Beautiful Love! escrita por Lunna, Alice


Capítulo 42
Me Perdoa...




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Pov. Josh

Eu não sei o que fazer!

É, simplemente não sei como fazer a Kath voltar a falar comigo e o pior: meu tempo está acabando, só tenho um dia para fazê-la me ouvir, precisava ao menos me despedir.

O Zack me sugeriu escrever uma carta... Como se eu realmente tivesse talento para escrita. No entanto, não custava tentar certo? Bem, depois de dois dias quase, percebi que sou péssimo em escrever cartas de desculpas, mas.... Eu consegui! Mesmo que eu tenha passado duas noites sem dormir decentemente. E não, não tive tempo para me sentir bobo porque estava eu estava morto de tanto sono, e todas as tentativas de falar pessoalmente com a Kath falharam tristemente. Então minha única opção foi escrever uma carta boba e extremamente melosa. Me sentia o Louis Hetting, de Meu Amor Não Correspondido — é, eu estava assistindo aqui DE VEZ EM QUANDO, não tinha nada para fazer oras! —, mas tentei ignorar o fato. Amanhã era meu último dia para tentar falar com a Kath, e eu não fazia ideia de como faria isso sem que ela me esquartejasse e depois queimasse meus pedaços ao alho e óleo. Mas, como não vi outra opção, fui dormir, desejando muito que o dia levasse séculos pra passar, na realidade, nunca quis tanto parar no tempo.

(...)

Ouvi o despertador tocar e me mexi na cama. Não tinha vontade nenhuma de sair e encarar meus pais tristes, a Kath furiosa e mais triste ainda e o Toby com sua namorada depressiva. Sério, aquela cadela tinha problemas. Porém, o grito da minha mãe me fez levantar, criar coragem e ir tomar um banho.

Desci as escadas com a toalha na mão, enxugando o cabelo.

— Mãe! Cadê o cesto de roupa? Ou... Onde coloco isso? — perguntei, talvez eu fosse um tanto "dependente", mas preciso de um desconto. Perdi minha namorada e ainda por cima vou para o outro lado do mundo em menos de 24 horas. Minha vida está difícil!

– Pode me dar, filho, o cesto quebrou. - minha mãe apareceu na cozinha com o mesmo sorriso que dava nos últimos dois dias: um sorriso triste. Era o caso de todos nós.

– Certo - murmurei lhe entregando a toalha.

Preferi não perguntar sobre meu pai, já sabia onde ele estava: chorando no quarto. Ele era "homem" o bastante para não chorar na nossa frente. Eu o entendia.

– Já falou com a Kath? - perguntou e eu engoli em seco. - Filho...

– Eu iria, sério, mas eu, hã... - eu não sabia como explicar que nós terminamos, já que fui tão vítima quanto ela!

– Josh! Vamos nos mudar amanhã cedo! Não contar a ela quando estivermos no avião! Aliás, arrumou suas malas? -

– Eu sei, eu sei! Mas não se preocupe eu vou falar à ela hoje! E já peguei as malas, só falta colocar as coisas dentro. - disse rápido. Eu realmente tinha um plano na cabeça, e ele era fazer a Kath me ouvir. Super simples.

– Tudo bem, tudo bem. Seja rápido, ela não merece sofrer - ela disse e eu sorri. Se ela soubesse...

– Certo, agora eu já vou ou vou me atraso. Tchau mãe, diz ao papai que eu já saí 'tá?. - avisei me virando para ir embora, mas minha mãe me impediu.

– Toma cuidado. - estranhei, ela nunca dizia isso ou algo do tipo, mas assenti com a cabeça e a abracei rápido.

– 'Tá legal. Agora eu vou mesmo ou não entro mais no colégio. - ri me soltando dela e correndo até a porta, pegando antes minha mochila no sofá.

Fui até a garagem e subi na moto colocando o capacete; acelerei tentando chegar mais rápido na escola. Porque eu tinha que me atrasar para tudo? Assim que finalmente cheguei, estacionei, peguei minha mochila e corri para o portão. Jorge, o porteiro, quase não me deixou entrar, mas como sou um anjo, ele reconsiderou. E porque eu o paguei dez dólares. Era isso ou perder minha chance de falar com a Kath.

Fui o último a chegar na sala, ou pelo menos na porta, estava bem na hora da chamada.

– Josh? Josh Fanny? - a professora Que-Deve-Ter-Algum-Nome-Que-Não-sei me chamou.

– Presente! Estou aqui, foi mal pelo atraso. - disse ofegante, quase invadindo a sala. Ela me olhou como quem diz: "seu atrasado", vai perder dois pontos na primeira oportunidade", mas ignorei. Sentei ao lado do Zack e sorri acenando de leve.

– Katheriny? - a professora chamou, olhei diretamente para ela, que me ignorou após me mandar aquele olhar de "quero que você exploda".

– Presente. - respondeu levantando a mão. Suspirei apoiando a cabeça nas mãos.

– Você 'tá mal mesmo, cara. - Zack me disse e rolei os olhos. Estávamos longe da Kath ou da Cynthia o que era bom, pelo menos agora.

