Manual De Como Irritar Os Deuses escrita por Allie Luna


Capítulo 9
IX — Hefesto


Notas iniciais do capítulo

Hey gnt.
Desculpem a demora, mas tive meus motivos, precisei estudar muito nesse tempo. Testes, provas, recs e finais tem me atormentado a uns 2 meses e meio, por ai. Eu tava mt ruim em algumas matérias por problemas q eu tive durante o ano.
Enfim, fiquei com medo de não conseguir chegar nem a 3k de palavras nesse capítulo, mas acabei conseguindo 4,1k. Um dos maiores kk
Espero q gostem e leiam as notas finais, por favor.


[17-07-16] Capítulo editado. Alguns erros foram corrigidos.



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CAPÍTULO IX:

10 formas de deixar o Tony Stark grego querendo te transformar num autômato.

Nota dos autores: Olá pessoas, como vão vocês? Bom, estamos bem, lindos, divos e maravilhosos como sempre. Como está rolando alguns boatos, verdadeiros por sinal, os deuses estão desconfiando de seus filhinhos querendo deixar eles de cabelo em pé. Santo Hermes dos roubos de banco, finalmente hein. Que povinho lerdo. Mas, por causa disso, teremos que dar umas disfarçadas ou fugidinhas. Não estranhem se nos virem vestidos de pégasos por ai, é melhor do que se fosse de Harpia… Falando nisso, Leo, criatura dos deuses, você literalmente pôs suas engrenagens para funcionar. Ha ha, sacaram? Tá, piadinha ruim (Nem falem como sempre). Vão logo ler, antes que a gente fale mais besteiras ou alguém invente de voar na gente.

Método 1: Peça para te ensinar a nadar, já que ele mergulhou do olimpo e nadou no concreto.

Hefesto ligou o interruptor do galpão onde guardava e inventava suas preciosas criações. E Leo quase teve um infarto ao ver todas aquelas coisas lindas e maravilhosas ali. Ele tinha vontade de pegar cada uma delas, colocar um lacinho e chamar de Piperina, em homenagem a sua melhor amiga.

Que a Piper não veja isso.

Os olhos de Leo brilhavam mais do que quando a mãe dele o deixa ficar na oficina dela, brincando com as porcas e pregos, e fazendo bichinhos de fios velhos. Ele parecia uma criança que tinha acabado de ganhar um doce.

Hefesto fez um barulho com a garganta, enquanto o semideus andava pelo lugar, olhando tudo que tinha por ali. Isso incluía até a lixeira cheia de papéis e os potes com diversos tipos de parafusos. Leo ignorou ele, como se o deus não estivesse ali ou, quem sabe, fosse invisível. Oh, já sei, Leo ignorou ele como se fosse Hefesto e o pai fosse Hera.

— Ei, to falando com você! — O deus quase teve que gritar pra que Leo finalmente ouvisse.

— Ah, oi. Foi mal.

Hefesto revirou os olhos e resmungou algo como “Eu meço essas crianças”.

— Tá vendo aquelas portas ali? — perguntou, apontando para três portas na parede esquerda do galpão, separadas por alguns metros de distâncias.

— To sim, o que tem elas?

— A primeira é o banheiro, a segunda a sala de materiais, e a terceira é a sala dos projetos. — falou, apontando para cada uma delas enquanto falava. — Estarei na terceira arrumando umas coisas, qualquer coisa me chama. Ou não, você decide.

Leo assentiu e passou a mão pelos cabelos, meio sem jeito. Esses dois eram quase iguais. Ótimos em relações com máquinas e péssimos com qualquer coisa humana, principalmente pessoas. Só que com a diferença que Leo conseguia se expressar direito com as brincadeiras e zoações, mas essas coisas ele não podia usar no momento.

— Obrigado por me deixar ficar aqui pra reconstruir o Festus — falou.

O deus deu um sorriso rápido.

— Fique à vontade.

Hefesto se virou para ir em direção a sala dos projetos, mas Leo chamou ele.

