Broken Angel escrita por Phoenix


Capítulo 1
Lost Angel




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/455951/chapter/1

Capítulo I - Lost Angel

Entreabrindo os olhos com o coração acelerado, vira-se em direção ao despertador ao lado da cabeceira da cama, tornando a ouvir novas batidas contra a porta, enquanto confirmava o seu pensamento anterior. Era cedo demais para ser importunado.

Sem vontade alguma de levantar-se, torna a virar-se para o lado contrário, colocando o travesseiro sobre a cabeça, ouvindo as batidas se intensificarem e Dragon começar a latir e correr pelo apartamento. Quem quer que fosse, era bom saber correr e bem rápido.

Praguejando alto, levanta-se da cama, pondo-se a chutar os chinelos até a saída do quarto, conseguindo entrar em acordo com estes após pegar as chaves sobre a televisão e xingar irritadamente o ser do outro lado da porta, que agora esmurrava-a ininterruptamente.

– Lysandre, se for você, eu acho bom ter um ótimo motivo para me acordar deste jeito. - diz entredentes, girando a chave na fechadura.

Antes que tivesse chance de vislumbrar seu indesejado visitante, é empurrado com força para dentro, ouvindo a porta fechar-se com força em seguida e este encostar-se contra ela arfante.

– Posso saber que caralho esta acontecendo?! - pergunta irritado, retirando algumas mexas escarlates que caiam sobre os seus olhos, arregalando-os em seguida. - Na-Nathaniel?!

Como que confirmando, o loiro faz um barulho estrangulado com a garganta, tentando normalizar a respiração e fazer suas pernas pararem de tremer.

Perdendo qualquer resquício de sono, o ruivo passa a analisar o loiro, passando os olhos pelas madeixas douradas, sujas e grudadas pelo suor, e em seguida, descendo-os pela face levemente avermelhada e inchada e pelo caminho de sangue coagulado, primeiro sobre o nariz e lábios, e depois descendo em uma linha reta pelo pescoço levemente amorenado, onde residiam algumas manchas arroxeadas por entre as aberturas de suas vestes gastas e sujas de sangue e terra. Ao terminar a analise, fecha o semblante, encarando o loiro que aparentava não aguentar o próprio peso sobre as pernas.

– Não sei se percebeu, mas errou o caminho para o hospital. - diz friamente, vendo o loiro erguer os olhos semicerrados para si.

– Eu já percebi... - responde em um fio de voz, não suportando mais manter o olhar e deixando o seu corpo desabar sobre as pernas, caindo desajeitadamente sobre o assoalho.

– Neste caso, a porta da rua é a serventia da casa. - diz apontando desinteressadamente para a porta.

– Eu não consigo levantar.. - sussurra entredentes.

– O problema é seu, te dou 30 segundos até o meu cachorro te atacar.

– Castiel..

– 30..29..28..

– Por favor, eu não posso voltar para casa! - sibila desesperadamente, ouvindo o rapaz cessar a contagem.

O ruivo queria realmente expulsá-lo de seu apartamento, ainda mais após tudo que havia ocorrido entre os dois no passado, mas uma vozinha irritante insistia em gritar em sua mente, o quanto esta atitude seria desumana, afinal, parecia que o loiro havia sido pisoteado por uma manada de elefantes.

Contrariando a sua 'pose de bom moço', o ruivo suspira derrotadamente, trancando a porta e guardando consigo as chaves, passando a refazer lentamente o caminho até o próprio quarto, parando momentaneamente ao encontrar-se diante deste.

– Tome um banho. Se eu encontrar uma mancha sequer sobre o meu sofá novo de manhã, você saíra daqui pior do que chegou.

