Entre Otakus escrita por Van Vet
Durante a semana inteira ele planejou aquela noite. Primeiro comprou-lhe um lindo vestido preto, de decote provocante. Gina ficava bem de preto. Realçava sua sensual pele alva e sardenta, e contrastava com seu ruivo poderoso. Depois jogou o jogo do amor, enviando flores vermelhas todos os dias. Então escolheu um restaurante com música ao vivo, um prato com massa e passou para pegá-la no sábado a noite para poderem curtir o momento. Após o jantar, apreensivo, mostrou-lhe a última etapa do passeio, um reservado e luxuoso quarto de hotel.
— Quer pedir vinho? — ele ofereceu fechando a porta e encerrando-os sozinhos na privacidade.
— Não. — Gina estava um pouco tímida.
— Ei, se solta. — ele abraçou-a pela cintura.
— É que é diferente. — ela confessou.
— Lembre-se, não estou te forçando a nada.
Eles haviam combinado, depois de muitos amassos no carro e nas suas respectivas casas, que o momento tão aguardado deveria acontecer. E que deveria ser em lugar reservado, sem interrupções. Harry escolheu a dedo aquele hotel caro e sofisticado, mas sabia que teria de ser cauteloso e extremamente gentil, afinal seria a primeira transa de Gina.
— O que quer fazer? — ele beijou-a ardentemente no pescoço.
— Não sei. O que quer fazer?
— Na real? Te deixar nua. — segredou-lhe sugando o lóbulo da orelha direita.
Ela deslizou o corpo para frente, ficando de frente para ele. Começaram a beijar-se ardentemente. Suas bocas dançaram com ferocidade no jogo quente do tesão, e ele deixou que a namorada lhe tirasse os óculos. Ergueu-a no ar e foi levando seu corpo esbelto para direção da cama, mas sem desencostar dos lábios dela.
Vagarosamente depositou-a no colchão e ficou de joelhos, desabotoando a camisa rapidamente. Gina abriu as pernas, revelando sua calcinha preta e acetinada. Harry ficou excitado a ponto de arrancar a peça íntima da garota. Quando se livrou da camisa e foi tocá-la, percebeu que os joelhos da jovem tremiam.
— Tá tudo bem? — perguntou aos sussurros.
Ela concordou um meneio de cabeça. Era o medo natural pela perda iminente da virgindade, o rapaz concluiu.
— Vou ser delicado. — disse amorosamente.
Abaixou as alças do vestido dela e expôs seu pequeno sutiã. Dentro dele havia tentadores seios macios, mas foi paciente, beijando-a demoradamente onde a pele já estava exposta primeiro. Sentiu como ela respirava forte e irregularmente cada vez que a boca dele insinuava-se na borda da peça íntima.
Quando decidiu que era hora de remover o sutiã, Gina segurou-lhe o braço, dizendo:
— Não.
— Calma... vai ser bom. — quis assegurá-la.
— Não, Harry. — ela disse com mais firmeza. De repente ele percebeu que havia algo muito errado. Encarou-a confuso e perguntou:
— Não o quê?
— Não sei. Sai de cima, por favor. — a ruiva exigiu.
Ele obedeceu, ficando de pé, e completamente perplexo.
— Gina, eu fiz algo errado?
A moça ergueu as alças do vestido e sentou-se na cama. Seu corpo inteiro tremia, não apenas as pernas.
— Eu não quero. Eu não quero.
— Tudo bem. — Harry não tinha experiência com garotas virgens, mas achava que isso era um comportamento inseguro normal — Nós tentamos outro dia. Outra ocasião. Sem pressa. — ajoelhou-se diante dela e sorriu.
Mas Gina continuava séria.
— Não só isso. Harry, eu não quero mais nada.
— Pelo amor, Gina. Fale minha língua? O que houve? — começou a ficar agoniado.
Então ela se pôs a chorar. E, em meio as lágrimas, desfiou seus reais sentimentos:
— Achei que quando nós estivéssemos juntos seria fantástico e... e eterno. Que eu ia amar e delirar com cada momento, só que não é isso que está acontecendo.
— Acabei não sendo o cara que você achou que eu era? Me diz? Eu posso mudar. Sei lá, abordagem, estilo, fala... o que é? — foi ficando desesperado.
— Não é nada disso! — ela limpou as lágrimas do rosto bruscamente — Eu não quero que você me toque porque .... porque....
— Por quê?
Olhou-o cheia de remorso em seus lindos olhos claros:
— A paixão acabou. Foi mal.
Quando a frase assentou-se nele ficou inconformado.
— A paixão não acaba assim! — exclamou e então percebeu, para seu desespero, o quanto ele estava apaixonado por ela — OLHA AQUI! VOCÊ ENTROU DENTRO DE MIM E AGORA QUER SAIR?
— Harry! Chega! Vou embora. — ela levantou e calçou os sapatos.
Ele pegou-a pelos ombros, o rosto embaçado de lágrimas:
— Você tá brincando comigo, não é? Todos esses anos...
— Você sabe que não. Tudo muda, eu acho que também mudei. Desculpe. De verdade, desculpe.
— E minha dignidade? — retorquiu chocado.
— Olhe para o chão. Encontrei a minha por lá.
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