Tronos de Fúria escrita por Phoenix M Marques W MWU 27
Notas iniciais do capítulo
Apresentando novos personagens, desbravando novos impérios.
Edição em 28.07.2024
Pela sétima vez, a Suécia tinha um monarca de nome Gustavo. Logo, seu título era Sua Majestade o rei Gustavo VII da Suécia.
Mas também era intitulado: Sua Majestade o rei Gustavo da Noruega; Sua Majestade o rei Gustavo da Dinamarca; Sua Majestade o rei Gustavo da Finlândia; Sua Majestade o rei Gustavo da Islândia.
Assim como seus parentes alemães e russos, o imperador sueco expandiu seus domínios sem o uso da força no continente europeu, tornando-se o monarca de toda a Escandinávia. O Rei do Norte também era o Chefe de Estado nas ilhas Faeroe e na Groenlândia, sendo, junto com Matt da Rússia, o imperador com mais territórios sob sua tutela no extremo norte, acima do Círculo Polar Ártico.
O mar Báltico tornou-se assim um lago de comunicação entre Suécia, Alemanha e Rússia. E desse “lago” a Suécia partiu para o mundo.
Ao mesmo tempo em que os russos ocupavam o Alasca e as ilhas Aleutas, os suecos partiram da Groenlândia para explorar o continente americano. Fazendo acordos com os indígenas, Gustavo tomou posse da grande faixa de terra que vai do rio Mississipi ao oceano Pacífico – o Oeste Americano. Os russos, porém, já ocupavam o litoral. Gustavo e Matt reuniram-se em São Petersburgo (Rússia), e definiram que a Rússia ficaria com a faixa litorânea (Óregon e Califórnia), enquanto a Suécia ocuparia o restante da região.
Os suecos não se cansaram e ocuparam a península da Baixa Califórnia. Atravessaram o golfo do México e conquistaram a Jamaica. Aventuraram-se no oceano Pacífico e ocuparam o Chile e suas ilhas (Juan Fernández, ilha de Páscoa etc.). A oeste dali ocuparam os arquipélagos de Nauru, Salomão, Tuvalu e Samoa Ocidental.
De volta ao Velho Mundo, foram ao Ártico e desbravaram as ilhas Svalbard. No Oriente Médio, Gustavo enviou seu exército para auxiliar a Rússia a expulsar piratas árabes do Iraque. O imperador mostrou-se interessado na região, e suas tropas ocuparam quase toda a península Arábica (Kuwait, Arábia Saudita, Bahrein, Qatar, Emirados Árabes e Omã). No extremo oriente, a Suécia foi ao Himalaia e conquistou o Tibete.
Na partilha da África, coube aos suecos o extremo sul do continente (África do Sul, Namíbia, Lesoto, Suazilândia e o estuário de Walvis Bay). Em todos os territórios Gustavo levou indústria e tecnologia, para promover o desenvolvimento das regiões. O governo sueco investiu em todas as áreas possíveis.
O imperador, que gostava de ser chamado de Guga, casou-se, antes de ser coroado, com Maílla Frair, filha do Duque Ligor de Ümea. Após a coroação, Maílla foi coroada Rainha. Era uma jovem alva, de olhos castanhos e longos cabelos negros, pontuados com mechas vermelhas. Tanto ela quanto o marido eram exemplos de saúde conservada; Guga tinha o cabelo castanho e ondulado que outrora era louro, e possuía olhos castanho-claros. Guga e Maílla tinham um filho, o príncipe Julio.
Por serem da mesma família, Daniel, Matt e Guga tinham livre acesso aos Impérios uns dos outros; concessão que não se estendia a outros imperadores (que deviam comunicar com antecedência suas visitas), mas os três ignoravam essa regra em favor dos amigos e aliados Thiago e Heriberto.
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As famílias reais da península Ibérica eram extremamente próximas. O monarca da Espanha, o rei Antonio, ofereceu a mão de sua filha, a princesa Luciana de Málaga, ao filho do rei Pedro VI de Portugal, o príncipe real Heriberto de Sagres, em casamento. A união matrimonial de Heriberto e Luciana fortaleceu os laços entre as coroas Portuguesa e Espanhola. Desse casamento, nasceram dois filhos: o mais velho chamou-se Thiago, Príncipe de Sagres e Málaga; e o mais novo recebeu o nome do pai, Heriberto II, Príncipe de Sagres e Málaga.
Houve uma invasão dos britânicos ao norte, pela posse da cidade de Gibraltar, e dos árabes do Marrocos ao sul. As duas coroas se uniram na guerra para expulsar os invasores, mas combatentes ingleses conseguiram matar o rei Antonio e o rei Pedro. Heriberto assumiu o trono de Portugal e o trono da Espanha, criando em convenção com os parlamentos das duas nações a União das Coroas Ibéricas ou União Ibérica. O novo rei expulsou os árabes e assinou um tratado de paz com a Inglaterra, que pagaria uma indenização em euros enquanto recebia em troca a posse de Gibraltar.
