P.O.V. Annabeth

Eu estava no banco de trás de um carro preto a caminho de casa. Minha mãe, Atena, estava no banco do passageiro e nosso motorista, Nico http://www.skandar-keynes.com/images/gallery/main/Keynes_Skandar_03.JPG , dirigindo o carro.

Tive vontade de pedir para minha mãe me prometer que nunca mais iria pegar no volante de novo. Mas ela já estava muito cansada, então fiquei na minha. Por que não deixa-la dirigir? Porque nós duas já sofremos muito por causa de direção.

No dia em que Atena estava para dar a luz a mim, ela e o meu pai estavam numa casa de campo longe da civilização. A bolsa rompeu e eles ficaram desesperados. Entraram no carro e pisaram fundo no acelerador. Estava chovendo forte. Depois de um tempo, houve um acidente. Meu pai foi desviar de uma carroça que estava abandonada no meio da estrada e o carro virou. Apareceram moradores locais e ajudaram minha mãe a sair. Tiraram meu pai também, mas ele já havia perdido muito sangue. E o meu pai se foi. Por sorte, tinha uma parteira ali perto e eu nasci bem.

Agora, os meus tios gêmeos tiveram uma briga e a minha mãe foi visita-los. O nosso carro foi atropelado por um ônibus e Atena está paraplégica e condenada a passar o resto da vida numa cadeira de rodas.

Por isso temos o Nico. Ele é nosso motorista já há alguns anos

– Chegamos. – avisou Nico. Desci do carro. Fitei minha casa. Vermelha de dois andares toda detalhada em madeira branca. Expressava simplicidade. Nico tirou a cadeira de rodas do porta-malas – Segure por um instante. – ele abriu a porta do carro onde estava minha mãe e a pôs nos braços.

– UAU! Não seria melhor esperarmos a fisioterapeuta chegar. – sugeri. Ele sentou Atena na cadeira.

– O que? Eu sou magro, mas ainda tenho força! – falou Nico. Sorri para ele.

– Annabeth. – chamou uma voz familiar para mim. Vi quem era. Meu bom e velho amigo Luke Castellan. http://cdn1-www.craveonline.com/assets/uploads/2013/03/The-Host-Jake-Abel-e1364362724299.jpg Corri até ele e o abracei – E aí loirinha?

– Luke, o que faz aqui? – perguntei sorrindo.

– Eu vim visitar sua mãe. Oi Sra. Chase.

– Oi Luke, como está o seu pai? – perguntou Atena.

– Está bem. Mas o que foi que aconteceu?

– Meus tios, Apolo e Ártemis tiveram uma briga. – comecei – E a mamãe foi visita-los, aí um ônibus desrespeitou o sinal vermelho.

Lembrei-me de quando cheguei ao hospital.

Flashback on

Eu andava apressada. Desviava de enfermeiros e enfermos. Minhas narinas aspiravam aquele ar hospitalar. Avistei de longe um casal brigando. Quem vê, pensa que são marido e mulher discutindo, mas... São os meus tios gêmeos.

Apolo é uma artista. Ele escreve poemas, mas também canta, pinta, dança e atua. Ele é aquele típico cara que as garotas olham e dizem “Oh, lá em casa”. Afinal, ele é lindo. Tem cabelos loiros, olhos claros, pele bronzeada e corpo másculo. http://sv6-w2.postjung.com/picpost/data/174/174385-3-3783.jpg

Já a minha tia Ártemis, era... Bem diferente dele. Ela é mais na dela. É diretora de uma escola só para garotas e é muito feminista, tanto que o único namoro da vida dela só durou um mês. Mas ela é muito legal. Ela é ruiva, tem olhos azuis e pele branquinha. http://socialspirit.com.br/uploads/fanfics/capitulos/fanfiction-idolos-miley-cyrus-believe-and-stay-strong-634810,220220131815.jpg

Andei com passos pesados até os dois.

– O que houve? – perguntei preocupada.

– A Ártemis brigou comigo só porque eu a vi tomando banho! – exclamou meu tio.

– Apolo, você não ficou só me olhando! – bradou minha tia – Você ficou batendo foto enquanto eu não te via!

Tentei falar algo, mas eles não deixavam. Um colocava o dedo na cara do outro e ficava defendendo a sua posição. Era como assistir uma luta de M.M.A. ou duas crianças brigando pelo banco do carro da mãe.

