 
 
- James, é meu primo por consideração. E assim como eu, que prevejo o futuro e você que lê mentes, ele expele um escudo que nos torna invisíveis e tudo que acontece dentro do escudo é inaudível aos que estão fora. 
 
- Então ninguém nos viu? 
 
- Não. 
 
Edward olhou ao redor e eu o segui. Realmente, parecia que os estudantes estavam alheios a nós, como se não estivéssemos ali. 
 
- Bells!! 
 
Tio Emm veio e me levantou do chão e me apertou num abraço. 
 
- Nunca mais o Tio Emm vai deixar um cachorro chegar perto de você pequena. Nunca! 
 
- Estou bem Tio Emm, obrigada. E me perdoe... Eu realmente não sabia. 
 
- Não se culpe Bells, vamos culpar o vira - lata. A propósito, que mau gosto hein? 
 
- Ahhh Tio, não começa. 
 
Ele me soltou no chão rindo como um urso, só ele mesmo para fazer piada a essa altura. 
 
- Onde está aquele seu primo Alice? E Rosalie? 
 
- Eles foram avisar minha família Bella. Vocês podem ir que cuidaremos de tudo aqui. 
 
Edward me apertou mais em seus braços, como se estivesse me protegendo de algo. Todos olharam para o mesmo lugar e eu segui seus olhos, Jacob havia acordado. 
 
- Edward, melhor você levar a Bells, vamos cuidar deles. 
 
- Não Emmett, eu ficarei com vocês, Alice levará Bella. 
 
Alice fechou os olhos, se concentrou em algo, e todos a observamos. Sua expressão mudou-se para uma mais relaxada. 
 
- Edward, eu acho melhor você ir com Bella, e Emmett também. As coisas aqui serão resolvidas pacificamente, eu não vejo os lobisomens nos atacar, Carlisle estará aqui em alguns minutos e nos ajudará, os lembrará do acordo. 
 
- Que acordo? 
 
Tio Emmett perguntou, antes que pudesse questionar também. Mas quem respondeu não foi Alice e sim Edward, obviamente lendo a resposta na mente de Alice. 
 
- A família de Alice, fez o acordo de não caçar próximo a La Push, lugar onde os lobos vivem, e nem matar qualquer ser humano. 
 
- E eles quebraram o acordo? 
 
Edward permaneceu calado, e pensativo, ainda olhando a figura de Jake, que estava ajoelhado no chão. Alice se pronunciou e respondeu ao Emmett. 
 
- Não quebramos, por isso não estão atrás de nós. Eles querem vocês, e usaram Bella para isso. 
 
Claro! Meus tios não sabiam do acordo, e caçam como vampiros comuns. Caçavam humanos. Jake me queria para matar minha família. Minha vontade foi de gritar um palavrão bem caprichado, ou de arrancar os cabelos. Edward me puxou em direção ao carro. 
 
- Vamos embora, os pensamentos de Jacob estão todos centrados em você. E acredite Bella, não é algo como filmes de terror, é bem pior. 
- Espere Edward, eu vou junto. Vamos Jasper? 
 
Emmett se virou para Tio Jazz, que encarava a cena petrificado. 
 
- Vão sem mim, e fiquem com Bella. Estarei aqui, para ajudar com os ânimos. 
 
Edward me colocou no banco de trás do carro e entrou no lado do motorista, seguido por Tio Emm, que se sentou ao seu lado, no passageiro. O clima estava mesmo pesado, ambos pensativos e quietos durante todo o caminho, até que quebrando o silêncio, perguntei: 
 
- Nós vamos ter que ir embora? 
- Não Bells, não vamos. Eles não são donos daqui, e se eles quiserem uma guerra , eles terão. 
 
Emmett dizia entre dentes, com a raiva e ódio exposto. Se eu tive medo na hora que eles brigavam com Jacob e seu bando, imagine agora que ele falava sobre guerra! Céus, eu não queria nada disso, eu queria minha família inteira, juntos e felizes, como sempre. E se para isso eu precisasse enfrentar um lobisomem idiota chamado Jacob Black, eu enfrentaria sozinha. 
 