— É que eu queria te pedir uma coisa, mas acho que é melhor deixar pra lá… — disse como quem não queria nada e o deus revirou os olhos.

— Fala logo.

— Me ensina a nadar? — perguntou com os olhos brilhando, mais do que quando ele entrou no galpão.

Hefesto olhou para ele com as sobrancelhas levantadas. Ele provavelmente estava pensando que o filho tinha algum problema mental ou que andava comendo flor de lótus escondido no chalé de Hermes de novo (longa história, não pergunte). O que ele tinha a ver com nadar? Não era Poseidon nem nada do tipo; muito pelo contrário, era o deus do fogo.

— O que? Como assim nadar? Não entendi.

— É que eu não sei nadar e soube que você já nasceu dando uns mergulhos bem radicais lá de cima do Olimpo com direito a dar uma nadadinha no concreto. Falando nisso, não doeu não? Sabe, concerto é duro e…

Ele não terminou. A frase foi interrompida por Hefesto batendo a porta do escritório dele, após entrar. A força foi tanta que rachou a parede na parte perto das dobradiças.

Leo não aguentou e soltou aquela sua risada típica, algo como mistura de hiena engasgada e pato sendo sufocado.

Método 2: Envie parafusos bomba de presente.

Leo chegou no galpão de Hefesto 20 minutos depois do que os dois tinham combinado que seria o horário que Valdez poderia usar o lugar.

— Desculpa, me atrasei — resmungou, jogando sua mochila em cima da mesa que estava usando para os desenhos e o projeto.

— Percebi.

Hefesto se virou para ir pra alguma das salas do lugar, mas Leo pediu para ele esperar. O semideus revirou sua mochila, procurando pela caixinha azul.

— Aqui. — Entregou ela assim que achou. — Um presentinho pra você.

— Obrigado, vou abrir lá na sala de projetos — falou e andou para a sala.

Assim que ele entrou e fechou a porta, Leo largou a chave de fendas e pegou o celular. Colocou os fones e deu play numa música qualquer. Começou a cantarolar enquanto ia pra frente da porta.

Tirou uma chave do bolso e trancou a porta o mais rápido possível e correu de volta para a sua mesa.

Poucos segundos depois, alguma coisa explodiu.

— VALDEZ! — Hefesto gritou, com a voz abafada pela porta.

Fumaça saia pelo espaço de baixo da porta, mas o semideus não fez nada. Só deu algumas risadas e começou a dançar no ritmo da música, fazendo uns gestos bem estranhos. Como Piper dizia, ele estava dançando igual a uma minhoca com epilepsia e pó de mico nas roupas.

Método 3: Faça uma festa no galpão que ele usa para guardar e crias suas coisas.

— Leo — Hefesto chamou, fazendo o semideus olhar para ele —, eu vou pro Olimpo, daqui a duas horas eu volto.

O garoto balançou a cabeça confirmando e voltou a mexer em algumas das peças que estavam em cima da mesa. Ele nem viu quando o deus saiu do lugar, só soube disso por causa da batida na porta.

Ele jogou a cabeça pra trás, finalmente olhando para porta. Mas era apenas uma confirmação do que ele já sabia. Sorriu sozinho e pegou o celular (que ele mesmo tinha modificado e não atraia mais os monstros). Ligou para o Connor e ele atendeu rápido.

— Vem logo — falou, sem nem um “oi”, ou alguma outra coisa. Desligou também sem esperar o outro falar alguma coisa.

Colocou em alguma música e começou a cantar enquanto ainda estava na introdução.

— Meu nome é Leo, sou gostoso pra dedéu. Meu nome brilha e a falsiane pira. Sei que eu arraso, mais que o voo de um pégaso. Eu sou gato pra carvalho1.

[…]

O galpão de Hefesto estava cheio de semideuses do acampamento, apesar de ser dia de semana num mês de aulas. A maioria deles já sabia do plano dos irmãos Stoll e estava ali pra ajudar, como a melhor amiga de Leo.

