Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 57
Hermione


Notas iniciais do capítulo

E aí? Estão gostando?
Chateados ou ansiosos pelos novos acontecimentos?
Comentem que estou querendo muito saber a opinião de vocês!
Beijos :**



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— Suco de limão, suco de abacaxi, suco de acerola, água com gás, água normal, refrigerante de laranja...

— Acerola... Isso não vem do Brasil? — Rony perguntou do sofá.

— Sei lá. Meu pai compra na sessão de importados do supermercado. É bem capaz. — Hermione gritou da cozinha com a geladeira aberta — Vai querer o que?

— Vou experimentar essa acerola.

Segundos depois, a garota vinha equilibrando um copo generoso do suco vermelho nas mãos, até ele. Rony levantou, agradeceu, e pegou com cuidado. Sorveu três vigorosos goles.

— É bom mesmo!

— É pausterizado. Acho que natural deve ser ainda melhor.

Ela sentou-se espaçosamente em seu sofá e ficou fitando o seu "lance", "ficante sério", "quase namorado". Ele havia pedalado para sua casa e o dia estava moderadamente quente, o levando a pedir um refresco.

— Está sozinha em casa, então?

— Humrum. Pais trabalhando. — abraçou-o pelo pescoço.

Rony tirou a touca e passou o braço por debaixo da cintura dela. Depois de quatro dias sem se verem, a vontade de se beijarem foi a primeira a tomar partido no encontro. Hermione encostou a mão na barba rala dele e o trouxe para perto. Ficou realizada com aquilo, sabia que Rony havia deixado de se barbear por alguns dias só porque ela dissera ter curiosidade em ver os pelos avermelhados do seu rosto.

Se beijaram calmamente, como sempre era nos primeiros toques, e então passaram a aprofundar. As línguas deslizaram uma na outra num balé sensual, assim como as mãos do ruivo, roçando o braço dela com carinho. A jovem não demorou a emaranhar os dedos pelos cabelos dele e puxá-lo para si. O corpo dele foi junto, encostou o tórax no dela e se ficassem quietos poderiam escutar o retumbar de seus corações.

O rapaz abraçou-a com mais ardor e, sem perceber, ela já estava se inclinado para o braço do sofá. Ele avançou, ela deixou, e as bocas ficaram mais ferozes na troca de beijos.

Antes aquele ruivo significava um bom conhecido de uma banca de revistas, do qual Hermione achou jamais nutrir segundas intenções. Hoje ele estava quase caindo em cima dela com seus músculos sutis, escondidos debaixo do blusão. A morena teve vontade de explorá-los e conhecê-los. Soltou-se dos cabelos vermelhos e mergulhou os dedos de encontro ao zíper da blusa, deslizando o fecho. O garoto dos mangás colaborou, terminando de abandonar a peça.

Ela sentiu sua camiseta e buscou descobrir a consistência de seus braços, tudo no tato. O corpo dele era firme e levemente musculoso; músculos longos e ágeis. Afundou a mão para dentro das mangas da roupa do jovem e apalpou seus ombros largos. Nem se a queimassem em praça pública Hermione revelaria, contudo para si confessava abertamente o quanto homens de ombros largos a atraíam. Vitor era assim, Córmaco também, e Rony, dentro daquelas camadas de moletom, não ficava para trás.

Quando a garota percebeu, a boca dele já estava descendo pelo pescoço dela, e ela reclinando-o para facilitar os beijos. Suspirou forte, notando calafrios misteriosos na base do ventre. No fundo, sabia que tinha de dar um basta mesmo não sendo nenhuma virgem ou pudica. Na verdade, Hermione era só uma mulher normal, que conhecia as regras da conquista e da sedução num novo amor... Um passo de cada vez, para o momento se tornar melhor. Os pais também trabalhavam, mas quem garantia que um imprevisto não poderia trazê-los para casa em minutos?

— Ron...

Ele continuou beijando-a. Estava tão bom.

— Ron...

A mão dele tocou-a na barriga, e a palma e os dedos quase cobriram todo o abdômen dela. Arrepiou-se.

— Ron, meus pais chegaram!

O ruivo deu um solavanco para trás e se pôs sentado. Os olhos estavam assustados.

— Já?

— Só uma mentirinha. — ela riu.

Ele não pareceu achar graça, pelo menos não a princípio.

— Você é muito engraçada. Meu espírito tá rindo, pode apostar. — Arrumou os cabelos e olhou-a atravessado.

— Quando seu espírito parar de rir, podemos conversar. — rebateu pegando uma almofada que haviam derrubado durante o "amasso".

— E seus irmãos? — Rony a questionou, voltando a ficar mais relaxado.

— Eu não tenho irmãos.

— É filha única?

— Sim.

— Isso é bom? Creio que sim. Ter seus pais e toda a atenção só pra você.

Ela teve de confessar:

— É bom sim, embora os filhos únicos fiquem um pouco sufocados. Como se fossemos de cristal. Entende?

— Não. — o ruivo foi sincero. — Ás vezes fico pensando que se meus pais tivessem só eu a vida seria um pouco mais suave. Menos preocupações.

Hermione achou que o que ele estava falando era um tanto descabido vide sua atual situação empregatícia.

— Por acaso você tem preocupações? — a frase saiu antes que ela pudesse controlar, e ele sentiu a maldade nas suas palavras.

Rony olhou-a magoado.

— E você só ficou algumas horas com a Gina, e alguns minutos com o resto dos Weasley. — disse em azedume. — Imagine se tivesse conhecido o Harry e sua campanha "Rony, vá procurar algo decente!".

— Desculpe... — ela lamentou, arrependida.

— Tudo bem. — seu sorriso lhe pareceu triste, mas tocou-a na bochecha num gesto de compreensão. — Quem sabe eu me acerto.

Quem sabe?

— Ontem liguei pro seu celular e não atendeu. Seu aparelho tá com problema?

— Não. Eu saí à noite e só voltei de madrugada. O pai do Vitor ficou mau e tive que ir na casa dele prestar primeiros socorros. Depois fomos para o hospital e eu fiz um pouco de companhia a ele até o início da madrugada.

— Seu vizinho, ex-namorado, o bombado?

Ela sorriu pela descrição e acabou desconcertada rapidamente, porque ele não a acompanhou nos sorrisos.

— Vitor só tem o pai. Eles são da Bulgária. Sem nenhum parente por perto. Me senti na obrigação de dar uma força.

— Sendo vizinha?

— É, o que mais?

— Nada. Só curiosidade. — Ron olhou para a televisão desligada. — Quer que eu empreste alguns mangás quando vir de novo?

— Já vai?

— Não, apenas querendo mudar de assunto. — voltou a exibir seu bom humor. Ou talvez tentar.

— De acordo. — o abraçou pelo pescoço.

— Posso só fazer mais uma pergunta?

— Humm... Manda!

— Fica incomodada por eu trabalhar numa banca de revista aos vinte e cinco anos?

— Claro que não. — o fato de não ter respondido de prontidão faria com que ela e Rony perdessem o sono naquela noite.


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