Feliz Aniversário - Dramione escrita por Grind


Capítulo 1
Capítulo 1 - Festa surpresa




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Feliz Aniversário – Dramione / Capítulo 1 - Festa Surpresa

Draco Malfoy~*

O dia havia sido realmente cansativo na empresa. Não tinha visto o dia todo Fernanda, minha secretária nem meus amigos Henrique, Arthur, Murilo ou Gabriel. Eu estava desconfiado, como meu aniversário, esperava que alguém ao menos desse uns parabéns, mais nada, mas eles deviam estar com muito trabalho mesmo pra não ter dado tempo de passar na minha sala.

Bufei cansado, por hoje já chega. De acordo com meu relógio, eu teria que trancar tudo, estava tarde pra caramba. Ao sair estranhei o fato de estar um completo breu, dava para ver muito bem que a luz da minha sala estava acesa, então porque alguém apagaria tudo como se fosse o último.

Xinguei mentalmente seja lá quem fosse e prometi a mim mesmo que amanhã iria descobrir quem foi o engraçadinho. Acendi o interruptor apenas com a intenção de pegar alguns documentos na gaveta de Flavia, uma outra amiga do peito, mas me surpreendi ao ver todos ali parados sorridentes, tudo decorado, mesas apenas com bebidas e comidas e uma grande faia atrás que dizia

"Feliz Aniversário Draco"

— Surpresa! –Todos gritaram ao mesmo tempo e sorri abertamente Feliz por terem se lembrado.

Pude ver não muito adiante, a mesa que deveria ser de Vinicius repleto de pacotes de todas as formas, quem diria que até presente eu ganhei. Contente, abracei todos, admirado por terem conseguido manter segredo de mim por tanto tempo, afinal, eles me contavam absolutamente tudo.

Estavam todos muito empolgados quando a música começou a tocar e eu tinha quase certeza de que havia mais alguma coisa da qual estavam me escondendo. Dara, com uma taça de champagne na mão, me abraçou apertado desejando tudo de bom em meu ouvido.

Jamais em toda a minha vida após Hogwarts pensei que teria amigos tão leais que ainda por cima seriam trouxas. Depois da guerra, todos refizeram o ano e eu também, nunca fui tão humilhado quanto aquele ano.

Superei, sabia que estavam certos. Boa parte de tudo o que havia acontecido era minha culpa, poucos foram os que me consolaram além de Theo, Blás, Pan e Ast. Poucos foram aqueles que realmente me compreenderam.

Uma parte do andar afastaram todas as mesas para os casais dançarem. Como aniversariante, fui forçado de dançar com todas. Não que eu não quisesse, eu gostava muito de todas, tinha relações amigáveis com muitas delas, mas fazia muitíssimo tempo que dancei com uma mulher. E a última havia deixado marcas profundas.

E dancei, dancei com Dara, Giovanna, Fernanda, Flavia e algumas outras, me esbaldei, diverti-me como nunca antes, mas pelo visto o melhor estava por vir. Rindo, pelo que percebi o nível de álcool em meu sangue já havia passado um tanto dos limites, mas eu ainda conseguia me controlar, só tinha que maneirar um pouco.

Outro que também havia abusado era Marcos, que extremamente pulante, falou que era a hora mais esperada por todos. E deveria ser mesmo, muitos sorriram e gritaram de felicidade. Fui vendado, então comecei a rir ao me colocarem sentado em uma cadeira e dizerem que eu deveria ficar com as mãos na cadeira se não eu era castigado.

Ri mais uma vez.

Fosse ou não no mundo bruxo, era como se a reputação de pegador me perseguisse. Parecia que estava escrito na minha testa.

“ Mulheres se façam de difícil, esse pega todas!”

O silêncio tomou conta da sala, o único som que escutava era o da minha própria respiração, ofegante, curioso e ao mesmo tempo com medo do que me aguardava. Aquilo tudo já estava me deixando nervoso, como se eu tivesse voltando a minha consciência perfeita, com se eu não tivesse bebido nada.

O silêncio não durou muito depois daquilo, uma música que contagiaria qualquer um começou a tocar e me mexi inquieto na cadeira esperando o que me aguardava.

Meu mundo - e sorriso – sumiram ao sentir aquele perfume.

Aquele perfume.

Eu o reconheceria em qualquer lugar.

O cheiro de amêndoas e baunilha me invadiu e minha mente voou longe.

Longe para minha última dança há cerca de quantos anos?

5? 6?

Não importava, a ideia de ser um baile de mascaras havia feito com que eu me apaixonasse por uma garota de perfume maravilhoso, pela qual eu nem mesmo cheguei a ver o rosto.

