Stray Heart escrita por Karina Barbosa


Capítulo 28
Drogas alucinógenas.


Notas iniciais do capítulo

E aí???
Desculpem-me pela demora e por erros ortográficos. Espero que o capítulo recompense a demora. ;)
Nesse capítulo, teremos o primeiro P.O.V. da minha personagem preferida. Ei, qual o personagem preferido de vocês?
Boa leitura!



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P.O.V. Thalia

David pegou minha guitarra. Fiquei em seu lugar, atrás do microfone. Encarei toda a plateia a minha frente. Nenhum sinal da Annabeth e do Percy. Deixei que meus amigos integrantes da banda começassem a melodia da música. Pus uma mão no tripé e com a outra segurei o microfone.

https://www.youtube.com/watch?v=Wdi5oNNdw8Q

I don't give a damn 'bout my reputation
You're living in the past it's a new generation
A girl can do what she wants to do and that's
What I'm gonna do
An' I don't give a damn ' bout my bad reputation
Oh, no, not me
An' I don't give a damn 'bout my reputation
Never said I wanted to improve my station
An' I'm only doin' good
When I'm havin' fun
An' I don't have to please no one
An' I don't give a damn
'Bout my bad reputation
Oh, no, not me
Oh, no, not me

(Eu não estou nem aí para a minha reputação
Você está vivendo no passado, esta é a nova geração
Uma garota pode fazer o que ela quer fazer e isso
É o que vou fazer
E eu não estou nem aí para minha má reputação
Oh, não, não eu
E eu não estou nem aí para a minha reputação
Nunca disse que eu queria melhorar minha condição social
E eu apenas estou fazendo bem
Quando estou me divertindo
E eu não tenho que agradar ninguém
E eu não estou nem aí
Para minha má reputação
Oh, não, não eu
Oh, não, não eu)

Levei todo público ao delírio. Aquela era a última música que tocaríamos. Eu estava muito cansada, precisa urgentemente da minha cama!

Descemos do palco. Uma garota veio nos cumprimentar. Alta, morena e de olhos verdes. Usava calça de couro vermelha, botas e camisa branca com o desenho de uma caveira preta. Tinha um piercing no nariz.

– Adorei o show de vocês. – falou.

– Obrigado. – agradeceu Michael, nosso baterista. Ele era tão magro, quase esquelético. O cabelo, loiro, liso e espetado tinha as pontas vermelhas. Seus olhos eram castanhos escuros. Entre todos nós era o mais simpático – Sou Michael. Esses são Thalia, Joanne e David. – apontou, respectivamente, para cada um de nós.

– Sou Lilian. – apertou a mão de todos nós, deixando David por último. Eles dois se encaram por um momento. Ele tinha um sorrisinho de lado – Sua voz é bonita.

– Você é bonita. – David a elogiou.

Os dois começaram a conversar, esquecendo completamente de nós.

– Vamos organizar os instrumentos. – sugeriu Joanne.

Voltamos para o palco deixando aqueles dois a sós.

Depois de termos organizados tudo, fizemos uma pergunta a nós mesmos, ao mesmo tempo.

– CADÊ O DAVID? – perguntamos em uníssono.

David e Joanne eram os únicos que tinham carros. Sem David é um carro a menos! O carro da Joanne era pouco espaçoso. Demos um jeito de colocar algumas partes da bateria no porta-malas. O resto foi no banco de trás, ou seja, só sobraram dois assentos vazios.

– Alguém vai ter que ficar. – disse Joanne. Ela era nossa baixista. Sua pele era negra, possuía cachos escuros e armados, dentes branquíssimos e olhos castanhos escuros. Ela era muito bonita e nós duas sempre fomos muito amigas.

– Porra David! – exclamou Michael – Tinha que nos abandonar com os instrumentos? E agora?

