Dentro de um filme escrita por G N Ferreira


Capítulo 13
Crawling


Notas iniciais do capítulo

*Crawling = rastejar. É também o nome da música do Linkin Park, que esse capítulo me lembrou. Essa música fala sobre a luta pelo auto-controle, que consome e confunde.

Mais uma vez obrigada por todos os comentários!! Vocês me inspiram a continuar!!!
Esse capítulo foi o qual eu mais gostei de escrever até o momento. Espero que gostem!



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Depois de levarmos Odin às escondidas para seu quarto, com ajuda de mais uma de suas ilusões, Loki e eu discutimos sobre as consequências do que tinha ocorrido. Falei a ele sobre o que tinha pensado. Ele concordou que não poderia revelar que estava vivo. Loki explicou que seu plano era recuperar sua liberdade, por isso forjara a própria morte. Loki jamais acreditou que Odin pudesse perdoá-lo, mesmo que ajudasse Thor. Contei a Loki que Thor iria voltar para falar com Odin e que confessaria que não desejava o trono.

– Isso seria muito irônico.. - disse Loki sorrindo – Thor não desejar o trono enquanto que eu desejo o contrário... Se estiver certa, ele estaria me fazendo um favor.

Dei um longo suspiro. Loki só conseguia ver a “parte boa” da história toda. Tratei de lembrá-lo que teria que fingir o tempo inteiro em que Odin estivesse adormecido.

– E quando Odin acordar? O que fará com sua farsa? - perguntei meio irritada.

– Quando ele acordar verei o que farei. Pode ser que Odin compreenda o que fiz. Talvez eu possa assumir o trono oficialmente. - sorriu vitorioso.

– Certo. E vamos rezar para que isso aconteça. - respondi com sarcasmo.

– Não tenho outra alternativa, tenho? - retrucou.

Não. Ele de fato não tinha outra alternativa.

No dia seguinte Thor retornou, e foi ao encontro de “Odin”. Imagino que a conversa tenha sido como eu havia assistido, pois ao me encontrar com Thor, mais tarde, com ele parecia muito feliz.

– Não vai ficar em Asgard? - perguntei.

– Não. Prometi a Jane que viria apenas para resolver as coisas com meu pai. - respondeu Thor.

– Como assim? Vai abdicar do trono? Seu pai aceitou isso? - perguntei tentando confirmar o que sabia.

– Sim. Não posso governar Asgard. Eu não saberia como. Loki conhecia sobre leis e governar mais do que um dia eu possa entender... - falou pensativo - Mas prometi que irei continuar defendendo Asgard. Meu pai não ficou muito satisfeito, mas compreendeu-me. - respondeu – E você? Meu pai a perdoou? - perguntou.

– Sim. Agora sou hóspede de Asgard. Pelo menos até descobrir como retornar ao meu lar. - respondi.

– Talvez Loki soubesse como fazê-lo, ele conhecia outros mundos e outras formas de chegar até eles. - disse voltando a ficar pensativo – Mas quem sabe meu pai possa ajudá-la. - falou Thor.

Concordei com a cabeça. Thor me desejou boa sorte e foi ver seus amigos. No dia seguinte partiu de volta para a Terra.

Durante minha estada me Asgard eu tentava ocupar meu dia circulando pelo palácio e por Argard. Era um lugar maravilhoso e com pessoas muito educadas. Cheguei a encontrar algumas vezes Sif, Fandral e Volstagg. Fandral e Volstagg eram bem simpáticos comigo, já Sif era o contrário. Parecia ainda não confiar em mim. Não a culpava, pois de certa forma ela estava certa.

Loki permaneceu ocupado mais algumas semanas, por conta do processo de recuperação de Asgard. Havia muito o que ser reparado ou reconstruído. Apesar de estar ocupado em sua nova função, várias vezes nos encontrávamos a noite e ele me contava sobre seus novos feitos em Asgard, vangloriando-se de sua boa administração. Passado esses dias, voltei a pedir ajuda para retornar a minha casa.

Loki e eu começamos a frequentar a biblioteca do palácio pela noite. Neste horário tinha menos movimentação no palácio, não havendo necessidade dele se disfarçar. A biblioteca era um lugar enorme. Loki chegou a rir quando comentei que parecia um paraíso. Eu amaria poder ler todos aqueles livros, mas teria que reencarnar inúmeras vezes para ter tempo de ler todos.

Procurávamos nos livros algo que pudesse me ajudar ou explicar como eu havia chegado até lá. Na verdade eu pouco podia ajudar, ainda não sabia ler muita coisa em asgardiano, mas Loki havia me ensinado mais algumas palavras que auxiliariam na busca. Depois de várias noites procurando, já havíamos reduzido bastante a quantidade de livros a serem pesquisados.

