O Retorno - A Marca Negra Renasce (Hiatus) escrita por Laurent


Capítulo 22
A Refém


Notas iniciais do capítulo

Sim, mil desculpas por ficar tanto tempo sem postar. Mas aqui estou eu ashuashua. Espero que consigam acompanhar a história mesmo assim.



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A manhã estava pálida e calma, não dando qualquer indício do que iria acontecer. Parecia uma manhã como qualquer outra, daquelas em que nada de muito influente acontece. Mas, como todas as coisas inesperadas, a invasão ao Ministério ocorreria com extrema discrição. Era isso, ou tudo daria errado.

Liadan, Paige e Marshal, outrora membros de um grupo maior — composto por Ralph Lestrange, Orson Dolohov, Harold Greyback, Paige Malfoy e, ainda, Kenrick “Blackwood” Riddle — agora sentiam na pele o medo do que iriam fazer. Liadan, porém, tinha seu plano b, caso as coisas não corressem bem...

Mas Elora e Scabior não tinham. Na verdade, eles seriam apenas objetos de seu plano.

Eles que se fodam, pensou Liadan. Se eles morrerem, posso achar líderes muito mais competentes. Mas ela duvidava um pouco disso.

Mesmo assim, às 8:00h, estavam todos de pé, na sala comum da casa dos Lestrange, em frente à lareira conectada à rede de flu. Vestiam-se de forma diferente, parecendo-se mais com bruxos velhos e estúpidos do que adolescentes Comensais. Entretanto, ainda faltava o passo mais importante: a poção polissuco, que todos ainda beberiam...

— Depois que conseguirmos os fios de cabelo — ressaltou Liadan. — Cada um cuida da sua respectiva vítima. Conforme combinamos, Marshal, você será Zacarias Smith, e Elora, Susana Bones. E eu... — ela deu um sorrisinho provocante, como se aquilo fosse um pequeno desafio. — Serei Hermione Granger.

Os outros dois ficaram levemente relutantes quanto àquela afirmação. Não seria um pouco exagerado querer roubar um fio de cabelo de alguém tão importante no mundo bruxo como Hermione? Pelas informações do Profeta Diário, ela era esposa de Ronald Weasley, o auror que capturara Kenrick, e bastante próxima do chefe dos aurores — e assassino de Voldemort —, Harry Potter. Segundo algumas fontes, ela ajudara os amigos a matar o Lorde das Trevas, enquanto adolescentes. Não seria perigoso confrontá-la...?

— Claro que não — disse Liadan aos dois. — Aquela sangue-ruim merece morte, é o que eu acho. Se possível, posso até matá-la hoje. Adoraria ver a cara daquele seu maridinho ridículo ao vê-la morta.

Dizendo isso, os três pegaram um pouco de pó de flu de uma pequena tigela que havia ao lado da lareira. Um por um, entraram e disseram em voz alta: “Ministério da Magia”!

E rodopiaram no fogo.

***

Liadan não esperava que o Ministério estivesse tão cheio. O fluxo de pessoas indo e vindo pelo grandíssimo corredor de madeira escura era enorme. Bruxos chegavam e saíam a todo momento, e era muito difícil se locomover sem se perder no meio de toda aquela gente.

— Por aqui — disse ela, indicando uma brecha. Scabior e Elora a seguiram.

Ela teve a impressão de quem um homem estava encarando-a. Virou-se para ele. Não, talvez não estivesse. Agora ele olhava para outro grupo de bruxos.

Fique calma, ordenou a si mesma.

— Nunca encontraremos eles no meio dessa multidão — preocupou-se Elora. — Eu não sabia que esse lugar era tão vigiado...

— Cale a boca! — repreendeu Liadan. Com tanta proximidade, qualquer bruxo que estivesse perto poderia ouvi-los.

Finalmente, eles chegaram num espaço aberto, onde havia umas estátuas estranhas.

— O que faremos agora? — quis saber Scabior. Ele suava.

— Procurem seus alvos. — ordenou Liadan. — Vou encontrar aquela Granger maldita...

Antes que eles pudessem se dispersar, porém, outra vez Liadan sentiu que alguém estava olhando. Só que não apenas um homem.