Avistei algo de longe. Percy e Annabeth estavam sobre uma toalha de piquenique no gramado. Ela o beijava de maneira intensa e apaixonada. Estremeci. Eca! Ainda não sei o que ela viu no meu primo. Ele é um irresponsável que não para em um emprego e vive da mesada do pai. Será que ela sabia daquilo?

– Acho que vou chamar um táxi. – falei – Depois, a gente vê a melhor maneira de matar o David.

Eles assentiram. Peguei meu celular e disquei o número de um taxista conhecido. Chamava, chamava e não atendia.

– Merda! – exclamei e bufei estressada.

Não estava com raiva porque David estava com outra garota. Minha raiva era porque ele se autodenominava líder da banda e vivia deixando-nos para trás por causa de um rabo de saia.

Nós namoramos por dez meses. Terminamos porque ele era muito controlador, mas fiquei contente porque o nosso termino não afetou a nossa amizade e a relação com a banda.

– Thalia? – pronunciou uma voz masculina.

Levantei meu rosto. Deparei-me com um homem alto segurando a porta de um carro prata. Usava calça social cor de chumbo e camisa de botão azul bebê. Seu cabelo loiro estava para o lado de maneira elegante. Seus olhos azuis eram lindos. Sua pele era levemente bronzeada. Ele tinha um sorriso deslumbrante. Um sorriso que eu conhecia.

– Luke? – perguntei.

Ele abriu ainda mais o sorriso. Veio até mim e me abraçou. Retribuí o abraço. Nem lembrava a última vez que tinham o visto. Acho que foi no colégio.

– Há quanto tempo! – disse ele – Como você está?

– Bem...

Acho que bem não era a palavra certa. Estava cheia de problemas, mas deixa para lá.

– Thalia – disse Joanne – Ainda temos que resolver nosso probleminha.

– Ah... – virei-me para o loiro – Luke, eu queria muito continuar conversando com você, mas agora não dá. Eu vou ter que ir para parada de ônibus, já que o nosso carro não tem espaço...

– Posso te dar carona até sua casa. – sugeriu.

– Sério? – perguntei. Ele sinalizou que sim – Muita obrigada.

Despedi-me de meus amigos e entrei no carro do Luke. Pus o cinto de segurança. Quando já estávamos longe, ele falou:

– Ainda bem que você e os seus amigos saíram de lá. – falou como se estivesse mais tranquilo.

– O que você quer dizer com isso?

– Thalia, o Lovers Rock já foi acusado várias vezes de por drogas alucinógenas nas bebidas, principalmente nos sucos.

– O que? Que droga?

– Não sei o nome. Só sei que causa delírios, alucinações, suor, sede, exaustão, alto apetite sexual...

– ANNABETH! – gritei.

– Annabeth está lá? – perguntou.

– Sim! – ele freou o carro de uma vez. Se não fosse o cinto de segurança, eu tinha me machucado feio – Vou tentar ligar para ela e para o Percy.

A face de Luke mudou. Ele parecia aborrecido. Nem deu ré ou fez retorno. Apenas prosseguiu.

– Deixa para lá. Ela está com aquele tal Percy e eles não vão me querer por lá.

– Aconteceu algo?

Ele suspirou.

– Há alguns meses, eu e a Annabeth estávamos namorando. – estranhei, mas não me surpreendi. Luke sempre fora muito apegado a ela – Uma garota, que eu não conheço, me agarrou e colocou na cabeça da Annabeth que eu a traí. – arqueei minhas sobrancelhas – Ela não acreditou em mim. Viajei para Londres e quando voltei, ela já estava namorando o Percy. Ele me provocou e eu soquei o olho dele...

– Você socou o olho do Percy?

– É...

– Luke, você é meu herói! – dei tapinhas amigáveis no seu ombro.

– Enfim... Vamos para de falar sobre o Percy e a Annabeth. – propôs – Temos anos de conversas para colocar em dia. – rimos um pouco – Como você está?

– Eu... Estou... – procurei a palavra certa – Indo! Trabalho num asilo para idosos e sou guitarrista da Death to the Idiots. É só isso!

