Attack on Zombie escrita por Nobody


Capítulo 19
Capítulo 19 - Primeira Missão . Parte III


Notas iniciais do capítulo

Pronto, a última parte da primeira missão de Mikasa na Tropa de Exploração o/
Boa leitura !



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O grupo que ainda utilizava o EMT era liderado por Levi até o centro da cidade, revistando os prédios em busca de sobreviventes, enquanto a Patrulha por terra procurava por entre casas e lojas algum sinal de vida, ficando assim bem mais atrás do que nós.

Já era perto do meio-dia quando um caso chamou nossa atenção: uma grande multidão de zumbis rodeava um shopping de dois andares no centro da cidade. Ao redor daquele prédio deveriam existir milhares de mordedores que se pressionavam contra as grandes portas de vidro reforçado. Nosso grupo parou no prédio ao lado para examinar a situação.

— Cabo Rivaille, deve existir pessoas lá dentro para que tenham tantos mortos-vivos cercando a construção. – o homem que disse isso era um dos velhos que estava no mesmo grupo que eu na limpeza do primeiro porto.

— Como estamos de munição? E granadas? – Rivaille se dirigiu para o único soldado que ainda carregava uma bolsa.

— Temos apenas duas granadas, senhor. E nossa munição está se esgotando, nem todos poderão usar armas agora.

— Passe essa mochila com munições para Drake. Deixaremos nosso melhor atirador com elas. O restante verifique o cartucho de suas armas e recarregue-as agora, pois esta será a última recarga que farão.

Todos obedeceram Rivaille e alguns recarregaram seus revólveres. Enquanto os soldados faziam isso, Levi utilizava uma espécie de Walkie Talkie passando as informações do local em que estávamos para o outro grupo. Quando ele terminou de fazer isso, seu olhar forte se dirigiu para o prédio e ele acenou para que avançássemos até ele.

Pulamos até o telhado do outro prédio e entramos por uma porta de saída de emergência. O lugar estava escuro e o homem com uma lanterna ia iluminando o caminho. Descemos alguns degraus até chegarmos ao segundo andar, onde uma espécie de acampamento estava montado: havia colchões no chão com roupas e embalagens de comida ao lado. Uma vela derretia iluminando um pouco do espaço com sua fraca luz, e ao longe havia uma sala iluminada por várias lanternas e de onde vinham vozes de várias pessoas.

Meus companheiros alegraram-se ao escutar as conversas de pessoas e em um instante todos nós já estávamos na entrada do que seria um restaurante, olhando para vários rostos que choravam de felicidade por nos ver.

O grupo de pessoas era bem fraco: havia duas crianças loiras e que eram gêmeas, uma moça branca, de cabelos pretos e bem magra, um moço igualmente magro, uma senhora de uns quarenta anos e um homem forte, o único que realmente parecia bem saudável. Eles bravejaram de alegria e nos cumprimentaram com vivacidade. Fizeram mil perguntas, muitas ficaram sem resposta, mas a mais importante foi respondida: nós estávamos ali para leva-los para o abrigo.

Eles então contaram a história de como na semana anterior estavam indo para o porto e se depararam com uma horda de zumbis e então se enfiaram nesse shopping e esperavam com que a movimentação se abaixasse para que tentassem novamente. Mas, até o momento, os zumbis continuavam fielmente na porta impedindo a passagem deles.

Levi estava fora do restaurante e olhava para o grande relógio digital que ficava no meio daquele enorme salão enquanto falava algo no Walkie-Talkie. De medida em medida havia algumas grandes janelas que traziam um pouco de luz do dia para o segundo andar do estabelecimento e iluminava o rosto sério de Levi. Quando voltou, ele trazia nos olhos o jeito de que teríamos que realizar alguma tarefa.

Ele então explicou-nos a situação: o shopping estava rodeado por milhares de zumbis e para trazermos a Patrulha por Terra para junto de nós seria preciso que todos esperassem lá embaixo para subi-los. Drake ficaria responsável pela nossa segurança e seria o último a subir, enquanto os demais carregariam algum parceiro para cima.

