Stray Heart escrita por Karina Barbosa


Capítulo 18
Ônibus desgovernado e Aulinhas de dança.


Notas iniciais do capítulo

E aí?
kkkkkkkkk eu só faltei morrer de rir com os comentários do cap. anterior! Teve gente que bateu em mim quando me viu por causa daquilo! (é sério). Pelo menos rendeu muitos comentários!!!
Então, esse é o primeiro capítulo com um P.O.V. diferente! Espero muito, muito mesmo que vocês gostem!
Boa leitura!



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P.O.V. Percy

Rapidamente, pus a minha mão no ombro do Nico e me afastei dele. Nós dois não estávamos acreditando no que tinha acontecido. Ele é gay! E ainda por cima me beijou! ECA! Ele escorou a cabeça no volante do carro.

– Ah... – foi o que saiu da minha boca. Eu devia estar com uma cara de otário tão grande – Eu vou indo.

Saí imediatamente do veículo da boiolice. O carro também saiu dali. Infelizmente, deparo-me com um Grover perplexo. A boca dele formava um “O” perfeito. Senti que ele ia começar a rir da minha cara.

É muito azar para uma pessoa só!

– O que você viu, não pode ser comentado com ninguém! – decretei e fui logo entrando no meu apartamento. Ele me acompanhou subindo as escadas logo atrás de mim.

– Percy é impressão minha, ou você foi dar em cima da Annabeth e conquistou o motorista dela? – brincou. Virei-me para ele e mostrei o dedo do meio.

– Foda-se o que você acha... – fiz uma breve pausa – Garoto-bode.

Eu já estava prevendo que nós dois íamos brigar ali mesmo, no meio da escada. Porém Grover desviou o olhar e passou a prestar atenção na minha prima que estava descendo os degraus.

– Gata, você não é ônibus, mas eu te espero em qualquer parada. – disse Grover bobamente enquanto a Thalia retorcia o nariz para ele.

Thalia trajava uma blusa sem mangas preta com detalhes vermelhos, uma saia soltinha e curta cinza escuro, meias pretas e suas típicas botas de couro. Segurava uma mochila escura enorme que ela usava para guardar a guitarra dela.

Ela apenas revirou os olhos e continuou descendo.

– Quem é ela? – perguntou meu amigo curioso e esperançoso.

– Thalia Grace, minha prima. – respondi voltando a andar.

– O QUE? Aquela gata é a sua prima esquisitona que eu conheci há anos atrás?

– É!

Finalmente chegamos ao meu apartamento. Entramos. Grover estava com uma mochila roxa que só agora eu tinha percebido.

– Pra quê a mochila? – indaguei – E cadê a Rachel?

Rachel, Grover e eu tínhamos combinado de preparar as coisas para o baile de formatura da Annabeth. Eu precisava aprender a dançar alguma coisa para impressioná-la.

– A Rachel não pode vir, porque a irmã dela está internada e ela foi fazer companhia durante essa noite. – disse ele. Eu não sei o que estava dando nele, mas ele tirou um sutiã branco desgastado da mochila e o vestiu por cima da camisa listrada. Depois, tirou duas laranjas e as pôs dentro do sutiã, para ficar com busto. E para fechar com chave de ouro: uma peruca loira.

– O que é isso? – pronunciei lentamente.

– Íamos usar a Rachel para dançar com você, mas já que ela não pode estar aqui... Então vem logo antes que eu me arrependa.

Fui até o Grover, quer dizer, a versão masculina da Annabeth.

– Pra falar a verdade, acho que você ficou até legal. – comentei – Você daria um excelente travesti!

– Cala boca!

Levei a minha mão até os “seios” dele e fingi apertá-los.

– Ah, Annabeth! Deixa de ser enjoada e vem logo transar comigo! – falei gemendo como se estivesse excitado.

– Percy. – chamou ele.

– O que?

– Esse sutiã é da minha mãe!

Saltei para trás e comecei a esfregar as mãos na minha roupa.

– AH! QUE NOJO! – exclamei. Grover apenas ficou rindo de mim.

– Eu sabia que você ia fazer alguma coisa assim! – admitiu.

Concentramo-nos. Pus a mão direita na cintura dele e com a outra mão, peguei a mão direita dele. Começamos com pequenos passos de para lá e para cá.