Nossa! Como a minha vida é agitada!

– E você? – perguntei.

– Estou bem. Terminei a faculdade de administração, trabalho na empresa de tênis do meu pai, tenho um bom salário e estou fazendo curso de japonês.

– Por que japonês?

– Hermes quer aumentar os negócios. Vamos comerciar com o Japão.

Minha barriga roncou. Ai que fome! Mas não tinha como ser diferente. A única coisa que desceu pela minha garganta nas últimas horas foi café.

– Com fome? – perguntou. Fiz que sim – Não quer ir jantar comigo e com a minha família?

– Não sei. Talvez, eu devesse ir logo para casa.

– Vai recusar meu convite? – fez cara de pidão.

Acabei concordando.

[...]

A casa do Luke era grande e aconchegante. Havíamos acabado de chegar e estávamos na sala de estar. O piso de granito perolado e as paredes cor de marfim davam um ar de leveza e elegância. Num dos sofás cinza, estava uma garota deitada de bruços. Usava roupas rasgadas e detonadas. Mudava os canais da TV de tela plana através do controle remoto. Parecia entediada.

– Lembra-se da Vanessa? – perguntou Luke a mim.

– Claro. – respondi – Oi Vanessa.

Vanessa se sentou. Olhou para mim e disse “Oi”.

– Luke, não tem nenhum programa que preste nessa porcaria de televisão. – reclamou desligando a TV.

– E o que você quer que eu faça? – rebateu o irmão.

– Sei lá. Só dê um jeito.

– VANESSA! – gritou uma voz masculina – O LUKE JÁ CHEGOU?

– SIM! – gritou ela de volta – E TROUXE UMA GAROTA!

Hermes, pai do Luke, apareceu. O cabelo castanho desgrenhado caía sobre a testa. Ele já tinha algumas marcas de expressão no rosto. Suas roupas eram simples e o seu avental vermelho era até engraçado.

– Eu me lembro de você. – disse Hermes apontando para mim – Taylor? – fiz “não” com a cabeça – Tânia? Thalia?

– Acertou. – falei.

– Ah, qual é? Eu só estava brincando! É claro que eu me lembro de você, Thalia Grace. – ele me deu um abraço de urso.

Eu lembro bem de Hermes! Ele tinha um jeito meio maluco e brincalhão, diferente do filho dele. Luke sempre fora muito sério, sempre pensando como um adulto. Quando nós namorávamos – sim, Luke e eu já namoramos – ele pagava tudo para mim, mesmo eu insistindo em pagar. Ele era bem romântico. Por que terminamos? Sentíamos que estávamos sem química.

Jantamos nós quatro. Hermes explicou que sua esposa, May, estava no Texas, trabalhando num filme. Vanessa parecia ser uma rebelde sem causa. Gostei dela!

Terminamos a refeição.

– Thalia, vem aqui, por favor. – disse Luke – Quero te mostrar uma coisa no meu quarto.

Apenas assenti. Subimos os degraus da escada e andamos num corredor largo até chegarmos a uma porta de madeira vernizada. Ele a abriu. Aquele cômodo era escuro, mas os móveis claros criavam um contraste. As paredes eram de um azul bem escuro. A cama dele era de casal e estava coberta por um edredom branco. Ele tinha uma prateleira enorme, cheia de livros variados e com alguns porta-retratos.

– Lembra-se disso? – apontou para um porta-retrato de vidro. A imagem naquele objeto era bem bonita. Três adolescentes: Um rapaz loiro entre duas meninas, uma loira com óculos de grau e uma branquela de cabelo preto e olhos azuis.

– Lembro. – sorri.

– Saudades desse tempo?

Flashback on

Todos escutaram o sinal da escola. Eba, hora do almoço! Enfiei, desorganizadamente, meus livros dentro da minha mochila. Apoiei a num ombro só.

– Vamos Annabeth. – chamei a minha melhor amiga, que sempre insistia em copiar tudo e guardar seu material delicadamente.

