Attack on Zombie escrita por Nobody


Capítulo 4
Capítulo 4 - Aqueles que chamamos de Zumbis




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Um rapaz apontava uma balestra carregada com uma flecha para mim. Atrás dele, um homem bem mais velho apontava um revólver em minha cabeça. Humanos. Finalmente. Pena que o nosso cumprimento não fora o dos mais agradáveis.

Ainda permanecíamos imóveis. Eu com o machado a apenas alguns centímetros da cabeça dele e ele com o atirador de flechas quase encostado em mim. Foi esse estado imóvel que me fez perceber o olhar de medo daqueles dois. O meu também deveria estar no mesmo estado. Alguém teria que ceder.

Assim que abaixei o machado, o rapaz o arrancou de minha mão, avançou por trás de mim e segurou meus braços para trás enquanto o homem mais velho me revistava. Bem, isso era melhor do que levar uma flechada.

– Ela está limpa – disse o mais velho se afastando de mim.

O moço me soltou e voltou para a minha frente para olhar em meus olhos e soltou a primeira frase que eu escutei de sua voz assustada:

– Não faça nenhuma graça ou te eliminaremos. - Ele então olhou por cima de meus ombros e voltou com um leve sorriso – Agora, vamos indo.

Ele e o senhor começaram a avançar. O rapaz devolveu meu machado. Eu comecei a segui-los enquanto atravessavam o mercado até a saída do fundo, lá tinha um furgão parado. Eles entraram e eu também. Não tinha mais ninguém dentro dele. O senhor dirigia enquanto o moço pegava os pacotes de alimentos que disputavam um lugar no furgão junto com várias armas e munições.

Já havíamos saído da cidade e estávamos em uma estrada. E nenhuma palavra.

– Me... me chamo Mikasa! Mikasa Ackerman!

O silêncio estava me enlouquecendo. Como eles aceitavam alguém que encontravam do nada e nem perguntavam o nome ao menos? O nome. Ah, sim. Foi maravilhoso ter certeza de pelo menos isso.

– Sou Max Steam... ele é Steven Barchy. – Ele então olhou de novo diretamente em meus olhos e sorriu tacando um pacotinho de bolacha para mim – Bem-vinda ao grupo, Mikasa.

Os olhos negros do rapaz se abaixaram e ele começou a devorar um dos pacotinhos. Ele não parecia ser muito mais velho do que eu. Seu cabelos, escuros como os olhos, faziam caracóis bagunçados em sua cabeça. O velho era forte apesar dos poucos cabelos com cor que ele ainda tinha.

– Há mais pessoas com vocês..?

Max olhou para os lados e abaixou novamente a cabeça. Com isso eu já sabia a resposta.

– Tínhamos... mas eles morreram.

– Foram aquelas pessoas que as mataram?

Ele suspirou fundo.

– Pessoas? Aquelas coisas já deixaram de ser isso a um bom tempo!

– Mas então... o que são?

– Bem... eles são aqueles que chamamos de zumbis, mordedores, andarilhos... monstros.

Ele socou a parede do furgão. O velho apenas dirigia escutando, sem dizer nenhuma palavra. Até que ele parou de dirigir e disse algo.

– Não conseguiremos passar. – Ele olhou para trás com um olhar de desespero e começou a dar ré. Max ergue-se e ficou olhando com o mesmo desespero. – Oh não... Droga!

– Mikasa! Pegue tudo o que conseguir! Vamos ter que sair!

Dessa vez fui eu quem levantou e pude sentir o desespero que estava nos olhares deles: havia uma multidão daqueles zumbis mais para frente impedindo a passagem e eles já tinham visto o furgão em movimento. Agora avançavam em nossa direção.

Comecei a pegar algumas sacolas de alimentos. Max pegou as de armas e o senhor abriu a porta lateral para nós sairmos. Corremos para a floresta. De volta para o lugar que eu havia saído com tanto custo.

