Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 45
Rony


Notas iniciais do capítulo

Sei que angustiei vocês com o último capítulo, mas aqui está o complemento. Espero de gostem de verdade!
Beijão pra todo mundo o/



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Nem nos seus sonhos mais otimistas Rony conseguiria prever aquele momento. Estava era se conformando como podia com a realidade de nunca mais encontrar Hermione. Ainda mais depois da sua ousadia.

A tarde monótona de sexta-feira, em que tacar clips no cabelo de Hank parecia ser a única diversão do dia veio provar o contrário.

Estava sendo fantástico vê-la ali, sozinha, sem o noivo super fantástico, boa pinta e camarada ao lado. E ela parecia aflita. Rony não era o cara mais cheio de sensibilidade do mundo, porém podia jurar que a morena estava sentindo um pouco de acanhamento pela presença dele.

A curiosidade o corroeu enquanto atendia ao pedido dela e os guiava pelo local mais privativo de todo edifício: o terraço. Entrou com ela no acesso para funcionários e a jovem, muito regrada e apavorada, se preocupou se ninguém iria expulsá-los de lá. Rony a tranquilizou lembrando-a que ele mesmo era funcionário do shopping e, portanto, usufruía daquela “imunidade diplomática”.

Ela mostrou um semblante aliviado ao ver para onde ele a levou. Nada de corredores obscuros e suspeitos. O terraço do shopping estava entre os locais que o ruivo mais gostava de estar. Era amplo, reservado da multidão, e tinha o adicional de uma vista única para os quatro cantos da cidade.

Hermione andou rapidamente até a sacada e pendurou-se no ferro de segurança. Esqueceu-o por alguns segundos, se concentrando na paisagem que dava para o Queen Mary’s Gardens, um estupendo jardim perdido na selva de pedra.

Rony foi fazer companhia a ela.

— Que vista privilegiada! — a jovem sacou seu celular e fez uma fotografia.

— Eu venho aqui quando estou com tempo sobrando do almoço. — contou.

Hermione ficou usufruindo da visão por alguns minutos, então desgrudou-se da grade e ficou de frente para ele.

— Eu terminei com meu noivo. — disse assim, de supetão.

Ele estudou-a, sem ação. Tentou ler no rosto dela o que ela queria dizer com isso. O que ela queria dizer para ele com isso.

— Espero que não tenha te complicado aquele dia. — sua razão respondeu. — Foi errado te forçar. Não sou assim.

— É como se um peso gigantesco tivesse se pendurado sobre meus ombros e, do nada, sumiu.

— Isso é bom.

— Sim. — tocou o ombro dele com expectativa.

Rony tirou uma mão de dentro do bolso e pegou no pulso dela com carinho. Subiu os dedos até a palma da mão dela, percebendo que suava frio.

— Não precisa ficar assim. — falou docemente.

— Faz tempo que não tenho um “primeiro encontro”.

— Esse não é nosso primeiro encontro. — ele a envolveu pela cintura vagarosamente. Ainda temia uma mudança súbita de decisão da moça.

— Pra mim é. Faz poucas horas que descobri que me apaixonei.

Harpas celestiais ecoaram dentro dele. Seu coração se acelerou.

— Você veio aqui pra me seduzir, então? Achei que ia apanhar.

— Quem sabe isso aconteça se continuar me provocando. — a morena aceitou o abraço, se aconchegando dentro dos braços deles.

A cena se repetiu, como da vez em que saíam da feira otaku. Hermione vindo para ele, querendo ele. Agora ouviu somente seu desejo, beijando os lábios dela avidamente.

Suas bocas trocaram carícias leves e tímidas, de exploração. Calmamente, e muito proveitosamente, foram encontrando o ritmo mais gostoso e partiram dali. Os beijos foram densos, em suaves goles de ansiedade, e tiveram de parar por duas vezes para recuperar o fôlego.

Tudo ao redor, que não fossem os lábios dela, não existiu por vários minutos.

Quando deram uma pausa definitiva, Rony ficou friccionando o polegar direito na bochecha dela. Observou-a de muito perto, enxergando detalhes no seu rosto nunca antes reparados. Leves sardas na ponta do nariz e pintinhas verdes salpicando as íris cor de mel.

Certamente Hermione era perfeita demais para ele.

— Gostou do meu beijo? — a ouviu dizer.

— Que pergunta boba.

— Seu cabelo é ruivo assim mesmo, ou você pinta escondido?

— Eu pinto. Junto com meus cílios, minhas sobrancelhas e... os outros pelos que cresceram no meu corpo.

— Bobo! — a garota riu.

— É sério.

— Tão sério quanto da pra ser perto de você?

— Pois é, Srta. Granger. — enlaçou um braço no pescoço dela — Quero te dar um abraço.

Seu convite foi bem aceito, ela o agarrou pela cintura. Um momento parecendo tão distante, noutro tão próximo. Rony achou que acabaria ficando intimidado pela beleza dela, contudo estava conduzindo numa perfeita sintonia aquela “ficada”.

— Posso te ver mais vezes? — a voz tranquila dela pediu.

Claro que sim! Todo dia. Que tal?

— Vou ter que consultar minha agenda.

— Já entrei numa fila ou numa disputa? — ela brincou, embora estivesse parecendo incerta.

— É que meu tempo ultimamente tá preenchido com muito mangá e muito anime. A fila da leitura tá grande.

— Eu vou na sua casa afanar alguns!

— Nem brinque com isso...

Ela o cutucou na costela, lhe fazendo cócegas.

— Estou falando sério.

— Tudo bem, posso pensar no caso. — a segurou pelos pulsos, bloqueando as investidas dela e se rendendo.

— Quero te fazer um convite. Quer ir dar uma volta numa sorveteira perto da minha casa no domingo?

Domingo ele trabalhava, mas venderia a alma para trocar com Hank.

— Sim, vou ficar em casa mesmo.

Venderia a alma e daria metade do seu salário!

— Então combinado. — lhe estendeu a mão para selar o encontro marcado.

Rony a puxou sutilmente e a beijou. Era daquele modo que queria selar o próximo encontro.


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