– Calma Thalia. – ela se levantou e ajeitou os óculos no rosto – A cantina não vai sair do lugar.

Bufei e revirei o olhar.

Saímos da sala. O corredor da escola era largo e branco com algumas listras azuis e amarelas. Tinha pessoas por todos os locais. Chegamos no imenso refeitório, repleto de mesas retangulares. Pegamos nossas bandejas. Era estilo self-service. Peguei apenas porcarias: carne vermelha, refrigerante, batata-frita e massa. Annabeth optou por algo mais saudável: salada verde, maçã, frango e arroz integral.

Sentamos bem afastadas dos outros. Era quinta-feira e, sempre nesse dia da semana, as líderes de torcida faziam apresentações. Nada contra elas, a maioria era bem legal, mas a capitã era uma vadia de primeira! O que eu não daria para vê-la quebrando a cara.

O time de futebol apareceu e lá estava ele: Luke Castellan, um dos caras mais cobiçados da escola. As pistoleiras de plantão tentavam se fazer de burras, só para que ele as ajudasse e desse atenção a elas, mas ele nunca caía nessa.

Ele veio até nós.

– E aí meninas? – sentou-se do meu lado e beijou minha cabeça. Puxei a mão da Annabeth e deu um selinho perto dos seus dedos.

– E aí jogador? – brinquei.

Ele pegou uma batatinha do meu prato e a comeu.

– Não vai almoçar? – perguntou Annabeth.

– Não. – negou – Logo, vou para casa. Tenho que ir ao médico. Nada sério, mas tenho que ir.

Escutamos aplausos e eu, espontaneamente, baixei a cabeça agoniada. Luke começou a rir, ele sabia que eu não gostava da capitã, nem ele gostava dela, só que ele não deixava isso transparecer.

No meio do refeitório, cerca de dez meninas acenavam como se fossem misses. Usavam tênis branco, meia que cobria a canela, um vestidinho curtíssimo de mangas longas, branco com detalhes em azul e amarelo e com o brasão da escola.

Lilly Benson, a rainha das piranhas, estava em destaque. Suas coxas grossas e bronzeadas se destacavam no tecido curto, o cabelo preto estava semi preso e os lábios eram rosados.

Começaram a cantar a mesma música de torcida de sempre: Vão guaxinins, derrotem os outros, tragam a taça. Elas não faziam acrobacias. Apenas rodavam de um lado para o outro, batiam palmas, rebolavam, coisas assim. Quando terminaram, foram aplaudidas mais uma vez. Lilly veio até nós, rebolando como sempre. Nem deu atenção a mim e a Annabeth. Escorou os cotovelos na mesa, apoiou a cabeça nas mãos e fitou Luke.

– Oi Luke. – cumprimentou o.

– Oi Lilly.

– E então... Tem planos para o fim de semana? – piscou os olhinhos com cílios postiços.

– Na verdade, tenho. Thalia e eu vamos num show de Rock Indie. – respondeu pondo a mão no meu ombro. Sorri, falsamente, para ela.

– Ah... E o que vai fazer depois? Sabe, podíamos ir numa boate muito legal...

– GAROTA, ELE NÃO VAI SAIR COM VOCÊ! – falei bem alto. Não queria ter falado naquele tom, mas já foi. Todos os olhares vieram até mim e eu corei.

– Talvez, Luke realmente não queira sair comigo. Não sei o motivo certo. Um amigo dele pode estar afim de mim, o que é bem provável – passou a mão nos cabelos, se vangloriando – ele pode estar inseguro... Eu não sei. Mas, o que eu queria tanto entender era o porquê dele andar com a nerd quatro olhos e a gótica desengonçada.

Levantei-me abruptamente. Annabeth e Luke seguraram meus pulsos.

– Chega Lilly. – falou Luke – Annabeth e Thalia são minhas amigas, eu tenho mesmo um compromisso com a Thalia e não quero sair com você! Acabou!

Ele suspirou e saiu.

