– Excelente! Excelente, Renesmee! - Aro começou aos risos - Enfim você chegou a Volterra só com o seu cheiro! - continuou, andando de um lado para outro, ainda surpreso, mas recuperando a postura.

Não entendi o 'por que' da risada de Aro, ou melhor, ninguém entendeu. Estava mais do que claro que era por causa de Jacob, mas eu sabia exatamente que parte o divertia tanto. Ele ainda estava na minha frente, e além de mim, Demetri e Felix podiam ver sua expressão surpresa e... Digamos alegre. Os dois deviam estar tão surpresos quando eu, e com expressão curiosa, assim como os gêmeos e Caius, Marcus estava entendiado.

– Parece surpreso, irmão...

– Faz sentido, Caius. Eu estou surpreso.

Segurei o riso, ouvindo as risadinhas baixas de Alec e Jane. Pude jurar que vi Marcus com um sorriso, daqueles de quando você acha graça, mas não pode rir.

– Estamos todos curiosos, Mestre. E, desculpe-me pela ousadia... Mas acredito que todos nós queremos saber oque o divertiu tanto...

– Eu lhe desculpo pela ousadia, Demetri, mas acredito que a Srta. Cullen não gostaria de compartilhar suas lembranças com todos.

Ah, ele teve consideração! – pensei, aliviada, seja lá o que fosse, eu não gostaria de ter mostrado nem a ele.

Ele parou em minha frente novamente, senti que ele estava segurando o riso.

– Que bom que eu divirto você, Aro, mas... Por que...

– Por que você não vai ficar no seu quarto? - ele me interrompeu - Bom.. Minha querida... Estive pensando, e achei que você estaria mais segura se ficasse no mesmo quarto que seu mentor. - Fiz uma cara confusa.

O que? Porque? Tem alguém tentando me matar ou oque?– me perguntei mentalmente, e acho que Aro entendeu minha expressão, então mudou logo de assunto:

– Oh... Eu já estava quase esquecendo... - ele se pôs ao meu lado, olhando para Marcus, Caius e os gêmeos. Acompanhei seu olhar - Eu estava quase pedindo a Felix que fosse seu mentor novamente esse ano, mas me lembrei que todos os membros da alta guarda já lhe acompanharam pelo o menos uma vez... Exceto... - ele pousou o olhar nos irmãos Volturi - Os gêmeos.

– Ele vai!

– Ela vai!

Disseram eles, depois viraram um para o outro:

– Você vai! - disseram ao mesmo tempo novamente, começando uma pequena discussão, jogando na cara um do outro os favores que cada um devia, desde que nasceram. Não que eles não fossem meus amigos, mas nenhum deles gostava de ficar de babá.

Mas devo admitir que a discussão estava interessante, tão interessante que todos do salão estavam entretidos, mas Caius, não só estava entretido como se divertia, ao contrario de Marcus, que estava entendiado.

– Você tem preferencia? - perguntou-me Aro, sem tirar os olhos da briga dos dois.

– Não. - respondi, também com os olhos vidrados nos gêmeos.

Jane parecia estar perdendo, então ficou quieta por uns dois segundos, com expressão indignada, já seu irmão, estava quase sorrindo vitorioso. ''Quase''. Ele se virou para Aro, provavelmente iria dizer que a irmã que seria minha babá, foi quando caiu de joelhos, com as costas curvadas para trás.

– Alec disse que vai. - disse ela, olhando na direção de Aro, com um sorriso inocente, ainda usando seu dom no irmão.

– Disse mesmo, Alexander? - perguntou Caius, enquanto sorria maldosamente do sofrimento do garoto. Eu, pessoalmente, sempre odiei o jeito que aquele vampiro gostava de colocar lenha na fogueira.

– Sim, sim eu disse. - só ai que Jane parou de fazer o irmão sofrer, e em um piscar de olhos humanos, ele já estava do lado dela, intacto.

– Excelente! - Aro exclamou de felicidade, se dirigindo ao seu trono - Eu estava mesmo torcendo para você ser o mentor dela, Alexander. - disse, se sentando no trono, sem ver que Alec revirara os olhos.

– Aro, posso ir até o jardim enquanto levam minhas coisas ao quarto dele? - perguntei docemente

– Claro que pode, querida. - ele sorriu e eu retribui. Eu já estava quase saindo do salão, quando o ouvi continuar - Vá com ela, Alec. - parei de andar e quase olhei para trás, na esperança de ver a reação do meu 'mentor', mas ele já estava do meu lado (rapidinho ele, não?!).

**----**

Eu adorava o jardim dos Volturi. Era o lugar do castelo que eu mais gostava. Desde pequena, eu cuidava das rosas no meu tempo livre, já que em casa não tinha como cultivar plantas. Aquele lugar era enorme, ou, dava a impressão de ser, pois fazia fronteira com uma imensa floresta. Era dessa floresta que geralmente apareciam intrusos, tentando entrar no castelo dos Volturi, era raro algum conseguir chegar até o jardim, pois os guardas que sentiam o cheiro de longe, matavam os espertinhos na floresta mesmo. E não que só aparecessem vampiros por lá, as vezes um ou dois humanos se aventuravam, e lobisomens também eram corajosos, mas nenhum que se atrevia aparecia vivo no dia seguinte.

