Attack on Zombie escrita por Nobody


Capítulo 8
Capítulo 8 - Flutuando




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– Mikasa, estou com fome.

Não fazia nem uma hora que havíamos partido e a garotinha já estava pedindo comida... e pela terceira vez. E em cada uma das vezes eu olhava para Max, mas ele continuava sério.

– Mikasa, eu estou.... – Max parou o carro e respirou fundo. A menina prosseguiu com uma voz mais baixa. – com fome....

– Certo. – Disse Max pegando um mapa e desdobrando-o em seu colo. – Já passamos o retorno para o último bairro... – Ele passava os dedos pelos caminhos, medindo-os. - Nós vamos chegar em Seatlle daqui umas três horas... não dá pra aguentar um pouquinho?

A menininha olhava para ele com os olhos fixos. Max também a olhava fixamente, enquanto eu segurava o riso por ver a pequena com uma expressão tão séria que a deixava mais fofa que o normal.

– Ok... – disse Max já desistindo daquele jogo de seriedade contra a menina, ele sabia que ia perder. Ele então olhou ao redor: começávamos a entrar na parte mais urbana e já se via várias fábricas ao lado da estrada. O moço então apertou bem os olhos e apontou para um outdoor. – Olha... Bar e restaurante a 1km.

Um canto da boca de Max se levantou em um meio sorriso. Tínhamos uma parada agora.

Quando chegamos no local, já havia um daqueles ser andando na entrada. Aquela parada se compunha de um posto de gasolina em sua entrada e atrás dele estava o lugar anunciado do cartaz ao lado de uma pequena loja de conveniência e banheiros.

– Fique no carro, Michele. Nós já voltamos para te pegar. Tá bem?

A menininha afirmou com a cabeça e Max e eu saímos do carro para pegar as armas. Peguei a espada curta e coloquei uma pistola na cintura. Max pegou a balestra com as flechas e foi na frente, atirando logo naquele andante.

O posto de gasolina estava vazio. Vazio de pessoas, de zumbis e de gasolina. Fomos andando até o restaurante e a porta estava fechada, mas não trancada. Max fez um sinal para que eu ficasse na porta e ele se dirigiu até uma das grandes janelas de vidro e começou a bater nela. Logo surgiu dois mordedores atrás da janela que batiam e arranhavam-na tentando pegar Max. Eu abri a porta devagar enquanto Max ainda batia na janela chamando a atenção deles. Cheguei por trás e perfurei a cabeça dos dois e em um instante Max já estava do meu lado. Não havia mais nenhum que andava por ali.

Max continuou verificando o local enquanto eu saía para ir ver o banheiro e a lojinha de conveniência.

– Hey! – Max veio correndo até mim com olhos preocupados. – Onde você estava indo? Vamos andar juntos enquanto o lugar não estiver limpo... não quero perder mais pessoas.

Certo. A última saída que eu fiz sem alguma ‘permissão’ resultara em uma morte e eu não queria que isso acontecesse de novo. Voltei para uma cozinha junto com Max e lá tinha mais um esperando, mas esse Max cravou-lhe com uma flechada na testa. Max verificou a cozinha e eu procurava potes de comidas, mas a maioria já tinha sido levada e havia vários potinhos vazios espalhados pelo piso branco da cozinha. Max então assoviou para eu ir para perto dele. Comecei a andar até ele, e no caminho eu podia ir seguindo um rastro de sangue seco. O rapaz então apontou a sua arma para o que estava no chão.

Tinha uma mulher, com uma pele que ainda não estava entrando em decomposição. Mas ela já não era mais humana, e com o assovio de Max ela estava a esticar os braços em direção a ele. Mas ela não se levantava, e nem conseguiria: a sua barriga estava totalmente aberta e revirada, quase perdendo a ligação que tinha com o resto do corpo.

– Ela e aquele cara foram pegos de surpresas por aqueles dois da frente...

Voltei um pouco para que minha vista alcançasse o homem com a flecha na cabeça. Suas roupas estavam, de certa forma, mais limpas que os outros e apenas a suas bocas e mãos possuíam sangue, mas tinha um guardanapo amarrado em um dos braços. Ele devia ter sido mordido e os dois vieram se esconder na cozinha, mas ele acabou se transformando e matado a mulher, foi a teoria que Max criou enquanto encarava a mulher antes de atirar em sua cabeça.

Verificamos o banheiro e a loja e não tinha mais nenhum deles lá dentro, mas a loja tinha roupas e o banheiro tinha um chuveiro que apenas saía água fria mas servia para que pudéssemos nos trocar daquelas roupas com sangue. Fui buscar Michele enquanto Max pegava roupas para a pequena.

