Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 40
Hermione


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, antes de irmos pro capítulo queria pedir pra vocês me darem uma força numa fic minha chamada Série Auror. Cada fic equivale a um episódio da carreira de auror de Rony e Harry. Tem bastante mistério, lutas e também romance. Já fiz dois episódios e estou precisando de leitores participativos para começar o terceiro.

Link aqui: http://fanfiction.com.br/historia/459691/Serie_Auror_-_Episodio_1/

Agora ao capítulo! Beijos, beijos!



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Nos filmes, nos livros e até mesmo nos mangás, a traição parece descomplicada. No mundo das pessoas reais, era o contrário. Os corpos não ficavam leves, pelo contrário, pesavam toneladas.

Córmaco olhou Hermione e lhe sorriu. Ela conseguiu devolver um sorriso muito falso que teve certeza que ele percebeu.

Estavam sentados naquele lugar barulhento e sufocante ainda. A morena aproveitou e entornou seu segundo copo de cerveja para ver se a agitação dentro do peito passava. E não deu resultado.

O bom fora que Rony não retornara para mesa. Minutos depois o amigo dele anunciou para os demais que ele tinha ido embora mais cedo. Layse perfurou Hermione com o olhar porque não passou despercebido o fato dos dois sumirem de lá no mesmo momento, e depois voltar só ela com uma estranha cara de tacho.

Layse chegou a levantar e convidar a garota para o banheiro a fim de obter outra dose de fofocas quentinhas, mas desta vez recebeu uma determinada recusa. Hermione não queria descrever nada do confuso momento que tivera com o ruivo as escondidas no balcão.

— Tá tudo bem mesmo? — Córmaco perguntou de repente.

— Hã? Por que fica me perguntando isso toda hora? — assustou-se.

— Por nada. Só estou te achando um pouco pálida. Acho melhor maneirar na cerveja... — Empurrou o copo vazio dela para o longe e beijou-a calmamente na bochecha.

— Acho que quero ir embora. Você tá certo, estou cansada.

— Tem certeza?

— Esse ambiente lotado já deu pra mim.

— Ok, a senhorita que manda! — disse gentil.

O casal despediu-se dos demais, com Layse fazendo sinais as costas de Córmaco para ligar para ela, e partiram.

Dentro do carro e enquanto ele dirigia para casa dos Granger, Hermione estava com a cabeça longe, pesando suas escolhas e suas insatisfações. Alguma coisa que pudesse lhe trazer uma luz, ao menos uma explicação coerente de porquê cedeu, participou e gostou do beijo de outro.

Sem se dar conta, seu corpo tremia levemente.

Córmaco estacionou em frente de sua casa e desligou o carro. A rua estava deserta e escura. Era quase meia-noite.

— Amor...? — ele tocou-a no ombro.

Hermione o fitou na penumbra do carro, descobrindo algo estranho em sua expressão.

— Eu preciso te contar uma coisa.

Meu Deus! Ele me viu beijando o Rony! Foi a única coisa que passou na cabeça dela.

— Lembra-se do que disse que precisava te contar uma coisa quando chegássemos?

O alívio a inundou. Ficou esperando-o prosseguir.

— Eu consegui afastar minha mãe de nós. Sei o quanto ela estava sendo detestável e inacreditável com você, quanto invadiu nosso espaço e palpitou da forma que bem quis. Então eu dei um basta. Disse pra ela que a quero fora do caminho! Que minha vida agora é com você, que te amo muito e não vou admitir mais interferências em nossa felicidade. E assim vai ser. Vamos fazer aquele nosso casamento mais reservado e íntimo que você sonhou, e eu peço afastamento da empresa do meu pai, você tranca a medicina e vamos passar um ano viajando pela América do Sul. É isso que eu quero! É isso!

Hermione olhou-o em choque. Encarou Córmaco lhe vendo reter uma avassaladora expectativa no semblante. Inadvertidamente, sem que a jovem desse aval aos sentimentos, lágrimas escaparam pelos seus olhos.

