Attack on Zombie escrita por Nobody


Capítulo 9
Capítulo 9 - O porto de Seattle


Notas iniciais do capítulo

Oi! Tudo bem com vocês? :)
Um aviso caso tenha alguém lendo a fic por causa dos zumbis e que não assistiu Shingeki no Kyojin: talvez agora fique mais complicado entender (ou imaginar) as cenas que utilizarem o EMT, e elas irão aumentar com o decorrer da história. Então, caso queiram conhecer como funciona o EMT, recomendo que assistam pelo menos a abertura de Shingeki ( https://www.youtube.com/watch?v=m2ju9FJNHJc ) para que fique mais fácil de imaginar a certas partes da história.
Mas eu prometo tentar escrever da melhor forma possível para não deixar ninguém com muitas dúvidas nessa parte :)
Boa leitura!



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Já fazia meia hora que voltávamos a estar na estrada quando os grandes prédios da cidade de Seattle já estavam visíveis. Apenas mais um quilômetro andado e Max parou o carro.

– Não conseguiremos passar.

A frase pronunciada por Max me levou até o furgão no meio da estrada e o olhar de desespero de Steven que anunciava a mesma coisa. Olhei para frente com o gelo no coração de ver mais uma multidão daquelas coisas correndo para nós, mas um suspiro saiu de meu peito: era apenas um congestionamento (enorme) de carros enfileirados que, com certeza, não iriam andar.

– Vamos ir a pé.

Nós saímos do carro. Michele estava agarrada a minha calça enquanto Max abria o porta-malas.

– Pegue coisas que serão úteis. Não vamos levar tudo, pode nos atrasar.

Max pegou a balestra, uma espada curta e colocou uma pistola na cintura. Fiquei olhando para o porta-malas e as diversas armas que tinha nele. Peguei uma pistola e olhei para o equipamento EMT. Max agora estava colocando Michele nos ombros e a menininha levantava a boneca no ar dando uma gargalhada gostosa que só as crianças sabem dar. Então comecei a amarrar o equipamento em minha cintura.

– Mikasa... – O rapaz estava olhando curioso para mim, de certo modo até com um jeito de reprovação por minha escolha. – Eu não perguntei nada sobre isso até agora, mas... Você acha que isso vai ser útil?

Olhei bem para o equipamento e para as espadas guardadas naquelas caixas de metal e lembrei-me da experiência anterior. Confirmei com a cabeça. Max deu um suspiro e colocou uma das mãos em minha cabeça e a afagou, como se fosse um pai dando a confirmação para a criança levar o brinquedo desejado.

Começamos a andar por entre os carros, matando alguns andarilhos que estavam vagando pelo caminho. Aquela fileira de carros parecia interminável. Mas por ela havia poucos zumbis e a cidade estava do mesmo jeito: quieta demais.

Já fazia cerca de uma hora que andávamos até o porto e, por sorte, nenhuma multidão tinha estado em nosso caminho. Mas quando chegamos mais perto da entrada do porto, vimos o porquê.

Diante de mais uns 20 carros, há uns dois quarteirões à frente, começava um tumulto de grunhidos e movimentos lerdos que tentavam avançar. Michele, que ainda estava nos ombros de Max, apertava a cabeça do rapaz e começava a ter um olhar de choro. Max olhava para frente com assombro, enquanto parecia pensar em alguma saída. Olhei para o sol no céu azul que indicava o meio da tarde.

– Vamos ir pela praia. Deve ter menos deles por lá. – Max olhava para uma das ruas ao lado.

Max começou a ir na frente com a balestra enquanto a menininha agarrava a sua testa e eu cuidava da retaguarda. Foi cerca de mais uma hora até que nossos pés tocaram na areia fofa da pequena praia. Realmente, não tinha quase nenhum zumbi caminhando pelo litoral, mas mais na frente, no porto, podia se ver o fim daquela multidão de zumbis. O que nos separava de lá era cerca de 800 metros e uma escada de pedras que levava até a cerca que rodeava a entrada para a passarela do porto.

Faltava um bom tempo para que o sol começasse a se pôr, então, nós iríamos esperar. Ao nosso redor avançavam alguns poucos mordedores querendo vir para perto de nós, mas Max sempre os eliminava com uma flechada silenciosa.