Depois de esclarecido o plano, nós ficamos no terraço aguardando a chegada da Patrulha. Então, após uma hora de espera, um forte som de alarme começou a surgir em direção ao shopping. Eram três carros de alta classe que corriam até nós. Por um instante eles pararam chamando a atenção dos mordedores e logo em seguida voltaram a correr. O som dos alarmes não desapareceu, o que indicava que o pessoal da Patrulha havia descido do carro e estava se direcionando para o shopping.

A multidão de zumbis começou a seguir o som e então um dos lados do Shopping já se via apenas com algumas centenas de mordedores. Rivaille foi o primeiro a descer e deu o seu show sangrento no ar, acabando rapidamente com metade daquele grupo até que nós o ajudamos. Do outro lado, na esquina ao fundo do shopping, a imagem da Patrulha já era vista correndo para nós. Eles seguiram aniquilando os zumbis que se opunham em seu caminho e pularam a cerca do estacionamento e corriam em nossa direção.

Então todos nós já nos preparamos para subirmos e os esperávamos enquanto Drake utilizava duas pistolas, cada hora atirando de um lado, afastando qualquer criatura que pudesse nos atrapalhar. As primeiras pessoas da Patrulha chegaram, trazendo junto deles uma multidão de mortos-vivos que vinham até nós. Drake, que já havia arrumado as munições para seu fácil restabelecimento, atirava precisamente e com a maior velocidade que a arma permitia. Em um movimento rápido, o rapaz pegou uma das granadas e arrancou o pino dela com a boca. Uma explosão de sangue surgiu atrás daquelas pessoas.

Quando finalmente Natasha chegou, ela olhou para Drake e depois correu em minha direção. Ela segurou meu ombro e eu acionei os cabos que nos ergueram. Quando nossos corpos já estavam no ar, Drake também acionou o equipamento e no fim estávamos todos em cima do telhado em uma rápida comemoração.

*

Quando o entardecer chegou, Willian mostrou-nos uma caixa com pistolas sinalizadoras e, junto de Rivaille, resignou-nos uma tarefa: não tínhamos forma de comunicação com o helicóptero que estava por fim, uma vez que o Walkie-Talkie fora encontrado entre corpos de policiais mortos em um dos corpos, e ir novamente ao porto não seria possível por conta da multidão de zumbis que havia se formado novamente ao redor do shopping. Então, iríamos trazer o helicóptero aqui o guiando por sinalizadores. As pessoas que ainda tinham o EMT iriam ficar com um sinalizador aguardando o primeiro sinal para que, assim que avistassem o helicóptero, jogassem no ar outro sinal e voltassem para o prédio do shopping.

Todos começaram a subir para o prédio, tanto os soldados que iriam ficar ali como os sobreviventes. Mas, quando quase todos já estavam no telhado esperando a ordem de Rivaille, mandaram eu e Natasha ir apressar os jovens sobreviventes que ainda estavam no prédio. As crianças correram em nossa frente e quando chegamos lá o moço e a garota pareciam discutir sobre alguma coisa. Quando viram os gêmeos se aproximando, a moça encheu os olhos de lágrimas e disse algo para eles, que voltaram tristes para o telhado.

– O que está acontecendo aqui? – quando eu disse isso, eles me olharam com espanto, e por alguns segundos a garota abriu a boca para tentar dizer algo, mas no fim abaixou a cabeça entre alguns soluços.

– Vamos, Drika, nós temos que ir. – o rapaz pegou a moça pelo braço e começou a puxá-la. Ela arrancou o braço de suas mãos rapidamente e deu um passo para trás.

– Não podemos deixar ela aqui!

– Ela quem? – A moça parecia desesperada e quando eu disse isso seus olhos taciturnos voltaram rapidamente para mim, assustados.

– N-ninguém! – acudiu o rapaz. – Vamos, Drika, por favor!

O rapaz se aproximou dela e ela deu outros passos para trás. Ela olhou para mim, buscando alguma ajuda.

– Ela quem, eu perguntei. – Dessa vez meu tom autoritário fez com que os dois parassem e olhassem para mim.

– A Esther... mãe dos gêmeos... Ela está na sala no andar de baixo.

– O que aconteceu com ela?

A moça não respondeu. O rapaz deu de ombros e começou a descer as escadas. Nathasa, que estava apenas escutando, parecia já ter entendido perfeitamente o que havia acontecido com Esther, e eu, vendo a reação de todos, também já tinha uma ideia.