Sem esperar uma resposta, adentra o quarto, expulsando Dragon de sua cama, em seguida, deitando-se sobre esta e dormindo quase que instantaneamente.

~~~*~~~*~~~

Ao sair do quarto, a primeira coisa da qual teve consciência, é de que havia dormido somente de cueca, quase que se esmurrando mentalmente ao se tocar de que muito provavelmente, Nathaniel o havia visto daquela forma deplorável de madrugada, não que o loiro estivesse melhor, muito pelo contrário, antes pelado do que quebrado.

– Hn. - resmunga o ruivo ao não avistar o loiro sobre o sofá, arregalando os olhos, ao notar que este permanecia recostado sob a porta inconsciente.

Sentindo o coração martelar contra o peito, aproxima-se do mais baixo, agachando-se em frente a este e afastando o seu cachorro com um gesto de mão, antes de encostar dois dedos sobre o seu pescoço.

– Graças a Buda, esse idiota ainda esta vivo! - diz voltando a respirar compassadamente, ouvindo o loiro gemer, para em seguida, entreabrir os olhos. - Bom dia estrelinha brilhante, a terra diz olá!

– Hn.. Que horas são? - pergunta com a voz levemente rouca.

– Sei lá.. dez? - diz desinteressadamente, vendo o loiro alarmar-se.

– Dez?! Mas hoje é segunda-feira! Eu tenho tarefas como representante de turma e.. - interrompe-se contorcendo a face em dor, ao tentar inutilmente levantar.

– Oh meu Deus! O que será da Sweet Amoris agora, sem o seu tão importante representante de turma?! - diz girando os olhos sarcasticamente.

– Vá a merda!

– ‘A merda’ parece ser um lugar muito mais agradável do que o que saiu ontem, caralho, você esta fedendo. - constata fazendo uma careta por fim.

– O que você esperava, que eu estivesse cheirando a rosas do campo?! - diz bufando irritadamente.

– Seria mais agradável. - diz desinteressadamente, dando de ombros ao receber como resposta, o dedo do médio e tremulo do loiro. - E então, vai me contar o que aconteceu ontem?

Ao fim da pergunta, o ruivo pode vislumbrar por alguns segundos, um brilho de desespero cruzar os olhos dourados a sua frente, seguido de um desviar dos mesmos, e uma leve torção dos lábios. Ele não iria contar.

Fingindo ignorar a negativa, o ruivo ergue-se do chão, em seguida, colocando um dos braços do loiro sobre o seu ombro e ajudando-o a se erguer.

– Eu não vou te deixar aqui, empesteando o meu apartamento com esse fedor de carniça. - resmunga o ruivo, respondendo a pergunta muda impressa nos orbes do loiro.

Um pouco envergonhado pela situação, o loiro apoia-se melhor conta o ruivo, passando a acompanhá-lo em seu andar lento.

– Err, Castiel? - chama adquirindo um leve tom de escarlate.

– Hn? - diz encarando o loiro entediadamente.

– Você ainda esta só com a roupa de baixo..

– É um pouco tarde para notar isso, não acha? - pergunta sorrindo maliciosamente para o loiro que desvia o olhar, calando-se.

Ao adentrarem o banheiro, o ruivo senta o loiro sobre a privada, voltando-se para a banheira, abrindo a torneira desta e virando-se novamente para o loiro enquanto esta enchia.

– O que pensa que esta fazendo? - pergunta o loiro semicerrando os olhos acusadoramente na direção do ruivo, ao vê-lo começar a levantar sua camisa.

– O que parece que eu estou fazendo? - pergunta sarcasticamente.

– Eu posso me despir sozinho, muito obrigado. - diz afastando as mãos do ruivo que apenas dá de ombros.

Tentando não focar-se no corpo do loiro, o ruivo desvia os olhos, avistando o seu cachorro que os seguira até ali, passa então a acariciá-lo e brincar com este até ouvir o consentimento do loiro, pedindo para o cachorro sair do banheiro, antes de erguer-se e ajudá-lo a caminhar até a banheira, sentando-o nesta, e em seguida, fechando a torneira.

Encarando de relance o corpo do rapaz, agora parcialmente coberto pela água levemente rosada pelo sangue, pode vislumbrar diversas manchas roxas espalhadas pelo tórax definido, além de diversos cortes, alguns superficiais, mas outros, tinha certeza, deixariam cicatrizes, que fariam conjunto com as tantas outras já espalhadas pela pele alva. Mas o que inferno era aquilo? Será que aquele loiro aguado participava de algum culto de louvação ao tinhoso?!

Vendo o loiro remexer-se desconfortavelmente, tentando inutilmente cobrir o corpo com as mãos, desvia o olhar, pegando o sabonete em um dos lados da banheira e oferecendo para o loiro, que assente em um agradecimento mudo.