Não tem como o meu dia ficar pior!

– Eu sou a Chase e estou dançando com o Jackson. – cantarolou o Grover. Acho que ele estava tentando tornar aquilo menos constrangedor, o que era em vão.

Foi quando eu olhei pela janela e percebi que, do outro lado da rua, tinha um casal de idosos nos espiando. Parei aquilo e fui fechar a janela e as cortinas.

– Grover, já chega de viadagem para mim por um dia! – falei – Amanhã vamos alugar um terno eu aproveito para ensaiar isso com a Rachel. Ela vai amanhã, né?

Ele tirou seus acessórios de mulher.

– Ela vem e eu já vou indo, antes que nós dois resolvamos mudar de lado! – disse ele. Apenas rimos daquela situação.

[...]

P.O.V. Grover

Saí do apartamento do Percy.

Já estava na calçada. Caminhei para a parada de ônibus. Fiquei sentado esperando e esperando. Cerca de meia hora depois, aquela lata-velha finalmente apareceu. Subi nele, paguei o motorista e sentei no único assento que estava vazio.

Do meu lado, estava um belo par de pernas cruzadas. Eu não consegui ver direito o rosto da moça já que ela olhava o tempo todo para a janela, mas pude ver cabelos castanhos caramelo lisos. Ela usava um short jeans com detalhes rasgados, uma regata branca com desenhos de árvores, um colete fininho marrom quase transparente e sandália marrom com tiras finas.

Fingi atender ao telefone, só para chamar atenção da garota.

– Alô? – comecei – Sim, eu fiz uma transferência de trinta mil dólares para a conta da minha mãe na Suíça. – menti – Ok. Obrigado. Eu acho que passo aí amanhã para retirar cinco mil dólares para ajudar crianças no orfanato que não tem muito acesso ao lazer e à diversão. – senti que falei a coisa certa, pois a garota começou a se virar para mim, porém eu desviei o olhar só para disfarçar – Tenha uma ótima noite.

“Encerrei a ligação”. Ah, eu estou parecendo o Percy tentando impressionar a Annabeth.

Olhei para a garota e... EU A CONHEÇO! É aquela garçonete dançarina, Júniper. Ela ficou tão espantada quanto eu.

– Ah, oi Júniper! – disse um pouco desapontado.

Menti só para impressionar uma garçonete qualquer?

– Oi...

– Grover. – falei. Acho que ela não lembrava o meu nome. Eu já tinha me encontrado com ela uma ou duas vezes na rua. Mas nunca conversávamos, ela sempre dizia que estava com pressa e me deixava no vácuo. E quanto àquela noite que eu paguei para assistir uma dança particular dela? Foi só uma dança. Eu deixei a entender que nós dois tínhamos feito coisas promiscuas, mas não aconteceu nada.

Ela sorriu minimamente.

– O que estaria fazendo uma pessoa tão rica no ônibus Grover? – brincou. Realmente, eu não tinha pensado nisso.

– É eu não sei! – admiti. Talvez, eu poderia ter dito que sou uma pessoa muito humilde. Ah, deixa para lá!

Ela voltou a prestar atenção na janela. Aquele ônibus estava tedioso ao extremo. Ninguém conversava com ninguém, escutávamos as músicas bregas do motorista e todos esperavam que a sua parada chegasse logo.

– TODO MUNDO PARADO! – ordenou um sujeito careca e pálido. Ele mostrou um revolver e eu senti minhas pernas tremerem – NÃO PARE O ÔNIBUS! – apontou a arma para o motorista, que continuou dirigindo só que de maneira assustada.

E agora? Ele vai me assaltar! Mas eu sou pobre e não tenho nada! E SE ELE DECICIR ME MATAR OU ME ESTRUPAR PORQUE SOU POBRE E NÃO TENHO NADA HÁ DAR?

Júniper pôs as pernas para fora do ônibus e se atirou para fora pela janela. Decidi fazer o mesmo. Pus meus braços e minha cabeça para fora.

– EI MELIANTE! – senti que o ladrão estava falando comigo – O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

Impulsionei-me para frente e pronto! Já estava fora do ônibus. Só que eu não tive uma queda lá muito perfeita. Caí no chão terroso batendo a parte superior das costas. Minha perna se chochou contra o batente da calçada. Urrei de dor.

