No Expression escrita por Annie


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores lindos.
Mais um capítulo pra vocês.



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Abri a porta do clube de música e todas pararam para me olhar, elas já estavam ensaiando. Estava atrasada, e claro que de propósito, pois se eu perdesse o chá, não precisava me preocupar tanto em evitá-las. Hoje, comecei me atrasando para escola, assim não teria que acompanhá-las, e na sala, acabei dormindo em todas as aulas e até no intervalo. Era difícil, não podia agir assim para sempre, uma hora iriam perceber, se já não perceberam.

– M-me desculpem, eu precisava copiar as matérias que acabei perdendo. – disse desviando meus olhos para baixo.

– Hohoho, dormindo tarde demais não é Mio? – Ritsu dizia rindo.

– MIO-CHAN ESTÁ VIRANDO UMA DE NÓS, RICCHAN.- Yui olhava para Ritsu, que deu um positivo com o dedo e com o maior sorriso no rosto.

– Sabe Mio... – disse Ritsu sorrindo e se aproximando do meu rosto. – Temo que haja uma punição para quem chega atrasada.

– Mas nós acabamos de começar, ela não perdeu nada ainda. – Dizia Mugi enquanto Ritsu voltava até sua bateria.

– Ela perdeu seu bolo Mugi-chan, hehehe, estava muito bom. – Yui mexia na barriga e babava ao lembrar-se do doce.

– Não perdeu nada além do chá, que é desnecessário, Ritsu-senpai. – falava Azusa revirando os olhos.

– Bem, então não vou ser tão má com você Mio... Você só vai ter que criar uma música a partir do ritmo que eu lhe der – Ritsu apontava para mim com uma de suas baquetas.

–Ricchan, isto é maldade... Nem a Azu-nyan consegue. – Yui só recebeu um olhar de Azusa.

– Bem, que seja. – Respondi. – Só não sei se vai ficar bom.

– Hehehe, mas tem que ser uma música boa Mio, não vale qualquer coisa, se não, pode sair por aquela porta. Preparada? – Ritsu me olhou um olhar desafiador, mas não respondi, não mexi uma sobrancelha. Peguei meu baixo e o arrumei em meu corpo. Mugi, Yui e Azusa sentaram para ver, as três estavam com olhos brilhantes, esperando que seja algo incrível, o que duvido muito. Respirei fundo e começava a pensar como seria o ritmo, até que Ritsu deu um ritmo lento, não era tão difícil. Comecei a tocar dando atenção as duas últimas cordas que eram as mais graves, e no final das sequências, tocava nas duas primeiras cordas e nas últimas casas, dando um tom dramático. Até que o ritmo ficava mais rápido e já não estava não conseguindo acompanhar, acabei fazendo um corte no dedo médio. Faz muito tempo que não fazia um corte, mas não doía, nem sangrava. Levantei a cabeça e olhei para as meninas, estava um silêncio, estavam com caras de surpresas, será que fui tão mal assim?

– Mio-senpai, não sabia que você podia tocar tão bem. Claro, que você já tocava bem, mas isso...– Azusa me olhava encantada.

– Isso foi incrível! Tão lindo e triste. – Mugi sorria e estava a bater palmas.

– QUE PERFEITO MIO-CHAN, ME FAZ QUERER TOCAR MAIS. – Havia uma certa determinação nos olhos de Yui.

– É Mio, você não foi tão mal assim... – Ritsu colocava seu braço por trás do meu ombro. – Só não sei o que aconteceu com a fofura que você adora tocar. Bem, de qualquer forma, você já pode treinar conosco.

– Obrigada, gente.

–x-x-x-x-x-x-x-x-

Dia seguinte, e acabei não repetindo o dia passado, cheguei a ir pra escola com as meninas, mas não havia trocado uma palavra com elas. Durante a aula, me concentrei para prestar atenção, mas é estranho ver a Sawako dando aula. No intervalo aproveitei para dar uma sumida. Mas não pude me atrasar de novo para o ensaio, acabei vindo à hora certa.

– Mio, ei Mio, MIO, ACORDA. – Ritsu chamou minha atenção, mas não cheguei a olhar para ela.

– Mio-senpai, você está bem? Parece meio pra baixo... – Perguntou Azusa

– Eu só estou com sono... – Melhor desculpa que se pode dar quando não está muito bem.

– Mio-chan, não vai comer sua torta? – Yui olhava fixamente para a torta.

– Pode ficar Yui. Estou sem fome. – Entreguei-lhe a torta e levantei, pegando minhas coisas e indo embora.

– Mio, aonde você vai? – perguntou Ritsu. Virei somente a cabeça em sua direção.

– Uma das cordas do meu baixo já era. Como pode perceber nem o trouxe. É o mesmo que nada ficar aqui hoje.

– MIO, ESPERA... – gritou Ritsu, mas segui em frente sem olhar para trás.

Apesar de tudo fui indo devagar. Preferia não pensar na Ritsu e no modo como estava agindo com ela, não queria mais saber disso, não queria mais vê-la, não por raiva, mas porque cada vez que a olho e me perco em seus olhos, dói, cada vez que sinto seu abraço, dói, cada vez que ouço seu nome, dói. Não é culpa dela, eu até fico feliz por ela, só que é culpa minha, de ter sido tão idiota esse tempo todo. Se eu apenas não tivesse conhecido a Ritsu... Suspirei enquanto ia pra casa.

Quase chegando em casa ouvi alguém correndo e me chamando, e logo que me virei avistei Azusa.

– Mio-senpai, podemos conversar? – Azusa estava ofegante, e me olhava um tanto nervosa.


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