— Preciso voltar a estudar a mitologia, porque essa deusa grega eu ainda não conhecia — ele brincou, quando a viu parada num canto.

Piper deu um soquinho no ombro dele e depois os dois se abraçaram, já fazia alguns dias que não se viam.

— Para de palhaçada. E ai, como tá sendo os seus dias de cobaia? — perguntou.

— Nada de mais, to construindo um gato mecânico pra fingir, já que não dá pra reconstruir o Festus de verdade.

— Que droga hein, mas bem que você poderia tentar, eu sei que voc…

Piper foi interrompida por um estrondo alto, que mais tarde Leo iria descobrir que tinha sido a porta da frente que foi derrubada por Hefesto.

— MAIS QUE HADES ESTA ACONTECENDO AQUI? — gritou num tom tão alto que Leo sabia que, se o pai dele fosse humano, estaria com uma baita dor de garganta depois.

— Opa, melhor eu ir — Piper sussurrou e sumiu no meio dos semideuses que saiam dali correndo.

Nem tinha sido exatamente uma festa de verdade. Apenas som, alguns refrigerantes (que tipo de festa adolescente não tem bebida alcoólica hoje em dia?), sem decoração nem nada. Apenas um pessoal reunido gritando e fingindo algumas danças tão zoadas quanto o minhoques epilético de Leo.

Mas só isso foi o suficiente pra fazer o deus dos ferreiros e do fogo soltar fumaça pelas orelhas e nariz. Haha, fogo… fumaça… sacou? Ah, deixa pra lá…

— Então… Vai uma coca ai? — perguntou Leo (ou, como ele se chamou mentalmente, o futuro cadáver).

Método 4: Taque fogo em todos os arquivos dos projetos dele.

Leo chegou no galpão no horário em que ele e Hefesto tinham combinado. Depois de 2 semanas, ele finalmente conseguiu esse feito histórico que ficaria marcado pra sempre na vida do Leo. É, ele chegando no horário era, tipo, um milagre.

— Alguém ai? — perguntou quando entrou e não viu ninguém — pai?

Deu uma olhada pra ver se via alguém, mas nada. Todas as portas estavam abertas, o que indicava que Hefesto não estava lá. Ele sempre fechava a porta da sala que estava.

Colocou a mochila em cima da mesa que estava usando, abriu ela e tirou de lá uma bombinha, daquelas que os amigos latinos da mãe dele soltavam nas festas e comemorações de feriados.

Era um tubinho marrom com um pavio curto que iria queimar até o fim. Depois, faria uma pequena explosão. Nada de mais, porém, se ele conseguisse acertar ela em papéis ou madeira, pegaria fogo, exatamente como ele queria.

Tirou uma caixinha de fósforo e acendeu a bombinha. Correu até a porta dos projetos e jogou lá dentro, em seguida, fechou a porta e trancou.

— MAIS QUE DROGA É ESSA?! — Hefesto gritou de dentro da sala.

— Ai minha santa tardis2, que droga — falou com a mão na boca.

— QUEM JOGOU ESSA DROGA AQUI? TA QUEIMANDO MEUS PROJETOS? EU VOU TE MATAR.

Leo não sabia se corria pra abrir a porta, se ria ou se pedia a Zeus pela sua alma. Mas decidiu fazer uma coisa bem fanboy, já que era uma referência a uma série que ele via.

— Bitch please — falou e jogou os cabelos para trás, mesmo não tendo tamanho pra isso — é A de Alison, não de Amador3.

[…]

— Meu braço tá doendo — Leo reclamou.

— Continua secando. — Antes que o semideus reclamasse outra vez, Hefesto interrompeu ele. — E calado.

Valdez estava sentado no chão da sala de projetos com um secador de cabelo rosa, provavelmente de Afrodite, nas mãos. Ele tentava secar os papéis de Hefesto com o deus ameaçando ele com o extintor de incêndio.