- Emmett, nós temos Bella agora. E como você mesmo viu, eles sabem onde nos atingir, não podemos nos precipitar, Não haverá guerra! 
- Ed, eu posso falar com Jake, talvez ele me ouça, e veja que vocês não são ruins! 
 
Minha frase pareceu ser o freio do carro, pois este parou bruscamente, Edward se virou para trás e com um olhar totalmente de reprovação disse me apontando o dedo: 
 
- VOCÊ NÃO VAI CHEGAR PERTO DAQUELE CACHORRO, NUNCA MAIS! ENTENDEU ISABELLA? 
- Sim Edward, mas... 
- Apenas me obedeça. 
 
Ele colocou o carro em movimento novamente e sem mais nenhuma palavra, fomos para casa.

 
[...] 
 
Eu estava no meu quarto, quando ouvi tio Jazz chegar, desci correndo encontrando todos na sala. 
 
- Bells, você está bem pequena? 
- Estou sim tio Jazz, e então? O que aconteceu lá? 
- Carlisle, pai, por assim dizer, de Alice, conversou com os anciões Quileute. Fizeram um novo acordo, e para isso, quando formos caçar, teremos que sair da cidade, nem em cidade vizinhas poderemos ir. 
- É um problema a menos né? 
- É sim Bells, por enquanto, os lobisomens ficaram na deles. 
 
Fui até o sofá e me sentei, deitando a cabeça para trás, em reflexo do alivio. Foram quantas descobertas por hoje? Primeira: Alice era uma vampira, Segunda: Jake era um lobisomem e terceira: ele me queria como instrumento para chegar até meus tios. 
Tem sorte melhor que a minha? Calma, que tem mais... O pior é que eu estava disposta a dar meu primeiro beijo em um Lobisomem! Argh, ew!!! 
 
- Mas que pitelzinho, heim Jazz? 
- Cala a boca Emmett!! 
 
Olhei para meus tios questionando a conversa totalmente estranha! Tio Emm riu alto vendo minha cara e prontamente me explicou. 
 
- O Jazz está dando uns 'pegas' em Alice, Bells. 
- O quê? 
 
Opa. Mas um item de descobertas do dia? 
 
- Não é bem assim Bella, na verdade, tanto eu, quanto ela, sabemos que somos um do outro. Eu sei pelo que ela sente, e ela pelo que prevê. 
- Uau Tio Jazz, parabéns. Ela é muito bonita e legal também, tem meu apoio total. 
 
Meu tio sorriu e sentou ao meu lado me fazendo cafuné. 
 
- Não sabe como fico feliz que aprove Bells, eu tenho certeza que meu futuro é com Alice. 
- Porque não damos um jantar e vocês oficializam o namoro? 
 
Dessa vez, os três explodiram em uma gargalhada. 
 
- E o que pretende oferecer no jantar, para a namorada vampira do seu tio Bells, frango assado? 
- Ops. Esqueci que ela é como vocês. Eu ainda não me acostumei, ok? 
 
Ed ainda rindo, chegou próximo a mim e segurou forte minha mão. 
 
- Acho que alguém aqui, precisa descansar um pouco. 
- Não quero Ed. Se dormir agora, vou ter pesadelos. 
 
Ele me puxou para si, depositando um beijo na minha testa. 
 
- Então vamos, vou te mostrar um lugar que conheci. 
- Posso ir também? 
- Não Emmet! 
- Droga... 
 
Não tinha como não rir, com a cara de criança aborrecida que o Tio Emm fez. Me estiquei para lhe beijar a bochecha, sem sucesso, ele então cedeu e abaixou um pouquinho. 
 
- Nós já voltamos tio Emm, ai podemos jogar um xadrez, que tal? 
- Hum, estou cansado de ganhar de você. Vamos treinar uma luta quando você chegar. 
- Você não é louco Emmett. 
- Ela está bem grandinha pra isso Edward, mas pode deixar, ela saíra inteira. 
 