– Valeu o elogio, levantou mesmo minha auto-estima. - ironizei e ele riu, me empurrando com o ombro.

– Desculpe princesa - sussurrou rindo - Mas e a carta? Já fez?

– Sim, Zack. Preciso mesmo entregar? Acho que é mais fácil prende-la numa cadeira e amordaçá-la - Falei e ele riu alto fazendo a professara nos encarar feio. Ela era sinistra demais.

– Não seja tão exagerado! Apenas entregue. Ela não te odeia de verdade. - ele me consolou, colocando uma mão no meu ombro.

– Fala o cara que não viu o ataque de fúria da Kath. - disse sarcástico. Aquela situação me agoniava, eu não sabia como resolver!

– Seu chato, eu quero te ajudar, dá pra fingir que está melhor? - eu ri com o que ele disse. Só o Zack para me fazer rir numa hora daquelas.

Continuamos conversando, porém baixo, aquela professora desconhecida ainda me dava calafrios. Eu expliquei a ele o quanto meus pais estavam chateados e como eu não havia contado aos mesmos que eu e Kath terminamos. Pois é, não contei, estava tão "focado" em reconquistá-la que "esqueci", e cá entre nós que não queria também.

Ouvi o sinal tocar e suspirei, seria um dos primeiros intervalos que eu não ficaria com meu "grupinho", Kath me odeia, Cynthia também me odeia porque a Kath me odeia, e o Zack é neutro.

– Você não precisa ficar lá, comigo. Pode ficar com a Cynthia e t...

– Shhh, você é meu amigo 'tá? A Cynthia vai entender. Agora vamos temos que comer algo! - eu sorri com aquilo, era bom saber que mesmo que "eu" tenha feito besteiras, eu tinha um ótimo amigo para me ajudar.

Passamos o intervalo inteiro comendo e conversando. Eu, algumas vezes, arriscava um olhar ou outro para a mesa da Kath, mas desviava rápido ao ver que ela parecia olhar pra mim. Isso é coisa da sua cabeça, Josh. Da sua cabeça, repeti a mim mesmo, balançando a cabeça.

Quando o sinal tocou novamente, fomos avisados de que nossa professora passou mal e nós seríamos liberados mais cedo. Todos vibraram com a notícia, inclusive eu, que teria mais chances para falar com ela sem parecer que eu a estava sequestrando. Pude vê-la pegar a mochila e sair escondida da maioria; suspirei pegando minhas coisas, a seguindo. Consegui me aproximar mais e segurei seu pulso a fazendo parar.

– O que é? - sua voz foi fria quando virou-se e me olhou. Me senti mal por mim mesmo, naquele momento.

– Precisamos conversar. - Disse tentando soar calmo e sério.

– Não temos nada para conversar, idiota! - ralhou, e eu fechei os olhos respirando fundo.

– Kath é importante, por favor, só um minuto. - é, eu estava quase implorando para que ela me escutasse.

– Hm... Não! Me solta! - reclamou tentando se soltar, mas isso só fez com que eu a segurasse mais forte.

– Kath, só quero que me ouça, depois disso você nunca mais me verá na vida - aquilo era verdade, de certa forma. Amanhã eu iria embora e provavelmente nunca mais voltaria, e aquilo de certa forma podia ser bom, ninguém se magoava no final.

– Não me interessa! - ela puxou seu braço com força, acabei deixando-a escapar. Ela começou a andar rápido, e eu a segui claro.

– Kath! Pelo menos... Pelo lê isso, é imp...

– Não! Eu não quer ler nada, não quero ouvi nada! Morre Josh! - ela gritou em plenos pulmões arrancando a carta (que deu um trabalhão fazer) e a amassando, jogando-a no chão.

Fiquei sem reação por uns momentos, o ódio dela tinha chegado à aquele nível? Balancei a cabeça voltando a realidade. Peguei a carta jogando-a de volta na mochila.

– Kath, por favor, não tenho tempo!

Ela já estava na rua, andando sem prestar atenção em nada. Quando ela começou a atravessar a rua - ainda sem olhar para os dois lados, aquela irresponsável! - vi o carro vermelho da Meredith vindo em uma velocidade quase absurda.Depois daquilo, tudo aconteceu rápido demais, só tive tempo de ouvir a buzina do carro antes de me ver empurrando a Kath para o outro lado, eu realmente pensei em me salvar, óbvio que pensei, mas não tive tempo, meio segundo depois tudo o que senti foi uma dor insuportável ao sentir meu corpo se chocar com algo muito sólido, em seguida não senti mais o chão nos meus pés, só minha cabeça batendo fortemente em algo que eu considerei ser a calçada. Gritei de dor gemendo em seguida. Não conseguia me mexer sem sentir dor em vários lugares, poderia enumerar os pontos que achei "críticos".

1 - Minhas costelas, provavelmente uma ou duas estavam quebradas, mas não acho que atingiram algo.

2- Não sentia minha perna esquerda, quebrada com certeza

3 - Meu pulso também estava quebrada.