— Dá próxima vez, tenta fazer uma coisa dessas com alguém que não seja o deus do fogo. Ou num lugar que não tenha extintor. Não te dei meus genes pra nascer burro.

Método 5: Chame suas invenções de velharias mal construídas.

— Então, o que achou? — Hefesto perguntou.

Leo observou o robô a sua frente. Era apenas um tipo de braço robótico com uma coisa que parecia uma chave de fendas na ponta. Aquilo era a mais nova criação do deus, mas não era exatamente inovador.

— Hã… Pra que serve isso? — perguntou o semideus.

— Aparafusar os parafusos mais rápido e com maior precisão. — Ele sorriu. — Não é demais?

Hefesto parecia muito animado, até mais que o normal. Mas Valdez não, apesar dele gostar de quase tudo que o pai fazia, certas coisas não saiam tão bem assim e essa era uma delas.

— Ah, uma coisa para preguiçosos então.

O deus fechou a cara e olhou para o filho.

— Vai começar a me insultar ou vai dizer o que achou?

— Que tal os dois? — Leo perguntou sorrindo, mas o olhar de Hefesto fez ele parar de sorrir e engolir em seco de tanto nervosismo. — Tá uma bela, linda, maravilhosa, esplêndida… —

Antes que ele terminasse a frase, o deus interrompeu, com os olhos brilhando.

— Sério que você acha isso?

— …E enorme bosta de pégaso, assim como todas as outras velharias mal construídas que você chama de invenções do século — terminou.

Leo pensou que, se eles estivessem em um desenho animado ou num anime, o rosto do pai dele estaria vermelho e saindo fumaça pelas orelhas. Opa… Mas… Espere. Não é que ele estava mesmo?

Método 6: Jogue água nele e de quebra, numa das invenções dele.

O galpão de Hefesto estava quieto até demais, comparado aos outros dias que Leo estava ali. Geralmente, o garoto colocava música alta pra tocar pelo celular ou ficava batucando as ferramentas na madeira da mesa ou simplesmente estava ali. Ele era barulhento por natureza, mas dessa vez estava quieto e concentrado em analisar os papéis com os esboços do falso novo Festus.

Hefesto estava achando aquilo tudo muito estranho, mas não falou nada.

Ele estava numa das outras mesas, terminando de consertar uma peça redonda e estranha de ferro. Quando Leo viu, achou que fosse uma bola de futebol para robôs, mas, obviamente, ele estava errado.

Faltava pouco pra ele terminar o que estava fazendo, só precisava soldar mais uma das pontas que tinha um cabo saindo, mas faltava também a solda que ele não sabia onde tinha deixado.

— Droga — resmungou.

Por pura preguiça, ele não saiu do lugar, apenas estendeu a mão para onde precisava soldar. Seus dedos começaram a pegar fogo, mas nada muito alto, era bem baixinho, que quase não dava pra ver. Só que Leo viu.

Ele aproveitou para pegar uma coisa dentro da mochila, mais precisamente, duas pistolas de água cheia. Leo mirou em Hefesto e começou a “atirar”, acertado principalmente o rosto dele, a mão com o fogo e o brinquedinho de robô.

Conforme a água acertava ele, Hefesto tentava cuspir a água que entrava na boca e tampar o rosto com as mãos. Coisas que não deram muito certo. Quando acabou a água, o deus virou pra baixo o buraco da peça que tentava soldar, deixando a água cair.

— Já acabou, Leo? — perguntou quase gritando. Ele tentou tirar a água do cabelo, mas não deu muito certo.

— Leo? Quem é Leo? Meu nome é Jéssica. — falou tentando imitar a voz da Piper, mas acabou parecendo um ganso engasgado com pneumonia. Ele pegou mais duas pistolas de água dentro da mochila, aproveitando a distração de Hefesto, e mirou nele — E não, não acabou.

Método 7: Use o extintor de incêndio nele. Dê uma desculpa horrível para isso.