– Você está bem? – perguntou Júniper se ajoelhando no chão ao meu lado.

– Acho que sim. – pronunciei com a voz dolorida. Consegui ficar de pé.

Ladrão filho da puta!

– Ok. Eu já vou indo! – disse ela ficando de pé e se afastando de mim.

– Espera. – falei e ela se virou para mim.

– O que?

– Nada. – disse eu. E ela apenas acenou e saiu dali.

Eu queria conversar com alguém, assim teria companhia de volta para casa. Mas quem iria perder tempo e saliva com uma simples garçonete?

[...]

Percy começou a analisar os ternos que estavam dentro de um material transparente e enfileirados numa barra de ferro.

– Do que será que a porquinha gosta? – perguntava ele a si mesmo.

Já era dez da manhã. Eu estava numa loja que alugava roupas de festa. Percy precisava alugar um terno para levar Annabeth ao baile de formatura dela.

– Grover, você acha melhor gravata borboleta ou a normal? – interrogou.

– A normal. – respondi.

Cerca de vinte minutos depois, aparece a Rachel com seus óculos escuros redondos, vestido verde florado e sandálias rasteiras.

– Bom dia rapazes. – disse ela quase que cantarolando.

– Como está a Raquel? – perguntei.

– Ela descobriu ontem que tem AIDS. – respondei Rachel. Franzi o cenho.

– Pensei que ela fosse casada. – disse Percy.

– E ela é! – falou a ruiva.

Resolvemos mudar de assunto. Rachel escolheu um terno e o entregou para Percy. Ele foi até uma cabine se trocar. A “cabelo de fogo” sentou no sofá ao meu lado.

– Parece aflito Grover. – comentou.

– Que nada. Só estou cansado mesmo. – na verdade, a minha perna ainda doía um pouco da queda que eu tinha levado.

Percy veio até nós trajando um terno preto estilo galanteador. Rachel foi até ele e ajeitou a gravata.

– Então, vocês ensaiaram ontem à noite? – perguntou ela com um sorrisinho na cara.

– Claro. – respondi – Começamos assim que o Percy terminou de dar uns amassos no motorista da Annabeth.

– GROVER! – exclamou Percy raivoso.

– O QUE? – a risada da Rachel era gostosa de ouvir – Percy você é gay?

– Não! – negou batendo o pé no chão – Eu sou espada! Homem com H maiúsculo! – ele bufou – Foi aquele esquisitão antissocial que me agarrou dentro do carro.

Rachel e eu gargalhamos ainda mais alto. A face do Jackson ficou vermelha de ira e de vergonha. De repente, ele pôs um sorriso malandro na cara.

– Que eu saiba Rachel Elizabeth Dare, já lhe dei provas suficiente de que eu sou homem! – vangloriou-se.

– Isso quer dizer que você é bissexual? – rebateu Rachel – Então, você curte os dois?

– Não! Eu curto apenas mulheres! – piscou para ela – Principalmente as ruivas.

Ele pôs a mão no queixo dela e a puxou para um beijo. Porém, ela desviou o rosto. Percy ficou meio sem entender e a estranhou.

– Que foi? – indagou ela.

– Por que recusou meu beijo? – interrogou o “pseudo bissexual”.

– Porque você vai começar a namorar a Annabeth. – respondeu.

– E daí? – pronunciou ele arregalando os olhos.

– Percy, eu sou sua amiga. Eu. Nunca. Serei. Sua. Amante. – decretou pausadamente.

O clima ficou meio pesado, mas logo eles se entenderam e ela o ensinou a dançar valsa ali mesmo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Iêeee toma Percy bem feito!!!!! Eu disse que não iríamos ter mais cenas Perachel u.u
Gostaram do primeiro P.O.V. Grover? OWWNNN Grover kkkkkkk "e se ele me matar pq sou pobre e não tenho nada há dar". Ah, esse meliante! E a Júniper que fofa! Vocês ficaram com raiva do Grover por causa da maneira que ele pensou da Júniper?
Ei, vocês já assistiram ao filme "Harold"? Foi dele que eu tive a ideia da cena do Percy e o Grover dançando! Adoro esse filme!
Próx. cap.: O baile!
Comentem please!!!



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