O Vira-Tempo - Dramione / Oneshot escrita por Mary


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Ai, gente, é a minha primeira oneshot! E ainda de um casal que eu não shippo muito (prefiro Ronmione)...Aproveitem e comentem, pois eu necessito de comentários!



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Eu estava no meu dormitório, preparando as minhas coisas para meu último dia de aula quando eu o vi. Uma correntinha grande com uma pequena ampulheta. Eu tinha imaginado que tinha sido jogado no lixo ou então destruído, mas não. Estava lá. Pedindo para ser usado uma última vez antes de sair daquele meu lar. Corri até o armário de vassouras mais próximo e me escondi lá dentro. Respirei fundo e girei a ampulheta três vezes.

Não senti que havia voltado ao passado, mas resolvi abrir a porta. E lá estava uma paisagem de pôr-do-sol maravilhosa. Olhei para o relógio na parede. Seis e quarenta e cinco. Eu lembrava. Estava na biblioteca às seis e quarenta e cinco e só saí uma hora depois. Eu tinha uma hora antes de me encontrar no corredor.

Comecei a andar pelos corredores, agindo normalmente. Não estavam muito movimentados e pude me sentir mais livre. Olhava para todos os lados. Calmos como sempre. E foi quando pude vê-los.

Bem escondidos atrás da armadura ao meu lado. Só pude saber que havia algo quando ouvi um gemido reconhecível. Fui até a fresta e vi Lilá Brown. Não me importava mais com ela, até ver quem estava com ela.

– Ronald Weasley! - gritei.

– O quê? - ele resmungou.

– Olhe para mim!

Ele se separou de Lilá e arregalou os olhos ao ver meu rosto molhado pelas lágrimas. Sua expressão mudou para espanto e colocou a mão em meu ombro.

– Não me toque – berrei -, seu traidor sem-vergonha! Você não imaginou que um dia eu pudesse tê-lo descoberto?! Não imaginou como teria machucado o meu coração?!

– Hermione, eu...

– Cale-se! Você nem ao menos merece o som de minha voz! E você – passei a me dirigir à Lilá – é a pessoa mais imprudente e nojenta que conheço. Eu. Te. Odeio.

E saí de lá marchando, em direção à primeira sala vazia que aparecesse. E quando abri a porta, enfiei-me lá dentro e fechei a porta. Me joguei no chão e encostei a cabeça em meus joelhos. As lágrimas que já desciam há muito escorreram ainda mais. Meu rosto queimava de raiva e frustração.

E em minha mente passavam as imagens. Primeiro, Rony encostado na armadura e beijando Lilá, acariciando seus cabelos cacheados. Depois, as orelhas vermelhas dele e os olhos arregalados ao me ver. E sua expressão de surpresa.

Ouvi a porta se abrindo e imaginei que fosse ele. Gritei:

– Vá embora! Não te quero por aqui.

– Acho que esse é um motivo para mim ficar – respondeu uma voz reconhecível que não era do Weasley.

Espantada, olhei para o alto, e encontrei o dono da voz. Era simplesmente a pessoa que eu menos queria ver naquele momento.

– O que você está fazendo, Malfoy? - perguntei, indignada.

– Estava andando por aí quando ouvi um choro distante. Fiquei triste e quis ver quem era.

– Você já viu quem é, pode ir embora.

– Eu iria, mas estou com uma súbita vontade de ficar aqui.

– Para quê? Para descobrir mais detalhes e espalhar tudo para todo mundo dessa escola? Não, obrigada. Não preciso de mais sofrimento, ainda mais da sua presença. Pode ir. Não vou te contar nada.

Era complicado olhar nos olhos dele, por isso eu observava a mesa à minha frente. Mas uma curiosidade me invadiu e eu o encarei.

Sua boca formava um meio sorriso triste e seus olhos demonstravam preocupação. Eu nunca imaginara que Draco Malfoy um dia fosse ficar preocupado comigo.

– Eu vi ele lá atrás – disse Malfoy.

– Ele continua lá? - perguntei.

– Acho que não vai sair.

– Vou ter que aceitar.

