Turno: Shikamaru Nara

Levanto-me depois de ter ouvido aquela ordem, virando-me e suspirando aliviado por ser apenas os meninos me pregando uma peça.

– Idiotas, não brinquem com isso.- Gaara deu uma risada abafada, abaixando seu revólver.

– Essa é a bomba então?- Neji saiu de trás do mesmo, agachando para analisar a bomba a frente.

– Sim, provavelmente é uma bomba controle. O líder deles deve possuir um controle que a dispara.- Respondi explicando.

– Você sabe desarma-la, sim Shikamaru?- Gaara entrou no assunto.

– Acho que posso, mas antes temos que ir para um lugar seguro.- Levantei os olhos apontando para uma câmera que existia no estabelecimento, logo Gaara e Neji decifraram o que eu queria dizer.

Estamos sendo observados.

Turno: Sakura Haruno

Meu corpo estava todo amolecimento. Eu não via mais motivos para responder as perguntas irônicas que Obito me perguntava. Me sentia um lixo.

– Vamos, que cara é essa Haruno?- Obito ajoelhou-se perante a mim, com aquele sorriso insano que lhe brincava divertidamente nos lábios. Eu revirei os olhos para o lado sem qualquer expressão, e acabo encontrando Sasori sentado mais ao fundo. Ele não possuía qualquer expressão no rosto como eu, no entanto senti o medo rondar os olhos do mesmo.- Não podemos ficar aqui o tempo inteiro. Diga, qual a senha?- Obito se reergueu, apertando as mãos no revolver apontado para mim. Eu já não ligava para aquela fortuna. Eu perdi uma das únicas pessoas que importava para mim. Não tenho mais motivos para me divertir se não for ao lado dela. Não tem mais volta.

– 2...0...0...0.- Pronunciei com a voz mais falha que eu podia. E então, Obito estalou os dedos para Itachi ao lado de Sasuke. Itachi se direcionou para uma espécie de computador ao lado e digitou algo. Provavelmente deveriam estar hackeando os serviços do banco e transferindo o dinheiro da minha conta para a deles. Com um olhar vitorioso e sorriso tipicamente Uchiha, Itachi virou-se e Obito entendeu o recado voltando a olhar para mim.

– Parece que tudo termina aqui.- Obito disse e eu continuei a olha-lo sem qualquer brilho nos olhos. Mas algo estranho aconteceu no momento em que Obito encostou o revólver na minha nuca...

– Parece que tudo termina aqui para você.- Itachi tirou repentinamente um revólver calibre oito das vestes, recostando na nuca de Obito sem o mesmo perceber. Sasuke surpreendeu-se pela reação, mas logo quando pensou em fazer qualquer movimento, os outros mascarados, inclusive Madara, que estavam envolta apontaram as armas para o mesmo.

– Isso é uma traição?- Obito perguntou naturalmente. Itachi nada respondeu, concentrando-se.- Então sempre fora você, não? Eu já deveria saber.- Novamente, Obito pareceu perdido em seus devaneios.- Que irônico.- E mais uma vez o som metálico da bala disparando foi ouvido e presenciado. O corpo de Obito caíra no chão fazendo um grande estrondo. Sasuke olhava para seu corpo pálido, sem saber o que fazer. Isso pelo visto, não era esperado.

– Não posso acreditar! Você matou a mamãe e o papai, Itachi?!- Sasuke se manifestou revoltoso. Novamente, pude sentir uma forte vibração rondar aquele lugar.

– Tudo pelo Mangekyou, irmãozinho.- Respondeu Itachi.

– Como você pode entrar para aquela gangue?- Perguntou Sasuke indignado. Eu, pra variar, não conseguia entender nada do que ambos falavam.- Você sabia que eles não se davam bem com a gente.

– Depois que entrei nesta gangue percebi que o meu lugar não era aqui. Eles me obrigaram a fazer coisas que até Deus duvidaria...- Itachi se aproximava ameaçadoramente de Sasuke. Seus olhos eram quase mais intensos que o de seu irmão.- Inclusive matar minha família. Mas eu não consegui fazer o mesmo com você... sinta-se com sorte. No entanto, se entrar na minha frente novamente, não cometerei o mesmo erro.- Sasuke estreitou os olhos e se calou. Agora, Itachi tinha seus olhos em mim.- Me desculpe pelo que fiz aos seus pais.- Eu não entendi direito o que ele queria dizer com aquilo. De nada adiantara agora, eles já estão mortos. Porém, seus perdão pareceu me confortar por breves minutos.- Precisei fazer isso para me tornar o líder da gangue do qual eu me aliei. Admito ter transferido uma boa quantia de dinheiro das empresas Uchihas para cada conta dos integrantes do Mangekyou. Com o tempo virei líder dos mesmos e este cargo autoritário e cheio de poder me fizeram enlouquecer. E mesmo estando fora de mim... ainda espero que Deus me perdoe por todos os meus pecados. Me desculpe, Sakura.- O revolver calibre oito foi levantado lentamente. Era a hora; e eu esperava o baque me acertar de olhos fechados e peito erguido. Segurei a respiração quando ouvi aquele maldito som metálico. Mas estranhamente, nada veio. E então pensei que a morte fosse uma coisa totalmente indolor, até que abri os olhos e encontrei Sasuke a minha frente.

– Eu disse... “Eu tomaria um tiro por você, Sakura”- Sasuke repetiu suas próprias palavras de um dia. Meu coração perdeu longos batimentos. Sasuke sentado cambaleou para trás apoiando-se em mim. Sua cabeça recostou em meu ombro. A ferida que sangrava do lado esquerdo do seu peito, levava consigo todo o ódio de Sasuke. E então, enquanto minha respiração falhava, dela saia uma imensa compaixão pelo mesmo. Mesmo pelos coisas horríveis que ele esteve fazendo para mim, eu não poderia perde-lo.

– Não, Sasuke...- Grossas lágrimas começavam a se acumular novamente em meus olhos. Eu queria poder tocar seu rosto com minhas mãos...

– Irmãozinho tolo...- Comentou Itachi de uma forma insana.

– Não posso perder você, Sasuke...- O moreno parecia respirar com dificuldade. Seus olhos estavam cheios de arrependimento, eu podia ver isso. E então eles se voltaram a mim. Não pude deixar de conter as minhas lágrimas que caiam em seu rosto. Sua cabeça agora descansavam em meu colo serenamente. E finalmente, não pude captar nenhum sinal de vida no corpo de Sasuke. Seus olhos ficaram estaticamente abertos, secando para sempre. Os lábios, levemente entreabertos, pediam por um único toque; até que os selei demoradamente. Meus olhos se fecharam demoradamente, os sons começaram a se inquietar, até que simplesmente caio desacordada ao lado do mesmo.