– Por que ficou tão nervosa? – perguntou ele – Nós somos gêmeos! Dividimos o mesmo útero, ao mesmo tempo durante nove meses. – ela bufou – Fora que quando éramos crianças, eu vi tudo que tem abaixo dessa calça jeans, dessa camisa preta e dessa lingerie rosa que você tá usando!

Nós duas arregalamos os olhos.

– Como sabe a cor da minha lingerie? – perguntou ela tentando não meter a mão na cara dele.

– Irmã, você deveria verificar se a chave do seu quarto está no buraco da fechadura! Já imaginou se algum tarado fica espiando você pela tranca da porta do seu quarto? – a face da minha tia ficou extremamente vermelha – A propósito, eu achei que esse tom de rosa contrastou muito bem com a sua pele e a calcinha é linda. Ficou ótima na sua...

Ártemis rugiu de ira e começou a estapear o irmão. Eu tentei me meter nos meio dos dois, mas não consegui. Eles só pararam quando perceberam uma garotinha de cabelos castanhos, pele parda e olhos claros como os de Apolo. http://1.bp.blogspot.com/_frjCPpXN_Us/TKFnYoBbXiI/AAAAAAAAHjg/XVi6IpBfpDc/s1600/headshot3.jpg

– Papai, o senhor está brigando com a tia? – perguntou a menina. Alexis, sete anos, é filha única de Apolo.

– Não querida! – respondeu o pai pondo a filha nos braços – Só estávamos... Brincando de briga!

– Posso brincar também? – perguntou na maior inocência. Ela fechou dois punhos como se fosse lutar.

– Acho melhor não. – falou Ártemis.

Alexis bocejou e escorou a cabeça no ombro do pai.

Resumindo: Ártemis ficou com raiva porque Apolo fica espiando a nua. Aí eles começaram a brigar e ligaram para mim mãe, pois ela sempre acalma a Ártemis. É uma das poucas pessoas nesse mundo que consegue acalmá-la. E no caminho para casa de Ártemis, Atena foi atropelada por um ônibus.

Flashback off

Ri um pouco lembrando-me daquela situação.

– Que foi filha? – perguntou minha mãe.

– Mãe por que o tio Apolo mora na casa da tia Ártemis? Por que ele não arranja um apartamento ou uma casa?

– Ele ainda não tem condições de pagar uma moradia própria. Tem dinheiro, mas ainda não é o suficiente. Fora que quando ele sai para trabalhar, a Alexis fica na companhia da tia. – respondeu ela.

Susy, nossa empregada, preparou um lanchinho para nós. Quíron, o tio da minha mãe estava na cozinha.

– Agora eu não sou mais o único numa cadeira de rodas! – brincou ele. Abracei aquele senhor dengoso e carismático.

[...]

Luke e eu estávamos em frente a minha casa, observando o por do sol. Conversávamos sobre faculdade, viagens, séries de TV e outras coisas que amigos conversam.

– Então, Annabeth... – começou ele – Você... Gostaria de ir ao cinema comigo amanhã?

Luke foi o meu primeiro namorado. Namoramos durante sete meses. Ele sempre foi muito atencioso e carinhoso comigo e eu adorava a presença dele... Mas eu não sentia nada além de afeto por ele. Podem me achar uma tola por ter terminado com ele, mas eu ainda sonho com o a cara que eu idealizo “perfeito para mim”. Aquele cara que vai me fazer sorrir sem dizer uma palavra. Que vai saber me consolar nas horas difíceis. Que vai me fazer ficar corada toda vez que ele disser que gosta de mim. E que vai fazer eu me apaixonar perdidamente por ele. E o Luke entendeu minha decisão. Depois dele, ainda não tive nenhum outro namorado.

– Então, você aceita? – perguntou Luke.

– Ah, eu... Eu...

– Filha, você devia ir. – disse Atena. Virei-me e percebi que ela estava passando por nós com sua cadeira de rodas.

– Mãe! – exclamei – E se a senhora precisar de mim?

– Que besteira! Eu tenho a fisioterapeuta, o Nico, o Susy e o tio Quíron. Vá! Você precisa se divertir.

– Tudo bem, eu vou! – falei. Luke abriu seu belo sorriso para mim.