Dentro de um filme escrita por G N Ferreira


Capítulo 3
Soberba


Notas iniciais do capítulo

Olá! Obrigada por estarem acompanhando a minha história e pelo apoio para eu continuar escrevendo! Esse capítulo é mais curto, mas espero que gostem.



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– Como você, eu também tenho um irmão. Ele é mais novo que eu, mas desde que nasceu, desde que eu me lembro, ele sempre foi o preferido de meu pai. Meu irmão nunca errava, sempre era o bom filho e eu a má filha. Não importava o quanto eu tentasse ser uma boa filha. Ele nunca me trataria da mesma maneira que meu irmão. – acabei contando sobre mim.

Era muito estranho e ao mesmo tempo familiar estar contando isso a ele. Quando assisti o filme Thor pela primeira vez, o romance entre o Thor e a Jane tornou-se secundário diante da história do Loki. Vi na tela minha própria história sendo contada, a mesma mágoa que senti a vida toda. Era muito fácil compartilhar minha história com alguém que sentia o mesmo. O olhar de Loki parecia distante enquanto eu contava a minha história.

– Ao contrario de você, eu não sei até hoje o porquê disso. Eu não sou adotada, somos irmãos de sangue. – concluí.

Nesse momento Barton entrou no local e ficou parado esperando, de repente Loki saiu de seu estado distante e me olhou.

– Como você ousa acreditar que entende minha revolta? Você não sabe nada sobre mim! –disse com ferocidade.

– Posso não saber exatamente como se sente, mas sei o que vi. Vi sua revolta. E tomar a terra pra si não fará isso passar. Você mesmo disse que nunca quis o trono, só quis ser tratado de maneira igual ao Thor! Agora quer trazer caos e destruição aos humanos, por quê? Você está indo pelo caminho errado! Descontar no Thor as mágoas que tem por seu pai? Isso é tão infantil! Thor gosta de você como irmão! Se seu pai nunca te amou da mesma maneira, a culpa não é do Thor, é de Odin! Matar inocentes não vai mudar nada! – Não podia acreditar no que estava fazendo. Ao invés de conquistar sua confiança eu estava enfrentando o Loki? Eu deveria estar ficando louca.

– Cale-se sua mulher estúpida! Não me venha com essas apelações sentimentalistas! Acha que eu me importo com Thor, Odin ou mesmo Asgard? Acredita que os humanos são inocentes? Eles matam uns aos outros em guerras estúpidas! A liberdade que eles acreditam ter é uma ilusão! Uma liberdade controlada por assassinos que manipulam eles como querem! - vociferou.

– E daí se eles querem viver na ilusão? Alguns nem percebem que vivem em meio a mentiras! Isso cabe a eles decidirem! Você acredita realmente que pela tirania irá governar este planeta? Acredita que pelo medo conseguirá manter os humanos passivos? Isso nunca funcionou por muito tempo! Ditadores sempre caem! Não precisa ser vidente para saber que uma hora você vai perder, que uma hora será deposto! Além disso, você acredita que depois que entregar o Tesseract aos Chitauri eles deixarão você governar? Se você realmente acredita nisso, você é o tolo que eu jamais imaginei que fosse! – falei quase gritando.

– Chega!! Já chega! – Loki pegou o cetro, se aproximou de mim, pegou meu braço que estava livre e puxou-me. Eu o encarei face a face, temia pelo pior, mas não desviei o olhar.

– Eu não sou como os governantes deste planeta patético! E suas tentativas de me persuadir já me cansaram! - falou.

– Você se acha melhor que eles, mas você não se importa com as pessoas. Não se importa com quantas vidas terá que sacrificar. O que então o faz diferente deles? – perguntei trancando os dentes de raiva.

– Eu sou um Deus! – sorriu com desdém, largou-me no chão e deu-me as costas indo em direção a Barton.

– Sua soberba será a sua ruína!! – gritei enquanto ele e Barton saíam.

Depois que saíram, a espera parecia interminável e meu ombro e meu pulso estavam me matando de dor. Ficar com o braço pendurado pelas algemas era doloroso. As horas se arrastaram, então presumi que ele já havia partido para a Alemanha e que o resto da história estava ocorrendo conforme o filme. Não tinha conseguido convencer o Loki a mudar de ideia, ele era mais teimoso e orgulhoso que eu imaginava. Pessoas inocentes iriam morrer e eu ainda era refém. Não via como conseguiria voltar para casa antes do final do filme.

Nesse tempo comecei a pensar nas possibilidades de conseguir voltar para minha realidade. Será que teria que esperar o fim do filme? Será que com a abertura do portal para trazer os Chitauri, o Tesseract “corrigiria” o erro e me mandaria para casa? Se assim fosse, eu tinha que deixar a história do filme percorrer seu caminho “natural”. E se o portal não me levasse de volta? A S.H.I.E.L.D. poderia me prender, pois eu me ofereci para ajudar o Loki. Eu ficaria presa aqui e eles iriam me interrogar exaustivamente, porque eu tinha dito que era vidente. Eu estava ferrada! Talvez o Barton lembrasse que ele testemunhou minha tentativa de convencer o Loki a desistir dos seus planos. Talvez eu pudesse pedir para o Thor me levar até Asgard e lá eu pudesse retornar com a ajuda do Heimdall. Sim! Se o portal não me mandar de volta, se no fim do filme nada acontecer, só Heimdall pode me mandar de volta. Tem que haver uma maneira de voltar! Minha mente ficava dando voltas.

Depois de um tempo o cansaço me venceu e adormeci. Tive um sono agitado, sonhei com o filme, com minha discussão com o Loki e com meu braço sendo arrancado, enfim... Acordei com alguém me cutucando e me chamando pelo nome. Por um breve momento pensei que estava acordando do sonho maluco, mas era ilusão. Quando abri os olhos, era o Loki quem me chamava e estava com um sorriso enorme no rosto. A saga do filme continuava.

– E ai? Como foi? – Perguntei ainda meio sonolenta.

– Exatamente como você disse... – disse ele sorrindo ainda.

– Será que poderia me soltar ou pelo menos trocar de pulso as algemas? – Perguntei erguendo o braço dolorido. – Afinal nada e nem ninguém agora conseguirá impedir a abertura do portal. – Completei.

Ele continuou com aquele sorriso de vitória no rosto e tirou as algemas. Confesso que fiquei surpresa quando ele tirou e não voltou a me prender. Olhei para meu pulso e vi que o fato de meu braço ter ficado pendurado tanto tempo havia feito não só uma marca, mas também cortado a pele, que sangrava. Puxei a manga da camisa e cobri o corte. Definitivamente eu não estava sonhando e se eu podia me machucar, também poderia morrer naquele filme.

Loki me pegou pelo braço e embarcamos na mesma aeronave que ele havia utilizado para fugir. Lembrei-me de Coulson e imaginei que, se tudo foi igual, ele agora estava morto. Lamentei não ter conseguido mudar isso também.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem! Espero que tenham gostado! Deixe suas críticas ou sugestões no comentário. Qual será o destino de Aredhel? O que ela fará?