Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 81
Hermione


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem o atraso pessoal...

Enfim, espero que gostem de boas novas o/



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A fila para entregar os livros na biblioteca estava quase chegando à entrada. Hermione esquecera completamente que perto das provas oficiais o lugar tornava-se povoado como nunca acontecia em qualquer outro período letivo. Infelizmente ela possuía uma pilha nada modesta de cinco “tijolos” sagrados sobre anatomia e bioquímica. Seus braços já começavam a ficar dormentes pelo peso carregado quando mãos mágicas surgiram para ajudá-la.

— Praticando levantamento de peso agora, Mione? — ele perguntou bem humorado.

Surpresa, Hermione se viu fitando um rosto muito familiar, bonito e jovial. Acima de tudo, um rosto que transparecia felicidade. Era Córmaco diante dela.

— Ei! Você! — não se conteve de alegria e o abraçou com seu braço livre.

— Deixa eu pegar esses livros pra você. — ofereceu-se gentilmente, carregando-os sem dificuldade. Depois a abraçou também, além de beijá-la docemente na bochecha.

— Peraí, o que faz aqui na minha faculdade? — ela finalmente se deu conta do ambiente atípico em que Córmaco pairava.

— Er... — ele a olhou de um modo estranho — É que um amigo, uma amiga, me pediu pra entregar um livro.

— Aah... não sabia que tinha amigos aqui na universidade. — a garota ficou curiosa. Pensando que talvez o ex-noivo pudesse a estar seguindo pelos locais típicos do seu dia-dia durante todo o tempo.

Só que isso não faz o tipo de Córmaco, então deve ser mesmo como ele diz.

— E como você tá? — o loiro estava ansioso para mudar de assunto.

— Eu ando bem sim. Estudando, estudando e estudando. Ontem teve uma palestra para alunos dos últimos anos com um renomado neurocirurgião e, dentre as diversas dicas que nos deu, a principal foi “Ser médico é viver enfiado nos livros, nos congressos e nas revistas científicas. Quando você se gradua acha que acabou, que tudo é prática e dinheiro no bolso. Estão enganados, é aí que a odisseia estudantil começa”. Imagina como fiquei aliviada. — debochou.

— Até onde sei você ama estudar, então não terá grandes problemas quanto a isso, Mione. E, sim, vocês são meio doidas por escolherem a medicina, mas vocação é vocação. — Vocês? A quem mais ele se refere.

— Eu realmente tenho uma queda por páginas e páginas de pura teoria, só que entre esse meio tempo pretendo ter um pouco de vida social. Casar, ter filhos, essas coisas de mulherzinha. — comentou.

O olhar perdido do rapaz fez Hermione quase morder a língua pela estupidez que falara. Casamentos e filhos não era um assunto agradável para se ter com seu ex, especialmente quando este enfrentou os sete infernos para que eles pudessem ser uma família.

— Você e Vitor estão bem, espero eu.

A estudante arregalou os olhos, estupefata.

— Como sabe entre nós?

Ele ficou encabulado. Novamente aquele olhar estranho.

— Seu ex-namorado, seu grande amor perto de você... Um dia aconteceria, não é? No fim das contas eu deveria saber.

— Não é isso!

Não foi por Vitor que desisti de você, foi por Rony. O garoto dos mangás!

— Córmaco, se eu te contar que não tem nada haver com Vitor você acreditará em mim?

— Não estamos mais nesse estágio, fique tranquila. — apertou a bochecha dela carinhosamente — Tudo o que lhe desejo é a felicidade. O que eu disse da última vez que nós vimos, aquilo sobre te amar, não mudou. Estou um pouco preocupado por você ter voltado para ele visto o passado turbulento que tiveram. Então se cuida, pode ser?

— Estou me cuidando. — sorriu, intimamente emocionada por ver Córmaco tão leve e despretensioso. Estava preparada para mágoa, tristeza ou piedade, no lugar ganhou uma grata surpresa.

— Se por acaso ele te encher pode me ligar que eu vou lá dar umas porradas nele. — piscou — Entrei no Karatê desde nosso último desastroso encontro.

— Sério?

— Não. — riu — Consegue me imaginar de kimono?

— Só de camisas sociais. — o acompanhou nas risadas.

— Mas falando sério agora, aquilo foi bem ridículo da minha parte. Minha mãe teria quinze ataques cardíacos se me visse rolando na sarjeta feito um bad boy descontrolado.

— Humm... Sua mãe... Como ela tá?

— Você a conhece. — se conheço — Sempre querendo as coisas do jeito dela e tudo mais. — e provavelmente não lhe contou sobre o tapão que me deu — Mas eu desisti de fazer o que ela acha ser certo ou dentro das etiquetas. Estou repaginando muitas coisas na minha vida e ela terá de se adaptar por bem, e se não for possível, que seja por mal.

Agora era oficial, Córmaco estava muito misterioso e diferente...

— Espero que no fim se acertem. Família é família afinal.

— E amor é amor. — argumentou sonhador.

— Espere aí! Você tá apaixonado?!

O rapaz milionário concordou num tímido aceno de cabeça.

— Isso é, isso é...

— Rápido?

— Eu ia dizer fantástico!

E quem seria eu para dizer algo contra sobre paixões lancinantes.

— Estou previsível acho eu.

— Reconheço um rosto apaixonado quando vejo um. Como ela é?

— Em poucas palavras? Diferente e especial. Aquele tipo de pessoa que chega do nada e te arrebate. Alguém totalmente diferente da gente, como se fosse feita para preencher lacunas da nossa personalidade.

— Sei como é. — identificar e pensar em Rony ao invés de Vitor não era um bom sinal.

— Você foi incrível pra mim, mas...

— Córmaco, por favor, não precisa se explicar. Eu te entendo perfeitamente, pode acreditar. Nossa, estou feliz por você!

— Obrigado. Fico aqui falando cheio de superlativos exagerados sobre meu novo relacionamento, porém não quero passar a ideia que com nós foi diferente. Você sabe da sua importância para mim. Repito, te amo, Mione.

— Ambos sabemos que Córmaco Mclaggen é um romântico incorrigível, portanto eu não me sinto inferiorizada nem menos amada. Por outro lado, vejo a sorte que essa garota está tendo por ter te conhecido e te conquistado.

A conversa entre os ex-noivos ficara tão intensa que eles nem notaram a fila reduzir e a vez deles no balcão de atendimentos chegar. Cada um encaminhou-se para o seu bibliotecário, se encontrando novamente na saída.

Córmaco a acompanhou por todo o corredor, pátio e estacionamento. Na calçada, em frente ao campus, o momento de cada um partir para um caminho aproximou-se.

— Então nos despedimos aqui. — Hermione abraçou-o longamente.

— Quer uma carona? Estou com tempo livre, te deixo em casa.

O dia havia sido cansativo e o transporte público prometia a costumeira lotação. Sopesar as vantagens da carona com as implicações de Vitor deparar-se com o loiro a deixando em casa pendeu a balança imediatamente para quase uma hora de aperto dentro do ônibus.

— Obrigada, mas vou passar desta vez. Nada pessoal.

— Entendo. — disse compreensível.

— Quero conhecer sua namorada. Ela é ciumenta?

— Você se surpreenderia com ela. Quem sabe não marcamos algo...

— É, quem sabe. — Esse tipo de encontro com Vitor seria impossível!

— Se cuida, hein! — exclamou o rapaz partindo.


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