Dançamos a festa inteira, coladinho, com o medo de que nossos corpos necessitassem se separar.

E agora, não sei quantos anos depois eu sentia, com todas as minhas forças de que era a mesma mulher. A mesma garota de olhos castanhos cor de mogno.

Meu coração disparou a mil, e percebi que os homens a nossa volta, que pela distância de suas vozes, gritavam e comemoravam com o que ela provavelmente fazia.

E que eu não enxergava.

Uma onda de ódio me assumiu ao saber que não tinha a chance de vê-la, mas lembrei que não poderia mover os braços até os olhos para mover a venda. Uma mão delicada passou por meu peito e eu me movi de novo, tomando cuidado pra não mexer os braços, eu já estava desconfortável com toda aquela intimidade.

A mão de unhas compridas, que pelo que eu presumi deveriam estar muito bem pintadas, passeou por quase toda a extensão do meu corpo. Quase, se é que vocês me entendem.

Eu estava começando a gostar, tinha quase certeza que sabia como aquilo terminaria. Mais gritos de felicidade e ela sentou no meu colo, alguém já estava começando a se animar com os movimentos que ela fazia.

Deve ter girado a cabeça, pois seus cabelos passaram pelo meu rosto com o seu jato de perfume venenoso para homens. Com cada perna de um lado de meu corpo, não me dei conta que estiquei o braço para tocar seu rosto.

Ela levantou rapidamente por causa disso e um copo de água gelada foi jogado em meu rosto.

Castigado.

Risadas femininas ecoaram a nossa volta, e os homens gritavam dizendo que eu tinha que me controlar, por que se estivesse sem a venda já teria perdido o controle a muito. Chacoalhei a cabeça, tentando tirar a água de meu rosto e tentar voltar ao juízo perfeito, que por um momento pareceu até doer.

Foi inútil, ela não colaborava, sentou-se mais uma vez em meu colo, dessa vez com mais força, com intenções de me machucar. Ri com sua tentativa e ela levou o rosto até o meu pescoço, beijando-me deixando uma trilha de fogo em meu pescoço.

As vozes ficavam cada vez mais animadas, quase não nos permitindo ouvir a música. Eu tinha que agir rápido, ela estava me enlouquecendo.

Fui mais rápido do que poderiam perceber, minha mão foi até seu cabelo o puxando com força a fazendo gemer de maneira extremamente sexy. Ela não iria se levantar dessa vez, pois coloquei meu braço em sua cintura a prendendo com força.

O jato de água não viria com ela ali, e ela não iria levantar tão cedo sem a minha permissão. Uni nossos lábios em um beijo selvagem e ela não me evitou nem por um segundo. Agora a música realmente não poderia ser escutada, os gritos de ambos os sexos eram tão altos que poderíamos acordar a vizinhança.

Ela prendeu uma das mãos em meus cabelos me puxando mais para si, e pude sentir roçar as nossas intimidades. A mão que estava em sua cintura foi em direção a sua coxa, me permitindo sentir a renda que a cobria.

Amaldiçoei o mundo por nos criar com a necessidade de respirar, ainda mais enquanto beijamos. Eu deveria estar com os lábios vermelho, podia sentir o seu batom em mim.

Ela respirava ofegante em meu rosto, era como se tivéssemos atravessado o oceano a nado. Soltei seus cabelos e tirei a mão de sua coxa, prevendo o que aconteceria.

Mais uma vez em relação a ela eu havia errado.

Dessa vez ela me puxou pelos cabelos mordendo o meu lábio inferior sorrindo, até onde eu sei e nos separamos. A música acabou e pude ouvir suspiros de desapontamentos.

O perfume dela se fez mais distante, e o salto batendo no azulejo encerado também, e o desespero de não ter a chance de vê-la se fez presente.

Ana tirou a venda dos meus olhos e vi que ela chorava de tanto rir. Leonardo me abraçou me desejou felicidades e perguntou como eu aguentei. Mas não consegui responder

— Onde ela está? – Foi à única coisa que consegui pronunciar lhe causando altas risadas. Ele apontou em direção ao elevador que descia para o estacionamento, e corri para o outro.

Entrando e ignorando completamente as pessoas que me chamavam, apertei loucamente o botão. Não esperei que a porta se abrisse totalmente passei por ela quase voando.

Um corpo bem torneado caminhava a passos lentos até o último carro não muito longe. Corri em sua direção e percebi que ela se abraçava ao casaco preto que ia até o joelho.

— Mundo pequeno não é?

Ela parou, não virou na minha direção me deixando cada vez mais nervoso e curioso.

— Como sabia que era eu?

— Eu reconheceria esse perfume em qualquer lugar.


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