Entrei em um quarto nada parecido com o meu último. Esse era bem maior e bem mais decorado.

–Esse é seu novo quarto- falou Jane atrás de mim.

–Por que é tão grande?

–Você está se tornando importante.

Me sentei na cama e fiquei pensando em tudo que tinha acontecido ontem. Um peso gigante tinha sido tirado das minhas costas. Não precisava mais me esconder de ninguém.

–Posso dar uma volta?- perguntei para Jane.

–Claro, o castelo é seguro.

Comecei a andar pelos corredores do castelo pensando se aqui algum dia seria minha casa. Não. Eu não gostaria de morar em um lugar onde eu me perco e existem várias outras famílias como eu e Alec.

Me esbarrei com alguém e perdi o equilíbrio caindo de bunda no chão. Uma mão apareceu na minha frente oferecendo ajuda. Olhei para cima e vi um menino lindo.

Seus cabelos era loiros com um topete bem feito. Ele era alto, não tanto como Alec, mas era alto, não era forte e longe de ser magro, os olhos eram um vermelho sangue revelando ser um vampiro. Aceitei sua mão e me posicionei a sua frente. Acho que eu o conhecia.

–Desculpe, eu não vi você- ele falou gentil.

– Eu que estava distraída.

– Você esta sozinha?

–Sim, estava dando uma volta.

– Sou Anderon, mas me chame de Ander- ele sorriu.

–Lee.

– Eu sei- ele olhou para os lados- Posso te acompanhar?

– Por que? - perguntei desconfiada.

– Ordens de Aro, se eu te pegar sozinha tenho que te acompanhar- ele se confundiu- Mas se não quiser tudo bem, eu chamo Alec.

–Não- eu ri- Eu preciso conhecer novos Vulturi mesmo- ele riu e começamos a andar.

Conversamos sobre várias coisas. Ele era uns do qur sabia que mej casamento com Alec era fachada, mas que nós namorávamos. Ele me contou de algumas aventuras que teve com Alec. Passamos cerca de duas horas andando e conversando.

–Cullen?- Alec apareceu- Onde diabos você estava?

– Estava andando com Ander.

– Eu encontrei ela sozinha então a acompanhei- ele me olhou- Podia acontecer algo com ela.

– Pode ir embora agora Ander- ele me olhou bravo- Eu cuido dela a partir de agora.

Ander me olhou como se pedisse permissão para se retirar e eu assenti sorrindo.

– Obrigada por me acompanhar Ander.

– Não agradeça, se precisar estou aqui.

– Ela já tem a mim.

Ander saiu e esbarrou em Alec de propósito dando um encontrão. Olhei brava para Alec.

– Por que foi tão grosso com ele?

– Por que eu não gosto nenhum pouco dele- ele deu de ombros.

–Mas ele foi muito gentil comigo.

– Você passou esse tempo todo acompanhada dele?

–Sim e gostei muito- cruzei os braços.

– Alessandra não gostava dele- ele falou num sussurro.

– Poxa é mesmo? Pois adivinha só- eu cutuquei seu peito com força- Eu estou pouco me fodendo para quem você e sua ex namoradinha odeiam.

– Ele não é boa pessoa

– E eu não estou dando a mínima para a sua opinião. Eu adorei Ander.

– Pega muito feio a noiva de um homem ficar andando por ai com outro homem.

O quê?

– Século XXI chamando Alec- estalei meus dedos.

– Eu não vim deste século, sou a moda antiga.

– E eu vou dizer pela terceira vez: eu não ligo.

– Não vou discutir com você aqui.

– Alessandra dava menos trabalho que eu também?

– Muito menos- ele falou furioso.

Respirei fundo. Se eu discutisse ia começar a chorar e eu me recusava a fazer isso na frente de Alec.

–Vem- ele pegou minha mãe- Vou te levar para o seu quarto.

Assenti e fomos até o meu novo quarto. Me sentei na cama e Alec ficou em pé me olhando.

– O que é? - encarei ele- Já estou no meu cativeiro, pode ir embora.

– Não seja dramática Releen.

–Sai!- apontei para a porta- Estou cansada.

– De tanto andar com Ander...

– Estou falando sério Alec- me senti tonta- Não estou muito bem.

Ele se aproximou de mim e se agachou me analisando preocupado.

– O que está sentindo?

–Tontura, muita.

Ele ficou olhando meus olhos.

– Lee- ele me chamou- Você por acaso não tem anemia?

– Eu não sei.

– Qual foi a última vez que você comeu?

–Acho que ontem.

–Droga Lee, por que fica sem comer?

Nessa hora Jane entrou no quarto.

– Traz alguma coisa para ela comer- ele falou para Jane- Rápido- falando isso Jane saiu em velocidade sobrenatural.

Depois de comer eu me senti muito melhor. Alec não tirava os olhos de mim.

– Não precisa ficar preocupado- olhei para ele- Estou melhor.

– Não finja que não é nada- ele abaixou o tom de voz- Por favor.

– Eu vou comer Alec.

– Ótimo

Ele e Jane saíram para falar com Aro e eu fiquei sozinha descansando na cama.

Ouvi a porta sendo aberta.

– Aro te liberou rápido- falei sorrindo.

– Eu também vou te matar bem rápido.

Olhei assustada e vi Alessandra com uma faca na mão. Me levantei rapidamente.

– Alessandra calma.

– Chega de esperar, você está acabando comigo e não vou deixar uma pirralha fazer isso.

– Alec!- gritei desesperada.

–Calma, eu vou fazer doer só um pouquinho.

Ela pulou em cima de mim e eu caí com a cabeça no chão. Dei uma cotovelada nela e enquanto ela se recuperava tentei sair. Ela voltou a ficar em cima de mim, mas dessa fez de costas para ela fazendo meu rosto machucar no chão do quarto. Senti a faca no meu pescoço.

– Por onde começar?

Antes que eu pudesse pensar em algo Jane tirou Alessandra de cima de mim fazendo ela se debater de dor. Pegou Alessandra pela gola.

– Se você tocar nela mais uma vez eu paro a sua dor com a morte.

– Isso não vai ficar assim.

Ela saiu e Jane me ajudou a levantar. Ela olhou meu corte no pescoço que sangrava.

–Você está bem?

– Vou ficar- me apressei em dizer uma coisa antes que Alec chegasse- Me prometa que não vai dizer o que aconteceu para Alec.

– E o que aconteceu? - Alec apareceu de repente olhando meu corte surpreso.

– Não posso prometer isso- ela me olhou enquanto Alec se aproximou de mim para analisar meu corte- Alessandra tentou matar a Lee.

– Ela o quê? - ele gritou.

– Mas eu estou bem, Jane chegou a tempo.

–Bem?-seu olhar era frio- Tem um corte no seu pescoço.

– Apenas tente se acalmar Alec.

– Ah eu vou me acalmar, mas só depois de fazer Alessandra se acalmar para sempre.

– Eu já dei uma lição nela Alec- acalmou Jane.

– Desculpa Lee, eu não devia ter te deixado sozinha.

– Vai ficar tudo bem- Jane saiu do quarto.

Vi uma corrente no seu pescoço e a puxei para ver o que era. O pingente era uma linda esmeralda.

– Não era justo só você ter um colar com a cor dos meus olhos