Um amor inesperado e.. inesquecível escrita por Babydoll


Capítulo 22
Seguir em frente?


Notas iniciais do capítulo

Ola leitores e leitoras.

Sei que demorei um pouquinho... mas falta de tempo, estudando, e também não recebi muitos comentários no cap anterior, o que me desanimou um pouco :/

Mas enfim, ta aqui o next, e espero que gostem :)

Desculpas adiantadas pelos pequeninos erros. Beijos



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Povs. Estelar

No crepúsculo vespertino do dia seguinte, Jump City não podia se encontrar um dia tão triste quanto esse. Talvez, pelo menos, aos meus olhos, esse era o pior dia da minha existência.

Sentada entre as cadeiras dispostas no cemitério, eu via tudo da primeira fileira.

“Por que alguém tão jovem nos deixa repentinamente? Por que uma pessoa em pleno vigor partiu tão cedo? Por que uma vida tão produtiva é arrancada de nós?”

Ao mesmo tempo em que o padre dizia com tamanha convicção e Fe em Deus, no fundo, nem mesmo ele possuía resposta para todas essas perguntas.

O local não estava tão cheio, mas havia um considerável numero de pessoas que, pela tristeza no olhar, tinha um enorme carinho por Max. Pessoas que, um dia, talvez, iriam fazer parte do nosso futuro juntos...iriam.

Conhecia apenas metade daqueles rostos. A maioria que conhecia eram outros titãs que vieram a chamado dos meus amigos, acho que eles queriam que eu não me sentisse só. Os outros eram familiares e amigos de Max. Já havia visto alguns por fotos.

Richard e Suzane Bresser estavam sentados ao meu lado. Me pediram para permanecer perto deles na primeira fila. Eu não queria, mas ao mesmo tempo, não podia lhes negar minha companhia no enterro de seu filho. As irmãs de Max não compareceram, claro. Eram muito novas, e meus olhos se enchiam de lágrimas apenas de imaginar a cena delas perguntando a mãe o “por que” de Max não vê-las mais.

Robin, que se sentava ao meu lado, oposto a Suzy, tentou várias vezes, durante o enterro, me amparar com algum abraço ao aperto de mão. Eu desviei de qualquer toque seu.

Suzy soluçava de tanto chorar. Richard a reconfortava com abraços e carinhos em seu couro cabeludo. Ele estava triste, mas conformado. Acho que já sabia que algo como isso aconteceria mais cedo ou mais tarde.

Já eu...bem, eu não emitia nenhum som. Chorava, mas não como um choro. Apenas escorriam lágrimas dos meus olhos inchados e pesados. Desde a confirmação da morte de Max, eu paralisei. Tive de ser levada para casa carregada. Eu estava consciente, mas desejava não estar.

Na torre, na noite passada, eu fui posta em minha cama, enquanto os titãs se encarregavam de noticiar aos pais de Max o ocorrido, para que começassem os preparativos para o funeral.

Eu fui em direção à janela rastejando os pés. Ajoelhei-me no chão e me pus a observar o céu. Eu não comi, não me movi, eu não falei. Apenas vi como o céu zombava de mim. Meus amigos foram inúmeras vezes ao meu quarto, mas não lhes dirigi nenhuma palavra. Nem ao menos escutei o que eles me falavam. Meus soluços entalavam em minha garganta e formavam um nó que logo logo eu teria de libertar.

Mas não hoje, não esta noite. Eu sentia apenas as lágrimas aquecerem o caminho percorrido desde os meus olhos ate o meu queixo, caindo logo em seguida. Meu olho não parava de libertá-las. E como cachoeiras, eles permaneceram durante todo o dia seguinte que se passou, ate este exato momento.

O suor frio inundava minha mão. O caixão branco a minha frente e as muitas coroas de flores distribuídas ao redor logo já não estariam mais ali. O padre já estava encerrando a prece e pediu para quem quisesse fazer alguma ultima declaração para se levantar.

Senti olhares sendo depositados em mim, mas eu não iria me levantar. A ultima memória que eu teria de Max era dele me abraçando e beijando naquele deposito. Eu não quis vê-lo em um caixão. E também não queria ter uma plateia ouvindo minhas ultimas palavras para ele. Não que a minha falta de reação era frieza, mas choque. Ate agora meu cérebro não acreditava no que havia ocorrido na noite anterior

Alguns amigos dele subiram e disseram coisas incríveis dele. Ate lembranças da infância, que me destruíram internamente, somente de pensar em um Max Bresser criança, rindo e brincando com os pais, sem nem ao menos saber do futuro que o aguardava.

Quando as declarações acabaram, os trabalhadores do cemitério iniciaram a descida do caixão. E todos nós ficamos de pé e nos aproximamos dele para um ultimo “adeus”.

Eu, assim como outras pessoas que carregavam rosas nas mãos, as jogamos em cima do caixão que se afastava cada vez mais.

Eu não queria mais continuar ali. O meu pranto incessante demonstrava que a dor que eu sentia era maior do que eu podia aguentar.

Me afastei dos demais, que já começavam a se dispersar com o encerramento do velório.

Respirei fundo e tentei me recompor. Me virei para observar a todos e esperar os titãs que me levariam para casa. Mas, ao invés deles, eram Richard e Suzy que vinham se aproximando.

Suz- Oh, querida! – Ela disse, me abraçando forte e depois, enxugando seu rosto. - Você vai ficar bem?