A moça pegou uma lanterna e acabou tomando a dianteira quando a escuridão tomou conta do caminho. O primeiro andar era bem maior que o primeiro e em alguns lugares ainda tinha uma forte claridade da tarde que passava por abóbodas de vidro, mas nos caminhos de loja em que passávamos havia apenas um breu.

A moça magra abriu a porta de uma das lojas e iluminou o canto da sala. Nele estava uma mulher sentada sobre seus pés e tinha os pulsos amarrados nas costas, presos a um pilar de cimento. A mulher tinha os cabelos loiros, iguais aos dos gêmeos, os quais estavam caídos fazendo grandes ondulações douradas que escondiam seu rosto.

Quando eu avancei alguns passos, a moça me entregou a lanterna e seguiu atrás de mim. Aquela mulher, ouvindo nossos passos, virou a cabeça para nos encarar, o que fez a moça atrás de mim correr para os braços do rapaz e se por a chorar: a mulher já não era mais uma pessoa, e assim como qualquer outro mordedor ela estava a se mover desesperadamente em nossa direção. Ela era o zumbi mais bonito que eu tinha visto até agora: suas roupas estavam impecáveis, seu cabelo, apesar de bagunçado, ainda trazia um brilho com ele e a pele da mulher, já com a cor da morte, ainda não parecia estar em decomposição. Ela ainda parecia humana e a única coisa que mais a descriminava era os olhos amarelados e sem foco.

– Ela... – a moça continha o choro e começou a falar pausadamente. – Se não fosse ela... Ela foi quem teve a ideia de virmos para cá, e esperou que todos estivéssemos seguros... mas no fim foi ela que se feriu... se não fosse por Esther... – a moça já começava a voltar ao estado choroso, e aumentou o tom de sua voz: - Não podemos deixar ela aqui!

– Drika, você sabe que não tem como. – O rapaz, que a abraçava, contornava os cabelos negros da moça com as mãos em uma tentativa de acalmá-la.

– Me desculpe, mas não podemos fazer nada.

Ao falar aquilo eu me virei pronta para deixar aquela mulher do jeito que estava e voltar para o telhado, mas Drika pegou a lanterna de minha mão e se aproximou mais ainda da mulher:

– Não! Não! Ela foi forte! Eu nunca vi ninguém aguentar tanto assim! Ela ficou por cinco dias com aquela mordida e apenas ontem que ela piorou! Ela ... ela é diferente!

Um olhar de compaixão foi lançado para nós, e o moço abaixou a cabeça, consentindo:

– Normalmente as pessoas mordidas não levavam mais do que duas horas para serem transformadas. – O moço cuspia aquelas palavras, como se fosse um pecado defender o ponto de vista que a sua parceira acreditava. – Talvez Esther...

– Chega dessa baboseira.

Natasha, que estava silenciosa até o momento, tomou rumo até onde a mulher estava e sacou sua espada. Em um movimento rápido ela fincou a cabeça da mulher, fazendo um fio de sangue se misturar a cabeleira loira.

– Por que você fez isso! – Drika derrubou a lanterna e segurou Natasha pela gola de sua camisa. – Por que você a matou?!

Natasha empurrou a garota para longe, que quase caiu por entre a escuridão, e quando voltou seu olhar para ela, sua face já não era tão delicada e gentil: seu rosto parecia ter se deformado e tinha uma expressão de extrema cólera:

– Não seja idiota garota! – A voz de Natasha era rígida, áspera e fria de uma forma que eu jamais esperaria dela. – Ela já estava morta! Ela é diferente?! Ela só suportou a dor e a febre um pouco mais que o normal, mas ela virou a mesma coisa que todos que são mordidos ou arranhados viram: esse monstro desprezível!

Natasha soltou o cabelo e arrumava-o andando em direção a saída, enquanto o rapaz ia erguer a moça que estava caída no chão chorando.

– Vamos logo. – Natasha parou na porta apertando o coque que refizera no cabelo. – Vocês ainda estão vivos. Aproveitem isso.

Natasha desapareceu na escuridão enquanto eu fiquei a esperar pelos dois.