Mas só me lembrei disso porque senti o cheiro de lobisomem na floresta, o cheiro de Jacob, eu acho. Espera! Jacob?! O que ele faz aqui? Por que ele veio? Devia estar tentando suicídio. Alec pareceu perceber minha reação, também, não era pra menos, de sentada tranquila cuidando das rosas, agora eu estava de pé, com só uma na mão e olhando desesperadamente para a floresta.

– Também está sentindo o cheiro? - perguntou-me, me olhando um pouco surpreso.

– Sim, ele parece estar perto de mais... - respondi, calculando a distancia em que ele deveria estar.

– É... - ele disse, agora olhando para a floresta - Mas ele não vai muito longe. Três guardas já foram 'cuidar' dele. - assim que pronunciou essas palavras, espetei o dedo indicador direito em um dos espinhos da rosa.

Ele pegou minha mão rapidamente, vendo a pequena gotinha de sangue que saia do meu dedo, ficou hipnotizado, olhando para o liquido vermelho com os olhos brilhando de desejo, e para o meu azar, notei que seus olhos não estavam vermelhos-rubi e sim negros, ele deveria estar com sede. Depois de 10 segundos, ele retirou um pequeno lenço preto do bolso de seu uniforme e enfaixou o ponto que estava sangrando, notei que ele prendia a respiração.

– Há quanto tempo não se alimenta? - perguntei, observando meu dedo ser enfaixado.

– Uns dias... - ele terminou e olhou nos meus olhos castanhos - Por que se preocupa com um Volturi? - ele sorriu maliciosamente, devolvi com um sorriso cínico.

– Porque o Volturi– comecei - estava hipnotizado o meu sangue e... É meu amigo. - terminei, ele sorriu, mas começou a olhar um pouco desesperado para a floresta - O que aconteceu? - Eu não tinha os sentidos tão perfeitos como um vampiro.

– Parece que o lobo é bom.. - de repente, mudou a expressão desesperada para raiva - Por que não vai pra biblioteca enquanto eu resolvo isso? - ele ainda não me encarava, então ignorei a pergunta.

– Alec, se três vampiros bem alimentados não deram conta do recado, por que acha que você sozinho vai dar? - ele ainda não me olhava

– Por que eu tenho algo que os três vampiros bem alimentados não tem - deu um sorriso malicioso, mas se referia ao seu dom - Agora vá pro castelo.

Eu fingi que ia, e quando ele correu floresta a dentro, eu fui atrás. Eu tinha mesmo o sangue de Isabella Swan correndo em minhas veias.

Não demorei para achar Alec e o lobo Jacob, eles brigavam, como no meu sonho, mas o vampiro estava perdendo, o lobisomem devia ter ido pra cima dele, antes que Alec o paralisasse com seu dom.

– Jacob! Pare! - gritei, obviamente estava torcendo para o vampiro acabar com ele.

O lobo parou e me olhou, observei suas pupilas dilatarem, enquanto dava tempo para Alec o paralisar, o que não demorou muito. Em segundos a névoa negra de Alexander o fez cair de lado, sem visão, olfato ou tato. Alguns minutos depois Aro, Jane e Felix chegam ao local com mais dois guardas

– Tirem esse lobo daqui, o levem para muito, muito longe! E amanhã quero todos os guardas vigiando a floresta e o castelo! - Aro ordenou, furioso, uma matilha inteira não conseguiu chegar tão perto do castelo assim. Mas ele estava mais furioso por saber que não poderia matar Jacob, se não eu poderia morrer também..

– Sim, mestre. - Jane e os dois guardas concordaram e, em menos de um segundo, já não se encontravam mais no local.

– Alexander, leve a Cullen para o seu quarto.

– Sim, mestre. - Alec se materializou do meu lado, me fazendo olhar pra ele, enquanto Aro corria rapidamente para o castelo.

**----**

– Sabe que não deveria ter ido pra floresta - ele falou pela primeira vez comigo, desde que apareci na floresta.

– Seu mestre não vai fazer nada com você, pode se acalmar.

– Não na sua frente, Renesmee - ele estava um pouco nervoso, um pouquinho - Sabe o que teria acontecido comigo se ele tivesse te machucado?

– Sei. - olhei em seus olhos, que agora estavam como rubis - E você sabe o que teria acontecido a você se eu não tivesse aparecido? - ele ficou quieto, sabia que eu tinha razão.

Não muito tempo depois o elevador abriu, eu nunca tinha estado naquele andar, era onde ficavam os 'favoritos' de Aro. Segui Alec até a porta de seu quarto, que era idêntica a minha, mas, na parte superior, com letras pequenas de ouro, estava escrito seu nome, ''Alexander'', com um brasão dos Volturi antes e depois de seu nome, do mesmo tamanho das letras.

Fiquei deslumbrada com seu quarto, que era ainda maior que o meu.