Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 54
Harry


Notas iniciais do capítulo

Um super capítulo de Harry!
Aguardo o review de vocês sobre as atitudes e descobertas dele.
Beijos!



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O dia no escritório se tornou aborrecido e entediante. Harry tentava concentrar-se na planilha de insumos, fluxo de caixa e tudo mais diante do monitor. Uma das filiais da empresa que seu escritório prestava contas vinha sofrendo um suposto desfalque e a contabilidade deles não conseguia apontar de onde vinha o rombo. A assessoria então estava checando e investigando a origem do erro.

Aquilo deixava Harry feliz, era um trabalho tedioso para muita gente, mas uma deliciosa trilha investigativa a base de seus conhecimentos em cálculos para chegar a fonte que sangrava o negócio.

Naquele dia nada ganhava sua concentração, nem mesmo Alice debruçada sobre sua mesa com um lindo decote provocativo.

— O que há com o faminto Harry Potter? — perguntou para ele sedutoramente.

Alice nunca lhe lançara um sorriso tão convidativo. As mulheres pareciam sempre se jogar nos homens quando eles estavam abatidos demais para lhe concederem fogo.

Ele ia responder que já havia almoçado, portanto não estava faminto, contudo achou que moça não merecia fazer parte de seu humor tempestuoso. Além do mais, Alice era de um cargo mais elevado que ele. Seria péssimo para sua imagem profissional.

— Só estou um pouco cansado. — desculpou-se tirando os óculos e os limpando na camisa.

— Você precisa de umas semanas. Voltou do estágio e já começou a trabalhar. Ninguém aguenta sem ter um descanso.

— Pode ser. — devolveu o sorriso pra ela, fingindo voltar para o computador.

— Tudo bem. Mais tarde o pessoal vai tomar um café na esquina. Estamos comemorando o noivado do Josh. Você vai?

— Vou pensar com carinho, se essa dor de cabeça resolver me deixar. — mentiu. Não tinha nenhuma dor de cabeça, pelo menos nenhuma no sentido literal.

Alice se afastou elegantemente e o deixou sozinho ruminando seus sentimentos. Chegou a refletir se quando ele pudesse esquecê-la, a colega de trabalho ainda estaria ali, dando mole. Provavelmente não. Harry nunca tivera muita sorte com as mulheres. Enchia Rony e mais alguns amigos mais chegados de conselhos, e sua vida amorosa sempre começava numa noite num bar e terminava na manhã seguinte quando a garota ia embora e não retornava a ligação. Outras vezes era ele quem não retornava.

Ficou encarando os números enigmáticos na tela fria do computador e sua mente flutuou para longe, relembrando a conversa que levara ao telefone com o amigo, Rony, na noite anterior.

Estava em casa, tranquilo, mais ou menos tranquilo. Gina o espantou um pouco depois do último encontro deles. Foi para a varanda ler A Arte da Guerra de Sun Tzu, porque o pai, James Potter, começara a declamar vantagens sobre seu dia no trabalho na pura e refinada finalidade de impressionar sua mãe. Ele ainda fazia isso, ainda tentava galantear pela vantagem, e Lily Potter caia como uma borboleta numa rede. Harry pensava sinceramente que ela só dava corda para o marido sentir-se confiante.

Esquisitas demais as mulheres.

Levou o celular junto e ficou tentado a ligar para Rony, sondar se Gina não havia pintado sua caveira na casa dos Weasley. O ruivo atendeu animado.

Sim, eu e Hermione estamos meio que juntos. Acho que namorando, algo assim.

Rony era indeciso em definir até a relação que tinha com a menina que entrou na sua casa em pleno domingo e conheceu sua coleção de revistinhas japonesas. O que chateou Harry foi ter passado uma semana inteira para saber daquilo; antigamente segredavam-se um para o outro quase que telepaticamente.

— E o noivo dela?

Parece que está bem neutralizado. A história é um pouco assustadora, parece que ele foi descontar e está perseguindo o ex-namorado dela, que por acaso ainda é vizinho de Hermione.

— Céus, Rony. Isso é meio assombroso. Ainda bem que você é recluso...

Se ele bater na minha porta eu tenho meus irmãos e meu amigo quatro-olhos para me ajudar.

— Eu vou é mandar ele direto pro seu quarto, pra queimar seus gibis. — riu. — E sua família, tudo bem com eles? Gina?

Você anda sinistro, Harry, se importando com Gina. Ela bem disse que cansou de inflar seu ego.

Ele se pôs ereto no banco da varanda, em pânico.

— O que mais ela disse?

Só isso. Ah, fica na boa, minha irmã tá em outra, finalmente! — exclamou do outro lado da linha como se aquela fosse a melhor notícia do ano — Até saímos juntos. Eu, Hermione, ela e o namorado. É o professor de dança, o cara do Audi. Um carrão, tenho de confessar, e o professor chama-se Erik. Super gente boa e simpático. Gina gosta dele mesmo.

Harry petrificou. Por vários segundos só as últimas palavras de Rony, de que sua seguidora estava gostando de outro homem reverberou na cabeça dele. Então tudo ficou claro, os ataques dela e o anúncio de que nunca mais varreria o chão que ele pisasse. Havia outro na jogada.

Mas que jogada? Ele nunca quis jogar com Gina...

Depois daquela notícia, Harry ficou monótono e não se lembrou de mais nada do que Rony dissera. O ruivo estava apaixonado e só sairia declamações amorosas e eméticas do seu diálogo dali em diante.

A noite não conseguiu dormir tentando descobrir porque Gina e outro cara o deixava tão incomodado. Agora, olhando para o monitor, para o trabalho que o chamava, Harry finalmente descobriu. Estava apaixonado por Gina. Caído de quatro seria a definição mais assertiva.


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