Red [Hiatus Permanente] escrita por Tereza Magda


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!



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All Too Well — Tudo Muito Bem

Eu entrei pela porta com você

O ar estava frio, mas alguma coisa fez me sentir em casa

Eu esqueci meu lenço na casa da sua irmã

E você ainda o tem na sua gaveta mesmo agora



Oh a sua doce disposição

E meu olhar sonhador

Estamos cantando no carro, nos perdendo no interior

As folhas do outono estão caindo como pedaços em seu lugar

E eu ainda consigo lembrar perfeitamente

E eu sei que já faz tempo e que a magia não está mais aqui

E pode ser que isso seja normal, mas eu não estou nem um pouco bem com isso



Porque cá estamos de novo na rua dessa cidadezinha

Você quase passou o sinal vermelho porque estava olhando pra mim

O vento no meu cabelo, eu estava lá, eu me lembro muito bem



Porta-retrato do meu lado

As suas bochechas estão ficando vermelhas

Você costumava ser uma criança com óculos em uma cama de solteiro

E sua mãe está me contando historias sobre você na liga infantil de baseball

Você me conta sobre seu passado pensando que seu futuro era eu



Eu sei que já faz tempo e que não havia nada mais que eu pudesse fazer

Eu esqueço você o suficiente pra esquecer o porquê de eu precisar te esquecer



Porque cá estamos nós de novo no meio da noite

Dançando pela cozinha na luz da geladeira

No andar de baixo, eu estava lá, eu me lembro muito bem



E talvez nós nos percamos na tradução

Talvez eu tenha pedido demais

Mas talvez isso fosse uma obra prima

Até você rasgá-la

Correndo assustado, eu estava lá, eu me lembro muito bem



Hey, você me ligou de novo, só pra me quebrar como uma promessa

Tão casualmente cruel, em nome de ser honesto

Eu sou um pedaço de papel amassado, jogado

Porque eu me lembro de tudo, tudo, tudo muito bem



É como se o tempo não passasse e eu estivesse paralisada

Eu gostaria de ser eu mesma de novo

Mas ainda estou tentando me achar

Depois dos dias de camisa xadrez e noites em que você me fazia sua

Agora você envia minhas coisas e eu volto pra casa sozinha

Mas você guardou o meu lenço, daquela primeira semana

Porque te lembra de inocência e tem meu cheiro

Você não consegue jogá-lo fora porque você se lembra de tudo muito bem



Porque cá estamos nós de novo, quando eu te amava tanto

Antes de você perder a única coisa real que você já teve

Foi lá, eu estava lá, eu me lembro muito bem



O vento nos meus cabelos, você estava lá e se lembra muito bem

Na cozinha, você estava lá e se lembra muito bem

Foi lá, eu estava lá e me lembro de tudo muito bem

— Prim, eu continuo sem entender álgebra — falei frustrada. Não era a primeira, nem a segunda vez que eu tinha que passar as minhas tardes de sábado do verão enfiada na casa de minha melhor amiga estudando.

— Você precisa se concentrar, Kat — Prim suspirou jogando para trás seus belos cabelos loiros. — Eu tive uma ideia: acho que vou pedir ao Peeta para ajudá-la com matemática.

— Prim, não quero atrapalhar seu irmão — retruquei convicta. — Vamos continuar aqui estudando só nós duas, ok?

— Katniss, o Peeta é fera em álgebra — Prim replicou. — Ele deve estar no quarto dele sem fazer nada, aposto! Não vai ser incômodo algum. Você não pode tirar outro D, eu não sei ensinar e o Peeta está pronto para ir para a faculdade de matemática. Ele ficará feliz em ajudar.

Dito isso, a garota saiu do quarto e foi até o do irmão dois anos mais velho. Pude ouvir as batidas na porta de onde estava.

— Peeta! — disse após três batidinhas.

— Espero que seja importante, Primrose — o garoto disse após abrir a porta.

— Preciso que ajude Katniss a estudar álgebra.

— Nem pensar — ouvi-o dizer sem ao menos parar para pensar. Minhas bochechas coraram.

Droga, Prim! Está me fazendo parecer uma boba na frente do seu irmão!, pensei irritada.

— Qual é, Peeta, você não quer ser professor? Por favor?

Peeta suspirou — Traga-a aqui. Vou fazer o máximo para ajudá-la, mas não estou prometendo nada. E você fica me devendo uma.

— É por isso que você é o melhor irmão do mundo! — Prim disse antes de dar um beijo na bochecha do irmão.

Ela voltou ao quarto correndo.

— Vai! Ele já deve estar pegando alguns livros antigos na gaveta. Está te esperando.

Eu juntei meus livros e cadernos e os tirei da cama de Prim. Andei até o quarto de Peeta com o coração acelerado.