Já idoso, o rei chamou seus dois filhos e ordenou que dividissem o reino entre eles após sua morte. Thiago escolheu governar sobre Portugal e renunciou aos títulos espanhóis; Heriberto II fez o mesmo com seus títulos portugueses e ficou com o trono da Espanha. Com a morte do pai, os dois foram coroados imperadores, e a União Ibérica foi dissolvida.
Thiago também foi coroado imperador em Açores e na ilha da Madeira. Heriberto foi declarado monarca de Andorra. Casaram-se com primas: Thiago desposou Milene, filha do Conde de Barcelona, e Heriberto casou-se com Lisa, filha do Marquês de Coimbra. Ambos os imperadores eram descendentes de africanos, logo eram negros robustos. O mesmo ocorria com Lisa. Milene também descendia de negros, mas tinha a pele branca. Era considerada a mulher mais bonita da península Ibérica: seu cabelo negro era vastamente trançado e seus olhos eram acajus. A rainha Lisa não se importava de ficar em segundo plano, pois era uma grande amiga da rainha Milene. A beleza da rainha portuguesa obscurecia a beleza do marido.
Heriberto foi coroado imperador também nas ilhas Canárias, e deste arquipélago e dos vizinhos, ele e o irmão puderam planejar suas investidas imperialistas. A Espanha ocupou o Marrocos e o Saara Ocidental, vingando-se da guerra que provocara a morte do rei Antonio. Portugal conquistou o arquipélago de Cabo Verde e o território de Guiné-Bissau.
Ao sul, os portugueses ocuparam ainda as ilhas de São Tomé e Príncipe e a região de Guiné Equatorial. Na Ásia, Thiago conquistou para sua coroa a soberania sobre as regiões indianas de Goa, Damão e Diu. Os espanhóis atravessaram o Atlântico e conquistaram o território de Dominicana e as regiões da Nicarágua e da Costa Rica. Os mexicanos impediram que Heriberto enviasse forças para o norte do continente, mas o imperador viu seu exército conseguir a posse da Flórida. Em seguida, a Espanha ocupou Colômbia, Equador e Peru, além das ilhas Galápagos.
Heriberto e Thiago contaram com o apoio de Daniel, Gustavo e Matt em várias ocasiões, e não hesitaram em entrar para os Impérios da Espada.
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Os impérios da Espada precisavam urgentemente de uma reunião.
Os Primeiros-Ministros decidiram que a reunião ocorreria em Moscou. O gabinete de Matt foi limpo diversas vezes no dia anterior ao encontro.
Dan e Gustavo não demoraram a chegar. Estavam, pois, os três sentados à mesa do imperador russo. Mordomos estavam atentos para servi-los.
— Acho que é nossa primeira reunião, não é? – indagou Guga. Longe de holofotes, o tom dos imperadores era bastante informal. – Desde que criamos os Impérios da Espada.
— Sim – falou Dan. – Não podia haver ocasião melhor.
— Melhor? – disse Matt, erguendo as sobrancelhas e abrindo um sorriso irônico. – Estamos num momento de tensão, meu amigo. Não chamo isso de “ocasião melhor”.
Os três vestiam seus melhores ternos. Os de Dan e Gustavo eram pretos, mas o de Matt era azul-escuro. Como sempre.
— Como devem saber – prosseguiu o monarca russo -, estamos diante de uma situação delicada. Há outros imperadores que querem mostrar suas garras afoitas. Outros ameaçam a integridade de nosso continente e do mundo.
— Não sei o que pensar de muitos deles. – Dan passou a mão no queixo. – A Holanda é uma grande incógnita, mas não parece ser uma má pessoa. Filipe, da Inglaterra, é um dos que mais me preocupa.
— Aquela Rina é estranha – ponderou Guga. – Ainda bem que meu império não faz fronteira com a França. Azar o seu, Daniel. E ainda tem Luke, da Itália, e Isabella, da Suíça. Podem ser perigosos.
— Suíça. Itália. – Matt juntou as mãos e pousou-as sobre a mesa. – Não sei. Podíamos nos dar bem com eles.
— Ah, é? – comentou Guga. – E como?
Antes que Matt pudesse responder, um mordomo apareceu à porta e pigarreou.
— Vossa Majestade, alguém deseja entrar e falar com o senhor. – Ele parecia nervoso.
— São os imperadores Thiago e Heriberto? – indagou Matt. – Se forem...
— Não, senhor. – O mordomo limpou a testa do suor. – É Sua Alteza Real, a Princesa.
Matt separou as mãos e bufou. Dan e Guga riram baixinho um com o outro.
