Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 17
Hermione


Notas iniciais do capítulo

Estou adorando todos vocês comentando! ~nas nuvens
E por isso ganharão um presentinho, vou adiantar o encontro na feira otaku entre Ron e Hermione para o próximo capítulo.

o/

Aguardo opiniões de vocês para esse capítulo. Beijos!



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Jane Granger ficou intrigada com o comportamento da filha desde que ela havia voltado da universidade. O fato é que tinha um bichinho azul de asinhas brancas lhe sorrindo na bancada da escrivaninha enquanto a garota consultava assuntos que nada tinha haver com artigos acadêmicos ou compêndios médicos.

— Coisas de otaku? — Jane não se aguentou e puxou uma cadeira ao lado da filha.

Não entendia muito bem esse mundinho japonês pelo qual Hermione era fascinada, achava alguns “desenhos” realmente incomuns para sua cabeça ocidental, mas buscava respeitar.

— Er... sim. — Hermione foi evasiva. Fechou algumas guias no notebook quando viu que a mãe estava observando a tela.

— Quer? — Jane saboreava uma porção de cereal com iogurte em sua xícara de porcelana vermelha estampando os dizeres “Sim, eu amo Paris”.

— Já comi na universidade. — a voz da jovem era um tanto impaciente — Os clientes de hoje desmarcaram?

— Fui atendê-los mais cedo. Agora estou livre para xeretar no que minha filha anda fazendo nessa tarde, com um peculiar mascote a tira colo. — e apontou para Happy.

Hermione deu um suspiro e largou um risinho de rendição.

— Eu o ganhei hoje. — confessou.

— Que mimo!

— Cute, na verdade. — ela retrucou acariciando o chaveiro.

Jane apoiou a xícara sobre a bancada e cruzou as longas pernas. Possuía um requinte feminino nos gestos que Hermione achava que jamais conseguiria herdar. Para a garota movimentar o corpo era algo funcional, não uma dança de harmonia como sua mãe esbanjava. No rosto jovial de Jane ela detectou qualquer ruga incomum abalando o constantemente otimista.

— Tá, o que houve? — Hermione fechou o notebook. Havia algo mais naquela intromissão.

— Você ficou linda, filhinha. Uma verdadeira mulher com o passar dos anos.

— Estou com medo dessa conversa.

— Eu só estou tentando dar embasamento para todas essas coisas que vem passando diante dos meus olhos desde que você entrou na puberdade.

— Nossa, socorro! Essa conversa tá muito estranha mesmo!

Jane riu das exclamações da filha, mas sentiu que tinha de prosseguir. Aquele assunto nunca a deixara em paz.

— Andei reparando que Vitor tem diminuído o passo pro lado da nossa calçada nessa semana.

Hermione temeu algo do tipo em algum lugar da sua truculenta intuição.

— Eu tive de contar para ele sobre mim e o Córmaco. — disse tristemente — Do casamento.

— Por quê? — a mãe pareceu chateada.

— Ele já sabia por alto. Papai comentou com a Sra. Wilson.

Jane semicerrou os olhos e contorceu os lábios com escárnio.

— Seu pai! Aquele fofoqueiro de...

— Mãe, vamos ser francas. Uma hora ou outra ele acabaria sabendo. O que posso fazer?

A Granger matriarca adoraria ter tal resposta, mas apagar os sentimentos e as frustrações das pessoas que passavam pela vida deles não constituía um tipo de habilidade que pudesse se adquirir com a experiência ou meia dúzia de palavras motivacionais.

— Fico tão triste por esse rapaz. Quanto tempo mesmo?

— Que ficamos juntos ou que terminamos?

— Que vocês deixaram de serem namoradinhos.

Hermione achou curioso o termo “namoradinhos”. Jane estava provavelmente usando palavras no diminutivo para não trazer a tona a ímpar importância que fora o relacionando da jovem com Vitor Krum.

— Quatro anos.

— Eu gostaria que ele superasse. Vitor sempre foi um garoto tão bom. Os Krum sempre foram ótimos para nós, principalmente a você, Mione.

— Não gosto de falar nisso. A verdade é simples, mãe. Daqui uns meses me caso e ele não vai precisar esbarrar com meu rosto a todo o momento. Falta isso para ele esquecer...

— E você também?

Hermione começou a ficar impaciente sobre toda aquela conversa acerca do ex-namorado.

— Estou com Córmaco. Tenho o que preciso.

— Claro, ele é outro ótimo rapaz. — Jane esforçou para trazer entusiasmo na voz. — Vamos mudar de assunto: de quem você ganhou esse chaveiro? Algo me diz que tem haver com isso que estava pesquisando na internet.

— É insuportável essa sua mania de adivinhar tudo, mãe. — ela fez uma careta.

Depois lapidou uma expressão nova e incógnita para Jane quando informou.

— Fiz um amigo novo. É o rapaz que trabalha onde compro meus mangás. Estava precisando de alguém que entendesse e gostasse dessas coisas, pois estou com alguns volumes inacabados na minha coleção e ele tem ótimos contatos. Conhece o ramo. Vamos a uma feira otaku no fim de semana e receberei uns toques.

— Feira otaku... Vocês vão se fantasiar de Pokémon ou algo do gênero? — a mãe ironizou.

— Rá-rá! O que tinha nesse cereal? Dicas de piadas prontas para usar com seus familiares?!

— Estou brincando, coraçãozinho.

— Humm... — Hermione abriu o notebook novamente. — Como estava dizendo, estou por fora desse mundo mais intenso dos otakus então fico dando uma pesquisada por aqui nas atrações padrões dessas feiras pra não fazer nenhum vexame.

— Claro. E foi ele que lhe deu esse presentinho então?

Não querendo ver caraminholas na cabeça da mãe, ela floreou.

— Ele me disse que comprou outro e iria aposentar esse. Mostrei meu interesse, com toda educação e que a senhora me ensinou...

— Não me chame de senhora. — Jane advertiu duramente por cima dos óculos.

Hermione guardou a vontade de rir. Havia posto daquela forma porque sabia o quanto ela odiava receber esse tratamento.

— Ok. Simplificando e terminando definitivamente aqui, ele me deu o chaveiro. Ponto final.

— Certo. Perguntas respondidas, dúvidas tiradas. Está liberada! — a mãe levantou e levou a xícara consigo. Quando estava meio caminho da cozinha retornou apenas para provocar e tirar a filha de concentração em suas pesquisas. — Se quiser posso mandar fazer um chapeuzinho do Pikachu, com as pontinhas das orelhas pretinhas e tudo mais.

— Socorro! Cadê meu pai?


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