Broken Angel escrita por Phoenix


Capítulo 5
Broken Angel




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Capítulo V – Broken Angel

Remexendo-se desconfortavelmente deixa um gemido escapar por entre seus lábios entreabertos enquanto tentava encontrar uma posição mais confortável. Não conseguiu.

Suspirando derrotadamente, passa a analisar sua situação, ambos os braços jaziam acorrentados a parede, mantendo o seu tronco nu erguido, enquanto suas pernas encontravam-se jogadas sobre o chão, no qual sentava-se desconfortavelmente.

“Ao menos desta vez havia sido gentil consigo.” pensa girando os olhos ao lembrar-se das palavras daquele responsável por seus novos cortes.

– Droga! – murmura debatendo-se em meio as correntes, bufando irritadamente pelo esforço inútil.

Se ao menos tivesse o escutado, apenas teria adiado o inevitável, mas ainda sim, gostaria tanto de tê-lo ouvido..

Um suspiro pesaroso deixa os seus lábios, enquanto um brilho nostálgico tomam-lhe os olhos. Ainda não sabia o porquê de tê-lo procurado, mas no momento que estava fugindo de seus seguranças, lhe pareceu tão certo, assim como lhe pareceu certo sentar-se e conversar com o outro, ou apenas rir como não lhe era permitido desde a infância.

– Castiel.. – o nome deixa os seus lábios antes que pudesse conte-los, fazendo um meio sorriso triste formar-se nestes.

Após tantos anos de briga, não acreditava, mas havia chegado aquele ponto..

– Me chamou?

Seu coração parece paralisar-se no peito, para em seguida bater com o dobro da velocidade. Não podia ser.

– Castiel?! – exclama encarando-o através da pequena janela na porta como que a uma miragem.

E então assiste o outro arrastar a pesada porta de madeira, para em seguida correr até si, enlaçando-o pelo pescoço.

– Seu loiro idiota! – murmura contra o pescoço do loiro, sentindo este arrepiar-se. – Eu pensei que nunca mais fosse vê-lo!

– Eu também.. – diz cerrando os olhos, aspirando o aroma amadeirado do ruivo.

O ruivo então se afasta delicadamente do loiro, segurando a sua face com ambas as mãos e encarando-o intensamente.

– Eu não sei o que faria se tivesse te perdido..

Era a primeira vez que via aquele brilho nas orbes acizentadas, uma mistura de alivio e um outro sentimento que no momento não conseguia identificar, mas fazia o seu coração martelar ainda mais loucamente contra o peito. Estava tão perdido naqueles olhos, que não estranhou quando estes ficaram próximos demais e nem quando dois passaram a ser apenas um.

Segurando com força as madeixas lisas e loiras por entre os dedos, o ruivo deixa-se perder na incrível sensação de ter aqueles lábios contra os seus. Sem perceber, cerra os orbes, beijando-o tão intensamente quanto todo o seu ser implorava que o fizesse, sendo retribuído pelo loiro.

Lembrando-se da real situação na qual se encontrava o loiro vira a face, concentrando-se em recuperar o controle da própria respiração, assim como o ruivo. Recuperando um pouco do controle sobre o seu próprio corpo, vê este afastar-se e encará-lo com um leve sorriso sobre a face, o primeiro sem o sarcasmo e a ironia costumeira. Queria tanto poder parar o tempo naquele instante..

– Você.. precisa ir embora. – sussurra em um fio de voz desviando os orbes para o chão.

A expressão do ruivo então se transforma em confusão, mas por fim entendimento.

– Sabe onde estão as chaves?

– Ela sempre as mantêm consigo.

O som de passos então se fazem presentes no ambiente.

– Você precisa ir embora! – repete desta vez com mais convicção, remexendo-se novamente em meio as correntes, cortando-se nestas. – Hah..! Ela esta vindo!

O horror palpável em sua voz faz o ruivo alarmar-se, erguendo-se e colocando-se em frente a Nathaniel com as pernas trêmulas.

– Castiel, vá embora! – repete desesperando-se, machucando ainda mais suas mãos na tentativa vã de soltar-se. – Gah..! Castiel!!

O barulho da porta se arrastando preenche o ambiente, fazendo com que o ruivo inconscientemente prende-se a respiração.

– Cas.. – começa, mas sua voz morre na garganta.

Perante a visão da pessoa responsável por tudo aquilo o ruivo arregala os olhos, entreabrindo os lábios e deixando um xingamento morrer em sua garganta. Só podia ser brincadeira.

– Ambré?!

A loira ao deparar-se com Castiel surpreende-se, mas por fim sorri aproximando-se do ruivo que recua um passo.

– Não tenha medo Cas, sou eu, a sua Ambré. – murmura sorrindo docemente para este.

– Vo-você fez isso? – pergunta em um fio de voz, franzindo o cenho perante a atitude da garota.

– Você gostou? Estive o preparando durante todos esses anos para você, seria o seu presente.

– O-o meu presente?! – questiona tentando manter-se firme, sentindo algo em seu interior gritar para que saísse logo dali.

– Eu tive tanto medo quando ele fugiu, tinha certeza que esse imbecil iria estragar a surpresa que preparei com tanto esforço para você, mas no final, o apressadinho foi você. – conclui sorrindo largamente para este, agora a poucos centímetros do mesmo, que ainda tentava compreender o que falava.