– Maçãs e rejuvenescimento, só o que entendi nesse livro. - falei estendendo um dos livros a Loki.

– Não.. Esse não tem o que procuramos. - disse Loki pegando o livro de minhas mãos.

Ao pegar o livro, Loki segurou minha mão direita e ficou olhando para a marca em meu pulso.

– Perdoe-me. Eu não deveria ter feito isso com você. Não deveria ter lhe tratado daquele jeito. - disse franzindo o cenho.

Senti meu rosto corar. Puxei a minha mão de volta e tentei esticar a manga do vestido para cobrir a marca. Fiquei um pouco surpresa. Loki estava mesmo pedindo desculpas a mim? Isso era bizarro.

– Não tem problema, isso é passado. - respondi meio sem jeito.

Ficou por um tempo me olhando.

– Porque você deseja tanto retornar para seu lar? Você mesma disse que não tem um bom relacionamento com a sua família. Você poderia permanecer em Asgard. Poderia aprender mais e ler todos esses livros que você tanto admira. - de repente falou.

– Sinto falta de minha mãe. E tem outra pessoa que deixei lá e que espera por mim. - respondi.

– E quem seria essa pessoa? - perguntou Loki meio curioso.

– Phillip. Meu noivo. - respondi meio sem jeito.

Loki pareceu surpreso com o que eu havia dito, mas não disse nada. Voltou para a pilha de livros e continuou a procurar. Fiz o mesmo e não falei mais nada. Ficamos em silêncio o resto da noite enquanto permanecemos na biblioteca.

No dia seguinte fiquei o dia inteiro sem encontrar Loki, novamente ele esteve muito ocupado com as questões asgardianas. Ao anoitecer ele bateu em meu quarto e, como de costume, o deixei entrar.

– Vamos! Temos que nos apressar! Temos que encontrar uma forma de mandar você de volta e ainda faltam muitos livros! - disse muito irritado para mim.

– Se quiser eu posso procurar sozinha hoje. - respondi meio ofendida.

– Sozinha? Você levaria a vida toda e não conseguiria ver metade do que consigo! - rosnou para mim.

– O que houve? Porque está tão irritado? - rosnei de volta.

– Nada! Só quero que você vá embora! Que volte para seu mundo! Estou cansado de ter você feito uma sombra me seguindo por onde quer que eu vá! - gritou comigo.

Fiquei chocada por um instante. Na verdade as palavras dele chegaram a doer. Eu me senti magoada, mas logo me recompus.

– Quer saber de uma coisa? Dane-se! Se eu incomodo tanto, por que você não aproveitou e me matou no mundo sombrio? Teria resolvido todos os seus problemas! - gritei de volta.

Loki agarrou meus ombros e me empurrou contra a parede do quarto e ficou me encarando. Parecia perturbado. Pensei que talvez estivesse decidindo se me mataria ou não. Eu encarei de volta. Por mais estranho que parecesse, eu não sentia medo. Sentia raiva, mágoa dele.

Loki colocou uma das mãos em meu pescoço. Ele estava descontrolado, parecia que iria explodir de raiva. Pensei que era o meu fim.

– Não posso... Não consigo... - disse entredentes para mim, retirando a mão do meu pescoço e fechando o punho.

– Por quê? - murmurei confusa.

– Porque te amo! - gritou com raiva e seu rosto corou.

Fiquei boquiaberta, em choque. Eu devia estar alucinando. Eu não podia ter ouvido isso. Mas antes que eu pudesse dizer algo, ele segurou meu rosto e me beijou nos lábios.

Não resisti ao beijo e correspondi. Em seguida ele me abraçou apertado enquanto me beijava. Senti meu coração bater tão forte que parecia que ia explodir. Era tão quente o abraço e o beijo dele que me sentia incendiar, derreter em seus braços. Eu o amava também, agora tinha certeza. Eu queria poder gritar isso. Eu desejava que aquele momento não terminasse nunca. Sentia uma felicidade plena, como se nada mais no mundo me importasse. Só desejava não ter que me separar dele nunca. Eu não estava sonhando. O beijo era real.


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Notas finais do capítulo

Pronto!!! Realizei o sonho de todos que vinham pedindo para que a história virasse um romance!

Explicações:
Bom, para rolar esse romance é claro que não seria fácil. Loki nunca gostou da ideia de Thor amar um ser tão frágil quanto uma humana comum. Loki é do tipo que lutaria até o fim contra o que sentia, talvez até pensasse em fazer uma loucura. Por isso que coloquei essa luta dele tentando se decidir se era melhor "se livrar" de uma vez do que sentia ou se assumia isso.