Que droga Prim fez? Será que ela não percebe que eu gosto do irmão dela?

Bati duas vezes na porta de Peeta timidamente.

— Entra, Katniss. Está aberto.

Eu girei a maçaneta e entrei no quarto de Peeta pela primeira vez na minha vida.

As paredes eram azuis e cobertas por vários desenhos incríveis. Mas sempre paisagens, ou natureza morta. Pelo visto Peeta nunca tivera um modelo.

— Não sabia que você desenhava.

— Você não sabe de muitas coisas ao meu respeito — ele disse dando de ombros. — Senta aí.

— Obrigada — falei e sentei em uma das cadeiras que estavam de frente à mesinha de estudos de Peeta. Ele sentou ao meu lado e colocou alguns livros antigos sobre a mesa.

— Então — ele começou —, ouvi dizer que está com dificuldade em álgebra.

— É algo impossível para mim — falei rindo um pouco.

— Para compreender matemática, é preciso primeiro aceitar que não é algo impossível. A matemática é linda. Certa, precisa. Com ela não há erros, ou segundas opções — ele sorriu piscando o olho azul. — Não é ótimo quando você passa vários minutos resolvendo uma enorme equação e enfim chega ao resultado?

— Acho que sim.

— Esse é o espírito. Por onde começamos?

— Que tal do começo?

— Certo — ele abriu um caderno e me pediu para fazer o mesmo.

Após mais de duas horas, Peeta enfim parou de falar.

— Você deve estar cansada. Acho que chega por hoje.

— Obrigada, Peeta — falei com um sorriso. — Eu nem sei o que faria sem essa ajuda.

— Não foi nada. A que horas você vem amanhã?

— Como?

— Amanhã. Para continuar de onde paramos. A que horas vem?

— Peeta, não quero tomar mais o seu tempo. Sei que precisa ajeitar as coisas para a faculdade e...

— Não seja boba. Eu gostei de ajudar. Pode vir a hora que quiser, terei o dia livre.

E assim por todo o mês antes de Peeta ir para a Universidade Columbia, ele me ensinou todas as formas de álgebra e chegou a adiantar o conteúdo do próximo ano.

— O que você e meu irmão tanto fazem? — perguntou-me uma vez Prim. Ela estava obviamente enciumada com a minha aproximação e de Peeta.

— Estamos estudando — dei de ombros. — Seu irmão é um ótimo professor.

Mas não era só isso. Após algumas semanas nós ficamos próximos. Realmente próximos. Estávamos nos relacionando secretamente.

Um dia, estávamos estudando notação algébrica quando eu desviei os olhos e vi um novo desenho na parede. Era eu. Tinha os olhos baixos como que olhando para os livros. A linha do nariz, meus lábios... Tudo era tão perfeito.

Peeta — sussurrei surpresa. — Sou eu?

Ele pareceu incomodado por alguns momentos. Suas bochechas coraram.

Sim.

É... é lindo.

A modelo ajudou muito nesse aspecto, para falar a verdade — lembro de ter pensado “ele quis dizer que sou bonita?”.

Eu o encarei por algum tempo totalmente desconcertada. E então Peeta me beijou.

Peeta era mais velho e irmão da minha melhor amiga. Ele estava prestes a ir para a faculdade e eu estava apenas completando a escola. Tudo estava errado, nós dois sabíamos muito bem disso.

Mas quisemos continuar.

Eu sabia que quanto mais longe isso fosse, pior seria no momento da partida. Mas todas as vezes que pensei em me separa de Peeta, a ideia me pareceu absurda.

Nós já tínhamos tudo combinado e acertado: Peeta partiria, mas continuaríamos namorando. Chegamos à conclusão de que se tentássemos realmente, poderia funcionar.

Tínhamos marcado um jantar com nossos pais e Prim. Contaríamos para todos sobre o nosso namoro.

O dia do jantar chegou acompanhado de muita ansiosidade. Eu nunca havia tido nenhum namorado, só alguns garotos aleatórios que nunca chegaram a ser apresentados aos meus pais.

No dia anterior, comprei um belo vestido de tule (http://mlb-s2-p.mlstatic.com/vestido-tule-transparente-sexy-cruz-importado-frete-gratis-2967-MLB4824082724_082013-F.jpg ) para usar na casa dos pais de Peeta. Os dois já me conheciam, claro, mas agora eu não era a “amiga da filha”, e sim a “namorada do filho”.

Passei horas secando o cabelo e fazendo uma maquiagem bonita combinando com a cor do vestido. Eu queria encantar aos pais de Peeta, mas também queria surpreendê-lo. Ele, que só me via de jeans e converse para tardes de estudo, agora brilharia os olhos ao me ver como uma garota deve estar: linda.

Quando papai enfim estacionou o carro em frente a casa de Peeta, senti meu coração acelerar um pouco.