Ele disse isso estralando os ossos do pescoço, fez com que um arrepio subisse pela minha coluna. Eu poderia sair viva, mas com certeza hematomas estariam distribuídos pelo corpo todo. 
 
- Eu vou sair também, me encontrar com Alice. 
- Traga ela hoje à noite tio Jazz, sem jantar, claro. Podemos apenas conversar. 
- É contra as regras trazer qualquer mulher para casa, Bella. 
- Edward, eu já cresci, isso não é mais necessário. Não com Alice, que já conheço. E é algo sério. 
- Ainda sim, regras, são regras! 
 
Cruzei meus braços e bati o pé no chão, com uma atitude totalmente teimosa. 
 
- Eu quero que a ‘MINHA AMIGA frequente a minha! 
- Se é algo sério como parece Edward, acho que Bella tem razão. Por mim, Jasper pode trazer Alice. 
- Isso, eu também não tenho nada contra. 
 
Edward arqueou a sobrancelha pra mim e se virou para tio Jazz que sorriu abertamente. 
 
- Se eles estão de acordo, eu não irei questiona. Ter Alice por perto, será muito bom. 
 
Ele suspirou vencido. 
 
- Ok, acho que a minha opinião não vai fazer diferença alguma. Vamos Bella? 
- Vamos! Tchau Tio Emm, tchau tio Jazz, traga Alice hoje, viu? 
 
PDV Edward Cullen. 
 
Havia sido uma manhã tenebrosa. Saber que um lobisomem esteve assim, tão próximo a Bells, usá-la para chegar até nós... Eu precisava de silêncio, e nada melhor que esta clareira, um lugar ideal para colocar meus pensamentos em ordem, sem ter mais nenhum outro dentro da minha cabeça. E Bella comigo, era ainda melhor, seu silêncio mental, era precioso nesse momento, só neste, por que e tantos outros, eu queria saber o que se passava dentro desta mente. O que era tudo aquilo em relação ao lobo. 
A puxei para sentar e a observei, circulei meu dedo em seu rosto. Tão frágil. 
 
- Eu encontrei esta clareira à uma semana e passei a vir aqui, enquanto você estava em aula. 
[...] 
 
Nós ficamos um bom tempo assim, eu deitado sobre a grama e Bella me observando, ora me tocava, ora me apertava. Sempre com um sorriso no rosto. Até que em um momento ela ficou séria, e se deitou ao meu lado, me virei para encará-la e ela fez o mesmo. Ficamos assim por alguns instantes, apenas nos memorizando cada detalhe da face um do outro. Bella respirou fundo. 
 
- Acha que um dia encontrarei alguém, Ed? Que me ame como mulher? 
- Eu espero que não, ou será mais um que tentarei matar. 
 
Eu disse divertido e ela me deu um soco no ombro, rindo de mim. 
 
- Estou falando sério, tenho medo de ficar velha e sozinha.  
 
Ficar velha.... velha... velha... 
A palavra começou a passar repetidamente na minha cabeça. Sim, Bella ficaria velha... ela... morreria! Me virei por cima dela e a abracei, forte. Ela nos meus braços estaria protegida de qualquer perigo físico, mas não de envelhecer, não disso que os humanos estão sujeito. Ela estranhou minha atitude, mas me abraçou em seguida. 
Me aproximei de seu ouvido, sentindo um cheiro, além do que sempre senti. Hoje era diferente, e aquilo fez uma corrente elétrica passar por todo meu corpo, suspirei, o que foi repetido por Bella, mas com dificuldade. 
 
- Você nunca ficará sozinha princesa. Estarei sempre aqui. 
 
Eu levantei o rosto para encará-la e ela me olhava com intensidade, me perdi nos seus olhos, como sempre. Sorrindo ela ergueu um pouco a cabeça e tão rápido que não pude perceber sua intenção, ela me deu um selinho. Eu de imediato me levantei, assustado. Ela ainda me olhando soltou uma gargalhada. 
 
