Entre Otakus escrita por Van Vet
Notas iniciais do capítulo
Olá pessoal! Primeiro, gostaria de agradecer muito a quem comentou! :)))
Depois minhas desculpas pela falta de tempo em responder, mas eu li tudo com muito carinho. Para quem me pediu um resumo por causa do tempo gigante de hiato, é complicado compactar quase 90 capítulos, mas num resumo do resumo do resumo dos últimos acontecimentos com os protagonistas:
"Rony fez sua carreira profissional alavancar e trabalha duro como fotografo. Entretanto sua relação com Tamara, que queria algo mais sério, não saiu como planejado e eles terminaram. Com Hermione, apesar de ter reatado seu antigo relacionamento com um namorado muito ciumento, Vitor Krum, ela percebe o quão infeliz está nessa nova tentativa e como ele próprio mudou ao longo dos anos. Nessa confusão, Hermione e Rony continuam seus encontros combinados para jogar conversa fora e saber como vão indo após longos meses afastados. E então? Como será esse reencontro?"
Hermione estava vestindo um jeans batido e sua adorada blusa do Magic Kingdom. Sentada na calçada em frente ao parque deserto, deixava o solzinho tímido da tarde lamber seu rosto pensativo. Pensava em Córmaco e Marvin e como aquela notícia deixou-a leve. Duas pessoas que ela tanto gostava e que pareciam estar felizes. Por isso seu ex-noivo parecia tão redondo, de bem com o andamento da carruagem, no outro dia no campus. Estava amando. Ele e Marvin. Estranho, antagônico e bom, muito bom. Hermione deu-se conta que aquela notícia a fez feliz. A porta chamada Córmaco Mclaggen finalmente parecia fechada, e o sentimento entre eles completo e resolvido. Foi apaixonada pelo loiro em algum momento, disso tinha certeza, e tudo que viveu lá, estaria carinhosamente guardado, porque foi saudável do início ao fim.
Outra porta estava escancarada e era ela que Hermione confrontava agora. Receava descobrir que pessoa encontraria em Rony Weasley, já tão mudado do outro encontro. Será que esse encontro seria o último? Que ele fecharia a porta bruscamente?
Um carro aproximou-se e estacionou. Ela encolheu-se na sarjeta, alheia ao veículo, observando os dois lados da rua, esperando o ruivo na sua bicicleta.
— Olá você! — Rony surgiu diante da porta, exclamando para ganhar sua atenção.
Surpresa, Hermione olhou e levantou-se:
— Você? Dirigindo?
Rony fechou a porta do veículo, um popular antigo de preço muito acessível, e foi cumprimentá-la. A moça inspecionou seu rosto pedindo um barbear há dois dias e sua presença, mais flexível e despojada.
— Tudo bom? — a saudade bateu no peito do rapaz ao ver aquela morena novamente. Abraçou-a apertado e ainda deu um beijo intenso na sua bochecha. — Tá com a bochecha gelada.
— Tá meio friozinho essa tarde. — Hermione sentiu a barba dele roçando no rosto dela e tocou no local. Arrepiou-se.
— Ah, desculpe. Não tive tempo de me barbear ainda. — Rony pediu ao ver a pele dela vermelha. — Espetou muito?
— Que nada. — a garota sentia-se mais encabulada do que normal — Não me respondeu ainda... Dirigindo?
— Pois é! Eu comprei esse calhambeque há umas duas semanas, anda bem até.
— Cansou da bike?
— Não. Jamais! — riu — É que eu preciso carregar os equipamentos de fotografia e de ônibus ou magrela não estava virando.
Hermione virou-se para o parque e puseram-se a caminhar em direção aos balanços abandonados.
— Seu trabalho está correndo bem então?
— Está sim. — Rony admitiu feliz — Muito puxado, cheio de imprevistos, mas valendo a pena cada momento. Estou com essa cara de quem não vê lâmina de barbear justamente por isso. Eu e Cho cobrimos um evento grande nos últimos dias e nem tive tempo de voltar para casa. Dormi no carro ontem e antes de ontem.
— Caramba! Estou te atrapalhando então? Poderíamos marcar para outro dia...
— Fica tranquila. Acabou, por enquanto. Agora é só revelar as fotos pro cliente e esperar outro “peixe grande”.
— Cho é quem? Uma namorada? — perguntou escondendo qualquer desapontamento no tom de voz.
— Não, não! É minha amiga mesmo, trabalhamos juntos no estúdio. Eu não tenho namorada. — enfatizou a última frase.
— Não? E à sua empregadora...
— Acabou. — disse simplesmente e foi sentar-se num balanço.
Atônita, Hermione fez companhia, ocupando o outro balanço. Olhou-o com confusão, esperando que ele fornecesse mais explicações.
— Não deu certo?
— Deu até onde tinha de dar, eu prefiro ver assim.
— Brigaram?