Mamãe apertou a campainha e a Sra. Mellark veio atender a porta com um sorriso. Eu nunca gostei da mãe de Prim, pra falar a verdade, ela sempre me deu um pouco de medo. O Sr., Mellark, não, ele sempre foi muito simpático comigo.

— Boa noite, sejam bem-vindos — ela disse abrindo ainda mais o sorriso.

— Obrigada, Jannet — disse minha mãe, também com um sorriso.

Vi Prim e seu pai sentados no sofá quando entrei.

— Oi, Prim — falei.

— Oi, Kat — ela disse levantando-se para me abraçar.

— Então, vamos jantar? — perguntou sorrindo, o Sr. Mellark.

— Não devíamos esperar o Peeta? — perguntei.

— Ele não avisou a você? — o homem pareceu um pouco surpreso por um momento.

— O quê?

— Peeta quis organizar as coisas. Ele partiu esta manhã. Pediu que lhe entregasse isto — e tirou um bilhete dobrado várias vezes de dentro do bolso da camisa.

Naquele momento eu senti tudo e nada. Estendi a mão mecanicamente para pegar o papel.

Peeta havia partido.

— Eu... vou ao toalete, se me derem licença. Lavar as mãos antes do jantar.

Prim pareceu perceber que de uma hora para outra, eu tinha ficado tensa.

— Vou com você.

— Não é necessário. Volto logo.

Fiz o conhecido caminho até o banheiro e ao entrar, tranquei a porta. Sentei no tampo do sanitário e apertei o bilhete na mão fechando os olhos.

Finalmente criei coragem e desdobrei cuidadosamente o papel:

Katniss,

Primeiramente, eu sinto muito. Eu não consegui levar isso adiante. Estou prestes a ir para a faculdade. Seria errado deixá-la me esperando, enquanto eu conheço novas pessoas. Eu gosto de você e sei que não me perdoaria se fizesse algo que pudesse magoá-la. Verei novas garotas, Kat. Acho que devia fazer o mesmo. Hora ou outra acabaria, certamente. Que seja cedo, antes de algum de nós se machuque seriamente. Não me procure, é o melhor para nós dois; prometo que não a procurarei. Quero que seja muito feliz.

Espero que possa me perdoar.

Peeta

Respirei fundo. Aquilo não podia estar acontecendo. Não podia.

Ele nem ao menos se despediu! Será que tudo foi apenas uma brincadeira? Foi real pra mim!

Encarei meu reflexo no espelho e percebi que estava chorando.

Respirei fundo outra vez.

Lavei o rosto e desci.

— Me desculpem, eu não estou me sentindo muito bem. Importam-se se eu não jantasse com vocês?

A Sra. Mellark me olhou surpresa.

— Mas, querida, fiz meu bacalhau especial para vocês.

— Sinto muito, Sra. Mellark, de verdade. Fica para outro dia, está bem? Mamãe, papai, podem ficar. Eu pego um táxi.

— Katniss, você está bem? — Prim perguntou. — Quer que eu te leve em casa?

— Não, obrigada.

Ela estreitou os olhos azuis ­— iguais aos de Peeta.

— Então eu te acompanho até a porta.

— Está bem.

Prim me levou até a porta e fechou atrás de si.

— O que houve?

— Nada, sério. Só estou me sentindo um pouco mal.

— O que dizia no bilhete de Peeta?

Respirei fundo pela terceira vez e tentei manter a voz firme — Ele desculpou-se por cancelar as aulas de última hora. Não foi nada demais.

— De verdade?

Forcei um sorriso — Vou ficar bem quando estiver em casa deitadinha. Ok? Tchau.

Fui até a rua e liguei para uma central de táxi. Passei o endereço e logo um carro apareceu.

Dei o endereço de casa ao motorista e prometi a mim mesma nunca mais pensar em Peeta Mellark, ou que sequer ele existiu. Prometi que aquele nome seria tão vazio de significado em minha vida quanto as falsas promessas de Peeta. E chorei no carro, no caminho de casa, prometendo também que aquelas seriam as últimas lágrimas que eu derramaria por Peeta.

5 anos depois

Estava me preparando para entrar na sala do reitor da faculdade, quando ouvir meu celular tocar na bolsa.

Número desconhecido. Estranho.

— Alô, quem é?

— Katniss? Kat, é você?

Mesmo depois de tanto tempo reconheci a voz de imediato.

— Mellark.

Ele suspirou como se já esperasse pelo meu tom hostil — Me chame de Peeta, Kat. Por favor. Ao menos isso.

— Já deve saber que não tem o direito de me pedir nada. Não somos íntimos, nem amigos. Para você, sou Everdeen. E para mim, você é Mellark.

— Me desculpe.