- Que isso Ed? Até parece que mordi você. 
- Você... VOCÊ ME BEIJOU!
- Nem foi um beijo de verdade Ed, eu só fiz isso porque.... hum... queria saber como é. E como seria hoje meu primeiro beijo, e não deu certo. Eu pensei que... 
- Isso foi ERRADO, Bella! 
 
Eu fiquei de pé furioso, ela era como uma irmã, sobrinha, sei lá. Isso não existia, era um incesto! Ela se levantou devagar, olhando para o chão e totalmente vermelha. 
 
- Me perdoe, eu não fiz por mal. Eu só queria saber como é... 
- Bastava me perguntar Bella. 
- Não seria a mesma coisa! 
- Pode acreditar que seria melhor que isso, esse selinho não passa nem 1% do que é um beijo de verdade. 
- Então como é um beijo de verdade Edward? Me diga! 
- Não tem como explicar... somente, sentir. 
 
Ela abaixou os olhos e mexeu os pés... como se hesitasse em dizer algo. Esperei e ela me olhou novamente mordendo os lábios. 
 
- Me mostre como é... por favor. 
- Não! 
- Eu juro que não direi à ninguém, só me mostre. 
- Bella isso não é certo, pare! 
 
Ela se aproximou de mim, e com seus dedos foi fazendo um caminho desde o início do meu braço até o meu ombro, e quando chegou, ficou nas pontas dos pés e me cochichou: 
 
- Seja o primeiro a me beijar, Ed. 
 
Aquilo não deveria acontecer... mas sua voz estava rouca, e aquilo não parecia qualquer outra coisa, a não ser, desejo. Por mim? Balancei a cabeça tentando raciocinar, sem sucesso. 
A segurei pelos ombros e olhando fundo em seus olhos, percebi que ela estava mesmo falando sério, ela queria que eu a beijasse. Milhões de prós e contras, passaram em minha mente, e apenas um restou: Que mal há nisso? Não éramos mesmo parentes, apesar da ligação emocional, e se ela queria, eu seria mesmo o melhor para ela. Pelo menos não precisaria me preocupar com esses imbecis aproveitadores que a rodeavam. 
Levantei minha mão até seu rosto, e os segurei. Bella respirou fundo... 
 
- Feche os olhos pequena, e faça como eu. 
 
Lentamente, encostei meus lábios nos seus, sentindo emanar de seu corpo um calor desconhecido, que me agradou, que despertou desejo. Eu  abracei Bella,em reflexo,ela levou suas mãos aos meus cabelos.

Ainda sem iniciar o beijo, senti Bella tremer. Com meus lábios grudados murmurei: 
 
- Será como nenhum outro que você experimentar. 
 
Ela gemeu baixinho como se concordasse. E sem mais, aprofundei o beijo. Bella timidamente encostou sua língua na minha, e só com esse toque, um calor irracional percorreu meu corpo me fazendo gemer. Comecei a explorar cada milímetro da sua boca,acariciando sua língua com a minha. Ela passou a imitar meus movimentos, e logo o beijo estava tão urgente e possesso ,como nenhum outro que eu tenha experimentado. A cada segundo do beijo, eu queria mais. Seu gosto era o mais saboroso que já experimentara. Percebi que Bella estava ficando sem fôlego, e eu sob protestos, fui terminando o beijo, para depois distribuir por todo seu rosto, testa, bochechas, a ponta do nariz e encerrando com um selinho nos lábios. Abri meus olhos, e constatei que ela continuava com os seus fechados. 
 
- Bella, abra os olhos! 
 
Ela abriu, sorrindo lindamente. Retribui o sorriso. 
 
- Uau! Hum... isso... foi... bom. 
- Sim. 
- Você gostou? Acha que fui ruim? Eu não imitei certo? Céus, Edward, me diga!! 
- Você foi maravilhosa Bella. 
 
Ela respirou aliviada e me olhou arteira. 
 
- Podemos repetir? 
 
Meu corpo respondeu afirmando, querendo mais, coisa que não foi seguida pela minha consciência. Que dizia o contrário, sendo coerente. 
 
- Não Bella. Agora chega! 
 