– Gótica Desengonçada! – falou bem alto.

– AGORA, EU MATO ESSA PUTA! – gritei.

Luke e Annie tentaram me segurar, mas foi em vão. Pulei em cima da piranha e apertei seu pescoço. Ela arranhou meu braço e puxou meu cabelo, me fazendo ficar por baixo. Esmurrei seu estômago e soquei seu lábio, ferindo o.

O que aconteceu depois? O diretor apareceu. Lilly e eu fomos suspensas e eu passei o fim de semana de castigo, ou seja, tive que desmarcar meu passeio com o Luke.

Flashback off

– Na verdade, não tenho tantas saudades. – admiti – Mas sinto falta da comida de lá. Era espetacular.

– Nisso eu tenho que concordar.

Depois de alguns minutos conversando, Luke me deixou em frente ao prédio em que eu morava. Despedimo-nos um do outro e concordamos que devíamos sair mais vezes. Trocamos os nossos contatos e ele se foi. Entrei no prédio e subi as escadas. O pior é que o meu apartamento era no quarto andar e não tinha elevador. Haja fôlego! Quando chego ao terceiro andar, deparo-me com uma cena nojenta e estranha.

Annabeth estava pressionando meu primo bocó contra a parede. Detalhe: ele estava com a calça jeans baixada, exibindo completamente o cueca box vermelha. Eles estavam tãos suados que a pele de ambos brilhava e os cabelos ficavam grudados na testa e no pescoço. Ela o beijava selvagemente e ele parecia gostar e estar sem fôlego ao mesmo tempo.

– Com licença. – pronunciei e eles me notaram. Annie veio até mim e abraçou o meu pescoço.

– AMIGAAAAA! – gritou – Você não vai acreditar! Eu cantei no karaokê do Lovers Rock, briguei com um motoqueiro e conheci o Michael Jackson!

– Mas ele já morreu. – falei.

– Foi o que eu tentei dizer a ela, só que ela não me escuta! – falou Percy.

– Então ele ressuscitou! – olhou para o vento e depois deu atenção para mim – E isso nem foi a melhor coisa que aconteceu comigo hoje à noite. – abriu um sorriso bem largo. Olhou-me como se quisesse que eu falasse algo.

– E qual foi a melhor coisa?

– Eu vi o pinto do Percy!

Franzi o cenho.

– Bom... Isso explica o fato da calça dele estar baixada. – comentei e Percy a levantou imediatamente.

– Você quer ver também? – perguntou a mim.

– NÃO! – Percy e eu respondemos juntos.

– Annie, querida, você não prefere entrar no meu apartamento e beber um pouco d’água? – propôs Percy – Logo, eu entro e coloco o Shrek para você assistir.

– Legal. – ela entrou toda animada no apartamento.

Estapeei duas vezes o ombro do Percy.

– AI! Que é isso?

– O que foi que aconteceu? – perguntei – Que história é essa de karaokê, motoqueiro, Michael Jackson e o seu pênis?

– Eu não sei o que aconteceu! Ela começou a agir de maneira estranha do nada.

– O suco! – lembrei – Percy, aquele suco estava contaminado com drogas alucinógenas. – ele ficou bem surpreso – Temos que ligar para Atena, imediatamente...

– Não! – negou – Ela vai achar que sou uma má influência para a filha dela. Vamos esperar. Eu tento acalmar a Annabeth e depois a levo para casa. Se isso não der certo, eu a levo para um hospital.

– Sério? – ele fez que sim – Ok. Caso ela não melhorar, me ligue.

Fui para o meu apartamento. Tirei minhas roupas e fui para debaixo do chuveiro. Senti-me mais relaxada. Depois do banho, vesti uma camisola leve e curta. Dormi.

[...]

