Pov. Kath

Eu acordei duas vezes essa madrugada, o que foi um saco já que eu estava com preguiça, uma foi pra beber agua, quando eu voltei pra cama, cinco minutos depois descobri que estava com fome. É muito azar viu. Como tentei, mas não consegui dormir com fome, desci cambaleando e tropecei em 4 degraus e quase cai de cara no chão. Ascendi a luz do lugar e dei um grito.

– Cala a boca garota!

– JOSH!! Não me assuste assim!! - gritei pondo a mão no meu coração disparado.

– Eu deveria me assustar olha o seu estado. - apontou pra mim e mordeu um sanduíche que sobrou do jantar. – Parece uma zumbi! - riu, mas logo se engasgou.

– Morre! Morre! Morre! - torci enquanto ria. Mas ele não morreu!

Aaaaaaaah :(

– Valeu por...- tossiu uma vez – Me ajudar "amiga".

– Eu ajudei, iria livrar o mundo de um idiota! - ri me sentando, ele estava meio roxo. – Você ta roxo. Isso é muito engraçado!! - ri descontroladamente.

– Espero que você entre em coma de tanto rir. - falou com um sorriso torto.

– Amigo, que maldade a sua. Jogando praga nos outros? Que vida cruel! - fiz um drama básico e inclinei um pouco a cadeira colocando uma mão acima da cabeça fazendo a pose clássica, mas como eu sou tão sortuda.

A cadeira cai.

Serio, fez um BAM! Valeu vida, sou tão gorda que faço BAM quando caiu no chão. Mas meu amiguinho que é muito preocupado comigo começa a rir.

– Não sabia que lançava praga tão bem! - mal falava de tanto rir.

– Aiiii!! Isso doeu imbecil!! - falei, ou melhor gritei pra hiena que ria descontroladamente.

– Estou começando a acreditar naquele ditado que diz: você colhe o que planta! - voltou a rir.

– Ora seu...Eu vou morrer nesse chão imundo! Que vida! Que morte! Que... - fui interrompida do meu drama por uma mão estendida. – Vai me ajudar mesmo?

– Claro! - sorriu e eu a segurei, mas ele completou. – Se não, você iria continuar falando! Serio, você tem que diminuir o drama!

– Me deixa! - fiz bico e voltei para a mesa, mas em outra cadeira aquela tava com a macumba do Josh!

– Dramática em excesso você hein?

– É, aprendi com o melhor! - provoquei o fitando.

– Ah...Não sou dramático!

– Claro que não! - rolei os olhos.

– Serio!

– Eu sei! - ironizei.

– Mas me diz, porque acordou no meio da noite? - perguntou mudando de assunto.

– Fome! - de uma mordida grande num sanduíche – E você?

– Fome! - repetiu.

Quando vimos o Toby, vindo bem devagar e cambaleando, com certeza acordou agora. Ele passou direto por nós e foi para o pote de comida, nos entreolhamos e dissemos juntos:

– Fome! - rimos.

Ficamos comendo e conversando um pouco até que acabou a comida, nos levantamos e estava disposta a voltar para minha amada cama, mas como algo sempre dá errado pra minha vida inútil olha o que me acontece.

– Você já vai dormir?

– É, talvez, mas e você?

– Eu não sou preguiçoso como você! - peraí! O que?

– Eu NÃO sou preguiçosa!

– É sim, diferente de mim! Que consigo passar uma noite inteira acordado e no outro dia ainda fazer tudo que preciso fazer. - se vangloriou, mas que cara idiota! Do que ele está falando?

– Por a caso está dizendo que eu não consigo passar uma noite inteira acordada?

– Sim.

– Mas saiba que eu consigo perfeitamente passar uma noite em claro!

– Ah claro que sim. - rolou os olhos.

– Já que está tão confiante, porque não passa mesmo uma noite em claro? Eu te desafio. - sabia que essas palavras faziam ele aceitar qualquer coisa.

– Eu também te desafio! - fresco, ele sabe que eu amo dormir.

– V-você não pode desafiar o desafiante!

– Claro que posso! Ou tá com medo de perder?

– Eu aceito e você?

– Também! Depois apertamos as mãos para selarmos o nosso desafio.

Foi a coisa mais idiota que já fiz. Claro, que tirando o resto da minha vida. E o fato de eu ter nascido!

****

2 horas, 15 minutos e 10 segundos.

2 horas, 15 minutos e 11 segundos.

2 horas, 15 minutos e ah isso é idiotice!!

Não adianta! Não consigo! É perda de sono! Não consigo passar uma noite acordada! Vou morrer! Seca, igual a um maracujá de gaveta! Não, não estou louca!

