Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 77
Harry


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Um dia de atraso, foi mals :v
Recadinhos:
>>> A fanart que ilustra o capítulo não corresponde ao que acontece no mesmo, mas foi uma leitora, a fofa da Nymphadora Black, que mandou num comentário que achou ela a cara de Romione em Entre Otakus. Eu também achei! E vocês?

>>> Estou participando de um concurso de contos de Halloween. É um conto pequeno, apenas 500 palavrinhas. Quem puder passar lá, ler e, quem sabe, me dar um review maroto, ficaria muito feliz.
http://fanfiction.com.br/historia/555315/Concurso_de_Halloween_-_A_Forma/

>>> Recomendando a fanfic de uma grande amiga minha, a Anne A. Se chama A Bela e a Fera, é Drastoria e adapta o desenho da Disney, mas com o casalzinho no contexto. Vão lá ler. A narrativa é super gostosa e Anne escreve pra caramba.
http://fanfiction.com.br/historia/484027/A_Bela_e_a_Fera_-_Drastoria

Ufa! Capítulo agora! Beijão



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Rony descarregava suas mazelas:

— Reencontrar a Hermione foi estranho. Estranho no sentido positivo, entende? — Harry concordou não entendendo porcaria nenhuma. Entender a cabeça de Rony era tão difícil como vinha sendo decifrar a da irmã. — Não positivo, positivo. Foi... é bem complicado — não disse? — Esperava estar em paz quando a encontrasse. Que fosse uma conversa saudável. Eu pensando em Tamara e ela dizendo sobre sua volta com o ex sem me importar. Não foi isso que aconteceu. Fiquei incomodado. Acho que gosto dela de verdade.

— Acha? — disse Harry de um jeito cínico. Como não dava pra ser surdo ao choramingo de Rony, ficou cego, tirando os óculos e limpando as lentes demoradamente na camisa. — Por que rompeu com essa garota?

— Já disse, aconteceu naturalmente. Acabou sendo meio orgânico. — resmungou amargurado da sua cama.

— A amizade aconteceu naturalmente, e depois o envolvimento de vocês, e também o rompimento. Tá na hora de fazer alguma coisa por vontade, não? Deixar o curso da natureza de lado nessa decisão, pra variar.

— Harry, bom amigo, fala como se fosse fácil. — o ruivo pegou um dos seus gibis e ficou folheando-o sem lê-lo. Já devia ter lido umas duzentas vezes antes.

— E a morenaça? Não tá bem com ela não? — ele havia conhecido a misteriosa namorada mais velha do amigo. Era uma negra de quase um metro e oitenta, de quadris largos e cinturinha fina. Tinha um sorriso sedutor e olhos perfurantes. Rony não deveria estar reclamando de ter conseguido acertar na loteria. Mas estava, porque a garota dos mangás exercia algum feitiço sobre ele... Talvez o mesmo que Gina começou a lançar em Harry.

Após uma leve batidinha a porta, ela abriu-se. O Sr. Weasley apareceu serenamente pela fresta para visar algo:

— Meninos, estou saindo. A Molly fez bolo de laranja ontem, Harry. Rony, leve-o para comer uns pedaços.

— Aonde vai, pai? — questionou o amigo largando gibi no criado-mudo.

— Para a fábrica. Aconteceu um imprevisto nas soldas e me requisitam por lá.

— Falou então. Bom trabalho, pai.

O Sr. Weasley ia saindo quando voltou outra vez:

— Filho, você sabe por onde Gina tem se metido?

Rony fez só uma careta, não entendo a pergunta.

— É que ela chegou e subiu cobrindo o rosto. Foi direto para o quarto e não quis falar comigo. Estou meio preocupado. Deve ser essas coisas de garota, mas se puder subir ali um pouco e perguntar o que houve...

— Eu vou. — o ruivo assentiu. Então Arthur Weasley os deixou.