Sem que o pai visse, Valdez entrou na sala dele enquanto ele se distraia indo lá fora pra verificar Talos, o robô gigante que protegia o lugar.

Leo tirou do bolso um vidrinho contendo laxante. Ele procurou a garrafa de água de Hefesto e achou logo em cima da mesa. Abriu o vidro e a garrafa, colocando um pouquinho do laxante na água. Tampou os dois e colocou outra vez a garrafa no lugar e o vidrinho no bolso.

Saiu de lá o mais rápido que pôde, rindo sozinho.

[…]

Valdez olhava para o extintor de incêndio e para a porta da sala de Hefesto, intercalando entre os dois pontos. Ele já estava assim a um tempinho e estava quase desistindo de esperar, principalmente porque estava quase caindo de cara em cima da mesa por sono.

A porta do escritório foi aberta com pressa e Leo bateu com o rosto em cima de uma porca de parafuso, deixando ele com dor de cabeça e uma marca hexagonal no meio da testa.

Hefesto correu para o banheiro e o garoto sorriu, passando os dedos pela testa e xingando mentalmente a porca de parafusos de “bosta em forma de bola”, mesmo que ela não seja realmente um círculo direito.

Leo pegou o extintor de incêndio e foi para a frente da porta do banheiro, se segurando pra não fazer barulho nem rir alto demais.

Ele esperou mais um pouco, com a mão tampando o nariz porque o laxante estava fazendo um efeito maior que o esperado.

— O que é que ele comeu, comida podre? — perguntou pra si mesmo no tom mais baixo que conseguiu.

É, não estava fácil aguentar aquele cheirinho. Eca.

Depois de um tempo, o semideus começou a achar que se respirasse aquele ar mais um tempo, seu nariz iria sair do rosto, criar pernas e fugir, deixando ele com cara de Voldemort. Pra sorte dele, ele ouviu um barulho alto vindo de dentro do banheiro.

Ele arrombou a porta, na segunda tentativa, claro, já que na primeira ele ainda conseguiu jogar o extintor em cima do pé. Quando a porta abriu, ele parou de respirar e fechou os olhos, enquanto tentava acertar o jato de espuma do extintor em cima de Hefesto.

— Mais que Hades é isso? — ele perguntou.

— Achei que tivesse alguma coisa pegando fogo.

Leo jogou o extintor num canto e abriu os olhos, tento uma visão nenhum pouco legal de um deus sentado no vaso sanitário com a cara e o resto do corpo cheio de espuma do extintor. Sem contar que seus pulmões pediam por ar e ele teve que respirar.

— Ai meu Deus, quem morreu aqui? — perguntou, abanando o ar entorno do nariz.

Hefesto cuspiu um pouco da espuma que tinha dentro da boca.

— VOCÊ — gritou saindo do lugar.

Leo fez um pare com a mão.

— Termina ai primeiro, depois dá um jeito nesse cheiro. Já morri intoxicado mesmo.

Método 8: Cante “Girl On Fire” pra ele, insinuando que a garota da música é ele.

Leo cantava e dançava ao som da música “Sexy And I Know It” que, de acordo com ele, foi feita inspirada nele. Dessa vez, pra felicidade dele mesmo e azar de Hefesto, ele estava sem os fones de ouvido.

Hefesto queria arrancar os ouvidos, mas quanto viu o filho rebolar de jeito todo torto, achou que seria melhor desistir de viver mesmo.

— Será que dá pra abaixar um pouco o volume? — pediu, mas a música estava muito alta pra isso.

— O que? — Leo perguntou gritando — Aumentar? Claro.

Já ouviram falar na expressão facial “Queria estar morta”? Então, ela foi inspirada na cara que Hefesto fez quando o som ficou mais alto.

Pra sorte dele, foram poucos segundos até a música acabar e ele quase agradeceu a Zeus por isso.

— Ah, acabou, vou colocar outra vez. — O semideus falou.

