Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 26
Córmaco


Notas iniciais do capítulo

Postagem de sexta e um super abraço para Ana Luiza pela sexta recomendação em Entre Otakus. Ficou linda!
Vocês são perfeitos, queridos leitores.

Beijos, Van Vet



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Hermione dormia manhosamente na sua espaçosa cama. Apenas os ombros nus ficavam expostos das cobertas. Mal se movia, somente um leve tremular nas pálpebras. Deveria estar sonhando.

Com muito cuidado, Córmaco deslizou para fora do colchão não querendo acordá-la. Totalmente nu, o magnífico jovem expôs seu belo corpo para a luz convicta da lua que se insinuava pela janela. Martelando-se em pensamentos aborrecidos, ficou observando o jardim escuro e bem cuidado de sua imponente casa.

Era a forma dela de beijá-lo que vinha deixando-o inquieto. Tinha algo coisa, ou faltava alguma coisa.

Córmaco sempre tivera tudo aos seus pés. Beleza, dinheiro, amor. Normalmente ele não teria sensibilidade de perceber algo errado em sua vida, pelo fato concreto de que não conhecia o outro lado senão somente bênçãos.

Porém, por Hermione, em algum ponto de sua vaidade, ele descobriu a famosa insegurança. Amava-a como jamais amara nenhuma das outras namoradas ou flertes. Tinha tanto desejo por tê-la por inteiro, que contrariara a sua implacável mãe precipitando o casamento. Poderiam ter esperado se formarem e a relação amadurecer mais um ano, mas Córmaco sutilmente antecipou o momento.

Quem sabe Hermione só vivesse a incerteza do matrimônio. Algo passageiro, comum à mente dos noivos.

Ele já lhe garantira: Não há necessidade de preocupações financeiras. Eu bancarei tudo e quando você se formar e começar a ganhar poderá, no seu orgulho bobo, pagar a sua parte nas despesas de agora.

Lembrava-se exatamente da experiência de conhecê-la. Através do amigo de um amigo, numa festa na casa de alguém. Metade das moças tentavam chamar a atenção dele, e realmente ele tinha pretensão de “pegar” alguma delas. De repente deu de frente com lindos e desamparados olhos castanhos.

Hermione conversava com uma amiga, a de cabelo colorido que secava seu traseiro a toda oportunidade, e tentadoramente Córmaco foi se aproximando. Logo falavam numa doce química, sobre quem fora convidado por quem para estar ali. Achando-a irresistivelmente singela questionou sobre algo que vinha incomodando durante toda noite. A tristeza insinuando-se por seu semblante. Ela lhe contara abertamente sobre um término de namoro longo e desgastante. Um sujeito por quem era muito apaixonada, mas que se tornara um pesadelo com o passar dos anos. E finalmente o martírio que foi essa pessoa até conseguir livrar-se dele naquele dia.

Córmaco jamais queria que ele fosse “seu martírio” para Hermione. Procurava manter-se sempre o mesmo do início. Às vezes batia ciúmes e possessão. Nestes seus momentos tentava ficar mais afastado dela, pois sabia que sua morena era um passarinho que precisava sentir a liberdade para ser feliz. E a confiança.

Ela disse alguma coisa incoerente no seu sono. O loiro voltou a si e virou para prestar atenção nela. Linda e adormecida.

Vestiu sua cueca e enfiou-se novamente nas cobertas, embora sem vontade de dormir. Continuou divagando sobre eles, pensando em como sua mãe vinha chateando-a.

Era isso! A pressão da minha mãe vem deixando Hermione esquisita. Talvez seja hora de tomar uma decisão definitiva. Afastar ela dos preparativos senão... Senão poderei perdê-la.

— Acordado?

Córmaco olhou para o lado e viu a morena o fitando-o pastosamente.

— Te acordei? Desculpe. — ele virou e abraçou-lhe os ombros.

— Sem sono?

— Acho que sim. Não devia ter comido tanto.

— A lasanha estava uma delícia.

— Eu não sou acostumado a comer tanto carboidrato.

— Tem que aproveitar a vida de vez em quando. Só isso.

— Está muito bem aproveitada do seu lado.

Ela sorriu timidamente e fechou os olhos.

— Obrigada.

Aquilo doeu nele. Não queria essa resposta.

— Vou dormir agora. Tentarei. — disse ele.

Hermione aninhou-se no seu braço gostosamente. Ainda assim ficara infeliz. Não queria essa resposta.


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