Os cinco imperadores da Espada eram casados na Igreja Católica. O Papa já havia, inclusive, abençoado as uniões de todos eles. Mas Daniel, Thiago, Guga e Heriberto haviam se casado antes de assumir o trono – o que, pelas leis da União Europeia, fazia com que as esposas dos imperadores fossem coroadas Rainhas. Mas com Matt foi diferente – ele se casou depois de ser coroado. Com isso, ele era o único imperador que era casado com uma princesa real.
Matt juntou todo o seu esforço para não suspirar e disse:
— Mande-a entrar.
— Com sua licença, senhores, vos anuncio Vossa Alteza Real, a Princesa...
— Thaila! – disse uma voz aguda. – Ande logo, eles já sabem!
As portas se abriram (o mordomo se afastou rapidamente).
A Princesa Thaila era uma linda moça morena, de olhos cor de mel, da família Katherine, filha do arquiduque de Odessa. Conheceu Matt na faculdade de História da Arte, mas só se casaram após a coroação do imperador. Sua grande meta era tornar-se Rainha, mas de acordo com as leis russas, só podia ser coroada se tivesse se casado com um príncipe – ou se recebesse o título depois de um grande ato de nobreza. Só o imperador podia revogar a lei – mas Matt não via razão para simplesmente coroar a esposa. Dizia que o nome Princesa trazia a ideia de juventude, ao contrário do nome Rainha. Mas Thaila não dava a mínima para isso. Mesmo com essas discussões, tinham um casamento estável. Tinham um filho, o príncipe Perseu.
A Princesa entrou na sala e postou-se ao lado do marido. Usava seu vestido verde estampado.
— Matt, eu estive pensando e...
— Thaila, não está vendo que estamos em reunião? – indagou Matt.
— Olá, Guga, olá, Daniel. Eu estive pensando, querido, e acho que não há ocasião mais oportuna para eu ser coroada do que...
— Isso de novo? Estamos num momento de tensão com os outros impérios e você fica pensando...
— Mas é justamente por isso! E se houver uma guerra e você e eu morrermos? Como fica o nosso filho?
— Thaila, por favor – pediu Matt. – Menos escândalo. Depois nós conversamos.
— Matt...
— É melhor você ir fazer companhia às outras rainhas. – Ele olhou para Dan e Guga, que assentiram.
Thaila bufou.
— Como se eu fosse uma rainha. – E ela saiu tempestuosa, pela porta, quase atropelando os mordomos.
Matt ergueu os olhos para o teto.
— Ah, meu Deus.
— Você podia resolver logo isso pra ela, sabe – afirmou Guga, sorrindo sem jeito. – Coitada.
— E depois, o que o parlamento e a população do império iam pensar da casa real? – rebateu Matt. – Vão me chamar de absolutista, anarquista e comunista. As outras Rainhas estão aí?
— Estão – responderam os outros dois.
— Menos mal – falou o russo, aliviado.
— Majestade – disse outro mordomo. – Os Imperadores acabam de chegar. Devo...?
— Sim, por favor, Cassius.
Os imperadores Heriberto e Thiago foram anunciados e entraram no gabinete.
— Agora que estamos todos aqui reunidos – disse Dan -, poderemos discutir os assuntos mais pertinentes de nossos impérios.
— E de fora deles – acrescentou Thiago. – Estamos de acordo, eu acho, que o perigo mora no estrangeiro.
— Nós falávamos dos imperadores europeus – disse Guga. – Alguns têm potencial para ameaçar nós cinco ao mesmo tempo.
— No oriente também há riscos – lembrou Matt. – Índia, China e Japão.
— Mas até agora não "hablamos" dos principais – refletiu Heriberto. – Os do Novo Mundo.
— Tem razão – disse Dan. – Eles estão sendo os primeiros a desafiar nossa autoridade.
— Acabo de me lembrar – disse Thiago. – Imperadores, eu e meu irmão recebemos um convite da Rainha da França, e recebemos a tarefa de repassá-lo a vocês.
— Um convite da França? – indagou Guga. – Para o quê?
— Uma reunião das Nações Unidas em Paris. – Heriberto coçou a cabeça. – A Rainha deseja promover uma conversa de paz com os outros impérios.
Matt olhou para Daniel, e os dois pensaram a mesma coisa.
— Nós iremos – afirmou o russo. – É uma chance de mostrar nossa determinação.
— Foi o que pensei – disse Thiago. – Não achei que fossem ignorar isso.
— Thiago, meu caro, tratando-se da integridade do mundo – ponderou Daniel -, nós nunca hesitaríamos.
O russo e o alemão se levantaram.
— Talvez seja melhor fazermos um pequeno discurso para a população – sugeriu Matt. – Avante, imperadores. Vamos buscar nossas esposas.
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Espaço para os reviews , meus caros!!! espero muitos!! kkk
Obrigado pela atenção e Boa leitura!!!