Steven corria em nossa frente com uma espada nas mãos enfiando-a na cabeça de qualquer andarilho que estivesse no caminho. Max carregava duas bolsas cheias de armas e mesmo assim continuava a acompanhar o ritmo normalmente. O senhor que nos guiava começou a diminuir o ritmo quando chegamos perto do rio e parou.

– Vamos acampar aqui. Vamos aproveitar o sol para armar redes em partes bem altas das árvores e vamos passar a noite aqui.

Eu olhei em volta nervosa. Os zumbis iriam chegar ali daqui a pouco. Antes que eu chegasse perto de Steven para questioná-lo, Max colocou as mãos nos meus ombros e fez um sinal de negação com a cabeça. O senhor olhou para mim com os seus olhos claros e jogou no chão a bolsa com as redes.

– Não se preocupe mocinha. Nós dois já fizemos isso antes. Poucos mordedores devem ter passado pela cerca. Os que chegarem até aqui nós eliminaremos.

A firmeza de seu olhar e de sua voz me deu segurança. Eles já fizeram isso antes... há quanto tempo o mundo estava daquele jeito?

Assim que ele terminou de falar, Max jogou a balestra para o senhor que disse para montarmos as redes enquanto ele vigiava. Um subia na árvore e o outro jogava a ponta da corda para ser amarrada, revisamos esse trabalho até montar as 3 redes. Estranhei no princípio a quantidade de redes, havia mais umas quatro na bolsa, mas logo me lembrei dos companheiros que disseram ter tido.

O sol ainda não tinha se posto quando havíamos terminado tudo. Eu podia sentir a minha ferida a raspar pela jaqueta. Eu precisava limpar ela. Max e Steven acabavam de levar as mochilas para as redes quando eu descia da árvore. Aquela floresta não era do tipo que tinha várias árvores frutíferas, mas o porte alto daquelas árvores antigas e a proximidade delas era uma excelente vantagem. Eu sabia muito bem disso.

Cheguei à beira do rio e olhei bem ao redor, não queria ser surpreendida por aquelas coisas novamente. Tirei minha jaqueta e olhei para o ferimento: a faixa havia escorregado e seus fiapos entravam no corte, ele não era muito profundo, mas demoraria a sarar. Peguei a faixa e comecei a lavá-la, depois, com ela molhada, comecei a passá-la na ferida para a limpar. Quando escutei barulhos de passos atrás de mim eu virei rapidamente, mas era apenas o Max que logo se encostou a uma árvore.

– Não deve andar sozinha... Parece até que não conhece a situação dos dias de hoje.

Respondi a ele com um sorriso rápido e voltei a cuidar de meu braço, mas em um piscar de olhos ele se moveu até mim e pegou o meu braço machucado, olhando-o extremamente espantado.

– Você foi mordida? Arranhada? – ele colocou a mão em meu rosto verificando a temperatura – Como você se machucou?

– Eu fui arranhada... – ele pulou para trás e pegou um facão que tinha no bolso. Então o desespero tomou conta de mim. – Não! Não faça isso! É claro que eu me arranharia pelo menos! Eu caí de mais de cinco metros de uma árvore e bati em galhos!

Ele abaixou o facão e caiu de joelhos no chão olhando para mim.

– Não me assuste desse jeito. É difícil encontrar pessoas ainda vivas e inteiras. – Ele tomou a faixa de minha mão, limpou-a e começou a passar pelo meu braço. – Você já deve saber o que acontece quando as pessoas são mordidas ou fortemente arranhadas....

– Não, eu não sei...

Ele olhou-me assustado, tentando me decifrar. Começou então a amarrar a faixa de forma bem forte em meu braço.

– Se for mordido ou arranhado... – ele apertava cada vez mais forte a faixa dando o nó final – cedo ou tarde será um deles também.


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Notas finais do capítulo

E aí, e aí?
Começando a ficar interessante?
Calma que já já chegaremos lá :)

Espero algum review antes de postar o próximo capítulo, hein?! :)



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