Teoricamente, era para ela estar exultada pela notícia recebida. Era essa a atitude que pensava faltar para tornar Córmaco o amante irresistível. Quebrar a barreira ditatorial de Tremelique e pela primeira vez optar por Hermione, somente por ela. Contudo, não havia nenhum sinal do entusiasmo de paixão pelas boas novas. Foi com muito choque que percebeu isso.

— Mione, amor, o que foi? — o loiro tocou no rosto dela secando-lhe as lágrimas aflitamente. — Essas lágrimas são do que? Felicidade?

— Acabou. — ouviu-se dizendo.

Ele a ignorou, ainda tentando secar as grossas gotas que escorriam. Ela afastou a mão dele.

— Acabou, Córmaco.

— O que acabou? — ele forçou uma risada.

— Nós.

— Vamos parar de gozação? Eu te dou uma notícia boa e você fica fazendo piada. — riu agourentamente.

— Eu não posso mais continuar.

— Quê? — ele levou uma mão na testa e coçou-a nervosamente. — Não brinca comigo. Você nunca fez isso.

Hermione continuava sentindo o remorso corroer suas entranhas.

— Córmaco, você é perfeito. É o homem mais maravilhoso que já pôde ter cruzado meu caminho e é por isso que...

— Quanta brincadeira, Mione. — relutou mais uma vez.

— Não é brincadeira! — ela gritou — Não sei o que anda acontecendo comigo, dentro de mim, mas não consigo te olhar e te beijar como antes. Eu nunca quis casar...

— A gente adia. Esquece essa ideia e só vai morar junto.

— Não, não, não! Você não me merece!

— Não é você quem decide quem eu mereço ou não. — tentou abraçá-la e ganhou um esquivo de mãos espalmadas contra o peito.

— Por favor, chega. — ela implorou finalmente chorando alto.

Ele, que Hermione sabia jamais ter experimentado o sabor da rejeição, se afastou com o corpo, atônito.

— Quem tá te tirando de mim? — perguntou.

— Oh... Para! Não começa a dar um de Vitor não!

— Eu não vou te deixar partir.

— Córmaco...

— Mione, me dá um pouco de consideração!

— Não é nada com ninguém. Sou eu, droga! Eu quero ficar sozinha.

— Então foi algo que fiz. O que eu fiz? Já não disse que acabaram as interferências da minha mãe? Quer mudar de país? A gente some daqui!

— Não...

— Eu não tô acreditando. — ele olhou para a rua vazia e começou a chorar.

Ela o observou com grande tristeza, (e um perverso alívio) e tocou em seu braço. Ele aproveitou o toque, envolveu-a e a apertou num abraço sofrido. Sem avisar beijou-a num imenso fervor na bochecha e parte dos lábios. Hermione recuou.

— Me dá um tempo, então. — o loiro suplicou.

— Isso pode não significar nada.

— Eu mereço isso. Ou não mereço?

Claro que merecia. Ele era seu cavaleiro branco.

Hermione estava muito confusa também, o beijo e a traição somada a inédita notícia de que Tremelique não estaria mais na sua perseguição, eram fatos conflitantes dentro de uma mente já embaralhada.

— Tudo bem.

Ele sorriu radiantemente em meio a nova esperança. Enxugou as lágrimas e beijou-a nas mãos.

— Eu te amo. Quero passar minha vida toda com você.

— Você foi uma coisa maravilhosa na minha vida, Córmaco, meu querido.

— Não fale em nós no passado, por favor.

Como não podia dar mais vazão às declarações dele, que poderiam enveredar para outras chances de enchê-lo de esperança, se despediu e entrou em casa.

Assim como quando deu um basta em seu relacionamento com Vitor Krum, Hermione sentiu que tudo mudaria bruscamente outra vez.


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Notas finais do capítulo

E então? Foi muito triste?
Ficaram com dó do Córmaco?
O que acham que ele fará agora?

Até sexta, amigos!
o/