Turno: Sakura Haruno

As pálpebras pesadas me ajudam a acordar. Uma forte luz ronda o ambiente em que estou, encontrando Hinata e Naruto ao meu lado. Neste momento, fica tentando lembrar o que aconteceu.

– Sakura-chan, graças á Deus! Pensamos que você nunca iria acordar.- Naruto exclamou segurando fortemente nas minhas mãos. Eu estava numa maca, em um lugar que parecia ser uma sala hospitalar.

– O-o que aconteceu?- Tendo sentar de forma confortável na maca para prestar mais atenção á conversa.

– Foi tudo muito confuso.- Disse Hinata.

– As coisas aconteceram muito rápido realmente... Mas não sabemos muito. Eu e Hina fomos acorrentamos juntos e nos jogaram num quarto trancado. Ficamos um bom tempo alí, até que a polícia conseguiu arrombar a porta. De repente muitas pessoas começaram a sair loucas dos quartos pelas portas arrombadas e cara... foi uma loucura!- Naruto disse sem ter tempo para respirar. Obviamente, não compreendi nada do que o loiro disse.

– Acho melhor eu explicar...- Uma voz conhecida faz eu virar o rosto para a porta. Lá, Shikamaru se recostava com um sorriso de lado nos lábios.

– Er, Sakura-chan, é melhor eu e Hina sairmos para tomar um ar.- Naruto deu uma piscada para Hinata que corou; quando ela se levantou, Naruto pegou discretamente nas mãos dela. Sorri feliz por eles dois, logo voltando a abaixar os olhos.

– Dia difícil?- Shikamaru andou a passos lentos e pesados, sentando-se na cadeira em que antes, Hinata estava sentada.

– Não sei dizer. Confuso talvez.- Esbocei um sorriso amarelo.

– Você quer saber o que aconteceu?- Mordi os lábios, apertando as cobertas.

– Sim, por favor.

– Bom, poucos minutos depois de eu descobrir onde estava a bomba-controle, eu e minha patrulha nos escondermos em um local seguro e a desarmamos. Fora fácil; com isso tudo ficou mais fácil. Parece que esses mascarados fizeram tudo muito organizado; o controle da bomba, o cartão que bloqueava todas as portas dos outros passageiros... Mas parece que essa tal bomba era que controlava tudo. Depois que eu a desarmei, consegui fazer chamadas para o porto. Então, logo toda a cidade estava sabendo o que acontecia naquele navio.- Shikamaru explicava tudo para mim calmamente.

– A Ino... ela morreu mesmo não?- Perguntei já sabendo a resposta. Uma forte dor bate novamente e as lágrimas pareciam querer escapulir dos meus olhos.

– Sim, ela morreu na hora. Sinto muito, Sakura...- Shikamaru entrelaçou suas mãos e abaixou o olhar, deixando que eu tivesse um momento em silêncio.

– O que aconteceu com os mascarados?- Quis continuar o assunto, mesmo com uma imensa vontade de me debulhar em lágrimas.

– Bom, quem estava por trás de tudo isso eram os Uchihas. Especificamente, Itachi Uchiha; irmão de Sasuke Uchiha, seu antigo guarda-costas.- Continuou Shikamaru, esfregando as mãos e depois esboçando um sorriso debochado e irônico.

– É, estou começando a recordar de algumas coisas... Parece que a empresa dos meus pais estava contrabandeando funcionários da empresa dos Uchihas.

– Na verdade, quem estava contrabandeando era uma outra empresa. Que por motivos desconhecidos ainda, acabara falindo. Mas alguns integrantes da mesma conseguiram se reunir e acabaram formando uma gangue muito perigosa, chamada Magekyou. Aos poucos eles iam reconstruindo um novo serviço e se tornaram secretamente poderosos. Ainda não sabemos o motivo do por que Itachi Uchiha ter se aliado a esta gangue, sendo que ela era inimiga das empresas Uchihas. Não deve haver um motivo concreto, creio.- Deu de ombros.

– Shikamaru...?

– Diga.

– E Sasuke?- Meus olhos se levantaram em sua direção. Ele ficou imóvel por um bom tempo, dando a língua contra os lábios. Até que o mesmo girou os olhos e passou as mãos nos cabelos.

