POV. Renesmee

– Bom dia, família! – falei, em alto e bom som enquanto descia as escadas.

– Bom dia, Nessie! – responderam todos.

– Oi, Ness. – disse Demetria, vindo me abraçar.

– Oi, Demi. – respondi, a abraçando – O que faz em Florença? Não ia passar um tempo com Demetri?

– ‘Ia’... Mas Aro não gosta de visitas que cheiram a cachorro.. – disse ela, se referindo a Seth – E alem do mais, Alice me convidou para ir no shopping com vocês.

– De novo no shopping, Alice? – disse meu pai, dando de ombros, ele já conhecia a baixinha.

– Edward, temos que aproveitar. Afinal é nosso ultimo dia aqui e... –eu a interrompi, surpresa.

– Ultimo dia, tia? Vocês vão... – não foi preciso terminar minha frase, meu pai respondeu.

– Você não vai ficar sozinha, Renesmee. – disse ele, calmamente – Vamos viajar para Forks. Para dar uma olhada em Charlie.

– Está tudo bem com o vovô? – perguntei, preocupada.

– Sim, filha. Conhece seu avô: ele é saudável como um cavalo. – disse minha mãe – Só vamos fazer uma visita.

Assenti, suspirando de alivio.

Logo, minhas tias, Demi e eu já estávamos a caminho do shopping.

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– Sempre achei que vocês ficavam fofos juntos! – falou Demetria, assim que acabei de contá-la que estava namorando com Alec – Nunca te falei nada por causa do chihuahua Black.

– Eu sei... Não acredito que um dia gostei dele... – falei, enquanto nos sentávamos á mesa da praça de alimentação – Mas e você e o Seth? Como estão?

– Bem... O cheiro dele não me incomoda mais, e nem o imprinting. – falou, calma – Mas Dimmy ainda não vai muito com a cara dele e.. – tia Rosalie a interrompeu, surpresa.

– Demetri Volturi tem ciúmes da irmã caçula? – perguntou a loira, se sentando.

– Você nem imagina, Rose. – respondeu, rindo.

Naquele momento, escutei meu celular tocar. Era Alec.

Pedi licença e me afastei um pouco da mesa.

Eu e Alec conversamos por um bom tempo, até que tia Rose me chamou para irmos embora, pois o Sol estava ficando forte.

Antes do meio-dia, já estávamos em casa, arrumando as malas e eu me despedia de Demi, já que ela não poderia sair do território, por exigência de Aro.

*---*

Eu sentava na minha poltrona, ao lado de uma das pequenas janelas do avião, enquanto meu pai ajeitava duas bolsas no pequeno armarinho que se localizava na parede. Logo ele se sentou, entre mim e minha mãe. Os outros Cullen estavam sentados um pouco longe de nós, com exceção de Esme, Carlisle e Jasper, que estavam nas poltronas da frente.

Logo o avião começou a correr na pista e decolou.

Eu observava o anoitecer pela janelinha, colocando meus fones e o programando para tocar todas as musicas da lista. Olhei o céu até que as estrelas começaram a aparecer, então encostei minha cabeça no ombro de Edward. Não demorou para que eu sentisse sono e me entregasse a inconsciência.

“Eu estava no Volvo com meus pais, no banco de carona, minha mãe no banco do passageiro e meu pai dirigia. Provavelmente estávamos indo para a casa de Charlie, pois aquelas ruas pelas quais o carro se movia, eram as ruas de Forks.

O tempo estava nublado como sempre, mas chovia fraco e os trovões diziam que havia uma tempestade a caminho.

Tudo estava normal, até que nós passamos de onde ficava a casa do vovô, e quando dei por mim, estávamos em La Push, e o caminho por onde seguíamos só levava á um lugar: a casa da família Black.

E foi mesmo onde paramos, eu não podia acreditar que meus pais estavam realmente me levando pra lá, depois de tudo o que aconteceu. Mas algo começou a me preocupar: Paul, Sam, Embry, Jared e Emily estavam do lado de fora da casa, com expressões preocupadas, mas pareciam nos esperar.