— Não! — Hefesto gritou. Ele já tinha sido torturado cinco vezes com a mesma música e dança do filho. — Chega.

— É, tem razão, vou mudar a música.

Por um minuto, Hefesto cogitou a possibilidade de se jogar do Olimpo, dessa vez, por livre e espontânea vontade. Logo, uma nova música começou a tocar.

— Essa é especialmente pra você. She's just a girl and she's on fire. — Cantarolou olhando sugestivamente para Hefesto que ficou como o Percy, sem entender nada.

A música foi tocando e, vez ou outra, Leo cantava algumas partes olhando para Hefesto que já estava estranhando tudo aquilo.

This girl is on fire. Looks like a girl, but she's a flame — cantou mais alto essa parte, olhando nos olhos do deus.

Se estivéssemos num desenho animado, uma lâmpada teria acendido em cima da cabeça do deus.

—Tá me chamando de garota? — perguntou alto.

Leo riu e cantou mais um pedaço da música.

— Se a carapuça serviu… — falou no ritmo da música e riu — Relaxa, é melhor que a próxima. Espere pra me ver cantando Let It Go pra você, vai ser tão irônico e legal.

Método 9: Fale que queria ser filho de Hera, e que ela é a melhor deusa que existe.

— Ei, Leo — Hefesto chamou o filho.

O garoto estava aparafusando alguma coisa que parecia uma asa de galinha gigante. Ele parou quando ouviu o deus chamar ele.

— Oi, fala — respondeu.

— O que tá acontecendo com você? — Ele perguntou, sentando numa cadeira ao lado do filho que fez uma careta engraçada, mas Hefesto não viu isso.

— Não entendi o que você quis dizer.

— Eu quis dizer que você tá estranho. Apesar de não conviver muito com você, sei que não é assim. Alias, estou sabendo que tem vários semideuses estranhos. O que está acontecendo com você e com eles?

Naquele momento, Leo viu sua vida toda passando pelos seus olhos e olha que até agora ela tinha sido bem curta, só 17 anos. Ele pensou que tinha tanta coisa pra viver ainda. Caramba, ele nunca tinha esquiado na neve, pulado num vulcão, voado num porco gigante com asas, ou sequer tinha deixado de ser vir… Certo, deu pra entender que ele pensava nas coisas que nunca tinha feito ainda e queria.

— Nada uê — respondeu o mais óbvio.

— Nada? Tem alguma coisa sim, fala logo o que é.

Naquele momento, Leo levantou da cadeira que estava sentado, quase deixando a mesa cair. Hefesto levou um susto porque nunca imaginou uma atitude daquelas do filho.

— Olha aqui, vai encher o saco de outro. Me deixa em paz, eu te aguento mais. Sabe, você é um péssimo pai, não me da sobremesa extra, nem me deixa brincar com os explosivos quando eles chegam. Eu só queria fazer um CABUM legal. Você não é como a diva das divas.

— O que? — Hefesto perguntou confuso.

— Você não é Hera. — Ele falou com as mão na cintura, fazendo uns gestos como a Drew. — Queria que ela fosse homem e assim pudesse ser meu pai. Seria tão bom, muito melhor do que ser seu filho. Ela é tão legal, linda e diva. Ela arrasa, não você que nem gosta de mim — ele choramingou —, não gosto de você. Você é mal, me odeia e só faz coisas ruim. Hera tinha razão quando te jogou no Olimpo, feioso. Aceita que dói menos.

Leo esperava que Hefesto fosse pra cima dele e tentasse enforcá-lo, mas a única coisa que ele foi rir e ser irônico quando falou:

— Já sei o que você tem, Afrodite fica assim as vezes também. Normalmente as pessoas chamam isso de TPM. Ta naqueles dias? Quer um remedinho?

Método 10: Mecha na programação de Talos e faça o robô atacar ele.

Já era de noite quando Leo saiu do galpão de Hefesto. Ele estava com a mochila nas costas e o seu cinto de ferramentas no lugar de sempre.

