Tentei dormir a viajem toda, mas não consegui. Ainda lembrava as palavras de Flack. Ele tinha razão. Aquilo era loucura, um suicido. Pensei em voltar, mas enquanto caminhava pelo aeroporto lotado de pessoas, distraída, sinto uma mão forte me segurar e me puxar.

Quando estávamos longe, ele sussurrou no meu ouvido: ‘’Silêncio’’ e entramos em um carro, em silêncio.

Dois homens desconhecidos estavam no carro, não fiz perguntas. Ficamos cerca de 10 minutos no carro, até que eles pararam e o homem que me levou até lá disse firme e sem olhar para mim: ‘’Desce’’.

Desci. Parei em frente da casa e os portões grandes se abriram.

Wo fat me olhava. Congelei. Deveria ter ouvido o Flack. Deveria mesmo.

WF: Quanto tempo! – ele carregava um saco preto nas mãos. – Não mereço um abraço?

SW: Desgraçado.

WF: Cuidado com o que diz! Eu sabia que aceitaria vir até o Havaí. Eu sempre sei. Afinal, vivo te observando. Descobri seu endereço... Ah! Você ainda tem pesadelos todas as noites?

Silêncio.

WF: Bom, não importa. A verdade é que eu cansei de te perseguir.

SW: Cansou?

WF: Sim, agora você já pode morrer em paz.

Silêncio.

SW: Então vamos! Me mate! – uma lágrima escorreu.

WF: Não vou matá-la. Vou deixar que a vida faça isso.

SW: Cadê o Steve? – perguntei.

Ele jogou o saco preto em minha direção e esperou alguma reação minha.

WF: Vamos, abra!

SW: O que tem aí?

WF: A resposta para sua pergunta.

O saco não era tão grande, mas estava pesado. Abri lentamente e não precisei observar muito para ver que eram ossos.

WF: Sim, são os osso dele. – ele disse depois de algum tempo. Joguei o saco longe e comecei a chorar.

SW: Você... Você... – as palavras não saíam – você...

WF: Eu não disse que o veria vivo. Agora saia daqui! E leve os malditos ossos, eles me irritam.

Outro homem me levou para fora e jogou os ossos.

Parei, perplexa, chorando.

...

Fiquei um bom tempo ali parada.

Consegui andar até a praia mais próxima e me sentei em algumas pedras.

Fui tola em pensar que Steve estaria vivo. Arrisquei a minha vida por nada.

DF: Você deveria ter me ouvido.

Virei-me lentamente, não estava acreditando, Flack estava ali.