P.O.V. Annabeth

Abri meus olhos de maneira bem preguiçosa. Minha cabeça doía e eu me sentia exausta. Sentei. Estava sozinha numa cama de solteiro, em um quarto pequeno que eu nunca tinha visto. Fitei meu corpo e notei que eu estava usando roupas que não eram minhas: bermuda tactel, estilo surfista, e uma camisa vermelha de algodão. Cadê meu sutiã? Quando fui ficar de pé, pisei em algo estranho. Era mole e fino. Olhei para o chão e o troço era quase transparente. Levei minha mão até ele e o peguei. Arregalei meus olhos. Aquilo era um preservativo fora da embalagem. Deixei o cair.

Será que... Não! Não aconteceu isso entre mim e o Percy... Mas será?

Saí do quarto. Na sala de estar, encontrei o Percy deitado no sofá. Estava sem camisa, com um lençol o cobrindo da cintura para baixo. Ele dormia de bruços, o braço esquerdo encostava no chão e o direito apoiava a cabeça. O que mais chamou a minha atenção foi a baba saindo da sua boca. Ele ficava fofo dormindo.

– Percy. – chamei o – Percy.

– Não mãe! – falou acordando – Eu não comi a comida do Paul. – olhou para mim – Oi Annie. – esfregou os olhos com as mãos.

– Percy, onde estamos? Que horas são? Cadê minhas roupas?

– Annabeth, acho melhor você se sentar. – ele me olhou de maneira séria. Sentei ao seu lado e ele ficou de frente para mim – Você não se lembra de nada? – balancei a cabeça negativamente – Bom... Para começar, é aqui que eu moro. E... Ontem à noite, a gente... A gente...

– A gente o que? – indaguei querendo que ele prosseguisse.

– A gente quase fez sexo! – arregalei meus olhos – Eu disse QUASE! Fique calma. Sabe aquele suco que você bebeu demais ontem?

– O que tem o suco?

– Ele, provavelmente, estava contaminado com drogas alucinógenas.

– O QUE? – levantei num pulo. Percy se levantou e segurou os meus braços.

– Annie, tente não ficar pirada, mas o que aconteceu foi o seguinte: Você começou a agir de maneira estranha, brigou com um motoqueiro bêbedo, fez com que ele furasse o pneu do nosso carro, invadiu uma farmácia, pichou o banheiro dela, achou que o atendente fosse o Michael Jackson e fugiu de lá. Fiquei desesperado atrás de você. Só te encontrei depois de dez minutos perto de um cemitério. Pegamos um táxi e quando chegamos nesse prédio, você insistiu em me despir. – corei violentamente – Aí, nós quase... Você sabe. Só que não fizemos. Mas, você me... Masturbou.

Abri minha boca em “O”. Cobri a com minha mão direita.

– Você usou essa mesma mão!

Não tinha como eu ficar mais chocada. Afastei a mão da minha boca.

– Percy, eu preciso ligar para minha mãe e para tia Deméter. Elas devem estar preocupadas comigo...

– Você não tem mais celular. Ele caiu quando fugimos do Lovers Rock.

Ergui uma sobrancelha.

– Se eu queria tanto fazer aquilo com você... Por que não continuamos?

– Porque eu sei que você quer que a sua primeira vez seja especial. Por isso, eu não prossegui.

Sorri para ele e o abracei. Beijei sua bochecha.

– Obrigada Percy.

Percy capturou meus lábios num beijo urgente. Dei vários selinhos na sua boca. Ele abraçou minha cintura e moveu uma das mãos para minha nuca. Aprofundou nosso beijo com a língua. Afastamo-nos por falta de ar. Notei que, no final do seu abdômen, bem perto do cós da calça, havia uma mancha vermelha arroxeada.

– O que foi isso? – perguntei cutucando a marca.

– Foi um chupão que você me deu.

Engoli em seco.

– Eu realmente tenho muita coisa a lembrar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Só eu amo a Thalia??? Adorei falar mais sobre ela nesse cap.!
Annie... Que situação né? Quem se surpreendeu com a atitude do Percy?
Ai Ai! kkkkkkkkkkkkkkkk
Comentem, please!



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