Ela observou o perfil de Edward, pasmada.

— Você está com ciúme!

— Que motivo eu teria para ter ciúme de um homem com quem você passa pouco tem­po, e sempre em companhia de outras pesso­as? Não, sei que você é minha. Ele também sabe.

— Não sei o motivo desta discussão, mas sou sua companheira, não sua escrava. Nin­guém é meu dono. E eu não pertenço a você.

— Eu não vejo assim.

— Você me considera algum tipo de escra­va? — perguntou Bella.

— Não, mas você é minha.

— Sou mesmo? — insistiu ela, com a voz estranhamente suave. Bella não tolerava o ma­chismo e Edward sabia disso.

— É, mesmo — respondeu ele, sarcástico. — E tem mais, Jacob também vê assim. Ele nunca se aproximará de você enquanto estiver sob a minha proteção.

— Sob a sua proteção?

Edward saiu da rua secundária e entrou numa rua movimentada.

— Você sabe o que eu quis dizer.

— Creio que não. Por favor, esclareça.

— Você é minha. Eu já disse.

— Sua o quê? Sua companheira... sua na­morada... sua amante? — perguntou ela com uma ênfase inacreditável.

— Sim.

— Sim, o quê?

— Tudo isso.

— Você de fato me vê como sua amante?

— Eu a vejo como minha mulher. Você quer dizer que não se vê assim?

Esperto, devolveu o ônus a ela. Mas Edward era bom nesse tipo de coisa.

— Eu me vejo como sua companheira, a mulher que vive com você, não como sua amante — disse ela, recusando-se a aceitar a armadilha de uma resposta simplificada.

— Você está interessada em Jacob?

— Não!

— Você é minha... e da minha cama, Bella.

— Eu sou mais do que apenas uma conve­niente amiga de travesseiro.

— Sim. Você é o pacote inteiro, e é minha. Levemente aliviada após essa afirmação,

ela disse:

— Assim como você é meu... e como você é da minha cama.

— Isso é um fato sabido.

— É uma relação igualitária, Edward.

— Eu nunca disse que não era.

Bella acreditava nele. Sob toda aquela sofis­ticação, batia um coração primitivo que Edward sempre procurava ocultar.

— Então nós concordamos que pertencemos um ao outro... que esta é uma relação de reci­procidade de sentimentos e responsabilidades?

—Sim.

— Então por que está com ciúme de Jacob?

— Não estou com ciúme.

— Certo.

O silêncio tomou conta do ambiente. Enquanto Edward dirigia, Bella o observava. Ele suspirou.

— Você me conhece muito bem.

— Talvez não o suficiente.