POV. Renesmee

Dois meses depois da Não-Guerra, meu avô, Carlisle, achou que seria melhor para nossa família sair de Forks, pois eu estava crescendo rapido, e, vovô Charlie estava começando a desconfiar que eu não era... Normal. Não que ele já não soubesse disso, mas minhas mudanças rápidas o tornaram mais propenso a fazer perguntas.

Nos mudamos para o Canadá, que era, sem duvidas, bem mais frio que nossa antiga morada. E a nova casa ficava em uma rua praticamente deserta, era raro algum humano passar por lá, pois havia uma imensa floresta por perto, aliás, nossa mansão ficava cercada por ela. Mas só meus avós moravam lá "fixamente". O resto da família morava em casas menores que ficavam 'perto' da mansão e dentro da floresta. Não que na casa dos meus avós não houvesse lugar para todos, pelo contrario, ela era MUITO maior do que a nossa antiga, mas nem meus tios e nem meus pais queriam fazer (você sabe o que) com todos ouvindo.

Eu gostava do Canadá, até mais do que de Forks, tirando a saudade que eu sentia do vovô Charlie, do Seth, da Sue e do Jake, lá era perfeito. Na verdade, Jacob tinha até um quarto reservado pra ele na mansão, ele só não veio com a gente porque o velho Billy Black estava doente, mas, pelo o menos por duas semanas no mês, Jake passava um tempo lá, comigo.

Minha nova morada me dava a sensação de estar protegida (desde a Quase-Guerra, eu não me sentia muito segura em Forks). Mas todo esse sentimento de segurança acabou quando tia Alice teve uma visão que a fez derrubar o vaso de flores que estava segurando. A visão que mudaria minha vida para sempre.

– O que viu, Alice? - tio Jasper perguntou com as nos ombros dela, tentando conforta-la.

– Os Volturi - começou, depois de alguns segundos fitando o nada - Eles querem um acordo. - fez uma pausa e suspirou depois de me olhar, era obvio que tinha algo a ver comigo - Estão vindo.

– Quando eles chegam? - perguntou tia Rose, mas Alice não precisou responder. Sentimos o cheiro deles perto, graças ás janelas abertas.

Vovô e tio Emmett foram até a janela que dava para a floresta, e depois de uns sete ou dez segundos olhando, eles anunciaram a chegada dos Volturi:

– Não vieram todos - disse vovô.

– Só estamos vendo Aro, Caius, Felix, Demetri e a loira. - completou tio Emmett.

– Emmett, Edward, Jasper, Alice e eu falamos com eles lá fora, fiquem aqui. - disse vovô, olhando pra mim, vovó, mamãe e Rosalie.

Papai beijou minha testa e foi o ultimo a sair. Segundos depois que ele saiu, pude ouvi-los cumprimentando os Volturi, que estavam a uma distancia considerável da saída de casa. Tia Rose os observava pela janela.

Quase uma hora havia se passado e metade da família continuava fora de casa. Minha mãe ainda me abraçava com um pouco mais de força do que o normal, enquanto eu tentava me concentrar no que eles falavam lá fora:

– Ela não vai! - afirmou meu pai, em um tom alto e firme - Há quatro meses queriam matá-la e agora querem que Renesmee fique alguns meses com vocês em Volterra?!

A resposta que pude ouvir foi dada pela voz de Carlisle: "Acalme-se, meu filho".

Meia hora depois e o assunto parecia finalmente ter acabado, mas tio Emmett entrou em casa batendo a porta, e todos, inclusive quem estava dentro de casa, tinha um olhar de quem perdeu uma guerra, um olhar derrotado, exceto Esme, que me olhava de forma bondosa, assim como minha mãe, que continuava me abraçando.

– O que houve? - perguntei, eu era a unica que não sabia de nada.

– Os Volturi querem que você passe um tempo com eles... Um ou dois meses por ano. - papai respondeu calmamente, sentando-se no sofá e acariciando meus cabelos.

– Eu não vou, não é? - meus olhos imploravam para que ele dissesse que não, eu tinha pavor de ficar perto dos olhos vermelhos.

– Não. - mamãe me respondeu de imediato, mas logo notou os olhares reprovadores de todos - Ela não vai e ponto!

– Bella, ela tem que ir, nosso futuro fica negro caso ela fique.

– Que fique, Alice! Pode ficar até rosa se quiser! Mas a minha filha não fica perto daqueles assassinos!

– Bella, tenho certeza de que eles não vão tentar nada contra Renesmee. Aro tem interesse no dom dela, provavelmente eles só querem saber até onde a habilidade vai. - disse vovô, calmamente, enquanto minha mãe se acalmava, certamente com a ajuda de tio Jasper.

– Quando ela vai? - Rose perguntou, sem nenhum pouco de aceitação na voz.

– Daqui três meses, 28 de Fevereiro. - papai respondeu, também sem aceitação em sua voz.

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Lembro-me bem de quando 28 de Fevereiro chegou. Me lembro de entrar no avião com medo, do quanto minha mãe me abraçava, do quanto me apertava... De andar fazendo planos para fugir do castelo a noite, do espanto e medo que senti com Aro e suas risadas... Do quanto chorei em meu enorme quarto quando minha família me deixou sozinha lá... E da primeira vez que me senti realmente segura em Volterra: que foi quando Alec se aproximou.