Essa porcaria de desafio me faz pirar! Eu estou a quase 18 horas sem dormir, eu acho, isso é um pesadelo. Não pesadelo seria eu não comer cajus na terra do morango encantado.

O que houve com meu cérebro? Um colapso? Um soco de plasma e partículas sub-atômicas? Alguém me mata por vinte centavos? Eu penso coisas sem nexo, o que houve comigo? Serio, terra do morango encantado, essa é muito...

– Kath? Você ainda tá nesse mundo? - perguntou estalando os dedos na minha frente, o que me fez pular, já que eu estava pensando na terra do morango en... – KATH!! - gritou.

– O QUE É POXA? - gritei.

– Uh tá estressadinha é? Pensando em que? - falou, ele não tá normal gente.

– No prof Alex, porque? - menti, eu ainda estava pensando na terra dos morangos encantados, mas ele não precisa de mais motivos pra me zoar né?

– Mas que droga! - quase gritou com a voz de "quero dormir, mas meu orgulho não deixa".

– O que foi agora, as fadas não vieram te dar amoras foi? - ri, meu Deus, o que houve comigo? Quando fico muito tempo sem um bom sono, eu falo coisas sem cabimento.

– O que você tanto vê naquele professorzinho besta? - já estava se exaltando me exaltei também!

– Porque você implica tanto com ele?

– Porque eu te amo, Kath! - quase gritou. Espera aí! balancei a cabeça.

– O-o que disse? - arrisquei.

– Eu disse que, ele não tem nada demais! - ufa por um momento eu pensei que ele tivesse dito que me amava. Mas foi só uma alucinação.

Ufa!

Mas espera! Ainda estávamos discutindo! Alguém tem que dormir e esse alguém sou eu!

Ou ele. Aaaah que porcaria!!

Pov. Josh

O que eu disse? O que eu fiz? Eu não acredito que gritei pra ela que a "amava"! Só pra constar, eu não dormi por mais de 18 horas do meu sono da beleza. Por isso eu falei a maior besteira da minha vida.

Ainda bem que ela achou que fosse mais uma alucinação. Porque sinceramente, pensar que eu fiquei irritado porque as fadas não trouxeram amoras pra mim, é caso de leva-la para um manicômio.

– Ah Josh cale a boca e mande seus duendes te acertarem um martelo! - estava gritando besteiras.

– Kath vai dormir! Você tá pirando! - falei tentando me acalmar.

– Não! NÃO VOU PERDER! UM DESAFIO MEU, SOU EU QUE SEMPRE GANHO!

– KATHERINY VOCÊ TÁ MALUCA! NÃO SABE NEM O QUE TÁ FALANDO, POXA!! - gritei de volta, não sei como chegamos a esse ponto.

– AH CARAMBA JOSH EU QUERO METER MINHA MÃO NA SUA CARA...CARA! - gritou ela está L-O-U-C-A! Certo que eu também estou chegando mais ela dá pena desse jeito.

– PARA DE SER EXAGERADA!!

– NÃO!! EU QUERO VIVER!! QUERO VIVER!! - gritava freneticamente quando parou e se jogou no sofá parecendo cansada. Eu fiz o mesmo.

– Já chega! Isso foi idiotice. - afirmei me jogando ao seu lado.

– Culpa sua, moleque.

– Minha nada. - defendi-me.

– Claro que foi, você que disse que eu não conseguiria passar uma noite acordada.

– Mas você não era obrigada a aceitar! Eu só comentei! - falei sentindo os olhos pesarem.

– Claro que eu....-bocejou.

– Pode dormir vai. Você me assusta quando fala essas coisas de duendes e fadas. - ri.

– Sabe qual é meu maior pesadelo? - perguntou deitando a cabeça no meu ombro.

– Não. - respondi.

– Ficar sem você. - peraí o que?

– O que foi que você falou?

– Eu disse que meu maior pesadelo é não comer cajus na terra no morango encantado. - riu de si mesma.

– Ah, claro. Na terra dos morangos encantados?

– Loooonga historia. - exagerou no "o"

– Ok.

– Boa noite, Josh. - falou quase como um sussurro.

– Boa noite, Kath. - acabei fechando os olhos também.

Aquela foi uma das noites mais estranhas da minha vida.

Pov. Kath

Imbecil, burra, anta, sem cérebro, idiota, já me chamei de burra? Serio! Porque disse aquilo pro Josh? Não to no meu juízo perfeito, ainda bem que ele achou que foi uma alucinação da sua mente doente!

Ufa!

Ainda me xingando eu fui dormir.