Tentado por imaginar o que teria acontecido à garota, Harry remexeu-se inquieto na poltrona. No peito o desejo de ir até ela aumentando. Contudo havia o amigo no caminho. Amigo e irmão dela. Ainda não admitira para ninguém, além da ruiva e do seu próprio coração, de que estava apaixonado. Se requisitasse a vontade de ir vê-la num momento certamente íntimo, Rony desconfiaria. Era lerdo, não burro.

— Você já conhece o caminho e a geladeira. Vá lá comer uns pedaços do bolo. Está delicioso. Minha mãe fez com calda e açúcar de confeiteiro, tá bem fofinho também. Te alcanço logo. Vou ali saber o que houve com a Gina.

— Rony. — chamou o rapaz vendo o amigo levantar-se — Eu falo com ela.

— E o que falaria com ela? Nem sabe o que está havendo. Além do mais, pelo que me lembro, Gina anda possessa só de ver sua cara. Deixa quieto.

— Eu preciso, Rony. Preciso. — disse em suplica. Deve ter parecido bem desesperado, desolado e pedinte, porque o ruivo o olhou de um modo esquisito, começando a recuar até sentar na cama novamente.

— Me diz de uma vez: o que há entre vocês?

Harry deu-se cinco segundos para decidir-se se abria o jogo ou não. Desembuchou desde quando o “caldo começou entornar para seu lado”. Contou como humilhou a garota há meses, no restaurante chique, e provocou um esgar de irritação no rosto do amigo por isso. Prosseguiu dizendo que tentou pedir perdão incontáveis vezes, mas só percebeu que queria aquele perdão porque se desesperara ao descobrir que namorava outro homem. Terminou dizendo o quão de quatro estava, perdendo a concentração até no trabalho...

— Tá, já entendi! Tá apaixonado pela Gina. — cortou Rony, impaciente.

— Estou. — meneou a cabeça Harry.

— Então vai lá. Fala com ela e procure não ser um babaca. Gina é minha irmã. — reclamou saindo do quarto.

Ele sentia ciúmes como todo bom irmão. E também se ressentira ao saber do episódio do restaurante. Estava no direito. Analisando toda a cena agora, Harry percebia o quanto fora estúpido.

O rapaz subiu as conhecidas escadas para o segundo andar do sobrado Weasley. A porta de Gina era a terceira da esquerda. Estava fechada e o cômodo silencioso. Tocou a maçaneta torcendo para que estivesse aberta, porque certamente ela não o deixaria entrar se pedisse. Ao forçar a porta ela abriu-se facilmente. Trevas cercaram seus olhos, as cortinas foram cerradas e apenas silhuetas pálidas eram vislumbradas pelos fracos raios de sol, que conseguiam atravessar pelo tecido da cortina. Na cama, o corpo de Gina estava encolhido, virado para o outro lado.

Harry sentiu seu coração batendo loucamente dentro do peito ao entrar e fechar a porta vagarosamente atrás de si. O cheiro dela pairava pelo ar, sufocando-o.

Céus, como estou apaixonado!

Escutou uma fungadela de choro seguida de palavras cheias de protestos:

— Rony, sei que o pai te mandou. Sai daqui. — murmurou entre soluços, ainda sem se virar — Quero ficar sozinha.

Ele continuou se aproximando até sentar-se ao lado dela. Com carinho pousou uma mão sobre a garota, acariciando na cabeça.

— Sou eu, Gina. — revelou-se.

A ruiva pulou na cama como uma gata encurralada. Se pôs sentada de imediato. Seu rosto estava completamente lavado de lágrimas.

— Já não disse que não o quero? Droga!

— Quem te fez chorar? Foi ele?

Os lábios dela fraquejaram, antecipando mais lágrimas. Como não queria que ele a visse desabar voltou a deitar, mas desta vez enterrou a cabeça no travesseiro. Harry afagou-lhe as costas, tentando consolá-la. Sentindo-se triste e mal por vê-la transtornada daquela forma.