Como responder aquela pergunta? Eu nem estava pensando direito, mal falava a quase 24h, e por isso, resolvi não fizer nada. Apenas acenei com a cabeça em afirmação e tentei demonstrar algum sorriso, uma fracassada tentativa.

Ela olhou bem nos fundos dos meus olhos. Era notável a tristeza que nós duas sentíamos, mas o que mudaria entre nós seria o jeito que cada uma tentaria superar aquilo tudo. E eu já tinha perdido as esperanças de conseguir superar qualquer coisa.

Depois que Suzy se afastou, foi a vez de Richard tentar me reconfortar. Ele se aproximou e permaneceu a minha frente me fitando com o semblante demonstrando compaixão.

Ric- Não deixe que seu brilho se apague Estrela. – Ele disse, limpando meu rosto, já inchado devido ao choro. E suas palavras me fizeram mais mal do que bem.

Star- Como...?- Eu dia, engasgada pelo choro. Coloquei as mãos sobre os olhos. Queria acordar dessa realidade.

Senti suas mãos encostando-se à minha e as abrindo em um palmo. Eu o olhei sem entender. Foi ai que ele pôs um objeto pequeno e gelado em contato a minha pele.

Ric- Não se perca em seus temores! – Ele disse me fitando nos olhos e fechando meu punho. Suzy não conseguia conter o choro, por isso, assim que a conversa acabou, ele se prontificou ao lado dela e a conduziu ate o carro.

Eu os vi se afastando e depois olhei para a minha mão. Nela, havia uma chave comum, de metal e cinza. Eu não sabia o que aquilo significava, mas também, não tinha cabeça para descobrir agora.

Vi que o cemitério antes cheio, estava se tornando desértico de novo. As pessoas se dirigiram para seus carros e deram partida. Voltando as velhas vidas de sempre. Para algumas, a pessoa velada hoje, não iria fazer nenhuma diferença em sua rotina. Já para outras pessoas, como eu, a falta dessa pessoa era o fim de tudo.

Cyb- Quer ir embora já Estelar? – Me assustei ao reparar que meus amigos já estavam em meu lado, apenas me esperando para retornar a Torre.

Os olhei por um instante e depois me desviei para o tumulo recém-colocado.

Rob- Star, quer dizer alguma coisa? – O mascarado realmente não desistia fácil. Lá estava ele de novo tentando fazer contato comigo, depositando sua mão em um dos meus ombros.

Apenas me desviei do toque.

Star- Eu volto logo. Me esperem no carro. – Eu disse um pouco fria. Eu não queria estar tratando meus amigos assim, mas acho que acabei querendo me distanciar um pouco por hora.

Fui em direção ao tumulo, aproveitando que estava vazio.

Me ajoelhei na grama em frente a ele e li com calma o epitáfio do tumulo onde o nome de Max Bresser estava escrito no concreto.

““Saudade não quer dizer que estamos longe, mas que um dia estivemos perto”

Star- Max... – Eu disse me debruçando sobre a sepultura e respirando fundo, enquanto meu rosto, pingo a pingo, molhava a grama a baixo. – Tínhamos tanta coisa pra aprender um com o outro! – Eu tentava conter as emoções em uma falha tentativa. – Tanto ainda para se ver, e viver!.

Eu me levantei e fitei seu nome escrito.

Star- Eu não entendo amor! – Eu disse, sentindo meus soluços começarem a surgir. – Os médicos disseram que não foi à explosão a causa da sua morte! E sim o coração, como a Ravena disse! – Eu apertava com força o pingente do meu pescoço. – Você me pediu para ser a dona do seu coração, e eu fracassei feio em cuidar dele! – Meu pranto vinha à tona com rapidez. – Eu nunca aprenderei a famosa omelete dos Bresser! E eu apenas agora consegui arrumar um apelido carinhoso para você, meu Príncipe Romeu! Amor da minha vida! Meu fofo !– Eu desabafava com meu coração, tendo lembranças de nossos momentos juntos. - Eu não sei como vou existir sem você ao meu lado. – Tentei limpar meu rosto, e respirei fundo de novo. Selando com um beijo em meus dedos e os encostando ao concreto frio do tumulo.

O ar gélido de fim de tarde fazia meu corpo arrepiar.

Eu me levantei e andei com o rosto baixo ate o carro de Cyborgue, onde os titãs me esperavam. Não só os que moravam comigo, mas os da Costa Leste também permaneciam lá.

Quando me aproximei o bastante, Abelha veio correndo ate mim e me abraçou. Eu não fui capaz de retribuir o carinho com tamanha intensidade, mas fiz o melhor que pude.

Bee- Vamos estar aqui sempre que precisar de nós ok Starzinha? – Ela dizia como em um sussurro. Em forma de buscar compreensão. Permaneci muda novamente. Ela desfez o abraço e me olhou por breves instantes. Atrás dela, estava Ricardito, Aqualad, Mas e Menos e os meus titãs.

Agradeci a Abelha pelo carinho, com um aceno de cabeça e esboço de um sorriso. Mas depois fui para o carro e entrei no banco de traz, me perdendo na vista da janela, olhando para o nada.

Era incrível ter amigos que se importavam tanto comigo, mas no momento, eu queria era apenas uma pessoa. Alguém pela qual o dia foi celebrado com tristeza, e eu percebi que não havia parado de chorar um momento se quer desde a morte DELE.


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Notas finais do capítulo

Ficou bom?? Por favor, de sua opinião nos comentários, mesmo que não tenha gostado. Me avisem o que querem para melhorar. Beijos ♥ ate o próximo.



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