— Eu devia imaginar, sabe? Que para você seria tão fácil quebrar a última promessa que me fez, quanto foi fácil quebrar as outras. Você prometeu nunca mais me procurar. Não torne a me ligar.

4 anos depois

Prim abriu a porta com um sorriso maior do que o rosto.

— Kat! Você veio!

Era a primeira vez que eu voltava à cidade desde que saíra para a faculdade. Eu me tornara uma médica de países pobre. Viajava o mundo salvando crianças africanas, cubanas e mexicanas como podia. O que mais me dava prazer no mundo é ver um sorriso ser aberto naqueles garotos com tão pouca oportunidade de sorrir.

— Eu prometi, não prometi? — Prim me fez sentar no sofá e logo a Sra. Mellark apareceu.

— Katniss! Há quanto tempo! — a mulher que eu tinha medo na adolescência desaparecera quase que completamente. Dera lugar a uma mulher que mais parecia aquelas simpatias que nos dá doces no Halloween.

— Sra. Mellark — falei abrindo um sorriso e dando um abraço na mulher.

— Sentem aí as duas que eu vou trazer um lanche! Coloquem o papo em dia, eu volto logo!

Ri um pouco para Prim e ela me puxou para o sofá.

— E aí, como você está?

— Estou bem! E você?

— Você sabe como estou, eu que não sei nada sobre sua vida! Pode começar! Como é, isso de viajar o mundo ajudando países carentes?

— Ah, Prim, é a melhor coisa do mundo... Aquelas criancinhas são tudo pra mim.

— Eu imagino. Você largou tudo para viajar para esses lugares tão distantes de casa... Mas e a sua vida pessoal? Tem algum namorado?

— Tive. Na faculdade. Um cara chamado Gale, não foi nada muito sério.

Tenho certeza que Prim perguntaria mais sobre Gale, mas a Sra. Mellark chegou — graças a Deus —, trazendo biscoitos caseiros e chá.

— Olhem o que eu trouxe! — ela disse estendendo um álbum grosso de fotografias. — Vocês cresceram tão rápido... Nem posso acreditar que Katniss é uma médica!

Vi as bochechas de Prim corarem ao ver que a primeira fotografia era ela ainda bebê tomando o seu primeiro banho.

— Mãe!

— Não seja boba, Primrose, você era um bebê encantador!

— Eu concordo com a sua mãe, Prim — ri. — Deixe-me ver melhor, Sra. Mellark.

A mulher me passou o álbum e eu fui virando página por página ouvindo histórias sobre a infância dos Mellark. Ela me contou sobre o primeiro dia de aula de Prim com riqueza de detalhes e da primeira vez que ela foi à praia.

Até que uma página eu não consegui virar, minha mão travou.

O cabelo loiro estava comprido, o rosto melado de sorvete de morango e os olhos azuis cobertos pelo boné de beisebol, mas eu o reconheci imediatamente. Peeta.

— Essa nós tiramos no primeiro jogo de Peeta na liga infantil. Ele era péssimo! — riu a Sra. Mellark. — Ficou chateadíssmo por ter perdido, mas o outro time era de garotos mais fortes. Então eu e Joseph compramos um sorvete para ele, e ele pareceu nem lembrar do jogo.

Meus olhos arderam e eu pisquei várias vezes.

— Eu tenho que ir, Sra. Mellark — falei fechando o livro de fotos. — Tenho que ver meus pais. Foi um prazer, obrigada pelos biscoitos.

Dei um abraço nas duas, vesti o casaco e saí.

Decidi andar um pouco para clarear as ideias. Eu pensava já ter esquecido Peeta, mas pelo visto...

Andava distraída pela calçada até que ouvi uma freada brusca e várias buzinas. Alguém cruzou o sinal vermelho e quase causou um acidente no trânsito.

Revirei os olhos. Pessoas como essa, são parte do motivo de eu precisar atender crianças atropeladas em Cuba.

Continuei andando até que senti uma mão segurar meu ombro. Virei o rosto e encarei os olhos que há quase dez anos não encarava.

Olhei para a rua. O carro que quase causara o acidente, fora o dele. Estava estacionado de qualquer jeito no meio da rua com a porta aberta.

— Você — falei.

Mas Peeta não me respondeu. Ele colocou a mão no bolso e tirou de dentro um velho lenço que eu prendia o cabelo, mas perdi e nunca o encontrei. Estava com ele todo o tempo.

— Acho que isso é meu — falei.

— Eu não consegui jogar fora, precisava te ver mais uma vez. Lembro de tudo muito bem, cada detalhe. Isso traz de volta a sua inocência. Tinha o seu cheiro — ele deu a volta em meu corpo e deu um laço com a fita na ponta da minha trança. — Agora tem de novo.

Não consegui evitar o sorriso — Você guardou.

— Assim como tudo sobre você.


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Notas finais do capítulo

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xoxo