Harry entrou na sala de jantar dos Weasley recebendo o convite da matriarca. A Sra. Weasley havia preparado várias pizzas caseiras e fazia muito gosto que o rapaz estivesse lá. Harry mudou de roupa uma centena de vezes antes de ir, buscando adivinhar qual agradaria Ginevra. Sua cabeça continuava fervilhando pelas descobertas de seus estranhos sentimentos pela ruiva e ele simplesmente não aceitava perdê-la assim, quando a alguns dias atrás ela ainda jurava a paixão de anos.

Ele cumprimentou cada um dos membros da casa e a viu numa cadeira perto da escada, centrada na sua pizza de mussarela. Nem ergueu a cabeça quando ele chegou e isso não passou batido pelos demais Weasley.

— Ué, cadê os beijos e os abraços infinitos no Harry, maninha? — provocou Fred. Gina ergueu os olhos com a ira de quinze cães do inferno e mandou-o cuidar da própria vida.

Harry foi sentar perto de Rony e travou conversa com praticamente todos na mesa, exceto ela. Porém podia encará-la se quisesse, seus olhos eram livres para irem e virem na direção que mais agradasse, e observar a jovem de esguelha, notando os detalhes do seu narizinho arrebitado salpicado por sardas, por exemplo, não provocava nenhuma represália dela. De vez em quando o olhar da jovem saltava para ele e só havia hostilidade neles.

O jantar foi terminando e Molly recolhia os pratos quando pediu a filha para pegar algumas roupas no quintal dos fundos. Gina levantou-se de imediato, deixando Harry escutando Rony falar sobre seu novo emprego. Os gêmeos saíram e Carlinhos subiu para o quarto. Já o Sr. Weasley estava na sala assistindo televisão.

— Ron, vou usar o banheiro. Você vai pro quarto? Te encontro lá.

— Vai ao banheiro de baixo? — Rony perguntou ao vê-lo não subir. O segundo banheiro da casa ficava no corredor que dava para o quintal. Era pequeno e cheio de tralhas de pesca do Sr.Weasley no lugar onde deveria ser um boxe.

— Estou bem apertado. — respondeu de qualquer jeito, pouco se importando se Rony acreditaria ou não.

Atravessou feito uma flecha a casa, saindo para o gramado dos fundos. A ruiva pegava roupas no varal já somando uma trouxa considerável nos braços. Ele avançou para perto sem fazer barulho. Não queria que ela tivesse um chilique enquanto se aproximava.

— Quer que eu segure as roupas? — ergueu as mãos.

— Aí! Que susto! — ela exclamou ao vê-lo imediatamente ao lado.

— Desculpe. — pediu comportado. Ajeitou os óculos para trazer um ar mais sereno ao olhar e desejou muito que a moça não corresse dele e o ignorasse.

— Não preciso de ajuda.

— Pensou no que disse?

— Cara de pau você, hein? — rebateu encarando-o brevemente. — Não é possível que não exista outra coitada pra te alimentar o ego.

— Confesso que imaginei diferente esse momento, mas fui bem canalha e mereço cada pedrada. — se retratou procurando ser o mais humilde possível, todos os Weasley apreciavam a humildade, talvez Percy nem tanto, mas ele não estava querendo conquistar este Weasley.

A ruiva bufou, pegando a última peça no varal. Então caminhou apressada na direção da casa. Iria deixá-lo sozinho de novo, abandonado e humilhado. Harry encheu-se de ira por isso.

— Diz logo se me ama ainda ou não? — disse as costas dela.

— Cala a boca. — Gina resmungou.

Aquela foi a gota d’água. Ele que era um Potter, sempre fazendo planos, calculando riscos, esqueceu qualquer postura e correu. Quando a alcançou, pegou-a pelo braço, girou seu corpo para esbarrar no dele e a roupa escorregou das mãos dela. Gina tentou lutar aplicando soquinhos em seu peito. Harry segurou nos ombros dela com firmeza e roubou um beijo desesperado. Ela continuou lutando e ele teimando de que iria fazê-la gostar. A boca da garota era estupidamente macia embora indócil. Tais características apenas o incitaram mais a prosseguir naquela loucura.

Ela finalmente conseguiu soltar-se e ele desviou antevendo a bofetada retaliatória que receberia. As roupas emboladas no chão enroscaram nos pés dela e a desequilibraram. Harry agarrou-a pelos braços para que não caísse, aproveitou e arremeteu mais beijos roubados. Desta vez a ruiva deixou, inclusive participando dos movimentos. O rapaz conseguiu trazê-la mais para si, espalmando as mãos em todo contorno da cintura da garota. Abraçou-a com ardor, trazendo o mais perto possível um contato corpo a corpo. O êxtase quebrou-se assim que ela mordeu-lhe o lábio.

— Aí!

— Eu devia chamar meus irmãos pra te linchar! — ela gritou, pegando as roupas pelo chão.

— Cortou meu lábio. — Harry reclamou tocando na boca e vendo um pouco de sangue entre os dedos.

— Deveria cortar outra coisa, seu... seu...

— Não reclama do que gostou. — sorriu marotamente.

— Odiei! Odiei! Nem sei como passei a adolescência suspirando por isso. — agarrou as roupas amarrotas e parcialmente sujas de grama. — Vou mandar meu namorado quebrar sua cara!

— Se quiser, pode terminar com ele. — Harry disse em tom jovial — Eu estarei aqui esperando pra gente começar nosso namoro. Já passamos da hora.

Ela caminhou em passos pesados de marcha para a casa. Harry ficou no sereno descobrindo o quanto a boca da ruiva o tonteara. Nenhum professor de dança a tiraria dele, não mesmo!