— Estou aqui agora. Estou aqui pra você, Gina. — se fez presente.

— Vocês homens são umas pragas. — ela gritou no travesseiro.

— Espero que esse cara não tenha feito algo grave. Eu não responderei por mim...

Ela virou-se de repente:

— Ele não fez nada! Mas você, Harry, o que faria? Justo você, o mais babaca de todos os homens que já conheci?

Ele não se revoltou com as acusações. Eram verdadeiras, afinal. Fora imbecil com uma maestria invejável a idiotas graduados, durante todos aqueles anos. Buscando mulheres voluptuosas e troféus de sexo, quando só precisava de um amor honesto e puro. O amor que Gina insistentemente lhe estendia mão para oferecer. A idade deles não significava nada. Meninas cresciam num piscar de olhos e homens regrediam a garotos por suas ações, a todo instante.

— Eu sou um garoto besta, Gina. Não passo disso.

A confissão a fez prestar atenção nele.

— Você cresceu e se torna mais mulher e mais independente a cada dia. Estou assustado porque percebi que estagnei. Sinto-me assim toda vez que te olho e olho pra trás. Sou um garoto. Agarrei meu egocentrismo em algum momento do passado e deixei você passar. Evoluir.

— Você também evoluiu. Se formou, pensa no seu futuro. — a moça o enalteceu. Era bondosa como todos os Weasley.

— Se a gente não evolui em todos os sentidos não podemos chamar isso de evolução. É o que minha mãe sempre diz.

Gina limpou as lágrimas no rosto e sentou-se outra vez. Harry encarou-a profundamente, passando gentilmente a mão no queixo dela.

— Queria te beijar, e queria que você gostasse.

— É tão difícil te tirar daqui de dentro. — ela tocou no peito. — Não consigo estar com o Erik mais. Você aparece, me rouba um beijo, compra flores horrorosas pra mim e diz estar apaixonado desse seu jeito brega. Como posso continuar com um alguém que conheci ontem se você não para de me tentar?

— Estão casados? Não. Então por que tem medo de esquecer esse professor e vir pra mim? — a questionou — Preciso evoluir.

— Que cantada barata, Harry. — ela sorriu.

— Eu sei. Sou péssimo nisso.

— Investi muitos anos em você. Às vezes me dava até dor de cabeça.

— Agora eu pagarei esse investimento. — prometeu esperançoso — Os juros vão te fazer sonhar.

— Já tá se achando.

— Este sou eu propagandeando. Estou desesperado para vender meu peixe.

Gina dobrou as pernas e abraçou-as, fitando os pés calçados de meias. Harry mudou a mão do queixo dela para um dos joelhos, acariciando cheio de delicadeza e desejo. Queria tocá-la por inteiro. Abraçá-la, beijá-la, sentir seu rosto salgado de lágrimas e sugar cada resquício desse sofrimento até que ela estivesse feliz novamente.

— Seu bafo é de peixe, então?

Ele teve de rir.

— Já sentiu meu hálito aquele dia. Ultimamente ando sempre prevenido de uma goma de hortelã, pronto para o momento de te beijar. Sou esperançoso e bem maluco. Eu sei, eu sei.

— Só vou te dar uma chance. — Gina pronunciou insegura. — Vai ser uma única vez. Nada mais que uma.

Era tudo que ele precisava.

— Estou ansioso para começar, Gina. — diminuiu a distância entre eles, inclinou o corpo sobre o dela e apoiou a mão na nuca da garota. Desta vez ela deixou.

O beijo foi salgado como imaginara. Seu hálito parecia canela e fogo. Incendiando e aromatizando a língua dele. Martelando e autenticando a paixão de Harry profundamente. Talvez nem estivesse apaixonado, talvez já a amasse. Afinal o amor não era assim? Algo que se firmava através dos anos? Queria que aquele fosse o primeiro de muitos outros beijos dos dois.


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