Sem nenhuma palavra, o loiro passa a ensaboar-se, enquanto o ruivo dirigia-se em direção a privada, sentando-se sobre esta e passando a observar o loiro, sendo ignorado pelo mesmo.

Aquelas marcas não haviam sido ganhadas em uma briga, e aquelas cicatrizes eram de meses, quem sabe, anos atrás; observando atentamente, via-se que algumas possuíam uma fina camada de pele, e outras começavam a cicatrizar, sob uma fina casca reaberta, aquelas cicatrizes não eram de ontem ou anteontem, vinham sendo provocadas continuamente durante meses, talvez anos. O que poderia ser aquilo? Violência domestica?!

– Castiel? - chama sem encará-lo, fazendo-o despertar de suas indagações.

– Hn? - pergunta encarando o loiro levemente atordoado.

– Eu não consigo alcançar as minhas costas. - sussurra socando-se mentalmente ao sentir a sua face queimar.

Sorrindo de forma marota, o ruivo ergue-se, pegando o sabonete das mãos do loiro e dando a volta na banheira, subindo sobre esta e apoiando-se sobre a borda, pausando-se momentaneamente para observar as costas quase que totalmente rasgadas do loiro, sentindo um calafrio percorrer a sua espinha ao passar a ensaboar estas, sentindo o loiro contorcer-se dolorosamente contra as suas mãos.

– Tu-tudo bem? - pergunta levemente nauseado, continuando ao ver o loiro assentir.

Após ensaboar lhe as costas, pega o shampoo ao lado da banheira, pondo-se a esfregar lentamente os fios loiros, que mal espumavam de tanta sujeira, mergulhando-os na água, antes de repetir o processo, desta vez conseguindo limpar parcialmente os fios rebeldes.

Vendo que apenas aquela água não conseguiria limpar o loiro, deixa a água descer, tornando a encher novamente a banheira, observando por entre a pouca água, os diversos roxos e cortes espalhados pelas pernas e baixo ventre do jovem; tentando não focar-se muito sobre estes, recomeça a tarefa de esfregar as madeixas rebeldes, dando-se por satisfeito alguns minutos depois, e voltando a mergulhar a cabeça do loiro contra a água, fechando a torneira e voltando esvaziar a banheira.

Sem nenhuma palavra, sai do banheiro, voltando minutos depois com uma toalha, uma caixa branca e um conjunto de vestes, deixando tudo sobre a tampa da privada, ao caminhar em direção ao loiro e ajudá-lo a manter-se de pé, deixando-o apoiado contra a parede, enquanto voltava com a toalha em mãos.

– E-eu realmente posso me secar sozinho. – diz tomando a toalha negra das mãos do ruivo, que se afasta de si, caminhando até a privada.

Agachando-se diante da privada, abre a caixa branca, passando a procurar entre os vidros de remédio e esparadrapos, algo que servisse para as feridas do loiro. Erguendo-se com o vidrinho em mãos, nota que este estava quase vazio, mas teria que servir. Virando-se na direção do loiro, nota que este já estava seco e com a toalha amarrada sob a cintura.

– O que pretende fazer com isso? - pergunta o loiro apontando para o vidro sobre as mãos do ruivo.

– Para ‘o grande representante de turma’, você é bem tapado. - diz sorrindo de canto por fim.

– Eu realmente agradeço tudo o que fez por mim, mas isso não é necessário. - diz engolindo em seco ao ver o ruivo retirar um pedaço de pano sob seu ombro direito e embebedá-lo com o liquido transparente do vidro.

– Vamos lá, seja um bom representante e fique quietinho - diz aproximando-se do loiro que se apoia com mais força contra a parede.

– Ca-Castiel, não se atreva!!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lil: Olá mi amores, tudo bem? Tudo pronto para o ano novo? ;) Essa história inicialmente era pra ser uma one, mas como ultrapassou 6000 palavras decidi postar como long. xP Bem ela já esta completa, entretanto, só postarei se tiver certeza que gostaram, e então, continuo? Não deixem de comentar xD Aproposito, um feliz e prospero ano novo para vocês e suas famílias *-* Kisses ;)

PS: Neste capítulo acabei cometendo um pequeno equivoco, corrigido pela nossa companheira de jornada Fe (http://fanfiction.com.br/u/269646/), muito obrigada more ;)
Erro: O cabelo do Nathaniel estava tão sujo que dificultou a espumação do shampoo. Na verdade, a quimica do shampoo com a sujeira é o que faz espumar, logo quanto mais sujeira mais espuma, não o contrario.

Só eu achei isso interessante? Sempre pensei que fosse o contrário xP Obrigada mesmo more :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Broken Angel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.