Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 89
Hermione


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo revelador da reta final...
Desculpem a demora e comentem meus amores!
Beijões!!!



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O quão diferente o mundo parece girar quando nos damos conta do que é incorreto, inviável e incoerente? Tudo ao redor se torna claro, claro e transparente, mas continua sendo capaz de machucar fundo se não encararmos os fatos dignamente.

Sem enganação.

Hermione passou a semana seguinte após o encontro com Rony descobrindo o quanto vinha se protelando de momentos necessários e cruciais para a evolução daquele sentimento com Vitor Krum. Daquele relacionamento.

Abrir portas, ela era ótima nisso. Fechá-las era sua sina. Tudo começou e tudo continuava sendo com Vitor. Uma sombra do passado projetando-se num abismo do presente, e se continuasse a enrolar-se, do futuro.

Jane Granger abriu a porta do quarto e encontrou-a deitada na cama, refletindo sobre isso. Criando coragem...

— Vitor ligou em casa porque não consegue falar no seu celular. Ele disse que esta saindo da casa dele daqui uns dez minutos.

— Ok... eu já vou indo. — Hermione levantou a contragosto e pegou uma blusa dentro do guarda-roupa.

— O que tá havendo entre vocês... novamente? Ele te evitou a semana toda.

— Ele estava estudando para prova da marinha. Se preparando. Preferimos nos afastar um pouco para que ele pudesse se concentrar.

— A prova foi quando?

— Ontem.

— E ele passou?

— Ainda não sei. — respondeu a jovem, mecanicamente.

Jane encostou-se na porta para impedir que a filha saísse do quarto.

— É o que estou pensando? Estão fazendo da vida um do outro um inferno outra vez? Se for isso, Hermione, juro por Deus que vou interferir. Não aguento mais! Vocês não aprendem nunca...

— Mãe? Eu vou terminar com o Vitor. Hoje, agora.

— Sério? — Jane espantou-se pela a determinação dela.

— É definitivo. Agora posso ir lá me preparar para o que der e vier?

— Boa sorte. — a Sra. Granger puxou a filha para um abraço apertado.

***

Pontualmente dez minutos depois Vitor saiu da sua casa e Hermione acenou para ele da escada. Tamanha foi sua surpresa ao notar uma aura diferente sobre o búlgaro, além de sua aparência.

— Oi, Mione. — Vitor caminhou até onde ela estava e exprimiu-se no mesmo degrau.

— Cabeça raspada outra vez? — objetou. Os lindos fios negros que Hermione tanto pedira para ele voltar a usar não estavam mais lá.

— É. Combina mais comigo. Prefiro assim.

— Temos que fazer o que gostamos, não é? — sorriu sem graça.

— Temos sim. — disse ele, balançando os joelhos.

— E então? Não tivemos tempo de nos falarmos ontem. Foi bem na prova?

— O gabarito oficial chegou essa tarde. Pelas minhas contas estou dentro. Até que enfim! — e lhe deu um sorriso verdadeiro. Um lindo sorriso que ela não via nele há séculos.

— Oh, Vitor! Parabéns! — virou o corpo e abraçou-o fortemente. Ele aceitou o gesto de muita boa vontade. E ficaram colados naquela posição por bem mais de meio minuto — Eu gosto tanto de você. Seria tão bom podermos congelar o tempo em dez anos no passado e recomeçarmos do jeito certo.

— Não valeria a pena — ele suspirou soltando-se dela suavemente.

— Vitor, eu não sei por onde começar...

— Acho que não é um começo, mas um fim. Um fim verdadeiro desta vez.

— Nunca foi minha intenção fazê-lo sofrer novamente. — Hermione tocou o rosto dele suavemente. O búlgaro beijou-a nos dedos e acariciou-lhe a cabeça. Então, de súbito, mudou de posição, agachando-se diante dela e tomando suas duas mãos.

— E não o fez. Quis te encontrar hoje para agradecer isso, Mione.

— Hã? — não era exatamente essa reação que ela esperava de Vitor Krum.

— Vai ficar brava comigo se for muito sincero agora?

— Por favor, só sejamos sinceros agora.

— Nós nunca nos daríamos bem outra vez, e sabe por quê? Eu descobri que não te amo mais.

A garota continuava sem palavras, processando o que Vitor, de tão boa vontade, vinha lhe revelar:

— Eu pedi essa semana longe de você e percebi o quanto ficou aliviada em me concedê-la. Pensei muito, conversei com meu pai, estudei para marinha, pensei de novo, e absorvi esses dias sem Hermione Granger. Ontem passei no exame e a ficha caiu de que eu finalmente sairei dessa rua, dessa rotina. Que viverei no mar como sempre sonhei. Foi estranho, inédito, mas ao me perguntar se queria continuar tendo-a ao meu lado como minha namorada, administrando essas novas portas que vão se abrir na minha vida, eu... eu...

— Eu sei. — Hermione compreendeu.

— Nós mudamos demais. Não quero mais não fazer certas coisas apenas para agradá-la e jamais conseguiria encostar a cabeça no travesseiro sabendo que você tem de alterar sua personalidade para me satisfazer. Simplesmente não somos mais compatíveis.

— Fomos num passado e eu queria que ele retornasse para não mudarmos...

— Não, pare Mione. Se nós não amadurecermos e mudarmos que graça vai ter a droga da vida?

— Caramba! Eu esperava tudo desta conversa, menos isso. — ela sorriu.

Vitor beijou-a na bochecha de surpresa. Levantou-se e puxou-a para junto de si, para mais um abraço. Aquele abraço quente e aconchegante, patenteado e certeiro de Krum.

— A gente pode fingir que aqueles nossos maus momentos dos outros anos nunca existiram?

Ela pegou-o pelo rosto e olhou-o bondosamente:

— Eu só vejo meu incrível primeiro amor. Lindo, moreno e muito sexy! — exclamou.

— Qual é o seu problema? Já está me cantando outra vez? — Vitor simulou estar indignado.

— Podemos ser amigos? Amigos de verdade agora?

— Quero que isso faça parte mim.

— E posso fazer um pedido de coração?

— Depende...

— Não é algo tão difícil. Apenas que você não procure demais, não selecione demais, dê toda a chance ao seu coração para uma pessoa realmente legal. Ela está por aí procurando um descendente de búlgaro da marinha.

— Eu agradeço o conselho e pensarei nele com muito gosto, mas ficaria espantada se soubesse que meu coração já está preenchido com meu grande sonho recém realizado. É um pouco prematuro da minha parte dizer isso, só que eu descobri que não preciso de um par para me sentir completo.

— Se não é para nos completar, porque ficarmos com outra pessoa então? — ela ficou confusa.

— Acho que é para estarmos mais feliz ainda.


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