– Vocês não vão ficar mais juntos, né?

– Eu não conseguiria suportar. Uma pergunta: estamos juntos à cinco minutos e você ainda não me ofendeu. O que houve?

– Bem...

Ele hesitou antes de falar. Olhei nos seus olhos com determinação, não querendo mais nada; apenas uma resposta.

– Isso é difícil de falar, Granger. É que, bem... quando estávamos no segundo ano, eu comecei a ter uma queda por você.

Ah, não! Draco Malfoy não está tendo uma queda por mim!

– E essa queda foi aumentando e agora eu acho que estou... apaixonado por você.

Ele sussurrou essa última frase. Meu coração disparou. Eu realmente já sentira alguma coisa há alguns anos atrás, mas eu amava o Rony e esse amor me deixava completamente cega. Mas, claro, eu achava que ele gostasse de mim e apenas de mim.

Coisas que eu nunca imaginara estavam acontecendo. Uma delas é Draco Malfoy estar na minha frente dizendo que me amava. E eu perceber que subitamente estava correspondendo a esse sentimento.

Era algo estranho estar ali com ele me encarando. Vi sinceridade em seus olhos. E vi meu reflexo. Uma garota com lágrimas nos olhos, precisando de um consolo. Precisando de um ombro em que pudesse apoiar e chorar. E precisando ser forte e seguir em frente, esquecendo os problemas e o passado.

Rony Weasley já não me queria mais. Mas ali estava um garoto que me queria. E eu o queria em meus braços naquele momento.

Segurei em seu rosto e o puxei para um beijo. Sentir sua língua em minha boca foi uma sensação maravilhosa e eu me sentia nas nuvens. Mexia em seus cabelos e ele segurava em minha cintura.

– Eu te amo – sussurrei.

– Eu te amo mais – ele sussurrou de volta.

Naquele momento, a porta se abriu, revelando o ruivo. Me separei de Draco e me levantei.

– O que você está fazendo com o Malfoy?! - exclamou Weasley.

– Acho que o mesmo que você estava fazendo com a Lilá – gritei de volta.

– Foi só a gente terminar e você está com ele?

– Pior você que nem esperou a gente terminar! Agora, com licença, não quero mais saber quem é Ronald Weasley!

Ele abriu a boca para falar, mas a fechou novamente. Baixou a cabeça e deu meia volta.

– Eu te amo – ele sussurrou.

– Vá – respondi, sem me deixar levar pelos encantos daquele garoto que atravessava a porta.

Não consegui ir para o chão novamente. Joguei-me em cima de uma mesa enquanto observava Rony fechar a porta. Draco foi instantaneamente para o meu lado. Tirou o cabelo de meus olhos e me beijou novamente. Respondi às suas carícias e me envolvi em seus braços. Era ele quem eu queria, mais ninguém.

***

Quando eu percebi que já estava na hora em que o jantar acabava, corri para o meu dormitório. Respirei fundo e me joguei embaixo da minha cama.

Aquele escuro me acolhia. Eu estava encolhida, esperando a chegada da Hermione do passado a qualquer momento. Sei que não ficaria assustada se me visse, mas resolvi que seria melhor não arriscar.

Ouvi a porta abrir e observei quem era. Com certeza não era eu, sabia disso. Eram duas pessoas: Parvati Patil e Lilá Brown.

– Então – continuou Lilá – eles terminaram. Bem na minha frente. Sabe como estou feliz?

Feliz?

– Eu não ficaria assim – falou Parvati – Eles se gostavam tanto...

– Mas ela descobriu que ele ficava comigo. Foi melhor assim. É bom que eu tenho o Uon-Uon todo para mim...

Parvati suspirou e eu me encolhi ainda mais. Fiquei ali, ouvindo aquela garota insuportável falar do meu amor como se ele fosse dela. Mas ele era dela. O meu problema mesmo é que eu ainda amava o Weasley. Talvez fosse por isso que estava tão magoada.

Ouvi elas se retirando do dormitório e me virei. Meus olhos se pousaram na perna do criado-mudo, mas minha cabeça estava longe disso. Há um dia, eu amava Weasley mais do que tudo. Agora, eu o enojo e passo a amar Draco. As coisas aconteceram tão rápido. Eu mal conseguia pensar.