Em segundos, me vi no quarto de Jacob, ele estava deitado em sua cama, parecia doente. E de fato estava. Deduzi que era por causa do imprinting. Eu estava longe dele, e ele estava morrendo, e se morresse, eu morreria junto, e não por opção. Era por isso que meus pais tinham me levado pra lá.

Me ajoelhei ao lado de sua cama para ouvi-lo melhor, pois ele falava quase em sussurros. Jacob se desculpava pela traição, se explicava e eu assentia, como se o perdoasse, e sem que eu percebesse, ele me beijou, quando dei por mim seus lábios já estavam nos meus, mesmo que eu não quisesse.

Assim que me soltei, pude sentir meu sangue subindo a cabeça. Minha vontade era matá-lo agora, sem me importar se eu morreria também. E estava prestes a fazer isso com o que me lembrava do dom de Jane, mas os outros lobisomens ouviram os gritos de Jake e me tiraram de lá, antes que eu o matasse e morresse.

Assim que estava fora daquela casa, meus pais tentaram me acalmar, mas eu corri para longe, dentro da floresta.

Ouvia os uivos de pelo o menos dois lobos enquanto eu corria entre as arvores, eles tentavam me alcançar, assim como Edward e Bella. Meu pai era o que estava mais perto, á uns 7 km de distancia, os outros vinham atrás dele.

Desacelerei, mas não o bastante para me alcançarem tão facilmente. As lagrimas de raiva começaram a querer tomar conta dos meus olhos, mas eu resistia.

Eu estava quase parando, pensando em deixar minhas lagrimas de ódio e preocupação escorrerem, em aceitar a consolação dos meus pais e esperar as desculpas de Jacob, que mais cedo ou mais tarde viriam.

Mas antes que eu pudesse parar, senti o cheiro de sangue humano. Ainda correndo, olhei na direção em que o cheiro vinha, e avistei três humanos, eles escalavam a montanha que ficava a frente.

Sangue humano sempre foi bom nas horas em que eu estava fragilizada, como eu estava naquele momento. E por isso, sem pensar duas vezes, acelerei meus passos, chegando até os humanos em tempo recorde.

Um a um, eles caiam da montanha, drenados...”

Finalmente acordei. Me percebi ofegante, e meus pais me olhavam preocupados.

– Ela já acordou? – perguntou tio Jazz, da poltrona da frente.

– Sim, Jasper. – falou meu pai, sem deixar de me olhar.

Instantaneamente, comecei a me sentir mais calma. Jasper estava usando seu dom em mim.

– Foi só um sonho ruim, querida. – afirmou minha mãe.

Eu os olhei como quem tinha duvidas, afinal, como minha mãe poderia saber?

– Segurei sua mão enquanto dormia... Você me mostrou, Nessie. – disse ela, calma, respondendo minha pergunta mental.

Então NADA do que eu vi vai acontecer, certo? – perguntei em pensamento, olhando para Edward, sabia que ele estava lendo meus pensamentos.

– Não exatamente... – disse-me ele – Jacob está realmente doente, seria bom ir vê-lo por alguns minutos...

– Discordo! – disse tia Rose, passando pelo corredor, e sem parar para nos olhar.

– Eu também! – falei, levantando a cabeça do ombro de Edward e me sentando normalmente.

– Renesmee.. – começou Bella – Não queremos ir tanto quanto você, mas se Jacob está doente por estar afastado, teremos que ir antes que você adoeça também.

– Já pensou que o lobo pode estar resfriado? – disse tio Emmett, passando pelo corredor igual a Rosalie, a única diferença é que seu comentário arrancou risos de tio Jazz, Carlisle e eu.

– Vamos ficar na reserva por pouquíssimo tempo, Nessie. Só... Fale um pouco com Jacob.. – disse minha mãe, senti que ela se esforçava para me pedir aquilo.

Claro que falo, mas não prometo que serei educada! – pensei, assentindo pra ela.

Naquele momento, meu pai começou a rir de leve.

Sorri pra ele, sabia que ainda estava lendo meus pensamentos.

Depois de algum tempo, o piloto finalmente disse a frase que eu menos queria ouvir:

“Senhoras e senhores, pedimos que desliguem os aparelhos eletrônicos e apertem os cintos. Em minutos pousaremos em Seattle.”