Ela bufou e se sentou novamente. 
 
- O que foi? Vamos embora. 
- Quero ficar mais um pouco. Podemos? 
 
Ela fez cara de cachorro pidão e começou a enrolar seus cabelos com o dedo. Vencido, me sentei ao seu lado. 
 
- Eu definitivamente, não ficarei sozinha. 
- Do que está falando? 
 
Ela se deitou e balançou os pés para cima. 
 
- Ed, depois desta descoberta, eu vou pegar GERAL! 
 
Meu DEUS! Ela falando assim, era uma réplica de Emmett, e isso era preocupante. Me deitei ao seu lado sério, e a virei para que me encarasse. 
 
- Bella, nem todos os beijos são assim... bons. 
- Ow Edward, você é convencido hein? 
- Eu não estou dizendo isso Bella, quero dizer que você ainda tem muito o que aprender, para começar a 'pegar geral', como você mesma diz. 
 
Ela arregalou os olhos e sorriu maliciosa. Se levantou rápida, sentou-se por cima de mim, colocando uma perna para cada lado do meu corpo e suas mão abertas no meu peito. 
 
- Então me ensine tudo Edward. 
 
MORRI. 
 
Meu corpo respondeu automaticamente, e me condenei por isso. Eu praticamente arranquei Bella de cima de mim. 
 
- Você está ficando louca Bella? Somos parentes. 
- Não somos não! 
 
O que? Ela havia ficado teimosa e respondona ao mesmo tempo? 
 
- Levante-se Bella. Vamos embora agora. 
 
Ela se levantou batendo os pés e com cara emburrada. 
 
- Eu tenho quem possa me ensinar, ok? 
- Quem? Seu amigo cachorro? Bella você é uma criança! Não soube escolher nem o primeiro namorado. 
 
Instantaneamente Bella murchou, e a culpa me atingiu de imediato. Me aproximei dela, e toquei sua face. 
 
- Me perdoe, eu não quis dizer isso. 
 
Ela desviou do meu toque e começou a andar para fora do centro da clareira. 
 
- Mas é verdade, eu sei que é. Vamos embora? Estou cansada.

Eu sabia que se dissesse mais alguma coisa, iria somente piorar situação. Concordei com a cabeça e segui em direção a ela.

- Suba.

Me inclinei, e Bella subiu nas minhas costas em silêncio, evitando todo contato que não fosse mais que o necessário.
Comecei a correr, e ela não colocou seu rosto no vão de meu pescoço, como sempre fez, apenas o manteve erguido e longe do meu.
Uma sensação de vazio se apossou de mim, e por mais que quisesse abraça-la e perdir perdão, não ousei correr o risco de causar outro desentendimento.
Corri em silêncio, e Bella permanecia quieta, calada, eu só ouvia sua respiração descompassada, por causa da velocidade. Era um silêncio perturbador, e mesmo com minha rapidez, o caminho parecia se estender e não ter fim. Tudo se passava lentamente.
Quando enfim chegamos, desci Bella das minhas costas, me virando para encará-la.

- Me perdoe, eu... disse sem pensar. Fui um grosso com você.

Sorrindo carinhosamente ela afagou meu rosto. Neste simples toque, lembrei da sensação surreal que senti ao beijá-la, eu diria mais que surreal, se escontrasse palavras para tal momento. E por mais irracional que fosse, eu queria mais.
O desejo se intensificou quando Bella mordeu os lábios e olhou dentro do meu olhos. O chão desapareceu, não havia nada e ninguém ao nosso redor, só havia eu e Bella. Numa atitude impensada e tomado por impulso, repousei lentamente meus lábios nos seus, me deixando saborear do maravilhoso gosto de seus lábios, sua maciez, mesmo não me satisfazendo por completo, era prazeroso demais senti-los nos meus.
Sem mais delongas, decidi por aprofundar o beijo.

- Bella? Edward?

A voz veio como num sussuro. Eu e Bella nos separamos abruptamente, olhando para a figura diante de nós.

 

 

[...]

 

 


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