Do lado de fora do galpão tinha um enorme gigante de bronze celestial. Era Talos, o verdadeiro robô quase humano, só que gigante. Ele guardava as criações de Hefesto, qualquer pessoa que tentasse entrar ali, seria esmagado por ele ou algo parecido.

Talos só respondia ao comando de uma pessoa, Hefesto, claro, mas como Leo iria ficar até mais tarde naquele dia, o deus adicionou ele como uma das pessoas seguras. Ele poderia entrar e sair sem que o robô atacasse ele, mas também poderia mexer nele e na sua programação. Tudo o que ele precisava no momento.

— Talos — chamou e ele olhou para Leo. — hã… Me leva ai em cima.

O robô se abaixou e encostou a mão no chão. Valdez olhou meio desconfiado, mas subiu nela. O gigante começou a subir ele, até que ele estivesse na altura do ombro de Talos. Ele saiu da mão, andando pelo ombro até o pescoço, onde tinha uma passagem. Leo entrou por ali.

Lá dentro era como uma sala de controle bem equipada, parecendo a parte de dentro de uma nave de um filme de ficção científica.

— Agora, vamos começar — falou pra si mesmo —, mas por onde eu ainda não sei…

[…]

— Pai, pelo amor de Zeus, Afrodite e todos os outros. Me deixa ir com você, nunca te pedi nada. Só quero te ajudar a arrumar o Talos — Leo gritava.

Hefesto tentava sair do galpão, mas um ser magro e com orelhas de elfo segurava suas pernas como uma criança querendo doces dos pais. O deus tentava sair, mas não conseguia, o garoto segurava muito forte.

— Tá, tá. Vamos. Agora saia do chão e levanta — falou sem paciência.

Valdez levantou do chão, com um sorriso de orelha a orelha. Ele apertou as bochechas de Hefesto e balançou de um lado pro outro. Depois, colocou os dedos nos cantos das bocas dele e puxou pra cima, fazendo um sorriso forçado.

— Você é tão divo.

Hefesto preferiu ignorar isso do que se estressar mais do que já estava.

Os dois saíram do galpão e logo Leo já saiu gritando:

— Talos, atrás dele. — E apontou para o pai.

Hefesto arregalo os olhos e deu um grito quando os joelhos do gigante se abriram e mostraram um tipo de arma em cada um, que começaram a atirar no deus.

— Que droga é esse? — Ele gritou enquanto tentava desviar.

— Isso sou eu me vingando de você. Eu vou te mostrar quem é o melhor. — Ele sorriu de um jeito psicopata.

A mão de Talos apareceu para Leo subir outra vez, e foi o que ele fez. Logo já estava lá dentro outra vez pra sala de comandos do gigante.

— Ta doido garoto? — Hefesto gritou lá de baixo, correndo dos tiros de Talos. — Conserta isso, faz ele parar.

Leo deu uma risada perto do microfone.

— Só corre, que hoje você vai virar uma peneira.

Leo fez Talos ir atrás de Hefesto durante horas. Eles ficavam correndo um atrás do outro, em círculos, igual a dois idiotas.

Hefesto gritava igual a Afrodite quando via uma barata, e tentava ficar tacando fogo no robô gigante, mas não dava certo. Mas eles precisaram parar com aquilo, quando a paciência do deus foi a menos cinco mil. Talvez Leo não fosse tão imune assim ao fogo…


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Notas finais do capítulo

Vamos lá: Quem participaria de um grupo no face sobre as minhas fics? Nele eu postaria sobre elas, prévias e spoilers, se quisessem, avisaria qnd vou atrasar e qnd vou postar e etc. Pf, respondam essa perguntinha

Dicionário de referências (e outras coisas):
1- Era p ser caralho, mas palavrão só no capítulo de Ares pq ele pode.
2- Nave de Doctor Who, série que o Leo gosta (Sangue do Olimpo).
3- Personagem de Pretty Little Liars.

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