A porta se abriu novamente e eu pude me reconhecer. Ela se sentou no colchão, que quase tocou em meu rosto. Pude vê-la retirando as fotos e as pondo cuidadosamente na mala.

Nota mental: Rasgar as fotos.

E a eu do passado retirou o vira-tempo da bolsa. Quando saiu do quarto, me levantei rapidamente e me sentei na cama. Olhei para o alto, mas resolvi sair do quarto.

A sala comunal estava praticamente vazia. Estavam lá apenas alguns alunos do sétimo ano relaxando. Era o nosso último ano lá e os exames já haviam sido feitos. Os professores não passaram lições, então todos estavam aproveitando o tempo em que estavam lá.

Harry e Gina estavam próximos à lareira, sentados em poltronas. No outro extremo da sala, Weasley estava com Lilá aos beijos. Ignorei-os e me juntei aos meus amigos.

– Vocês terminaram? - perguntou Gina quando sentei-me ao seu lado.

– Sim – respondi – Você pode pegar comida para mim, Harry? Ainda estou com fome.

– Ahn, sério? - ele falou.

– Sim, mas não precisa ser agora, tudo bem – disse eu.

Francis Hunter, um garoto do sexto ano, se aproximou de nós e me perguntou:

– É verdade que você está ficando com o Malfoy?

– Isso não importa, Hunter – respondi bruscamente, pedindo licença com as mãos. Ele saiu educadamente, murmurando Ela está ficando. Ignorei e virei meus olhos para Harry, que me observava com uma expressão confusa – Está bem, mas não contem para ninguém.

– Você ficou com o Malfoy? - Harry praticamente gritou.

– Sim, Harry – falei – Algum problema?

– Tecnicamente, não – disse Gina – Assim, ficamos mais amigos dele. Odeio essas brigas!

– Bem, eu concordo com a Gina – Harry disse – Mas e o Rony?

– Vocês falam com ele – respondi – Eu não. Viu? Todo mundo feliz.

Harry ergueu as sobrancelhas e voltou a falar sobre quadribol. Geralmente quando ele chegava a esse ponto, eu meio desligava. Ele amava falar sobre quadribol.

Observando as chamas dançantes da fogueira, eu me senti mais aquecida e mais acolhida do que antes. Mesmo que eu tivesse uma casa novamente, Hogwarts era o meu lar. Era o lugar em que eu me sentira mais feliz do que nunca. Mas ao mesmo tempo era onde eu conhecera Rony, me apaixonara por ele e ele me magoara. E eu conheci Draco, ele me magoou e eu me apaixonei por ele. A vida é tão estranha!

***

Estava lá, na plataforma, com os meus dois gêmeos, Rose e Scorpious. Draco não pudera ir se despedir, mas enviara a primeira carta deles. Me lembrei de quando eu estava no lugar deles, esperando a hora de entrar no trem, totalmente ansiosa, sem saber que seria naquele lugar que eu faria a minha história.

Rose tinha cachos castanhos e olhos cinzentos e uma inteligência infinita. Era maravilhosa e muito esperta, não se importava em ser mestiça.

Já Scorpious era mais parecido com o pai, tanto psicologicamente quanto fisicamente. Uma personalidade de ouro, mas se deixava levar pelo orgulho facilmente.

Harry e Gina também estavam lá com seus três filhos Alvo, Tiago e Lílian. Apenas os dois garotos iriam para Hogwarts, mas Lílian já estava ansiosa e mal conseguia esperar pela sua vez.

E lá atrás estava Weasley, sozinho com seu filho. Eu nunca mais tive notícias dele após Gina me falar que, quando Lilá tivera o menino, o largou sozinho com a criança. Até hoje eu rio por isso.

Senti dor ao ver meus dois filhos sumirem de minha vista dentro do trem e quando este tornou a desaparecer no horizonte. Eles estavam vivendo uma história e seria a melhor história que eu seria capaz de proporcionar.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem lido e comentem!Beijos.



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