Michele estava sentada na pequena fresta de areia que a praia possuía fazendo castelinhos irregulares em volta da boneca. Max, assim que eliminava algum andarilho, olhava para o porto. Eu sabia o que ele pensava. Nós deveríamos esperar lá. Mas como?

– Max... – ele estava voltando com uma flecha ensanguentada. – Como eles saberão que estamos aqui? Eles podem nos confundir com aquelas coisas...

O moço então me mostrou a pistola que tinha pegado do porta-malas e só então percebi que era uma pistola sinalizadora. Max devolveu-a ao seu lugar e apontou para os portos ao longo de Seattle.

– Eles pediram para esperar em algum dos portos que eles iriam fazer uma ronda procurando por pessoas.

– Uma ronda? – Imaginei um barco parando porto em porto procurando por alguém e achei essa ideia bizarra– Eles virão buscar-nos do quê?

– Na última chamada pelo rádio, eles diziam que viriam com um helicóptero ao pôr-do-sol. Mas aqui não é um bom lugar. – O rapaz olhava novamente para o porto. – Vamos ter que tentar chegar ao cais.

Olhei para o que deveria ser o cais daquele porto e vi apenas várias cabeças se mexendo.

No horizonte o sol começava a deitar-se vagarosamente, mas não tinha nenhum sinal de helicóptero, até que Max apontou para os prédios atrás da curva do litoral. Um pontinho no céu se movia.

Encarei mais uma vez o cais lotado de mordedores e olhei para a pequena que brincava na areia. Estávamos quase lá, era só acabarmos com aquelas coisas e pegar o lugar delas. Mas eu sabia que isso era impossível. Em meio aquela multidão de seres famintos seria uma atitude arriscada e imprudente tentar matar a todos. Olhei para os prédios altos e a lembrei-me da fileira de carros.

– Max! Quando todas aquelas coisas começarem a sair, pegue Michele e me espere embaixo da escada. Encontro vocês lá!

Eu já estava correndo em direção ao centro quando ouvi Max aos gritos perguntando o que eu estava fazendo. Simplesmente olhei para trás e bati com minhas mãos no equipamento pendurado em mim. Hora de provar que ele seria útil.

Quando cheguei próximo aos prédios, já podia ver como a quantidade de zumbis aumentava. Olhei para aqueles arranha-céus e tentei calcular a rota que deveria seguir. Certo.

Assim que os cabos seguiram em direção ao topo dos edifícios, meu corpo foi puxado junto atravessando o ar. Era a primeira vez que eu faria uma sequência longa com aquele equipamento e então o medo de que ele iria se soltar e de que eu seria jogada no meio daquelas coisas era colossal. Lembrei-me da imagem de Max andado com Michele no pescoço. Eu não poderia ter medo. Era a chance de nos salvarmos.

Um gatilho após o outro era apertado e as posições em que eram soltos mudavam também. Meu corpo deslizava pelo ar... devagar. Estava muito devagar. “Este irá liberar os gases. Quanto mais apertar, mais rápido. Só não gaste muito.” Ok... velocidade. Vamos ver o quão rápido poderia ir.

Ao apertar aquela alavanca meu corpo se jogou fortemente no ar, fazendo-me desiquilibrar no início. Os ganchos foram mais rápidos também e em três minutos cheguei perto do lugar que estava há uma hora.

Minha descida não foi tão confortável por conta da velocidade em que eu estava, e eu não sabia bem ao certo como pará-lo. Então simplesmente soltei-me a uma altura razoável e saí rolando pelo chão. Ao levantar, minhas pernas estavam tremendo e meu corpo estava dolorido. A pressão que ele tinha sofrido com a velocidade o fizera ficar daquele jeito.

Olhei então para os carros. Percorri entre eles procurando alguma luz piscando e nos quais eu encontrava, quebrava-lhe o vidro. Já havia feito isso com cerca de 10 carros, e um som estridente e alto de alarmes pairava no ar. Olhei para frente. Eles estavam vindo.

A multidão de monstros famintos avançava até os carros. Antes que eles chegassem, eu já estava novamente pendurada no ar. De certo modo, a imagem de centenas de criaturas correndo em uma única direção era fascinante. Mas o melhor de tudo era ver o porto ficando livre delas.