– Você fez tudo isso.. por mim? – pergunta em um fio de voz.

– Não precisa agradecer meu querido, faria tudo por você. Eu te amo.

E então o verdadeiro significado daquelas palavras atingem Castiel como um soco na boca do estômago. Aquilo era insano, doentio. Sem controle do próprio corpo, sente seus membros paralisarem-se, e então o toque da loira sobre sua face.

– Eu esperei tanto por este momento. – sussurra mais para si mesmo, aproximando sua face ainda mais do ruivo. – Tantos anos imaginando a sua expressão, suas palavras, e agora eu finalmente..

Antes que pudesse concluir a frase, sente um forte tapa ser deferido sobre o seu rosto, fazendo com que fosse com brutalidade contra o chão.

– Ca-Castiel.. – sussurra encarando-o assustada.

– Você é um monstro. – sibila encarando-a inexpressivamente.

– Você.. não sabe o que esta dizendo.. – retruca desviando os olhos para o chão.

– Você é doente!!

– Tudo o que eu fiz foi por nós dois, você não entende, enquanto ele existisse jamais poderíamos ficar juntos! – exclama encarando-o de forma implorativa.

– Eu.. não consigo acreditar nisso. – esbraveja mais para si mesmo.

– Lembre-se do nosso amor! – pede aproximando-se levemente deste.

– Eu não te amo! – exclama afastando-a com o pé.

– Eu não compreendo você.. Você!!! – grita apontando para Nathaniel. – O que você fez com ele?!

O loiro apenas engole em seco, assistindo paralisado, a loira tentar aproximar-se de si, sendo impedida pelo ruivo que a segura pelo cabelo.

– Amor! – implora, sentindo seu corpo ser jogado sobre o chão.

– Nathaniel, o que esta acontecendo? – questiona encarando o loiro de forma desesperada.

Vendo que o loiro não conseguiria responder vira-se em direção a loira, que já se adiantava para si.

– O que esse maldito fez com você, meu amor?! Não se lembra de nada? Todos os momentos que passamos juntos simplesmente se apagaram? Todos esses anos?

– Do que esta falando? – pergunta segurando-se no ultimo fio de sanidade que ainda permanecia intacto em si.

– Como pode não se lembrar?! O que você fez?! – grita encarando enfurecidamente o loiro.

Recuperando a voz, o loiro então passa a narrar tremulamente.

– Tudo começou quando consertou sua boneca, após aquele dia, o seu comportamento mudou, ela tornou-se mais agressiva e obcecada, obrigando nosso pai, após ameaçar se matar a colocar detetives atrás de você. Aos poucos, ela foi desligando-se do mundo real, sempre surgindo com histórias fantasiosas sobre o que haviam feito ou sobre o que planejavam fazer, o ápice foi quando descobrimos que ela havia implantado câmeras na sua casa. Minha mãe tentou interna-la, então meu pai a mandou para longe, meu pai sempre foi o elo mais fraco, não aguentaria ver sua menininha sendo sujeitada a isso. E então aconteceu, suas histórias passaram a me envolver, e quando vi, nosso pai já havia lhe dado o comando de nossos seguranças e lhe dado controle total sobre mim, e foi quando tudo isso começou..

– Isso é mentira! – grita tampando os próprios ouvidos, enquanto grossas lágrimas passavam a descer por sua face.

– Ela nem ao menos consegue diferenciar o que esta acontecendo do que esta em sua própria imaginação, em sua cabeça, vocês dois tem um relacionamento secreto, que se desenvolve em um mundo que ela inventou.. – sussurra em um fio de voz.

– Você esta mentindo!

A loira se ergue, as grossas lágrimas ainda lhe descendo pela face, enquanto em suas mãos tremulas, segurava com força excessiva um revolver que nenhum dos rapazes a vira pegar.

– Você sempre foi cruel comigo!

– A-Ambré! – exclama o ruivo esticando as mãos em frente ao corpo. – Não faça isso!

– Você nem por um segundo gostou verdadeiramente de mim!

– Não precisa ser assim..

– Precisa sim! Você jamais deixaria que fôssemos felizes, você.. – interrompe-se baixando os olhos, somente para erguê-los novamente, com um brilho gélido. – Não se preocupe meu amor, eu jamais faria nada com você..

– Ambré, não!

O estampido da arma é ouvido por todo o cômodo, assim como o som do corpo tombando contra o chão. Um grito ensurdecedor é emanado no ambiente, que rapidamente se transforma em um choro escandaloso.

– Castiel! – grita em meio as lágrimas a loira, contorcendo-se no chão.

E então mais um disparo é ouvido e tudo se torna negro..


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Notas finais do capítulo

Lil: Kyaah! Finalmente postei, nem acredito! XD Adoraria ver a expressão de vocês ao ver/ler quem estava por trás dos machucados do Nath :P
Vocês não imaginam como foi difícil deixar de assistir Junjou Romantica 2 para corrigir o capítulo e postar >.< Aproposito, obrigada a todos os fantasminhas que se revelaram e sejam bem vindos todos os novos leitores da fic, fiquei muito feliz com todos os comentários xD
Obrigada por ler até aqui, por favor comente, kisses ;)
PS: Talvez por ter lido inúmeras vezes, eu sinta que o capítulo não tenha ficado tão intenso quanto esse momento pedia, o que acham? '-'