*

Aquilo que Natasha falou para Drika ficou ressoando em minha mente enquanto eu esperava pelo sinal para lançar o sinalizador que eu tinha em mãos. “Ela virou a mesma coisa que todos que são mordidos ou arranhados viram”. Encontrar Eren ainda vivo era algo realmente impossível, não é?

Apesar de estar com o coração apertado, fiquei observando o céu de onde iria vir o sinal: eu era a terceira a lançar o sinalizador, o primeiro era Rivaille, que lançaria no porto onde deveríamos estar e depois uma sucessão de sinalizadores iria guiar o helicóptero até o shopping. Cada soldado estava distanciado a aproximadamente dois quilômetros, o que era nem um minuto de distância utilizando o EMT.

Pela luz do entardecer, um clarão vermelho iluminou o céu a minha frente. Atrás dele surgiu um ponto que se aproximava cada vez mais e então disparei o meu sinalizador. Assim que dei o sinal, Rivaille passou por mim e o outro logo atrás dele. Tratei de segui-los e com a vista pude acompanhar o lançamento dos outros fogos que coloriam o céu.

Após um tempo, todos já estavam reunidos novamente no telhado do Shopping e o último sinalizador foi lançado, trazendo, como o previsto, o helicóptero até nós.

Aquele avião-helicóptero era semelhante ao que nos trouxera até lá, com as mesmas hélices laterais que faziam um intenso barulho, porém parecia trazer uma capacidade de passageiros maior, e pelo seu tamanho o meio usado para que os sobreviventes subissem foi uma escada de corda. Nós ajudamos todos a subirem até o helicóptero, mas então um dos soldados começou a subir também, seguido de outro e mais outro.

– Nós vamos voltar também? – eu estava surpresa com aquilo, nossa exploração ainda não era o suficiente, eu ainda não tinha tido tempo suficiente.

– Mas é claro. – respondeu Drake que já estava na fila para subir.

– Não... eu não posso. Ainda não. – Olhei para os lados procurando Rivaille. Encontrei-o subindo a escada. Não... até Levi... Eu ainda não tinha encontrado o que eu fui procurar, não poderia ir embora sem nem ao menos ter tentado. – Eu... eu vou ficar!

– O quê?! - Drake virou bruscamente para me encarar.

– Deve ter mais gente por aí... Eu preciso ficar. Eu tenho que encontrar quem eu vim procurar!

– Mikasa, vamos!

– Não Drake! Eu vou ficar!

– Vai ficar como? Pretende usar apenas as espadas? Acha que o cilindro de gás vai durar para sempre? E depois de se aventurar sozinha por aí, acha que simplesmente conseguirá retornar ao porto para ser salva, levando consigo vários sobreviventes e aquilo ou aquele que você procura? – Ele estava muito sério, tendo uma autoridade que até agora não havia tido. Escutá-lo falando daquela forma fazia com que minha ideia parecesse completamente idiota, o que me fez me sentir como uma também. - Não imagine tanto, Mikasa. Eu sei muito bem que dizem que você é um prodígio e, mesmo que você não me conte sua história, eu posso imaginar o que passou. E olhe, - ele pegou meu pulso e estava quase me arrastando para perto da escada. – você não irá encontrar quem procura indo para a morte como você quer.

O rapaz soltou meu braço e voltou com um olhar um pouco mais gentil, apontando para a escada que tremia ao vento:

– Agora, por favor, vamos voltar.

Olhei para o rosto imperativo de Drake e aceitei suas ordens. O que ele disse tinha razão: seria apenas mais uma missão suicida procurar por Eren sozinha e sem recurso algum. Peguei a corda e comecei a subir pelos degraus moles daquela escada. Quando subi me deparei com os rostos esperançosos de todos que já estavam sentados, apenas aguardando a volta para o abrigo seguro prometido.

Esperança era o que não podia nos faltar naqueles dias.

Eren, não importa onde, como ou o que quer que você tenha se tornado, eu ainda vou te encontrar.


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Notas finais do capítulo

Aê o/
Mikasa tá firme querendo achar Eren, hein? O que vocês acharam dela voltar? Ela deveria ter ficado e se aventurado em busca de Eren?
Comentem o que estão achando :)
Aguardo comentários, eles são bem animadores quando falta inspiração para escrever o/
E o meu ARIGATOU! a todos que estão lendo xD
XoXo ;*



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