Esqueça o passado escrita por Margo Roth Spiegelman


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e espero que gostem ;)



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DF: Então, pode começar.

Estávamos próximos demais para que eu pudesse me concentrar. Eu sei, eu sei. Eu mal o conheço, é verdade. Mas algo nele me intrigava. Não sei se era o fato dele ser persistente, direto ou o modo como me encarava. Só sei que algo nele me intrigava. Ele parecia não se importar com o que falava. E aquilo me incomodava, porque eu não sabia se ele falava por falar ou se tinha sinceridade no que falava.

SW: Tudo bem. Mas antes precisamos de um acordo.

DF: Acordo? Não temos tempo para um acordo.

SW: E nem temos tempo para ficarmos parados enquanto tem um morto nos esperando.

DF: Tudo bem, seja rápida.

SW: Primeiro, solte meu braço.

DF: Você não vai correr?

SW: Eu deveria?

DF: Eu não sei, se estiver com medo de mim. Ou melhor, se estiver com medo de falar.

SW: Eu não estou com medo de falar.

Ele soltou meu braço lentamente como se esperasse mesmo que eu corresse.

SW: Não vou te contar nada aqui, no meio dessa calçada com esse tanto de gente. – que já nos olhava, por sinal. – Preciso de um lugar mais calmo. E você também precisa me contar alguma coisa.

DF: Eu? Te contar?

SW: Qual o problema? Se vamos trabalhar juntos é melhor me contar. Você mesmo disse isso, não foi? Não se lembra?

DF: Tudo bem, tudo bem! Eu te conto. Agora precisamos trabalhar.

Não argumentei mais e seguimos para a cena no crime. Relativamente fácil, em comparação as outras. Acabamos no final do turno.

...

Flack me encontrou no look.

Não que eu estivesse fugindo dele, na verdade eu estava. Eu não entendi porque cheguei aquele ponto. Nem eu sabia se estava preparada para contar tudo.

DF: Pode começar, Sarah.

SW: Você primeiro, Flack.

DF: Don.

SW: Flack. – percebi que isso o irritava. – Começa você.

Ele começou a me contar sobre a morte de sua namorada Jéssica Angell. Ele a amava muito, apesar de não dizer isso uma vez sequer. Mas eu percebi. De algum modo, me identifiquei com ele. Depois de me contar, ficamos alguns minutos em silêncio, ele estava distraído com o olhar fixo na parede.

SW: Você a amava? – tive que perguntar. – Suponho que muito, não é?

DF: Muito. Mas, e você?

Contei para ele tudo. Com algumas pausas, minhas lembranças me atormentavam. Ele prestou atenção a cada palavra. Quando terminei, ele olhou nos meus olhos e resmungou.

DF: Humm.

Só isso? Eu contei a história da minha vida e ele responde isso?

SW: Isso foi errado.

DF: Isso o que?

SW: Você deveria ser solidário e dizer, no mínimo, um ‘’sinto muito’’.

DF: Tudo bem, eu sinto muito.

SW: Não foi sincero.

DF: Sarah, tanto faz.

SW: Eu não deveria ter te contado. – falei e me levantei pegando minha bolsa.

DF: Eu não te obriguei!

SW: Não? Então me segurar no meio da rua, foi só para as pessoas olharem? – aumentei meu tom de voz.

DF: Não grite!

Ele disse com a maior calma do mundo. Eu não queria gritar mesmo, queria bater nele.

DF: E não foi só para as pessoas olharem. – ele se aproximou. – Eu queria ficar perto de você.

SW: Isso não vai funcionar.

DF: Não me quer perto? – ele se aproximou mais uma vez.

SW: Não.

DF: Não quero sentir pena de você.

SW: Não pedi para ter pena de mim.

DF: Tecnicamente pediu.

SW: Me deixa passar.

DF: Está brava?

SW: Por favor.

Ele saiu da minha frente e eu fui para casa. Cinco minutos após minha chegada alguém toca a campainha.

SW: O que está fazendo aqui?!


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Notas finais do capítulo

Comente, vai? não faz mal algum *-*



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