Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 44
Hermione


Notas iniciais do capítulo

Já diz o ditado "Antes tarde do que nunca" então aqui está o capítulo de sexta e o que, finalmente, a Mione fez depois de mandar o Córmaco contar carneirinho.

Ahh, e muito, muitíssimo obrigada pelos 200 comentários! Estou feliz da vida :D
Agora me ajudem a chegarmos nos 300, ok? :3

Beijos



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De repente ela acordou durante a semana com um sentimento delicioso de desobrigação sobre os ombros. Tomou banho cantarolando, teve mais apetite do que os últimos meses no café da manhã, e sua gastrite nervosa não atacou nenhuma vez na sala de aula, no decorrer dos dias.

Obviamente não parava de pensar em Córmaco. Tanto porque ele lhe mandava mensagens privadas no celular e na internet, como também sentia aquele vazio sempre rotineiramente preenchido pelo loiro.

Marvin, ela havia enfim conseguido lhe contar do ocorrido enquanto a amiga se recuperava da ressaca do sábado que ainda refletia na segunda-feira, ficou abismada a princípio. Abismada por estar tão bêbeda que nem se lembrara do ruivo. Depois ficou perplexa, dizendo a Hermione com toda a sua típica franqueza, de que não esperava ver nela a coragem necessária para interromper o noivado.

Ainda estava em cima do muro, não tendo certeza se o que a morena decidira fora o correto, mas mesmo assim a apoiou, a aconselhando a pensar o menos possível em Córmaco nos próximos dias.

Um tempo tinha que ser um tempo.

Seus pais foram outros que a olhavam de um jeito alarmante logo após a notícia. Principalmente o pai. Pediram pizza na segunda, lasanha na terça, brownie de chocolate na quarta, diplomata inglesa na quinta e foram a empanturrando, a mimando compulsivamente, para suavizar o sofrimento que supunham ela estar sentindo.

Hermione aproveitou cada momento, e principalmente a ideia de nunca mais ter de fazer sala para Tremelique. Isso era o melhor! E aceitou de tão bom grado o conselho da amiga excêntrica que não só anulava o ex-noivo toda vez que ele lhe vinha cabeça, como também o substitui por saborosas memórias sobre o tal Ronald. A tática foi funcionando.

Se fechasse os olhos e se concentrasse bem, poderia sentir os lábios atrevidos dele queimando de ousadia nos dela. Tinha o cheiro de roupa limpa, mas amarrotada, e o perfume discreto que ele usava. E certamente, a textura saudável dos seus cabelos únicos e exóticos.

Teve de passar quase uma semana para Hermione enfim perceber que ficara atraída pelo carinha da banca de revistas. Que o abalo sísmico repentino na vida amorosa dela, tinha ele como pivô.

Na sexta-feira a garota fez algo raro: cabulou a aula para se aventurar um pouco. As aulas naquele período terminavam cedo e ela se assegurou que não sairia prejudicada. Então, se aprontou com cuidado, porém descontraidamente, pegando um ônibus depois do almoço; a parada era o shopping no qual comprava seus mangás.

O estômago se contorceu de ansiedade pelo caminho, um sentimento que ela só conhecera muitos anos antes com seu vizinho. Seria aquele ruivo engraçado e simpático a lhe receber no fim do percurso, ela sabia, só que o nervosismo não passaria, porque agora tinha certeza de que o achava atraente também.

Chegou timidamente no quiosque e a decepção foi grande ao ver o outro funcionário, o rapaz rechonchudo, encostado no balcão com ares de tédio. Ela calculou o quanto seria útil ir até lá e perguntar por Rony, acabou decidindo que tentaria outro dia, girando os calcanhares para o corredor novamente.

E esbarrou num corpo ao fazer isso.

— Opa!

— Ah... desculpe... — pediu distraidamente.

— Não desculpo não.

Ela se recuperou da trombada e focalizou sua vítima. Era Rony.

— Oi. — sorriu.

— E aí! — ele coçou o queixo timidamente.

Tão simples e lindo.

— Eu... eu... — gaguejou.

— Quer algum mangá? — cortou-a, perguntando.

— Bem, sim e não. — disse por fim.

— Ok... Vamos ver como lidamos com isso.

Riram.

— Eu vim com dinheiro para comprar alguma coisa sim, mas também vim pra falar com você.

— O que quer primeiro? — a questionou curioso.

— Como estou um pouco nervosa, vou deixá-lo decidir. — balançou o corpo igual a uma criança travessa.

— Você tá estranha... — Rony alargou o sorriso.

— Eu sei. — Hermione teve de concordar.

— Espera um pouco então.

Quando ele se afastou para falar com seu colega de trabalho, a morena conseguiu respirar um pouco. Estava bem mais apreensiva do que imaginara. O viu pedindo para o amigo continuar cobrindo seu almoço, porque depois ele lhe daria mais tempo de janta. O tal fez uma cara de má vontade, entretanto concordou. Rony voltou até ela.

— Quer dar uma volta ou ficar conversando na frente do Hank?

— Umas voltas.

— Legal. — o ruivo colocou as mãos nos bolsos do moletom e foram para os corredores.

O shopping começava a lotar pela chegada do fim de semana, portanto Hermione temeu ser reconhecida por pessoas indesejadas. Sua sogra (ex-sogra), que não saía daquelas lojas de grife, por exemplo.

Tentou o máximo que pôde não parecer cheia de segundas intenções ao pedir a ele:

— Tem algum lugar bem reservado onde possamos ir conversar?

Novamente recebeu um fitar surpreso dele.

— Tem sim.


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