Comecei a ir o mais rápido que eu conseguia, soltando uma quantidade gigantesca de gás que me fazia cortar o ar em uma velocidade incrível. Quando eu estava chegando perto do local onde eu deixara Max e Michele, o gás simplesmente acabou: o cabo não conseguiu alcançar o próximo prédio e eu me vi batendo com as costas em um caminhão.

Olhei ao redor e não tinha quase nenhum ser por perto. Soltei-me do equipamento para correr mais rápido e fui em direção às escadas de pedras. Quando eu apontei no topo da escada, Max abriu um sorriso e saiu correndo com Michele no colo em minha direção.

– Vou indo na frente!

O rapaz desceu a menina no chão e entregou-me a balestra, colocou a espada em mãos e saiu correndo em direção ao cais executando alguns dos seres perdidos que avançavam até ele. Peguei Michele no colo e comecei a avançar para onde Max estava indo.

O porto estava com alguns botes caídos no meio do caminho e ele era bem comprido. Max estava parado no meio dele, arrumando a pistola para atirar. Iniciei uma leve corrida desviando dos botes e de alguns mordedores caídos no chão que não conseguiam se locomover. Já estava chegando perto de Max quando Michele começou a choramingar.

– Mikasa... minha boneca. – ela apontava para perto de um dos botes onde a boneca estava caída.

– Desculpa, Michele.

Olhei para a boneca e depois para Max. Ele já estava com as mãos levantadas aos céus quando eu vi surgir atrás dele um daqueles mordedores. Deixei Michele no chão e mirei com a balestra na cabeça do andarilho perdido. Junto com a minha flecha, o tiro do sinalizador de Max brilhou no céu.

O helicóptero então começou a contornar a baía e se a aproximar rapidamente do cais. Max estava sorrindo, era um sorriso de vitória que ele carregava enquanto voltava. Iríamos sobreviver. Joguei minha mão para trás para que Michele as pegasse, mas minha mão ficou pairando pelo ar.

– Michele?

Quando virei meu rosto eu pude ver a menininha já perto da boneca e atrás dela a multidão voltando para o porto por causa do sinal.

– Venha Michele!

Porém a menina começou a abaixar para pegar a boneca no chão. Oh não. Havia um dos zumbis caídos ao lado da boneca, ele poderia pegar Michele. Então atirei uma flecha nele, a última flecha.

Tarde demais.

Ele já havia puxado o braço da garota e arrancado dois de seus dedinhos. Michele estava chorando de dor enquanto apertava a mãozinha ensanguentada em seu vestidinho verde.

– Michele!! –Fui correr em direção a ela, mas o braço de Max me segurou por trás. – Me solta Max! Ela só foi mordida na mão!

“Você só foi mordido na mão!”

Minha visão embaçou-se e eu tentava soltar-me de Max para salvá-la antes que o grupo de zumbis a pegassem. Ela estava andando devagar para nós, cambaleando com seus pezinhos enquanto gritava por mim.

– Vamos, Mikasa! Você sabe que já não podemos levá-la!

– Eu não posso deixar ela aqui!

“Eu não posso deixar você aqui!”

Uma fincada de dor atravessou minha cabeça e minha visão apagou-se por um instante, deixando-me zonza. Max aproveitou esse momento e me colocou em seu ombro e saiu correndo em direção ao cais.

Michele caiu ao chão quando o primeiro zumbi pulou em cima dela e arrancou-lhe parte do pescoço. Seu choro foi enfraquecendo e suas mãozinhas esticaram-se em minha direção, em um último pedido.

– Não... – Meus olhos inundados de lágrimas acompanhavam-na chorando e pedindo ajuda pela última vez.

Então, sua boquinha rosada, antes sorridente, estava aberta enquanto um fio de sangue escorria por ela. Seus olhos grandes e claros ficaram fixos e já não tinham mais sua alma neles. Sua pele corada começou ficar pálida enquanto dois, três e um grupo de zumbis cercavam-na querendo devorá-la.

Enquanto Max avançava, eu podia sentir o vento das hélices próximas a nós. Mas para mim a escuridão que crescia em minha visão fez a imagem da pequena sumir e tudo ao redor se apagou. E então, tudo era sangue.


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Notas finais do capítulo

Gomenasai Michele! T-T

Estou me sentindo cruel agora T-T
Pequenina :'(

Mas e vocês? O que estão achando?
O conteúdo deste capítulo deu pra compensar o tamanho ou nem?
Espero reviews ....



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