4 - E o mais importante, minha cabeça, ela doía tanto que pensar nas outras três coisas me fizeram gemer alto.

Deve ter sido ilusão da minha cabeça, mas poderia jurar que ouvi alguém gritar meu nome. Eu achava que se movesse apenas um dedinho, eu morreria. E eu estava com medo; medo de morrer, medo de não conseguir dizer para a Kath tudo o que queria, medo de tudo.

– Josh! Josh, ah Deus! Você vai ficar bem, você vai. - pude ouvir a Kath falar abaixando o tom gradativamente. Senti quando ela levantou um pouco minha cabeça e eu gemi me contorcendo um pouco. Droga, Kath! Tive vontade de gritar. - Desculpa, desculpa.

Naquele momento, fiz uma força quase sobrenatural para consegui abrir meus olhos e manter vivo e consciente, era a hora mais imperfeitamente perfeita que eu achei.

– K-Kath, e-eu... P...Preciso te fa-falar... - minha voz estava mais fraca que eu pensei, eu não conseguia pronunciar uma frase inteira. Tudo estava sendo o oposto do que eu imaginei.

– Não fala, poupa energia. A Ambulância já está vindo, você vai ficar bem. - vê-la preocupada me deixava bem e mal. Bem porque ela estava preocupada comigo! E mal porque... Ela estava preocupada comigo e isso era algo não tão bom.

– S-sim... E-eu p-prec-ciso fala-lar... N-não queria que... Na...da di-disso ti-vesse acon... Acontecido e... E-eu t-te amo tanto...

– Mas não deveria ter feito isso! Era eu aqui não você! - vê-la chorar acabou com o restinho que sobrou de mim. Eu sentia minha garganta se fechar aos poucos e eu tossia involuntáriamente, tossi até senti algo escorrer pelo canto dos meus lábios... Era... Era sangue. Eu estava tossindo sangue! Pareceu que ela também notou, pela sua cara.

Naquele momento, me concentrei em tentar fazer meu sangue ficar dentro do meu corpo. Soou nojento, eu sei, mas era a verdade, tudo o que eu via era uma poça enorme de sangue. Eu tinha o direito de pensar nisso! Reuni forças novamente para conseguir tocar na sua mão que estava no meu peito, gemi pelo meu ato, mas não me arrependi.

– A-acha q-que e...eu conse...conseguiria t-te ver aqui? De...Desse jeito? Vo...Você n-não ente...entende? E-eu morreria de... Novo e... De novo p-por vo...você... - falei, torcendo para que ela compreendesse minhas falas tão pausadas.

– Não... NÃO! Você não pode morrer, não pode me deixar Josh, eu te amo, te amo muito. - senti o que sobrou do meu coração se apertar e um nó na minha garganta se formar. Não se passou muito tempo, eu estava chorando.

– S-se... T-te serve de... Conso...Consolo, também não... Eu n-não quer...quero morrer. - falei fechando os olhos e sorrindo de canto. Pelo menos aquilo eu conseguia fazer. Não conseguia ouvir a multidão que estava em volta, só os soluços descontrolados de Kath.

Senti uma dor forte na cabeça, não era pontada, foi logo um time de futebol chutando-a e aquilo me fez gemer tão alto que quase gritei, naquele momento, na minha perda gradativa de consciência só consegui falar duas palavras, as duas palavras que à três dias eu estava lutando para dizer e também para ouvir sua resposta. Um sim ou não me serviriam, mas aquela dúvida me matava tanto quanto o próprio atropelamento. Toquei seu rosto com o resto de forças que tinha, ignorando a dor horrível que senti com o ato.

– K-Kath... Me perdoa...

Infelizmente, minha visão perdeu o foco e eu e perdi cada milésimo de força que tinha no corpo. Meus olhos se fecharam, não sei se um dia voltarei a abri-los. E isso soou tão poético que tive vontade de pôr em um livro. Porém, eu ainda tinha certa consciência para ouvi-la, era pouca, mas tinha. Mas Kath não me respondeu, tudo o que foi foram uns murmúrios de "não me deixe, eu te amo", aquilo me alegrou sim, mas não me saciou. Eu queria seu perdão! Ou o não perdão! De qualquer foma, só queria que ela me perdoasse, me dissesse se sim ou não antes que eu... Antes que eu morra.


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Notas finais do capítulo

Então? Não me matem! A ideia foi da Alice... Mentira ela foi minha mesmo Auahsuahsuahs eu adoro dramas, adoro acidentes, deu nisso não me culpem u.u Enfim, o capítulo saiu rápido porque eu estou numa semana de criatividade perfeita e estou escrevendo na escola, com minhas amigas lendo o que escrevo (aquelas lá tem spoilers, não me aguento em não falar :P). Pois é, nos doeu o coração escrever, mas como vocês disseram que não queriam que ele se mudasse.... Err, tá aí ~jogadas numa fogueira~ tá eu não vou falar mais nada, até o próximo leitores lindos. Sinto tanta falta de vocês nos comentários. Aliás, obrigada a quem sempre comenta, nos deixam felizes