Max ficou na loja enquanto eu fui com Michele para o banheiro.

– Toma banho bem rápido, porque a água está gelada, tá bem? – disse estendendo uma toalha e um vestidinho verde com babado para a menina. Ela então segurou a minha mão e me olhou com olhos pidonhos. Ok, entendi o recado.

Abaixei e comecei a tirar sua roupinha e liguei o chuveiro. Ela deu uma tremida quando a água gelada caiu em sua cabeça. Lavei-a rapidamente e depois a sequei e coloquei o vestido. Enquanto eu a trocava, ela pegou a ponta do meu cachecol e ficou o olhando.

– Mikasa, não tá frio para usar cachecol... Porque você fica com ele então?

A lembrança de Eren veio em minha mente.

– É um presente... de um amigo muito especial. – Eu já estava com uma mão apertando o cachecol perto de meu pescoço.

– Eu acho que você fica muito bonita com ele. – Disse a menina dando um sorriso angelical.

Quando voltamos para a loja, Max não estava mais lá. Meu coração então se acelerou e eu segurei Michele com uma mão enquanto sacava a espada com a outra.

– Max...? – Meu grito era fraco e trêmulo. Eu estava nervosa. Não... nada poderia ter acontecido com Max, certo? – Max... Cadê você?

Continuei avançando com minhas mãos apertando fortemente as de Michele.

– Por favor, Max... Apareça...

Minha respiração tornava-se cada vez mais tensa a cada corredor da loja em que eu não encontrava Max. Até que a tensão em que eu estava explodiu em um grito quando senti algo arrancando Michele de mim.

– Não!! – E então meu coração se acalmou. – Max.. Ó céus.. é você...

Ele olhava-me espantado enquanto estava com Michele no colo e entregava-lhe uma boneca de pano. Seus cabelos enrolados estavam molhados e os pequenos cachos caíam levemente em seus olhos e ele já não estava mais com a barba. Suas roupas compunham-se em uma calça jeans simples e uma camisa pólo preta. Olhando para os dois senti-me extremamente suja.

– Michele... fica aqui com Max que eu já volto, tá?

A menininha confirmou com a cabeça e continuou abraçando a bonequinha. Deixar aquela cena rara em que os dois estavam se dando bem dava até uma dor no coração.

Andei então pela loja e peguei uma toalha, uma das poucas calças femininas que tinha e uma blusa regata preta. Fui até o banheiro e tomei um banho rápido, colocando a mesma jaqueta preta, tendo apenas o meu cachecol vermelho dando uma cor especial em minha roupa. Na volta, olhei para o nosso carro com o porta-malas aberto. Pensei no equipamento que eu recebi e caminhei até lá para pegá-lo.

Quando o coloquei em minha cintura e prendi o resto do cinto em meu tórax, comecei a olhar para os botões e alavancas do cabo das duas espadas que eu tinha em mãos. Entrei então no beco que tinha entre a loja e o restaurante para treinar. Tentei lembrar-me dos comandos que o homem dissera... mas nada adiantou, já que eu não encontrava ligação.

Primeiro apertei as alavancas da frente e um pouco de gás saiu fazendo meu corpo ser jogado para frente. Certo, isto era para ir mais rápido.... mais rápido com o quê? Olhei para a parede de tijolos vermelhos e fiquei de frente para ela. Posicionei os botãos para frente e apertei um dos dois gatilhos e então dois cabos de aço soltaram-se e se prenderam na parede. Apertei o outro gatilho e meu corpo foi puxado em direção a parede, fazendo-me bater de frente com ela. Soltei os dois gatilhos no mesmo instante e eu caí no chão. Acho que eu não iria aprender facilmente a manusear aquilo.

Levantei e fiquei no meio das paredes. Mirei com o botão para um cabo ir de cada lado e apertei o primeiro gatilho. Meu corpo ergueu-se do chão até a altura do topo dos estabelecimentos em que tinham sido enganchados os cabos. Fiquei de olhos fechados esperando o meu corpo virar-se de ponta-cabeça por falta de equilíbrio, mas isso não aconteceu. Quando abri meus olhos, eu estava parada no meio dos cabos. Era incrível, surreal. Era como se eu flutuasse no ar. É, estava bem melhor do que eu esperava.

Reposicionei os botões e soltei os cabos novamente. Meu corpo foi arrastado até perto do chão e eu consegui descer corretamente dessa vez. Devolvi o equipamento e me encontrei com Max e Michele que já estavam a se alimentar.

Era a primeira vez que eu senti que podia voar.


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Notas finais do capítulo

Aaah, Max e Michele sendo amiguinhos :) Até que enfim xD
A Mikasa com o EMT tem que mitar que nem no Shingeki, não acham?? kkkkk'



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