Ela virou sua cabeça e encarou todo o espaço em sua volta. Havia quatro, cinco, dez homens olhando para eles agora. Muitas mulheres também começaram a olhar. Dessa vez, não desviaram os olhos.

— Tem alguma coisa errada — murmurou Liadan, o medo crescendo dentro de si. — Tem alguma coisa errada...

Plano b, plano b, plano b...

Ela colocou as mãos em concha e gritou:

— Criminosos! Aqui! Criminosos! Assassinos! Socorro! SOCORRO! — e indicava Scabior e Elora impacientemente. Os dois arregalaram os olhos e ficaram completamente brancos.

Um movimento rápido começou a surgir na multidão de bruxos. Os homens e mulheres que antes encaravam-nos agora corriam em meio aos outros com suas varinhas levantadas.

— Faça-me refém — murmurou ela a Scabior, sussurrando fervorosamente, antes que os bruxos chegassem. — Agora, faça-me refém.

— O quê? Eu não...

— Anda, seu garoto besta, faça-me refém agora. É parte do plano. Agora!

Marshal envolveu seu braço em volta do pescoço dela, apertando-o fortemente. Colocou a varinha na têmpora de Liadan e disse em voz alta:

— Ninguém chega perto! Ou mato ela!

Todos pararam.

— Não... se... movam — ameaçou Scabior. — Não ousem dar um passo sequer. Senão ela já era.

Um silêncio mortal se espalhou em camadas pelo Ministério. Todos estavam parados, os olhos grandes encarando Liadan, Marshal e Elora.

— Troque-me — sussurrou Liadan de novo, tomando cuidado para que ninguém além do seu grupo percebesse o que ela estava dizendo. — Faça uma troca...

Scabior compreendeu na hora.

— Deem-me Kenrick Riddle — anunciou ele, e todos fizeram um Oh! de espanto. — E eu não mato ela.

Um homem de cabelos negros, olhos verdes e óculos redondos saiu do meio da multidão.

Harry Potter encarou-os com uma feição cautelosa, mas ao mesmo tempo ameaçadora. Ao reconhecê-lo, Scabior tremeu. Até Liadan ficou amedrontada, mesmo que sentisse uma ardente sede de vingança dentro de si.

— Renda-se — disse ele. — Renda-se agora, e sua pena será menor.

Scabior engoliu em seco.

— Não fui claro? Eu quero Kenrick!

Potter assumiu um ar interrogativo.

— E posso saber por que o senhor quer vê-lo?

Não conte nada, pensou Liadan.

— Quieto... — murmurou ela bem baixinho. — Não fale.

— Isso não importa — disse Scabior. — O tempo está acabando. Já fiz minha proposta: ou vocês me entregam Kenrick Riddle, ou eu mato essa aqui.

Ele apertou a varinha, e Liadan fez uma careta para simular dor e sofrimento.

— Por favor — disse ela, ingênua. — Por favor, eu não quero morrer... não quero, não quero, não quero...

E, de repente, o olhar de Potter mudou, assumindo uma expressão de reconhecimento. Ele fixou seus olhos em Liadan, as sobrancelhas franzidas.

— Quem é você?

Ela se calou. Engoliu em seco, e depois disse:

— Meu nome é... Cassandra... Fairbanks.

Muitos que estavam na multidão em volta deles murmuraram: Quem é essa? Nunca ouvi falar...

— Fairbanks? — indagou Harry Potter.

— Sim... minha família é trouxa.

— Quantos anos a senhorita tem...?

— Dezessete — afirmou ela.

— Parem de falar — interveio Scabior, para o alívio de Liadan. — Isso não é um bate-papo. Parem.

— Ok — disse Potter. — Só me deixe fazer mais uma única pergunta, e aí sim eu lhe trago Kenrick. — ninguém disse nada. — Se tem mesmo dezessete anos, e as aulas em Hogwarts já começaram... o que faz aqui, srta. Fairbanks?

Liadan não tinha nenhuma resposta bolada. Engoliu em seco, e não disse nada.

— Peguem eles — gritou Harry. — São eles. Ela é a filha de Voldemort!

É isso. Paige Malfoy tinha contado tudo.

— Solte-me e corra — murmurou Liadan para Scabior.


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