– Poucos minutos depois de desarmarmos a bomba-controle, fomos para o deck do navio. Lá fomos surpreendidos por todos os mascarados, inclusive Itachi Uchiha. Quando ele nos percebeu tentou acionar a bomba mas acabara falhando já que, ah, bom, você sabe...- Deu um riso abafado, mas logo voltou-se a sua postura.- Houve troca de tiros e por pouco minha escotilha que já era pequena torna-se apenas eu. Eles iriam tentar fugir de helicóptero, sabíamos isso faz tempo!- Exclamou.- No entanto, muitos outros helicópteros apareceram impedindo que eles fugissem. Mas aconteceu algo que não prevíamos... Itachi se jogou do deck. Eu corri para a borda a tempo de certificar... o corpo dele afundando no mar.- Suspirei pesadamente.

– Mas e Sasuke? Ele estava ferido e depois não pude mais sentir sua respiração. Logo, acabei apagando também.

– Depois de toda aquela confusão, uma equipe de para-médicos levaram você e Sasuke para cá. Ele está bem, Sakura.- Shikamaru abriu um curto e fino sorriso. E eu não sabia como reagir na frente dele, mas posso afirmar que meu peito passava por um grande alívio.

– Uau, que bom. Mas onde ele está?- Perguntei, afrouxando o sorriso.

– É aí que vem a novidade...

[...]

Turno: Naruto Uzumaki

– Ei Hina.- Estávamos na cantina daquele enorme hospital. Chamei a Hinata para tomarmos um suco.

– Diga, Naruto-kun.

– Você acha que seu primo irá me aceitar? Sabe, ele não gosta de mim desde aquele dia... fora que no navio ele ficava me dando umas patadas e me lançando olhares assassinos e tal.- Revirei os olhos remexendo no canudinho e bebendo um gole de suco. Percebi que a Hina ficou um bom tempo pensando na resposta, com seu jeito típico de prender os dedos contra o queixo, até que pareceu acender uma lâmpada na cabeça dela.

– Eu não ligo, Naruto-kun. Nunca estive tão certa disso.- Pela primeira vez, Hinata não corava ao dizer algo como isto. Eu me orgulhei da mesma, entrelaçando meus dedos em seus cabelos e tomando delicadamente seus lábios. Um beijo curto e calmo, mas com uma paixão intensa.

– Eu te amo, Hina.

– Eu também, Naruto-kun.

[...]

Turno: Sakura Haruno

Eu consegui uma brecha para sair do meu quarto de hospital. Fui andando com passos leves de gato, seguindo em direção ao quarto do Sasuke. Paro na porta e leio a placa que existia na mesma: “Sasuke Uchiha”. Fico um bom tempo com aquele nome na cabeça, até com um rápido movimento tiro o papel com o nome e o amasso jogando para trás. Entrei de uma vez e vi a cama desarrumada. Fechei a porta atrás de mim, me escorando na mesma e caindo sentada no chão. É a cara do Sasuke. Fugir e fazer com que a polícia vá atrás dele... Quando Shikamaru me contou, eu não soube como reagir sinceramente. Não sabia se ficava feliz por ele ter fugido dos polícias que iriam prende-lo ou se chorasse rios de lágrimas por ele não estar aqui do meu lado.

– Eu não deveria possuir esse forte sentimento por você.- Digo para mim mesmo, brincando com meus dedos que acariciavam minha própria perna. Logo, ergo a mão e aterrisso o dedo indicador em meus lábios os contornando e lembrando daquela noite maravilhosa que havia tido com o Sasuke. Hoje afirmo, o que uma noite de sexo não faz com uma mulher, não? Não tive como não rir de mim mesma agora.

Me levantei com certa preguiça e deitei na cama de Sasuke, apoiando um joelho e depois o outro. Segurei fortemente seu travesseiro, podendo sentir seu cheiro que tanto me encantava emanando radicalmente do mesmo. Sasuke sempre passou muito perfume, mas era um odor gostoso; que não enjoava. E então eu acabo dormindo na cama, agarrada com o travesseiro entre os braços.