— Não, brigar com Tamara é meio impossível, só descobrimos que nosso momento tinha ido. Pensando melhor não tínhamos muito a ver um com o outro. Só que ela continua sendo minha chefa e tudo corre bem entre nós dois. Nada de climão, sabe?
—Isso é tão bom. Descobri a pouco que meu ex-noivo tá namorando minha melhor amiga e eles estão felizes da vida.
— Não sentiu que foi deixada para trás?
— Nenhum pouco. — respondeu Hermione satisfeita.
— E na faculdade? Alguma reprovação?
— Quem? Eu? — ela o questionou arregalando os olhos — Nunca tirei uma nota abaixo da média. Sou a melhor da minha turma.
— Você é aplicada em tudo na sua vida, não é? — ele balançou-se suavemente.
— Nem tudo. Nos relacionamentos amorosos minha vida é o ó! —exclamou enfaticamente.
Rony apoiou os calcanhares no chão e parou com o balanço. Encostou o rosto entre as barras da corrente e ficou encarando-a misteriosamente. Hermione imitou seu gesto e tentou manter seu olhar, quase conseguiu, mas acabou falando:
— O que foi?
— Nada. — a coragem quase veio a Rony, ele ia abrir o jogo definitivamente por uma segunda vez com aquela linda e complicada moça — Tá lendo Akira?
— Ah, Akira. Sim, sim. Trouxe seus mangás, estão no carro.
— Perguntei se você leu... Gostou?
— Eu li sim, mas alguns pontos ficaram confusos pra mim.
— Tipo quais?
— Porque o Kaneda quis ajudar o Tetsu... porque não deixou para lá...
— Porque não deixou o mundo acabar, quer dizer?
— Não coloco desse lado, apenas...
— Eles tinham uma ligação forte. Uma amizade do passado, algo verdadeiro, que valia a pena o risco. Somos assim com certas pessoas, eu acho. Algumas valem o risco.
Hermione teve a impressão que Rony não falava mais sobre o mangá, mas sobre algo mais real: eles. Olhou para o horizonte entardecendo num avermelhado romântico por de trás das árvores e deixou o cheiro dele inundá-la.
— Seu perfume... ...
— Comprei semana passada para nosso encontro. — o rapaz disse sem cerimônia. Ela voltou a mirá-lo. — E você e seu atual ex, estão bem?
— Nada nunca tá bem.
— Não sou um expert das relações, você já sabe disso, mas tem pessoas que temos de deixar passar. Nós nos pegamos a uma noite, um mês, uma época daquela relação que foi a coisa mais perfeita do mundo, e queremos reprisá-la e maximizá-la para sempre, só que os elementos que faziam parte para que ela fosse perfeita mudaram. Nunca mais vão encaixar, nunca mais serão os mesmos.
— Você tá tão mudado. Tão maduro... Tão diferente... — comentou moça encantada.
— Nem tanto assim. Só parando para escutar melhor e saindo da zona de conforto.
— Zona de conforto. Achei que havia saído da minha zona de conforto sentimental com Córmaco, contudo entrei numa ainda mais previsível, uma previsibilidade pior.
— Hermione, posso te fazer sair dessa zona de conforto. — ele voltou a encará-la. — Sabe aquele lance da friendzone, eu ainda não quero. Na real, Tamara terminou comigo porque queria exclusividade.
— Toda mulher quer exclusividade... — ela argumentou desligadamente até se dar conta do que ele realmente queria insinuar — Ron...
— Quero te beijar de novo, quero muito, mas não vou fazer isso. Quero sua cabeça e seu coração só em mim para esse momento acontecer.
Divagando sobre tal declaração, Hermione soltou:
— Esse jeito que o sol tá batendo no seu rosto, dá pra eu perder algumas horas contando todas as sardas em volta do seu nariz.
— Estou disposto a esperar. — Rony sorriu carinhosamente e esticou a cabeça.
Ela quase o beijou em cheio.
— Vou indo. — levantou-se decidida.
— Tá fugindo de mim?
— Só quero mais um tempo com os mangás. Vou relê-los.
Rony saiu do balanço e parou ereto, de frente para ela, socando as mãos nos bolsos da blusa.
— Então eu aguardarei ansioso o dia que você me ligará dizendo que quer me devolvê-los... definitivamente.
No seu semblante belo e meigo ele estava admirando o rosto dela, aguardando sua próxima reação. Impulsiva, Hermione abraçou-o apertado pelo pescoço e aplicou-lhe um beijo estralado na bochecha, muito próximo aos lábios.
— Tchau!
Rony ficou vendo-a caminhar rapidamente para o carro. Parado igual uma estátua de chumbo o rapaz passou quase cinco minutos inteiros sentindo seu coração bater empolgadamente. Nem Tamara Cook, nem Lilá Brown, nem nenhuma outra, equiparava-se a Hermione Granger.
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